"Ruas da Chefatura e do Quartel da Pólvora"

Coube ao Presidente da Província João José Coutinho sancionar a Lei n. 360, de 5 de maio de 1854, autorizando a construção na Capital, em um dos lados da Praça, do quartel da tropa de 1a. Linha, uma Casa de Detenção, e Penitenciária (leia-se: Cadeira Pública da antiga "Desterro"), onde se exerceria o sistema penal e correcional, com capacidade de 100 a 200 presos, os quais seriam separados em razão da natureza dos crimes e sexos, conforme disposto no art. 179, par. 21, da Constituição do Império. Nesse local, próximo do prédio histórico onde funcionava a "Câmara de Vereadores" da antiga "Desterro" (que também serviu para sediar o Fórum da Capital, Delegacia de Polícia e Cadeia Pública), ficou conhecido como o "Quartel da Pólvora" (Casa de Artigos Bélicos), cuja edificação perdeu a sua razão de ser quando a PM tomou posse (logo após o fim da "Revolução Federalista" - final do Século XIX) da edificação em frente a Praça Getúlio Vargas (também conhecida como a "Praça do Corpo de Bombeiros" ou do "Comando-Geral da PM").

No dia 21.11.1934 (Governo Aristiliano Ramos) a imprensa catarinense veiculava a notícia da demolição do prédio histórico do "Quartel da Pólvora" (serviu de sede para o Comando-Geral da PM no século XIX) que ficava na esquina da Rua Victor Meirelles) com a Praça XV de Novembro - Centro de Florianópolis. No dessa edificação histórica foi anunciada a construção da sede dos Correios (cuja local ainda se encontra de pé). Essas mudanças ocorreram na administração do Prefeito: Almirante Durval Melquiades que foi um dos grandes responsáveis pela destruição da "Casa de Artigos Bélicos" e ainda durante o governo Aristiliano Ramos.

Ao mesmo tempo que era anunciada a construção da imponente construção da sede dos "Correios", corria a notícia que o prédio onde funcionava a "Chefatura de Polícia", mais tarde denominada de SSP (na mesma Rua Victor Meirellles - centro da Capital), mais conhecida como "Rua da Chefatura", encontrava-se em péssimo estado de conservação  (sem calçamento), cuja realidade se protraiu até o governo Irineu Bornhausem (1950 - 1955) que construiu o Edifício do Tesouro do Estado - Praça XV, esquina com Tenente Silveira), em cujo local passou a funcionar a Secretaria de Estado da Segurança Pública (5º Andar).

Nos Séculos XVIII e XIX a Praça XV e a Rua Victor Meirelles se constituíram o grande centro das decisões administrativas, policiais e judiciais da antiga Desterro.

*Arquivos do autor e Jornal "O Estado", 21.11.1934.