Cada vez que ouço o silêncio do seu olhar,

gritar bem de dentro

e forte do meu coração,

sinto ele chorar,

como raios,

relâmpagos,

o mais assustador trovoar,

sangrando dentro de meu peito

 como vulcão em erupção,

queimando meu corpo,

e destruindo minha pele,

e por mais que nela nada se revele,

nem um passado da vida,

passado,

que já foi a muito soterrado,

que não mais em meu corpo brilha,

sinto a dor lacerante que dele vem a me corta.

E vou revendo minha história,

com derrotas,

lutas,

trajetórias,

refaço minha trilha

e encontro poucas vitorias,

tão poucas que em uma mão posso enumerar,

porém todas grandiosas,

todas que me fizeram mudar.

Contudo,

o passado é um filme chato,

que incomoda,

nos faz chorar,

gritar de medo,

pois foram em outros momentos,

com tristes devaneios

que aconteceram;

e por terem sido cometidos,

e por nós admitidos,

em todo universo são divulgados,

ainda muitos nos julgam,

acoitam,

somos os piores condenados,

por isso, quando contemplo

o seu olhar de silêncio,

e vejo a sua tentativa de esquecimento

 vivo meus piores tormentos,

então sofro de dor,

e contemplo em seus olhos

este triste momento,

ser um morto-vivo,

vivendo em um solitário sofrimento.

12/02/2014

Lázaro Souza