Resumo

Este artigo tem por objetivo relatar como se diagnostica a hiperatividade , qual o tratamento e como a família deve agir diante de um quadro deste distúrbio. Esta pesquisa justifica-se por descrever conhecimentos referentes a hiperatividade no contexto familiar.  O problema que a motivou é a busca de informações que explicitem como a família pode auxiliar para o desenvolvimento de uma criança com esse distúrbio.

. INTRODUÇÃO

            Este trabalho tem por objetivo relatar como se diagnostica a hiperatividade , qual o tratamento e como a família deve agir diante de um quadro deste distúrbio. Esta pesquisa justifica-se por descrever conhecimentos referentes a hiperatividade no contexto familiar.  O problema que a motivou é a busca de informações que explicitem como a família pode auxiliar para o desenvolvimento de uma criança com esse distúrbio.

Conviver com uma criança hiperativa é muito difícil, pois em sua agitação ela consegue transformar a rotina de todos aqueles que dela se aproxima ou convive no dia-a-dia. O convívio familiar é totalmente alterado, pais, irmãos, professores, muitas vezes ficando sem saber o que fazer.Sendo o TDAH um distúrbio bastante freqüente na idade escolar, pouco se sabe sobre suas causas, apenas conhecemos suas manifestações sintomáticas, porém é um termo bastante usado para descrever uma criança com o comportamento agitado e desatento (BORGES, 1997).

Segundo a Revista Nova Escola (2004) alunos agitados ou desatentos sempre causam preocupação. Antes de atribuir a eles algum tipo de perturbação, é preciso observá-los atentamente, pois há uma série de componentes sociais que também levam uma criança a manifestar-se de modo não convencional. O TDAH é considerado um distúrbio psiquiátrico, portanto, e na escola os indícios que uma criança possui esse mal precisam ser registrados por no mínimo seis meses antes de encaminhar o aluno a um possível tratamento. De acordo com a Revista Nova Escola (2000), os professores que têm alunos hiperativos precisam de paciência e disponibilidade e principalmente conhecimento sobre TDAH, pois eles exigem tratamento diferenciado, mais atenção e uma rotina especialmente estimulante para estimular e desenvolver a capacidade de atenção da criança. Valorizando assim seu potencial.

  1. COMO DIAGNOSTICAR A HIPERATIVIDADE

            O diagnóstico do TDAH é um processo de múltiplas facetas. Diversos problemas biológicos e psicológicos podem contribuir para a manifestação dos sintomas similares apresentados por pessoas com TDAH. O diagnóstico pede uma avaliação ampla, não se pode deixar de considerar outras causas para o problema, assim, é preciso estar atento à presença de distúrbio concomitante. O aspecto mais importante do processo do diagnóstico é um cuidadoso histórico clínico e desenvolvimento. A avaliação do TDAH inclui um levantamento do funcionamento intelectual, acadêmico, social e emocional. O exame médico é de extrema importância para esclarecer possíveis causas semelhantes.

O processo diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e outros adultos que de alguma maneira interagem de maneira rotineira com a pessoa que está sendo avaliada. Diagnósticos apressados e equivocados poderão deixar pessoas mal educadas ficarem à vontade para serem mal educados, sob o pretexto de que estão dominados pelo TDAH, assim facilitando a aceitação do seu comportamento não convencional.Um diagnóstico correto poderá ajudar elevar sua concentração, superar problemas de relacionamento, ajudá-la na orientação evitando assim envolvimentos com a delinquência.

Muitos pais demoram muito a procurar ajuda ou não aceitam um diagnóstico de hiperativo, por achar que é coisa de idade, que toda criança é agitada e isso irá passar. Porém, quando o distúrbio demora a ser diagnosticado, a partir de sua puberdade, pode procurar as drogas, álcool, a fim de superar suas dificuldades em adaptar-se à vida.

Para fazer um diagnóstico, é necessário um psiquiatra, que deverá fazer um rol de perguntas com os pais e pessoas do seu convívio como professores, empregados e outros que mantêm contato com o suposto hiperativo. De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), Eletroencefalograma, Mapeamento Cerebral, Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética evocada não podem fornecer este diagnóstico.

Segundo Goldstein (1994), um diagnóstico minucioso da hiperatividade na infância deve incluir um histórico da família e do desenvolvimento do seu filho. As informações do histórico relativas a outros problemas que a família teve, os métodos para impor a disciplina, ou sinais precoces de temperamento difícil, as lembranças dos pais sobre os acontecimentos da vida da criança, são fundamentais para o diagnóstico.

Essa coleta de dados deve incluir: Histórico, Inteligência, Personalidade Desempenho escolar, Amigos, Disciplina e comportamento em casa, Comportamento em sala de aula. É importante para os pais entenderem que não há nenhum resultado ou observação isolada que confirme ou exclua o diagnóstico de hiperatividade em uma criança.Durante o processo de avaliação do filho, os pais são consumidores que estão comprando conhecimentos, informações e opinião. Eles tem o direito de a mais que um simples rótulo ou cinco minutos de explicação em relação a natureza do problema e sua solução (GOLDSTEIN, 1994. p. 47).
            Ainda segundo Goldstein (1994), o objetivo da avaliação não é classificar seu filho ou decidir sobre o tratamento em particular e que o diagnóstico de hiperatividade não implica que qualquer tratamento isolado pode solucionar todas as dificuldades da criança em todas as situações, pois a maioria dos problemas vivenciados por uma criança hiperativa não pode ser evitado, porém, eles podem ser eficientemente administrados.

