Hã?!

       Quer conhecer melhor as vontades de Deus? Então, esqueça a desobediência de Eva e a fraqueza de Adão; esqueça a orgia de Sodoma e Gomorra; esqueça o motivo que levou Abraão a separar Isaac de Ismael e seus outros irmãos; esqueça a esperteza de Jacó e a fome de Esaú; esqueça o coração duro dos reis que ocupavam Canaã e a teimosia do Faraó no Egito; esqueça a desobediência dos Israelitas e a tirania de Nabucodonosor; esqueça os fariseus, os saduceus, os sacerdotes , os anciãos e os doutores da Lei; esqueça a traição de Judas e a fraqueza de Pedro; até mesmo a tormenta dos 1.260 dias, pois os porquês, são para os que não alcançam que tudo foi assim,  porque assim Deus determinou. Pare de bloquear a mente e de confundir as determinações de Deus com as trapaças do diabo, porque este não tem o poder de penetrar no coração nem transformar os preceitos do espírito humano. Deixe cair o véu! Se Deus é o dono do projeto e está no comando do destino das nações, por que deixaria o tachado de inimigo mudar Seus planos? Até porque o mesmo disse: “... Não vou dar para outro a minha glória...” (Isaías 42:8). Não esqueça que foi Ele quem idealizou, planejou e deu vida às criaturas para cumprirem a História prescrita sob seu controle. Procriou homens, tribos e nações e lhes traçou destinos; lhes deu a impressão de serem donos de seus rumos, mas limitou liberdades como: “ai daqueles...” Criou o instinto obsceno, mas molestou o lascivo. Criou cérebros para a obstinação de Eva e Adão; para a fraqueza de Caim diante de Abel; implantou a obediência em Abraão para ofertar Isaac e ir à terra prometida e, a dureza de afastar de Isaac o filho de Agar (Gn 21:8-21) e os seis filhos de Cetura (Gn 25:1-6); induziu Rebeca e Jacó a escarnecerem Esaú e, obstinou o Faraó a pelejar com Moisés. Com a mesma obstinação, vitimou: fariseus, saduceus, sacerdotes, anciãos, Judas Iscariotes, doutores da Lei, cananeus, amorreus, filisteus, semitas... E na História mais recente, Rítler, destinado a extinguir os judeus.      

       Muita gente não alcança que, os estímulos que os movem foram pensados, planejados e implantados pelo Criador, de maneira a diferenciar comportamentos distintos para a distribuição das tribos e futuras nações. Dentre muitos fatos a refletir, apenas dois pontos bastam para fiar a reflexão. O primeiro é quando Ele diz a Abraão: “Saiba com certeza que seus descendentes viverão como estrangeiros numa terra que não será a deles. Aí nessa terra eles ficarão como escravos e serão oprimidos durante quatrocentos anos...” (Gn 15:13). E o segundo é quando Ele diz à Rebeca: “Em seu ventre há duas nações, dois povos se separam em suas entranhas. Um povo vencerá o outro, e o mais velho servirá ao mais novo” (Gn 25:23).

       Não se contente só com pregações, que nem sempre seriam aprovadas por Cristo e por Deus. Quando sentir sede de Deus, busque você mesmo o livro da Fonte. Não fique entregando seus rumos a interpretações de terceiros. Você corre o risco de ser mais um cego guiado por outro cego. Se você entregar para os outros a responsabilidade do entendimento, está deixando de ser merecedor da Graça e de ouvir os sussurros de Deus. A sua sede é sincera quando você mesmo busca.

       Cristo, para entender, teve que ouvir o Pai: “... Porque eu não falei por mim mesmo. O Pai que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. E eu sei que o mandamento dele é a vida eterna. Portanto, o que digo, eu o digo conforme o Pai me disse” (Jo 12:49 e 50).  Para pregar, Ele teve que compreender de forma clara. Em dúvida, Ele não poderia ensinar. Assim também somos nós, se não entendermos de forma clara, como nos orientar? 

       Ellen G. White, no seu livro, A GRANDE ESPERANÇA, alerta: “Na Idade Média, reservava-se ao clero o direito de interpretar a Bíblia... e ainda hoje, multidões são instruídas a aceitar os ensinos bíblicos conforme interpretados por sua religião”, e continua: “Devemos formar opiniões por nós mesmos, visto que teremos de responder por nós mesmos diante de Deus...”; e mais: “... eles ensinam que a palavra de Deus tem um significado secreto e místico, que está além da clara linguagem do texto. Estes são falsos mestres”. E sobre isso Paulo alerta: “Esses homens mostram grande interesse em vocês, mas a intenção deles não é boa” (Gálatas 4:17). Portanto, acorde, desmame, saia do bê-á-bá para não permanecer como aqueles a quem Paulo também adverte: “... vocês se tornaram lentos para compreender. Depois de tanto tempo, vocês já deviam ser mestres...” (Hebreus 5:11 e 12). Lembre-se que lobos em pele de cordeiros há, e você pode está entregando o seu rumo espiritual àqueles a quem Deus disse: “Esse povo se aproxima de mim só com palavras, e somente com os lábios me glorifica, enquanto o seu coração está longe de mim...” (Isaías 29:13 e Mateus 15:8).