Resumo

A hiperatividade é um distúrbio de comportamento que faz parte da realidade de muitas crianças, professores e pais. Este artigo tem por objetivo relatar o que é hiperatividade, qual sua definição e suas características. Esta pesquisa justifica-se por descrever conhecimentos referentes a esse distúrbio que está cada dia mais presente no cotidiano escolar e familiar. O problema que a motivou é a busca de informações que explicitem a definição deste distúrbio, para que pais e professores possam adquirir conhecimentos sobre ele.

  1. INTRODUÇÃO 

            Este trabalho tem por objetivo relatar o que é hiperatividade, qual sua definição e suas características. Esta pesquisa justifica-se por descrever conhecimentos referentes a esse distúrbio que está cada dia mais presente no cotidiano escolar e familiar. O problema que a motivou é a busca de informações que explicitem a definição deste distúrbio, para que pais e professores possam adquirir conhecimentos sobre ele.

Baseando -se que as crianças portadoras do distúrbio Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no contexto familiar e escolar e sua repercussão na dificuldade de aprendizagem. Sabe-se em geral que se associam as dificuldades na escola e no relacionamento com as demais crianças, pais e professores.

            Os autores que deram embasamento teórico para este artigo são: Goldstein (1996), Borges (1997), Roucek (1973), Patt (1991), Wallon (1971), Silva (2004), Melvin (1990), Kaippert et al, (2003 ) e Lewis &Wolkmar (1993).

  1. DEFINIÇÃO E HISTÓRICO DA HIPERATIVIDADE

O termo hiperatividade refere-se a um dos distúrbios de comportamento mais frequentes na idade escolar caracterizado por um nível de atividade motora excessiva e crônica, déficit de atenção e falta de auto-controle. De acordo com Goldstein (1996), em diversos momentos do século XX, tem-se referido a tais crianças como acometidas de inquietação, falha de controle moral, disfunção cerebral mínima, distúrbio pós-cefálico, reação hipercinético da infância, distúrbio de falta de atenção e distúrbio de atenção por hiperatividade, e mesmo que os rótulos tenham mudado o mesmo não acontece com o problema o qual permanece ao longo dos anos. Mesmo tendo sido conhecido desde o último século, e sido estudado exaustivamente, ainda hoje não se conhecem as causas concretas que ocasionam esse problema.

Acredita-se que a causa mais provável é a hereditariedade e que a doença atinge mais meninos que meninas. Não tem cura, mas pode ser controlada desde a infância, e o problema atenua-se na adolescência, e quando isso não acontece esses indivíduos tornam-se, adultos instáveis e depressivos com tendência a marginalidade.

Conforme Borges (1997), o comportamento agitado da criança que antes era tolerado pela família passa a ser inconcebível quando ela inicia a escolarização, por ser a escola o primeiro espaço estruturado e com regras de comportamento e regras. É a escola que geralmente encaminha essas crianças aos consultórios médicos e psicólogos, tentando enquadrá-las no esquema de ensino e aprendizagem, pois as dificuldades da criança tende a se acentuar na escola, porque ela se mostra excessivamente ativa, demonstrando dificuldade a motivação, e a capacidade de esperar, também tende a acentuar o mau rendimento escolar ocasionando mudança de escola e até evasão escolar.

Para Roucek (1973), quando os pais e professores declaram que a criança é desatenta estão referindo-se que a mesma criança não presta atenção, é descuidada, não é observadora, é distraída ou é negligente, sem grande preocupação significativa. Observa-se, também, que muitas crianças com alguma das características da síndrome são consideradas e tratadas como hiperativos, e que crianças com hiperatividade não são tratadas. De acordo com a literatura especializada, para ser considerada hiperativa uma criança deve manifestar certo número de comportamento em pelo menos seis meses. Um diagnóstico minucioso da hiperatividade na infância deve incluir oito tipos de informações: histórico, inteligência, personalidade, desempenho escolar, amigos, comportamento na sala de aula, consulta médica (Goldstein, 1992, p.43).

 Segundo Patt (1991), a criança hiperativa é sempre candidata ao fracasso escolar, pois seu comportamento é turbulento e suas dificuldades de aprendizagem fogem à norma escolar e ao que é esperado de um bom-aluno.

Ressalta Wallon (1971), que é preciso compreender que por trás da descarga impulsiva existe a expressão das necessidades múltiplas da criança que reclama de afeto ajuda e compreensão. Silva (2004), em sua monografia, acredita que as escolas deixam muito a desejar, confundindo TDAH com indisciplina e destaca que a sala de aula deve ser organizada e estruturada, e que o professor deve estar preparado para receber uma criança portadora de TDAH e a avaliação deve ser freqüentemente e imediata, procurando valorizar o potencial e as habilidades da criança.

Afirma Melvin (1990) que o quadro de hiperatividade é mais freqüente em crianças primogênitas e que o estresse e transtorno psiquiátrico na família aumentam o risco do aparecimento dos sintomas do TDAH.O tratamento é multidisciplinar e compreende conversas com a criança e a família, consultoria escolar, mudanças ambientais e medicação.Em casos leves o distúrbio pode ser tratado apenas com terapia e reorientação pedagógica, e em casos graves necessitam de tratamento com medicamentos que deve durar até a adolescência. Informa Goldstein (1996) que pais de crianças hiperativas devem possuir uma compreensão realista dos tratamentos médicos e não médicos adequados, e que não existe cura, porém, pais e educadores, podem encontrar formas para ajudá-los a serem bem sucedidos.

