Aprendi a gostar da solidão
Aprendi a gostar de ficar só
Do mesmo jeito
Que tem gente que aprende a gostar de jiló
E saboreia
Sem fazer cara feia
Come sem sentir seu gosto amargo
Ou se sente não deixa transparecer.
Pois então!
Eu aprendi a gostar da solidão!
Nos primeiros anos
Ela é amarga como jiló
Mas o tempo vai passando
E você vai ficando só
E vai se acostumando com o seu gosto
E ela vai fazendo parte do seu cardápio de vida
E você vai precisando dela
Para alimentar o seu ser
E mesmo sem querer
Você vai ficando dependente
E de repente!
Você já não quer mais dividir o seu espaço
Já não quer mais dividiro o seu colchão
Nem o controle da televisão.
Aí então
A solidão
De jiló passa a ser laranja
Não tão doce feito mel
Porém nem tão amarga como fel.