Afirma Borges (1997), que crianças com todas as características da hiperatividade são comumente avaliadas como tendo um comportamento normal por alguns médicos pediatras, quando não são observados traçados anormais no encefalograma, descartando-se assim a presença da hiperatividade e que esta conduta pode ocasionar muitos equívocos, pois perde-se tempo precioso de atendimento a muitas crianças que poderiam estar sendo devidamente acompanhados, evitando-se que comportamentos inadequados instalem-se de forma definitiva.

Referindo-se a essa questão Goldstein & Goldstein (1994.p. 78- 9) ignorar esses primeiros sinais de hiperatividade representa um erro por parte dos pais e de nossa comunidade médica e clínica. Embora uma intervenção precoce possa não curar a hiperatividade ou temperamento difícil, ela pode representar um grande passo no sentido de minimizar a extensa lista de problemas secundários desenvolvidos por uma criança hiperativa.     O processo que a criança pelo qual será avaliado para se pesquisar um possível diagnóstico de hiperatividade deve incluir cinco etapas:

  1. A primeira etapa: aplicação de um questionário bem elaborado para os pais e professores. Entretanto, os questionários não fazem diagnósticos, apenas descrevem os comportamentos;
  2. A segunda etapa envolve a coleta de informações objetivas e científicas relativas ao comportamento e as deficiências de habilidades da criança. Ela inclui a observação do comportamento em sala de aula e um teste direto com a criança;
    3. A terceira etapa envolve uma avaliação cuidadosa da criança em vários ambientes;
                4. A quarta é mais importante, pois é quando se considera, cuidadosamente, se os sintomas refletem ou não algum distúrbio emocional, de aprendizagem ou clínico. 
  1. TRATAMENTO DA HIPERATIVIDADE

O tratamento envolve uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicossociais e psicofarmológicas, no âmbito das intervenções psicossociais, o primeiro passo deve ser educacional, através de informações claras e precisas à família a respeito do distúrbio. Muitas vezes, é necessário um programa de treinamento para os pais, a fim de que aprendam a manejar os sintomas dos filhos. É importante que eles conheçam as melhores estratégias para o auxilio de seus filhos na organização e no planejamento das atividades.

Intervenções no âmbito escolar também são importantes. As intervenções escolares devem ter como foco o desempenho escolar. Nesse sentido, os professores deveriam ser orientados para a necessidade de uma sala de aula bem estruturada, com poucos alunos. Rotinas diárias consistentes e ambiente escolar previsível ajudariam a essas crianças a manterem o controle emocional. Estratégias de ensino ativo que incorporem a atividade física com o processo de aprendizagem são fundamentais. As tarefas propostas não devem ser demasiadamente longas e necessitam ser explicadas passo a passo. É importante que o aluno com TDAH receba o máximo possível de atendimento individualizado, ele deve ser colocado na primeira fila da sala de aula, próximo à professora e longe da janela, ou seja, em local onde ele tenha menor probabilidade de distrair-se.

Muitas vezes, as crianças com TDAH precisam de reforço de conteúdo em determinadas disciplinas. Isso acontece porque elas já apresentam lacunas no aprendizado no momento do diagnóstico, outras vezes, é necessário um acompanhamento psicopedagógico centrado na forma do aprendizado, o tratamento psicomotor pode estar indicado para melhorar o controle do movimento. Existem muitos medicamentos que podem ajudar a melhorar os sintomas do TDAH. O remédio atua corrigindo o desequilíbrio químico nos neurotransmissores, que no caso são responsáveis pela regulação do humor da atenção e do controle do impulso.

Em 1913, Bradley descobriu casualmente o efeito das anfetaminas, num grupo heterogêneo de crianças internadas num centro de tratamento utilizando a benzedrina, que é um estimulante. De acordo Wender (1980), algumas delas tinham desordens de comportamentos que incluíam desabilidades educacionais específicas, problemas agressivos. Havia uma melhora significativa no desempenho escolar em metade das crianças. Uma grande proporção delas tornou-se emocionalmente controlada.

Desde os anos 40 muitos tipos de medicamentos têm sido experimentados no tratamento do TDAH. Estimulantes como as anfetaminas (Benzedrina e Dexedrina) metilofenidrato (Ritalina), o permolina (Cylert), a cafeína e o deanol têm sido muito utilizado. Hoje, prescreve-se o metilofenidato ou ritalina em 90% dos casos.Se a ritalina é ingerida ás oito horas, às dez horas da manhã, o efeito então diminui durante as quatro hortas seguintes e maior parte de sua capacidade de melhorar o comportamento hiperativo desaparece entre o meio dia e as duas da tarde. GOLDESTEIN & GOLDESTEIN (1994, p- 213).

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