Nem sempre os pais admitem que o filho seja hiperativo, muitos acham que a criança é esperta e está sempre interessada em novidades. É importante que os pais busquem terapia para adquirirem informação e apoio, diminuindo assim o sentimento de frustração e isolamento que atinge à família. É aconselhável que os pais não se prendam demasiadamente ao problema da hiperatividade da criança, faz-se necessário um descanso, ocupando-se de outras atividades prazerosas a fim de amenizar o desgaste emocional que é uma constante na vida familiar, como também incentivar a criança a participar de projetos de seu interesse contribuindo, assim, com uma melhoria na concentração.

O papel da escola é fundamental na observação da criança hiperativa, pois geralmente ela costuma nos intervalos se meter em brigas, ou brincar quase sempre sozinha, tenta chamar atenção ou se comporta como se fosse alienada.  As meninas que sofrem da doença são mais distraídas, falam demais ou simplesmente se isolam. Os meninos não conseguem manter amizades por muito tempo são agitados e interrompem a aula constantemente. Na idade escolar, a criança hiperativa começa a se aventurar no mundo e já não tem à família para agir como amortecedor. O comportamento, antes aceito como engraçadinho ou imaturo, já não é tolerado... Ela precisa agora aprender a lidar com regras a estrutura e os limites de uma educação organizada e seu temperamento simplesmente não se ajusta muito bem as expectativas da escola (GOLDSTEIN, 1996, p.106).

                 Um dos fatores que mais dificultam o rendimento escolar da criança hiperativa é o déficit de atenção, pois todo momento na classe sua atenção é requisitada pelos colegas e professores. Se a criança hiperativa tem dificuldades de atenção, toda sua aprendizagem pode estar comprometida. Sua atenção é flutuante, pois qualquer ruído ou movimento a impede de concentrar-se no que começou a fazer. A criança não consegue memorizar bem e tudo que aprendeu deve ser ensinado no dia seguinte. Quanto mais o professor: “exige a atenção, mais aumenta a tensão emocional e se reduz sua capacidade de prestar atenção” (BORGES, 1997, p.88).

  1. CARACTERÍSTICAS DA HIPERATIVIDADE

            As características do TDAH aparecem bem cedo para a maioria das pessoas, logo na primeira infância. O distúrbio é caracterizado por comportamentos crônicos, com duração de no mínimo seis meses, que se instalam definitivamente antes dos sete anos. De acordo com Sam Goldstein (2006) o TDAH é classificado de quatro formas:

Forma Hiperativa/Impulsiva – É caracterizada por pelo menos seis do seguintes sintomas, em pelo menos dois ambientes diferentes:

  • Dificuldade em permanecer sentada ou parada;
  • Corre sem sentido ou sobe excessivamente nas coisas;
  • Inquietação, mexendo com as mãos e/ou pés, ou se remexendo na cadeira
  • Age como se fosse movida a motor “elétrica”;
  • Fala excessivamente;
  • Dificuldade em engajar-se em uma atividade silenciosamente;
  • Responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente;
  • Interrompe freqüentemente as conversas e atividades alheias;
  • Dificuldade em esperar sua vez (fila, brincadeiras).Sabe-se que a criança com esta forma do distúrbio tem grande dificuldade de seguir regras mesmo entendendo e conhecendo as regras propostas.

Forma Desatenta – a criança apresenta pelo menos seis das seguintes características:

  • Dificuldade em manter a atenção;
  • Distrai-se com facilidade, “vive no mundo da lua”;
  • Não enxerga detalhes ou comete erros por falta de cuidado;
  • Parece não ouvir;
  • Dificuldade em seguir instruções;
  • Evita/não gosta de tarefas que exigem um esforço mental prolongado;
  • Dificuldade na organização.Ressaltamos que as crianças desatentas têm dificuldades de se concentrarem em tarefas e prestar atenção se comparados com os colegas, em sala de aula tem grandes dificuldades de focalizar e manter a atenção de forma apropriada comprometendo assim o aprendizado.
  • Freqüentemente perde ou esquece objetos necessários para uma atividade;
  • Esquece rápido o que aprende.

Forma Combinada ou Mista – é caracterizada quando a criança apresenta os dois conjuntos das formas hiperativa/impulsiva e desatenta. Existem ainda outros critérios que devem ser levados em conta, tais como:

  • Persistência do comportamento há pelo menos seis meses. Início precoce (antes dos 7 anos);
  • Os sintomas têm que ter repercussão na vida pessoal, social ou acadêmica;
  • Tem que estar presente em pelo menos dois ambientes;
  • Frequência e gravidade maiores em relação a outras crianças da mesma idade;
  • Idade de 5 anos para diagnóstico;Tipo não específico – a pessoa apresenta algumas características, mas em número insuficiente de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. Esses sintomas, no entanto,desequilibram a vida diária.Como afirma Kaippert et al, (2003 ), na idade escolar, crianças com TDAH, apresenta uma maior probabilidade de repetência, evasão, baixo rendimento acadêmico e dificuldade emocionais e de relacionamento social, e pessoas que apresentam sintomas de TDHA na infância têm uma maior probabilidade de desenvolver problemas relacionados com comportamento.

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