Guerra da Vacina BolsoDória, com cheiro de pólvora

Félix Maier

O Presidente Bolsonaro voltou a ser o Bolsonaro dos velhos tempos, com linguajar de boteco do cuspe grosso, comemorando a suspensão, feita pela Anvisa, dos testes da coronavac chinesa do Instituto Butantã, o Butantã que o Governador João Doria diz ser proprietário, só pensando em 2022. Que vitória foi essa, Presidente, se a suspensão é temporária, até o esclarecimento da morte em questão?

Replicar tuíte de outro, de frases realçadas por asteriscos (*), sem checar os dados com a própria Anvisa e sem pensar nas consequências desse ato pueril, seria uma idiotice em grau supremo ou loucura sem cura? Tertium non datur: não há terceira opção.

Para completar o glorioso dia 10 de novembro de 2020, depois de chamar de "maricas" os que têm medo da Covid-19, e dizer a platitude de que um dia todos morreremos, Bolsonaro prometeu pólvora se saliva não funcionar no caso da cobrança internacional sobre as queimadas na Amazônia, com possíveis retaliações econômicas contra o Brasil. Parece ter se referido a Joe Biden, que fez ameaças veladas durante sua campanha presidencial, neste ano. Os marines devem ter ido dormir preocupados.

Que tiro foi esse, Presidente Bolsonaro? Haverá pólvora para quantos tiros de festim?

Até parecia o fanfarrão presidente da Argentina, Leopoldo Galtieri, enfrentando no gogó a Dama de Ferro na Guerra das Malvinas.

Claro, o Amapá continua engolido por longo apagão, mas isso parece não preocupar nosso Presidente.

Fica aí mais um caso para a psicanálise, envolvendo The Good President, uma analogia que fiz em artigo, comparando nosso Presidente com o autista The Good Doctor.

P. S.:

Haverá os que me chamarão de traidor, de melancia, do diabo - como alguém disse que agora eu apoio o "pedófilo Biden", por ter criticado Trump e Bolsonaro em não aceitarem o resultado das urnas dos EUA.

Banana para esses babacas!

No dia em que eu não tiver liberdade para apoiar os acertos do Presidente Bolsonaro e criticar suas cagadas, melhor seria eu me recolher a um silêncio covarde.

Em tempo: entre Doria, Haddad, Moro e Bolsonaro, é claro que fecharei 2022 com Bolsonaro. Esperando que ele lave mais vezes a boca suja e preencha a cabeça com assuntos importantes, não com bobagens.