História da riqueza do homem.

O livro procura explicar a história humana pela teoria econômica, e a teoria econômica pela história, como funcionou o modelo feudal e como do mesmo evoluiu para a sociedade moderna na criação do capitalismo. Na verdade é uma histórica de como a sociedade organizou no modo produtivo na feudal.

A sociedade vai do feudalismo ao capitalismo, veremos primeiro a mecanicidade do funcionamento da sociedade feudal. A sociedade feudal consistia basicamente em três classes sociais, sacerdotes, guerreiros e trabalhadores, além naturalmente do alto clero e nobreza. Sendo que o trabalhador no caso o servo tinha que produzir para as classes superiores, a nobreza e o clero.

As terras agrícolas da Europa estavam demarcadas em área conhecidas como feudos. Um feudo consistia apenas de uma aldeia e centenas de pessoas trabalhando no mesmo.

 Os feudos mudavam de tamanho, diversificavam as relações entre os que habitavam nas suas características principais se assemelhavam de certa forma.

Cada propriedade feudal tinha um senhor. O senhor feudal vivia ou visitava, às vezes possuíam diversos feudos; alguns senhores chegavam a ter centenas de família, trabalhando em um ou mais feudos.

A terra cultivada era dividida em duas partes, sendo a terça parte do todo, pertencente ao senhor, e a outra ficava em poder dos trabalhadores que então trabalhavam a terra, arredando a mesma, a forma de produção medieval.

Duas características fundamentais do sistema feudal. Primeiro, a terra cultivável era divida em duas partes, a que pertencia ao senhor, tinha que ser cultivada primeiramente, a outra era dividida em muitas partes por diversos arrendatários.

Existia um terceiro fato os arrendatários não trabalhavam apenas nas terras arrendadas, mas também nas propriedades dos senhores.

O camponês vivia numa casa muito pobre, miserável, trabalhando longa e arduamente em suas terras arrendadas conseguia arrancar do solo apenas o suficiente para uma vida muito difícil.

Viveria melhor, não fosse o fato de que, dois ou três dias por semana, tinha que trabalhar a terra do senhor, sem pagamento. A propriedade do senhor tinha que ser arado, primeira semeada, posteriormente colhida.

Havia diversos níveis de servidão: servos dos domínios, que viviam sempre a disposição do senhor e trabalhavam em seus campos durante todo o tempo; os trabalhadores muito pobres mantinham pequenos arrendamentos, possuía tão somente uma cabana.

Os vilãos, com maiores privilégios econômicos. Alguns vilãos eram tão ricos como homens livres, arrendava parte da propriedade do senhor, tendo também seus próprios arrendamentos, eles comportavam como se fosse um senhor feudal.

Jamais se imaginou em igualdade entre o servo e o senhor, servo sempre trabalhava se não fizesse nada era dispensado. O servo trabalhava a terra e o senhor tinha poder sobre o trabalhador. A instituição feudo fundamentava numa lógica de deveres e obrigações, isso até ao fim.

Alguns senhores não possuía a terra, mas era ele arrendatário de outro senhor, acima na escala. O denominado servo aldeão  arrendava a terra do senhor do feudo que, por sua vez, arrendava a terra de outro senhor, assim consecutivamente as pessoas os quais ele devia satisfação.

No período feudal, a terra produzia todas as mercadorias de que se necessitava e, assim, a terra apenas ela era a chave da fortuna do homem, sem a qual era impossível o desenvolvimento minimamente humano.

A Igreja uma grande organização que estendia a todos os feudos, a lógica da sociedade era toda religiosa, ela tinha poder espiritual e econômico, mas, além disso, tinha muita riqueza, o grande sentido de tudo nessa época era a terra. A Igreja foi a grande dona de terra, isso no período feudal.

Os homens com medo do inferno, antes de morrer queria ter certeza de alcançar a salvação da alma, então doavam suas riquezas, naquela época a terra era a grande riqueza.

Nobres e reis tinham como costume quando venciam uma guerra e se apoderavam das terras do inimigo, doava parte delas à Igreja, foi dessa forma que a Igreja tornou proprietário da metade de todas as terras da Europa.

No tempo do feudalismo, a Igreja foi um elemento dinâmico e progressista. Preservou muito da cultura do Império Romano.

Incentivou o ensino e fundou escolas. Ajudou os pobres, cuidou das crianças desamparadas construiu hospitais para os doentes, era de fato a única instituição que preocupava com os pobres.

Enquanto os nobres dividiam suas propriedades, a fim de conseguir simpatizantes, a Igreja adquiria mais e mais terras. Uma das razões por que se proibia o casamento aos padres era simplesmente porque os chefes da Igreja não desejavam perder quaisquer terras da Igreja mediante herança aos filhos.

O clero e a nobreza constituíam as classes governantes. Controlavam a terra e o poder que delas provinha. A Igreja prestava ajuda espiritual, enquanto a nobreza, proteção militar.

