Uma das grandes virtudes que aprendi a exercitar em minha vida foi a de demonstrar a gratidão, de forma especial para quem me confiou algo! Estamos inseridos na sociedade ‘da correria sem fim’, que acaba nos escravizando e fazendo com que sejamos criaturas mesquinhas, muitas vezes agindo com frieza, mesquinhes e fazendo o cálculo daquilo que traz vantagem pessoal. Essa forma de agir, no afasta do sentimento chamado de gratidão!

A gratidão, quando entendida em sua essência, torna-se luz, esperança e fornece uma espécie de revigoramento ao espírito. Quem é um ser grato, parece que tem radiação de luz, vive de forma mais leve e transmite inclusive a aura de paz. E, na dinâmica do contraditório, a fata desta gratidão gera a amargura, ressentimento e a perda do encanto e da alegria em encontrar nas coisas simples e pequeninas do viver, a oportunidade de poder rejuvenescer a própria alma!

Toda essa dimensão faz parte dos que são amantes e simpáticos às boas filosofias do viver. Quem não as conhece poderá imaginar ser algo patético e enfadonho! Nestas poucas linhas escritas, desejo enaltecer uma história ligada com um Jornal semanal, do interior de Santa Catarina, na cidade de Capinzal, onde por vinte anos consecutivos tive uma pequena coluna de opinião na página dois. Foram quase mil artigos escritos levando-me a compreender a dinâmica da gratidão. Essa virtude ficava ainda mais intensa, sobretudo ao visitar a minha Terra Natal, Capinzal, SC e ao encontrar assíduos leitores que felicitavam, agradeciam e comentavam a respeito de meus escritos.

Dentre os leitores, sempre podemos mencionar o leitor número um, por incrível que venha parecer, este era a minha mãe, com seus oitenta e dois anos, exercia um ritual: esperar chegar à quarta-feira, pela tardezinha recebia este Jornal em sua caixa de correio, pois havia grande vontade para fazer a leitura atenta ao seu conteúdo!

Gestos como estes, levam-me a entender e saborear o sentido da gratidão! Aliás, no contexto histórico de como comecei os meus escritos, deverei dizer que serei uma criatura que será eternamente grata ao convite feito pelo Padre Luizinho, da Ordem dos Capuchinhos e o Diretor deste Jornal, Ademir Bellotto (in memoriam) que ao lançar este importante meio de comunicação para a comunidade local, chamaram-me para contribuir com uma coluna semanal de opinião. 

Posso escrever, com a visão que hoje tenho, dentro da espiritualidade, o eterno amigo, Ademir Bellotto, encontra-se na dimensão espiritual em um “Novo Lar”, está desfrutando dos regozijos desta sua ação benéfica, motivadora e iluminada que proporcionou entusiasmo, paz, sabedoria e bons fluídos a tantas criaturas de inúmeras criaturas do Meio Oeste Catarinense, ou seja, Capinzal e grande Vale do Rio do Peixe.

De fato, quando me debruçava, nas tardes de domingo escrevendo os artigos, nos primeiros tempos, não tinha a noção que passaria a adentrar na mente, no espírito e proporcionando momentos de reflexão e crescimento intelectual para tantos, aliás, este crescimento foi recíproco, tanto para este que escrevia, quanto ao leitor que fez a leitura atenta na busca de evolução!  

Essa dimensão me proporciona júbilo, engrandecimento e gratidão tendo consciência que devo continuar a evoluir, pois a máxima do filósofo Sócrates, “só sei que nada sei” é um estimulo para que viver ainda mais focado na humildade, ter menos arrogância e ser grato por tantas dádivas recebidas nesta existência.

            Desde o início dos anos dois mil, realizou-se um casamento com o Jornal A Semana, não apenas por um prêmio recebido, mas, por termos criado um vínculo emanado por inúmeros subterfúgios, como o invólucro com os leitores, funcionários, inclusive com a estação da rádio local, chamada de Rádio Capinzal FM, emissora da qual este meio jornalístico era vinculado.

            Grande parte de meus sentimentos foram transformados em escrita e publicados em forma de ‘artigo de opinião’, busquei transcrever a forma como penso o mundo e a vida. E, começo a sentir saudades, pois a interação era proativa; aliás, devemos rememorar apenas o que traz engrandecimento! O que não foi bom, a vida foi me ensinando que devo esquecer, uma vez que não irá ajudar em minha evolução.

            Neste primeiro artigo de despedida deste Jornal, pois terá apenas mais quatro edições, quando irá encerrar suas atividades, registro para a posteridade: eterna gratidão ao Jornal A Semana!

Noutro momento, nesta contagem regressiva, tentarei, caso a emoção seja controlada, escrever um pouco mais sobre minhas memórias a respeito deste Jornal!