Guarda-chuvas viram clipes
Por RENATA CABRAL COUTINHO DE OLIVEIRA RIBEIRO | 29/03/2010 | Filosofia
É uma teoria: Os guarda-chuvas viram clipes.
Explico para quem ainda não entendeu:
Todo mundo já perdeu um guarda-chuva.
Todo mundo já achou clipes.
Ninguém nunca achou guarda-chuvas nem perdeu clipes.
Logo, guarda-chuvas viram clipes...
Nossa! Que chegou a essa constatação deve observar o mundo de uma forma diferente e especial... Eu não conseguiria sozinha. O meu marido (ou ex, ainda não tenho certeza) disse: “Mas os clipes são bem menores que os guarda-chuvas...”. Acho que ele não entendeu bem a metamorfose.
Um amigo disse que eu devo ter tomado vinho na hora do almoço quando falei da teoria. Por quê? Viajar é preciso...
Outro amigo comparou a um teste feito por um cientista: o da aranha.
É assim:
O cientista solta uma aranha e fala: - Aranha, anda!
E a aranha anda...
O cara pega a aranha, arranca uma das pernas e a solta novamente. De novo, ele fala: - Aranha, anda!
E a aranha anda...
O cara pega novamente a aranha, arranca outra das pernas e a solta novamente. E, de novo, fala: - Aranha, anda!
E a aranha anda...
E assim continua até arrancar a última das pernas da aranha...
Quando a solta pela última vez, fala: - Aranha, anda!
E a aranha não anda!
Conclusão da experiência?
A aranha sem as pernas fica môca! (ou desobediente!)
Preciso descobrir essas coisas... Às vezes só vemos o óbvio em tudo. Onde está a subjetividade, a possibilidade, o mundo das fantasias. Onde está Alice no País das Maravilhas? O somatório dos elementos lógica e anti-lógica a produzir um sabor especial? “É como se você dissesse que ‘vejo o que como’ é a mesma coisa que ‘como o que vejo’. – Ou o mesmo que dizer que ‘gosto de tudo o que tenho’ é o mesmo que ‘tenho tudo o que gosto’”. Quem é você? Quem eu sou?
Preciso ver que o desenho do chapéu amassado, de O Pequeno Príncipe, é uma jibóia a digerir um elefante.
Preciso entender essas coisas. Observar, contemplar, tomar conhecimento íntimo.
Renata Cabral
29/03/2010