Resumo

O desenho faz parte do desenvolvimento de qualquer ser humano, independentemente de sua idade. Muitas vezes, o desenho não é visto como atividade importante na escola, o que acaba desvalorizando e limitando o seu espaço como atividade fundamental para o desenvolvimento cognitivo e também emocional da criança. Este artigo aborda aspectos ao desenho na educação infantil. Objetivo descrever a importância da arte como ferramenta principal na aprendizagem e criatividade da criança. Método revisão integrativa da literatura. Os resultados mostram que A forma como é desenvolvida a arte na educação infantil deveria ser muito bem repensada e valorizada por todos os governantes, sejam eles Federal, Estadual, Municipal ou, ainda, das Escolas Particulares. Muitas instituições ainda trabalham com um ensino tradicional da arte, disponibilizando cópias de imagens xerocadas para as crianças pintarem, ou incentivando retratos estereotipados. Conclusão: o ato de desenhar não se trata apenas de um gesto mecânico, cada movimento tem um significado simbólico. O desenho para a criança é um modo muito prazeroso de expressar-se entre o real e o imaginário.

  1. introdução:

Muitos pedagogos, psicólogos e arte-educadores buscaram conhecer melhor e entender, sob diferentes enfoques, a estética do grafismo infantil. Evidentemente a criança precisa encontrar-se imersa em um ambiente no qual o lápis e o papel, por exemplo, sejam parte do “kit de ferramentas” culturalmente disponibilizado a ela e em efetivo uso por parte dos membros mais experientes do seu meio social.

Sabe-se que o primeiro estudo brasileiro que se referiu à nomenclatura utilizada por Vygotsky para caracterizar as etapas do processo de (co) laboração do desenho como sistema semiótico é o livro Imaginação e linguagem no desenho da criança da Profª. Drª. Sueli Ferreira, baseado em sua dissertação de mestrado defendida na Unicamp (1998). A estética do grafismo infantil deve referir o estudo das condições de produção e efeitos da criação gráfico-plástica infantil.

Suely opta, em seu livro, por traduzir as quatro etapas às quais se refere Vygotsky respectivamente por: (1) Escalão de esquemas; (2) Escalão de formalismo e esquematismo; (3) Escalão da representação mais aproximada do real e (4) Escalão da representação propriamente dita.

Muitos estudiosos do grafismo infantil, como: Analice Dutra Pillar, Piaget, Lev Vygotsky entre utros reconhecem haver determinadas fases, etapas ou períodos que são comuns aos sujeitos em processo de apropriação do desenho enquanto sistema de representação. 

Quase consensual, sobretudo entre profissionais que se ocupam da prática da alfabetização (como pedagogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos), que as crianças, nos momentos iniciais de seu aprendizado formal da escrita, tentariam plasmar, nos caracteres ortográficos de seus enunciados escritos. CHACON(2008). 

Essa complexidade parece resultar do fato de que o sujeito, ao iniciar o seu contato formal com a escrita, além de, naturalmente, estabelecer relações entre informações que traz de sua inserção em práticas de oralidade e em práticas de letramento (desenvolvidas dentro e fora do contexto escolar), vê-se às voltas também com múltiplas possibilidades de inter-relação entre diferentes aspectos da língua e da linguagem. 

A analisa os erros relacionados às dificuldades advindas da organização do próprio sistema ortográfico e procura observar os processos e as estratégias utilizadas pelos aprendizes durante o período em que estão adquirindo a escrita, os chamados erros contextuais e arbitrários (Morais, 1995, 2002; Guimarães, 2005; Miranda et alii, 2005) 

Por meio do desenho livre a criança desenvolve noções de espaço, tempo, quantidade, sequência, apropriando-se do próprio conhecimento, que é construído respeitando seu rítmo. Tendo essa concepção de respeito ao rítmo individual de cada criança que as escolas e creches estão sendo alicerces para estimulá-las a desenhar, pois os profissionais acreditam que essa atividade artística é parte importante tanto Para o desenvolvimento infantil, como para o conhecimento dos alunos. 

outra que interpreta os erros com base na relação existente entre a fala e a escrita inicial, os erros motivados foneticamente (Mollica, 1998); e, por fim, a que pretende, através de análises qualitativas e da exploração de dados singulares, captar as manifestações do conhecimento fonológico infantil, evidenciando aspectos de sua construção (Abaurre, 1988, 1991, 1999; Varella, 1993; Cunha, 2004; Cunha e Miranda 2006; Miranda, 2006; Adamoli, 2006). 

Para adquirir a linguagem, é algo inerente a todos os seres humanos. Uma criança aos cinco anos de idade já faz uso proficiente de sua língua materna, sem que fosse necessário que alguém a tivesse ensinado. Nesse sentido é coerente pensar que as crianças, ao chegarem à escola, já têm pleno domínio da sua língua e, por isso, o professor deve compreender que não vai ensinar a língua a seus alunos, mas sim um sistema de representação que é a língua escrita. OLIVEIRA, et al. (2007). 

