GRITOS DA ALMA (capitulo do poema "ALMAS DESNUDAS')
Publicado em 12 de fevereiro de 2014 por Lázaro POETA NEGRO Souza
Cada vez que ouço o silêncio do seu olhar,
gritar bem de dentro
e forte do meu coração,
sinto ele chorar,
como raios,
relâmpagos,
o mais assustador trovoar,
sangrando dentro de meu peito
como vulcão em erupção,
queimando meu corpo,
e destruindo minha pele,
e por mais que nela nada se revele,
nem um passado da vida,
passado,
que já foi a muito soterrado,
que não mais em meu corpo brilha,
sinto a dor lacerante que dele vem a me corta.
E vou revendo minha história,
com derrotas,
lutas,
trajetórias,
refaço minha trilha
e encontro poucas vitorias,
tão poucas que em uma mão posso enumerar,
porém todas grandiosas,
todas que me fizeram mudar.
Contudo,
o passado é um filme chato,
que incomoda,
nos faz chorar,
gritar de medo,
pois foram em outros momentos,
com tristes devaneios
que aconteceram;
e por terem sido cometidos,
e por nós admitidos,
em todo universo são divulgados,
ainda muitos nos julgam,
acoitam,
somos os piores condenados,
por isso, quando contemplo
o seu olhar de silêncio,
e vejo a sua tentativa de esquecimento
vivo meus piores tormentos,
então sofro de dor,
e contemplo em seus olhos
este triste momento,
ser um morto-vivo,
vivendo em um solitário sofrimento.
12/02/2014
Lázaro Souza