Gean karla Dias Pimentel1
Jucelma Lima Pereira Fernandes2
Raquel Rocha Drews Valadares3
Sebastiana Félix da Cruz Freitas4
Valquíria Mendes Marques5
Valquíria Rodrigues Dias6

Sabe-se que desde o final do século XIX até os nossos dias atuais a alfabetização vem passando por tensas disputas voltadas para as antigas e as novas explicações que possam esclarecer/explicar um mesmo problema que se estende a anos que diz respeito: a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e escrever. A primeira observação a ser feita, é que todas essas disputas envolvendo os diversos métodos de alfabetização vêm desencadeando inúmeras tematizações, normativas e concretizações, que se caracterizam como importantes intermediários entre os diversos fatores e outros elementos que concretizam a história de construção da alfabetização como prática escolar e também elemento de estudo/pesquisas. É necessário frisar também que, a educação está intimamente relacionada ao desenvolvimento histórico das diversas sociedades, de acordo com suas características culturais, sociais, políticas e econômicas. Portanto, passado mais de cem anos que o modelo republicano de educação foi implantado nas escolas do nosso país (Brasil), o “fracasso escolar na alfabetização” vem sendo visto como um transtorno educacional estratégico que precisa ser resolvido com urgência. Dessa forma, percebe-se que na tentativa de buscar soluções eficazes para a resolução do “fracasso escolar na alfabetização”, os administradores públicos, legisladores educacionais, professores e intelectuais das diferentes áreas do conhecimento, vêm demonstrando inúmeros esforços em criar métodos que sejam eficientes e concretos que faça sanar esse problema que há décadas atinge o processo de alfabetização no nosso país. Nota se por outro lado, que as novas formas de alfabetizar que surgiram nestes últimos anos, ainda não conseguiram ultrapassar/superar os métodos de alfabetizar que surgiram desde o início da história da alfabetização e permanecem até os dias atuais. É por isso que, a fim de compreender melhor como se dava o processo inicial do ensino da leitura e da escrita até meados do século XIX, seria importante que conheçamos em que consistiam esses métodos de ensino que se classificavam como: Métodos sintéticos, analíticos, mistos e Testes ABC. Os métodos sintéticos (assim, chamados porque fazem síntese entre si), têm como princípio o conceito de é preciso ensinar das partes para o todo, do desconhecido para o conhecido sem entender o significado daquilo que está escrevendo (escrita). Ou seja, primeiro ensina as vogais, segundo ensina as consoantes, terceiro ensina a formar as sílabas, quarto ensina a formar palavras, quinto ensinar a formar as frases e por fim ensina a fazer textos. Neste sentido, aprender a ler e escrever se resumiria em: decodificar e a codificar a escrita. Os métodos sintéticos estabelecem relações entre o som e a letra, entre o oral e a escrita, por meio da aprendizagem letra por letra, sílaba por sílaba ou palavra por palavra. Os métodos sintéticos se dividem em três tipos distintos: O alfabético (ABC ou soletração): neste método, a criança primeira aprende o nome das letras, em seguida junta as vogais e as consoantes para formar as sílabas, feito isso constroem palavras que irão compor o texto. De todos os métodos sintéticos o alfabético é o mais antigo e mais conhecido por todos nós e foi o mais utilizado nas escolas. E Somente, em meados do século XVIII e começo do século XIX, é que o tão conhecido método da soletração começou a ser questionado a respeito da sua eficácia quanto o melhor método para ensinar a ler e escrever. O fônico: este método nasceu como uma crítica ao método alfabético, no método fônico o estudante inicialmente começa a aprender através dos sons correspondentes às letras (grafema, fonema), ou seja, por meio da associação entre sons e letras. De acordo com os defensores deste método, se os alunos conhecer primeiro o som de uma vogal e de uma consoante, eles poderão construir sozinhos algumas sílabas e até palavras. Apesar de toda a sua difusão esse método não conseguiu substituir o método alfabético nas instituições escolares. O silábico ou silabação: no método silábico, o aluno primeiro aprende as sílabas, só depois é que irá formar as palavras. “Assim como o método fônico, a silabação fundamenta o ensino na associação dos sinais gráficos aos sons que representam, entretanto, não sinais e sons isolados, mas compostos em sílabas”. (Fonte: slides da aula ministrada pela Professora: Fabiana Rodrigues Cruvinel, no dia 7/5/11, p.3). Esse método também não superou o método alfabético em vigor nas unidades/escola. Finalmente, transformada as letras e sons em sílabas, descobertas as famílias silábicas, ensinava-se as crianças a lerem as palavras criadas com essas letras, sons, sílabas e posteriormente, ensinava-se frases separadas ou juntas. Já a escrita estava voltada para a caligrafia e da ortografia e era ensinada por meio de cópias de textos, ditados e formação de frases ressaltando a figura correta das letras. Desse modo, até os primórdios do século XIX, o ensino da leitura e da escrita se encontrava fortemente ligada a oralização. Ou seja, o aluno/leitor precisava ouvir a sua própria voz para ter uma boa aprendizagem. Com muito mais razão, neste mesmo século (XIX) surge os métodos analíticos que são totalmente contra os princípios dos métodos sintéticos. Os defensores do método analítico acreditavam que o ensino da leitura e da escrita deveria começar pelo todo e ir para as partes. Sendo assim, primeiro se ensinava a formar as frases, depois decompõem as frases em palavras, em seguida separava as palavras em sílabas, posteriormente as sílabas em letras e por último ensinava as letras (vogais e consoantes). Por isso, que esse método recebe o nome de método da setenciação. Estes métodos são também assim chamados, porque fazem análises entre si, no entanto decompõe o todo dentro das partes que o formam. Os métodos analíticos se decompõem em três partes: O método da palavração: as crianças começam a aprender por meio das palavras que são transformadas em sílabas e agrupadas em frases. Esse método assim como o método sintético, ABC e o da silabação tem em comum principio de que para aprender a ler e escrever é de suma importância que o sujeito aprenda a decodificar o escrito, mais precisamente transformar os sinais gráficos em sons. Dessa maneira o conflito que gera entre si é apenas o fato de que seria melhor começar a decodificar por meio dos textos, frases, palavras/letras, fonemas ou das sílabas...