Em troca exigiam pagamento das classes trabalhadoras, sob a forma de cultivo das terras, trabalhando a essas instituições dias não pagos aos servos.

Na Idade Média, poucos tinham capital, o dinheiro não tinha utilidade, o capital dos senhores feudais ou dos padres, era praticamente inativo, improdutivo, o dinheiro só passou ter valor mesmo com a revolução industrial e com o desenvolvimento do capitalismo.

Não era fundamental  dinheiro para adquirir coisas, porque quase nada era comprado e praticamente toda a alimentação e o vestuário de que o povo precisava eram produzido também no feudo, lá se produzia tudo e quase nada era trocado. Era basicamente a economia de consumo de cada feudo praticamente autossuficiente.

O senhor do feudal, procurava atrair à sua casa os servos que se demonstravam ser bons artífices, a fim de fazer os objetos de que precisava. Sem dúvida, havia certo intercâmbio de mercadorias.

Mas o comércio em tão baixo nível não havia razão para a produção de excedentes em grande escala. Não se fabricava ou cultiva além da necessidade de consumo. Não se preocupava com excedente.

Chegou um tempo em que o comércio cresceu, e afetou totalmente toda a vida da Idade Média. O século XI viu o comércio evoluir, o século XII, sentiu a Europa modificar em razão disso.

As Cruzadas provocou grande transformação ao comércio. Os cruzados que regressavam de suas jornadas ao ocidente traziam comidas e roupas requintadas que tinham visto e experimentado, registrou-se um acentuado aumenta na população depois do século X.

Parte da nova população não tinha terras e viu nas Cruzadas uma oportunidade de melhorar sua posição na vida e procurou então a valorização do comercio.

A Igreja entrou nessas expedições desenvolvendo saques fazendo-as aparecer como se fossem guerras com o propósito de levar o Evangelho acabar com os pagãos, até mesmo defender a Terra Santa.

A Igreja e o Império Bizantino, com a capital em Constantinopla, próximo ao centro do poder muçulmano na Ásia.

 Enquanto a Igreja Romana via nas Cruzadas a oportunidade de estender seu poderio, a Igreja Bizantina via nelas o meio de restringir o avanço muçulmano ao seu próprio território, o que de fato aconteceu num primeiro momento.

Terceiro, havia os nobres e cavaleiros que desejavam os saques, ou estavam endividados, e os filhos mais novos, com pequena ou nenhuma herança todos julgavam ver nas cruzadas uma oportunidade para adquirir terras e fortuna.

Quarto havia as cidades italianas de Veneza, Gênova e Pisa. Veneza foi sempre uma cidade comercial, qualquer cidade localizada num arquipélago a isso era obrigada.

Veneza apresentava uma localização ideal para a época, pois o bom comércio era o do Oriente, tendo o Mediterrâneo como saída, permaneceu ligada a Constantinopla e ao Oriente, depois que a Europa ocidental se dispersou.

As cidades comerciais encaravam as Cruzadas como uma oportunidade de obter vantagens comerciais para as cidades italianas. Os cruzados atravessaram Jerusalém, em demanda as cidades comerciais ao longo da costa.

A quarta Cruzada começou em 1201. Desta vez, Veneza desempenhou o papel mais importante e lucrativo, embora os venezianos estivessem desejosos de ajudar a marcha dessa Cruzada, por amor de Deus, não permitiam que tão grande amor os cegasse quanto a melhor parte da pilhagem.

Do ponto de vista do comércio, entretanto, os resultados foram importantes. Ajudaram a despertar a Europa de uma crescente classe de comerciantes por todo o continente; intensificaram a procura de mercadorias estrangeiras; arrebataram a rota do Mediterrâneo das mãos dos muçulmanos e a converteram, na maior rota comercial entre o Oriente e o Ocidente.

É importante observar a diferença entre os mercados locais semanais dos primeiros tempos da Idade Média e essas grandes feiras do século XII ao XV. Os mercados eram pequenos, negociando com os produtos locais, em sua maioria agrícola.

As feiras, ao contrário, eram imensas, e negociavam mercadorias por atacado, que provinham de todos os cantos do mundo conhecido.

 A feira era o centro distribuidor onde os grandes mercadores, que se diferenciavam dos pequenos revendedores errantes e artesãos locais, compravam e vendiam as mercadorias estrangeiras procedentes do Oriente e Ocidente, Norte e Sul.

Além de convidar os mercadores de outras partes para participar das feiras, o regulamento definia em defesa daqueles que desenvolvia a prática da revolução comercial.

Com toda  perspectiva do comercio desenvolvendo a sociedade foi aos poucos deixando de ser feudal e com a revolução comercial criou se as bases a partir do século XV e aos poucos foi se estabelecendo o Estado moderno em definitivo a sociedade feudal foi sendo superada dando lugar ao novo Regime, posteriormente implantou-se a revolução industrial.

Edjar dias de Vasconcelos.