GERENCIAMENTO DE CUSTOS APLICADA A EMPRESA DE SEGMENTO ALIMENTÍCIO NA CIDADE DE FORQUILHA – CE.

 

Raimundo Saraiva de Souza Neto[1]

Iully Maria Pessoa Vasconcelos[2]

Rogeane Morais Ribeiro[3]

 

 

Resumo: Em um ambiente marcado por acirrada disputa de mercado, o gerenciamento de custos surge como instrumento que pode colaborar para que as empresas consigam assegurar a vantagem competitiva. Leone (1981) relata que a contabilidade de custos hoje se refere às atividades de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão de todos os tipos, desde as relacionadas com as operações repetitivas até as de natureza estratégica, não repetitivas, e, ainda, ajuda na formulação das principais políticas das organizações. Nesse contexto, o objetivo deste artigo é identificar as práticas de gestão de custos adotadas pela empresa do segmento alimentício Saraiva Lanches e Confeitaria da cidade de Forquilha/CE. Para o alcance deste, foi realizado um levantamento bibliográfico dos modelos de gestão de custos, estratégias, benefícios e desvantagens. Os resultados demostraram que a gerência da empresa estudada não tem muito conhecimento sobre como aplicar a gestão de custos, por isso há um descontrole e falta de monitoramento nas ações que envolvem uma boa gestão de custo. Quanto à metodologia adotada, esta pesquisa classifica-se como descritiva, bibliográfica, com caráter exploratório. Tendo como finalidade identificar a gestão de custos adotada por uma empresa do segmento alimentício, assumiu-se um cunho qualitativo.

Palavras-Chave: Gestão de Custos. Custos. Segmento Alimentício.

1 INTRODUÇÃO

Com um mercado cada vez mais competitivo, a busca constante por minimizar os custos dentro das empresas se faz necessário para que possam proporcionar preços menores que a concorrência, como a mesma qualidade e respeito aos consumidores.  Diante deste cenário a importância de se trabalhar a gestão de custos nas organizações se tornou um diferencial em busca de uma maior fatia de mercado.

Os consumidores foram se tornando mais exigentes, quer com o preço quer com a qualidade. Em um contexto de competição de escala global, as empresas viram suas margens diminuírem, obrigando-as a aumentar a produtividade, a reduzir custos e a introduzir alterações nos produtos. (FERREIRA, 2007; SOUZA, 2014).

O aumento da renda e do emprego decorrente do aquecimento do mercado, os serviços de alimentação fora do lar crescem mais rápido do que o varejo tradicional de comida (supermercados), contudo, isso passa a ser uma oportunidade de negócios para novos investidores tornando assim uma competição acirrada no setor, entre os já existentes no mercado com os novos concorrentes cada vez mais presentes.

De acordo com a revista Anuário Brasileira de Alimentação (2013), no Brasil o consumidor que hoje gasta na alimentação fora do lar, algo em torno de 31% da sua alimentação, passará para prováveis 37% até o final de 2014. Para 2020, as projeções sinalizam que o brasileiro gastará 45%, proporcionando um crescimento de 57 milhões de refeições para 80 mil refeições por dia, segundo dados publicados na revista Anuário Brasileiro da Alimentação Fora do Lar de 2013.

O Custo Gerencial, embora não objetive desrespeitar as leis, não está vinculado a elas. Compromete-se com a eficiência pela redução dos gastos, através de estudos e análises voltados para as mudanças de processos, gestão financeira adequada e para o atendimento de questões especiais relacionadas com a logística do atendimento correto aos clientes. No passado, muitas empresas viam a contabilidade de custos como um mal necessário, que tinha como objetivo apenas o de atender as exigências contábil-fiscais, deixando de ser explorada como ferramenta gerencial, devido à deficiências, principalmente relacionadas com agilidade e confiabilidade das informações, que consequentemente perdiam a utilidade como ferramenta de gerenciamento e tomada de decisão (BRIMSON, 1996; LEONE, 2000).

Isto posto, com o surgimento de novos concorrentes cada vez mais competitivos uma maneira de que a empresa não possa ser abalada pelos novos concorrentes é tornando-a ainda mais competitiva e com grande destaque no mercado, é tornar os preços de seus produtos ainda mais acessíveis, no entanto, sem abalar a margem de lucro da empresa. Uma estratégia para se tornar competitiva no mercado é reduzir os custos da produção analisando e utilizando métodos da gestão de custos que se adequem melhor à empresa, que são eles: custeio por absorção, custeio pleno e custeio variável.

