Gestão Escolar, democracia e qualidade do ensino – Portfólio Lazer e Recreação

Autor: Elionai Dias Soares Professor de OMF / Anatomia Humana – Cesmac / AL

Aluno de Educação Física – Claretiano / SP

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instagram: @soaresbikefit

Descrição da atividade

Na obra do autor Vitor Henrique Paro denominada Gestão Escolar, democracia e qualidade do ensino, apresentada no Capítulo 2, há uma profunda discussão nas entrevistas praticadas sobre Democracia. A partir dos enunciados dos professores que participaram dessa pesquisa, trabalhe dois pontos centrais.

1) O que se pode observar quanto a questão da Democracia e da qualidade do ensino? Qual a visão dos educadores? Quais os pontos levantados e discutidos por eles em que a democracia estava presente e são importantes a partir do universo escolar?

2) Faça uma análise pessoal, a partir do texto “Teoria versus Pratica”, em que duas visões de chocam: uma, a dos educadores frente a realidade de seu cotidiano escolar; outra, a dos teóricos, que pregam novas reflexões a partir de seus estudos acadêmicos. Poste sua atividade no Portfólio.

 

Resposta da atividade

PARTE 1:

O material estudado tem por base pesquisa do autor (PARO, 2007) sobre a questão do ensino democrático e qualidade do ensino. O propósito central do seu trabalho foi colher informações (pesquisa qualitativa) a respeito da devida coerência entre os discursos dos educadores e a prática docente no cotidiano escolar. Nesta direção, o texto expõe os resultados em forma de reflexões sobre a estrutura organizacional e didática da escola fundamental, mas com ênfase nos aspectos éticos, políticos e pedagógicos.

Pode-se observar, nos relatos apresentados, que a escola deve pautar-se pela realização dos objetivos nas dimensões individual (saber necessário ao autodesenvolvimento do educando); e social (formação do cidadão e sua contribuição na sociedade para a liberdade de “viver bem”). Assim, o ponto primordial levantado nesse universo escolar é a abordagem da democracia, com sentido mais elevado de mediação entre a construção e exercício da liberdade social.

Um dos pontos levantados no estudo foi o da qualidade de ensino atrelada ao tradicionalismo conservador, onde a educação seria passível de ser medida pela quantidade de informações transmitidas e absorvidas pelo educando, expressas por meio de resultados mensuráveis e numéricos, em testes e exames. Por outro lado, também foi demonstrado que o processo educativo verdadeiramente eficaz envolve a interação entre sujeitos livres e idealmente desenvolvidos na escola, se configurando como a educação para a democracia, condição fundamental para a qualidade do ensino.

No entanto, vale ressaltar que quando se levanta reflexões sobre a qualidade do ensino, há dificuldades dos educadores pesquisados em se expressar. De maneira geral, tendem a relacionar tal qualidade com capacidade que o educando possui de reprodução do conteúdo lembrado em provas e exames. Dessa forma, é latente como muitos professores transferem para a escola atual os moldes antigos de quando eram estudantes. Assim, em uma forma de reminiscência nostálgica, elencam como fator de qualidade o estilo tradicional e conservador, menos flexível e pouco tolerante ao debate, reflexão e multipluralidade. Com isso, sobre o tópico ensino democrático, observa-se os extremos de concepções. Essa variação transita desde o entendimento da mais completa permissividade escolar até o entendimento pautado no moralismo, com regras rígidas, impondo limites à própria democracia de ensino.

Com relação ao tipo de educação mais adequada, houve relatos de que a escola precisa resgatar a socialização primária que a família tenha omitido. Para alguns professores entrevistados, a educação integral é aquela que forma o cidadão além das necessidades focadas para o mundo do trabalho. Porém, ainda assim, foi levantando a questão de que não se pode afirmar com segurança que os alunos de hoje tenham objetivos parecidos com aqueles de gerações anteriores, em relação ao que a escola pode lhes oferecer. Nesse interim, demonstra-se que o fim da educação escolar não se resume ao preparo do educando para o mundo capitalista do trabalho, ou ainda, para o próximo nível escolar. Pelo contrário, salienta-se sobre a apropriação da cultura, por parte do educando, moderado pelo docente, na aquisição de conhecimentos, valores, crenças, artes, filosofia e ciência. Desta forma, a democracia e qualidade de ensino, contribuirão para a formação do cidadão em sua dimensão individual – como sujeito e autor, portador de vontade e escolha; e dimensão social – um ser de convivência livre e coletiva.

PARTE 2:

Ao considerar o texto “Teoria versus Prática”, constata-se, de maneira geral, o choque entre as visões dos educadores, frente a realidade de seu cotidiano escolar, em relação às concepções teóricas dos educadores. No entanto, as análises qualitativas demonstram que a coerência entre prática e teoria está diretamente relacionada com o entusiasmo do professor pelo trabalho docente a ser realizado. Nos resultados de suas pesquisas, há ainda que se observar que a prática e a teoria estarão menos distantes, tanto mais for a adesão do professor à concepção de ensino pautado na democracia.

Desta forma, as reflexões sobre função social da escola e do ensino democrático atrelados à qualidade de ensino continuam em aberto. Os elementos indispensáveis e interdependentes na compreensão da educação para a democracia (formação intelectual; informação moral; educação do comportamento), são objetos de estudos constantes. Assim, a desconsideração desses aspectos pode ser considerada uma das causas do fracasso de mudanças educacionais, pois como alegou Arroyo (1996), “não adianta gerir democraticamente estruturas antidemocráticas, estruturas excludentes”.

Finalmente, pode se afirmar que a democracia é fundamental como meio para a construção da liberdade do indivíduo, por fazer parte da herança cultural. Com isso, compõe-se a confluência entre o indivíduo singular e o social, sendo componente incontestável de uma educação de qualidade.

Referências:

ARROYO, M. Educação básica de Jovens e Adultos, Escola Plural. Secretaria Municipal de Educação de Belo Horizonte, 1996.

GAIA, C.; FERREIRA, E. R. A. Fundamentos e métodos da gestão escolar. Batatais: Claretiano, 2013. Unidade 3.

PARO, V. H. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo, Ática, 2007. Capítulos 1 e 2.