Governo militar no Brasil

O governo militar ocorreu no Brasil nos anos de 1964 a 1985. Este período é conhecido também pela época em que o país viveu sob regime ou ditadura militar, ou seja, um golpe de estado, instaurado após a queda de poder do presidente João Goulart. Quando se fala em governo militar, logo se remete a ditadura (época marcada pela censura, tortura e repressão no país, entre outros acontecimentos), deixando suas marcas negativas na memória de muitos cidadãos no Brasil. Mas, sob o aspecto político e econômico, as opiniões de alguns autores e especialistas no tema divergem. Ao assumir o poder em 1964, o governo militar não possuía um projeto de desenvolvimento para a crise instaurada no país, mas um plano de “ajuste”, o chamado PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), que obteve como resultados a concentração de renda e o aumento da dívida externa. Entre os anos de 1968 a 1973 aconteceu o “milagre econômico”, tendo como principais pontos a serem ressaltados: o grande crescimento econômico, inflação moderada, concentração de renda, investimentos estrangeiros, ampliação e criação de estatais em mineração, petróleo e petroquímica, eletricidade e comunicação (construção de hidrelétricas (Itaipu), usinas Angra I e II, entre outras obras. Os resultados alcançados neste período, muito provável, tenham sido facilitados pelo cenário da economia externa e com prejuízos à classe trabalhadora. Porém, se os governantes continuassem com o Plano de metas, talvez o país tivesse conseguido melhores resultados, e os trabalhadores não teriam sofrido as consequências na era militar, pois os ricos ficaram mais ricos e os pobres ficaram mais pobres. Um tempo marcado pelos atos institucionais (decreto realizado pelos militares para legitimar suas decisões) que representavam o fechamento completo do sistema político e a implantação da ditadura e também a restrição de forma drástica da cidadania dando poder à repressão policial militar. O argumento utilizado pelos militares era de que o país precisava de reconstrução econômica, financeira, política e moral para enfrentar de maneira imediata os problemas que dependessem da restauração da ordem interna no país e do prestígio internacional de nossa Pátria. No entanto, para alcançar estes objetivos, o governo militar que durou praticamente 21 anos no Brasil, utilizou meios que eram desfavoráveis aos mais pobres, como o controle rigoroso dos salários, restrição ao direito do voto, participação popular e violência aplicada aos que se opunham. Atualmente, alguns falam que a volta da ditadura seria a solução para muitos problemas no país, como a corrupção e a violência. A corrupção com certeza existia nos tempos de regime militar, menos evidenciada, já a violência, esta sim, muito presente neste período. Para os que não viveram esta época, ficou a imagem e a marca de um tempo ruim, mesmo com ressalvas de alguns aspectos positivos de desenvolvimento econômico em alguns períodos, pois, quando o regime militar acabou os problemas conhecidos pelos brasileiros continuavam: inflação, desemprego, entre outros. O exercício de um governo fora do modelo da democracia, é desfavorável para um cidadão, pois, na democracia temos os direitos civis, políticos e sociais garantidos, como a liberdade de expressão, direito ao voto, e acesso às condições de moradia, saúde, educação, transporte, entre outros.