Nesse processo de aquisição da escrita, vão ocorrer alguns “vazamentos” desse conhecimento lingüístico construído pela criança desde seus primeiros contatos com a língua, os quais podem ser observados em erros que envolvem tanto aspectos segmentais como prosódicos. MIRANDA, (2008) 

A idéia de possíveis “vazamentos” parece ser apropriada uma vez que, durante a aquisição da escrita, se observa um processo extremamente complexo que, entre outras coisas, permite à criança a tomada de consciência a respeito do conhecimento tácito e inconsciente relativo à gramática da sua língua, a competência no sentido chomskiano do termo. Essa linha de estudos não é nova. Abaurre (1988, 1991, 1999). 

Já o conhecimento sobre a língua diz respeito àquele conhecimento consciente, ou seja, a possibilidade de pensar sobre ela. Podemos incluir aqui qualquer ação que envolva a descrição e a análise de fenômenos linguísticos, relacionados, por exemplo, à estrutura de sílaba, de frase, de texto, etc. 

 Nesse sentido, torna-se possível o estabelecimento de relações entre a escrita espontânea e as   representações fonológicas 

 subjacentes, a partir da discussão de resultados obtidos em decorrência da análise dos dados da produção escrita das crianças. 

Se, antigamente, o desenho não tinha qualquer relevância, ou seja, era visto como uma linguagem num sentido mais restrito, atualmente, por meio de pesquisas na área, percebe-se que buscar entender o grafismo infantil é uma forma de entender a própria criança e o seu emocional. De acordo com Montenegro (2004), a criatividade pode ser definida como o somatório da imaginação, realização, expressão e construção. A infância é considerada por todos uma fase feliz. Nesse momento se criam novos mundos a partir de desenhos ou de modelagem plástica. 

Estudos realizados por Oliveira, et al. Mostra alguns rerros comuns de linguagem das crianças. A palavra ‘táxi’, embora seja uma palavra muito comum, forma a qual os moradores de cidades têm fácil acesso, foi grafada pela criança como ‘taquisi’. É uma forma suscetível de erro por ser uma palavra emprestada de outra língua. A criança pode ter cometido tal erro, influenciada pela oralidade. No entanto, não conseguiu representar [‘taksi], pois grafou apenas um ‘s’, onde, neste caso, para representar o fonema /s/, teria de utilizar o dígrafo ‘ss’, seguindo a norma ortográfica. 

Um professor de séries iniciais deve ter bem clara essa diferença entre o conhecimento da língua, que todos os seus alunos têm, e o conhecimento sobre a língua, o qual o professor deve levar seus alunos a construírem. ao refletir sobre a importância do desenho, o seu desenvolvimento e a sua interpretação, cabe pensar que a criança é um ser completo e ao tomar posse do papel, ela nos mostra sua realidade e o produto dessa realidade que está repleto de sentimentos. 

Até recentemente , não se tinha notícia do interesse de qualquer editora do país em adquirir os direitos de publicação em língua portuguesa do ensaio psicológico no qual Vygotsky aborda a problemática da construção do sistema semiótico do desenho - publicado em língua espanhola sob o título La Imaginación y el arte em la infância (Vygotsky, 1982). 

No período dos rabiscos certamente não se pode falar de atividade representacional stricto sensu por parte da criança. A intenção de Vygotsky no livro é demonstrar as interrelações entre imaginação criadora e criação artística infantil conforme elas se apresentam e podem serobservadas ao longo particularmente de três formas de expressão estética na escolarização (Literatura, Teatro e Artes Visuais/Desenho). Vygotsky discute ali a constituição social de uma importante função psíquica cultural: a imaginação criadora. Seu objeto de estudo não é o grafismo infantil em si, mas, sobretudo as relações entre a imaginação criadora e a criação artística em geral da criança (Japiassu, 2001). 

A aquisição do conhecimento da língua pela criança revela a plasticidade de um processo que pode ser observado a partir dos sinais de reestruturação das representações subjacentes, à medida que as crianças adicionam e descartam regras às suas gramáticas ainda em construção. MIRANDA, (2008b) 

Habilidades de processamento fonológico em crianças com dificuldades de leitura e escrita. O pensamento vigente é o de que nenhuma das terminologias disponíveis, no momento, parecem suficientes para situar o leitor no âmbito dos saberes já historicamente constituídos sobre o grafismo e, ao mesmo tempo, fornecer-lhe acesso à perspectiva da psicologia sócio-histórica, e de sua teoria histórico-cultural da atividade CHAT, no que tange a abordagem ao desenho como sistema cultural de representação semiótica. CHACON, (2008). 

A nomenclatura aqui apresentada deve servir ao propósito de sintetizar – sem reducionismos – a complexidade dos pontos de vista enredados nas abordagens à estética do grafismo infantil. O desenho pode contribuir no processo ensino aprendizagem de crianças, estimulando a criatividade e a liberdade de pensar. O desenho pode ser uma ferramenta muito importante neste processo, sendo ele um motivador na aprendizagem. ANDRADE et al (2007). 

Representação do desenho que parece de fundamental importância ser levado ao conhecimento do(a) professor(a) da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental.            Somando-se a isso, o que se conhece até aqui, em língua portuguesa, a respeito da “etapização” da expressão psicográfica infantil formulada por Vygotsky resulta de traduções livres – a bem da verdade “traduções da tradução” do russo para o espanhol. APIASSU (2004). 

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