A adequada utilização do método de custeio para identificar os níveis de gastos de um produto ou mesmo de toda organização, verificando a adequação dos preços de venda que são praticados, é fundamental para a manutenção da saúde dos negócios.

Ciente que todo o conhecimento em relação à gestão de custos, aplicando-se de maneira correta e coerente, pode impulsionar o crescimento da empresa em questão, tornando-a mais competitiva no cenário do disputado mercado de alimentação. Portanto, ao realizar uma boa gestão de custos, isso implicará no aumento da lucratividade proporcionando naturalmente o desenvolvimento da empresa possibilitando a necessidade de efetuar novas contratações, oportunizar a qualificação dos colaboradores e gerar receita garantindo maior rotatividade na economia local.

Diante do contexto surgiu o seguinte questionamento: Qual dificuldade encontrada pelas empresas em adotar estratégias de custos para permanência no mercado tão competitivo? Quais as práticas de gestão de custos utilizadas por empresas do segmento alimentício?

O presente trabalho tem como objetivo geral identificar as práticas de gestão de custos adotadas pela empresa pesquisada, no contexto de sua aceitação como necessárias ao atual ambiente de mercado.

A estrutura desse artigo é composta por uma introdução; conceitos de custos; metodologia da pesquisa; análise dos dados e considerações finais.

2  CUSTOS

 

Nas empresas da atualidade as mudanças de comportamentos e de processos são o foco principal de um planejamento estratégico elaborado e postos em praticas para o desenvolvimento e crescimento destas organizações. Pois uma excelente gestão de custo tem como comprometimento e objetivo maximização dos lucros, para uma eficácia contundente na conquista da liderança em custos.

A contabilidade de custos surgiu com o advento do sistema produtivo, ou seja, com a Revolução Industrial, na Inglaterra, no final do século XVIII, reconhecendo que muitas práticas e teorias contábeis são muito antigas, aproximadamente no século XIV, quando pequenas empresas industriais foram fundadas do progresso comercial da Itália, Inglaterra e Alemanha.

A contabilidade de custos organiza-se em termos de sistema de acumulação de dados, critérios de avaliação e apropriação dos custos aos seus produtos/serviços para produzir relatórios que satisfaçam as exigências dos diversos usuários. (BEUREN, 1993; ABRUCIO, 2003).

Com o avanço acelerado da tecnologia da informação a Contabilidade busca desempenhar um papel estratégico, onde as variáveis externas necessitam ser monitoradas a seu impacto na entidade avaliado, tendo em vista sua continuidade e seu desenvolvimento, sejam quais forem a sua natureza jurídica e seus objetivos. O processo administrativo não pode mais ser tratado como um conjunto de decisões, refletindo papel passivo, que apenas reage a eventos externos e produzem informações cuja preocupação são eventos passados.

A contabilidade de custos acabou por passar, nestas últimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante arma de controle e decisão gerenciais. Atualmente estas não são mais o principal determinante do preço que estabelecem, uma vez que os preços praticados pelo mercado é que o determinarão. (DALF, 1999; BIO, 1996).

Em função de se tornarem mais competitivas, faz-se necessário compreender alguns conceitos básicos. A ideia de investimentos compreende, geralmente, os gastos com a obtenção de bens de uso de uma empresa; custo significa os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção ou prestação de serviços; despesas são os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços da área administrativa, comercial e financeira, que direta ou indiretamente visam à obtenção da receita; desembolso é a entrega de numerário antes, no momento ou depois da ocorrência dos gastos. (RIBEIRO, 2011; DIEL, 2007)

Existem várias definições para custos, alguns são de fundamental importância para o melhor entendimento de nossa pesquisa, sempre mencionando a visão de grandes autores no que diz respeito a custos. Uma adequada gestão de custos eficiente pode contribuir para o gerenciamento eficaz de qualquer organização. E como qualquer disciplina de determinada ciência, a gestão de custos também possui terminologias próprias para denominar as partes que compõem o seu conjunto. Logo, para um melhor entendimento e andamento do trabalho em questão, julga-se necessário apresentar as terminologias próprias da gestão de custos.

2.1 Custeio Direto ou Variável

As empresas atuais precisam de uma administração adequada de demonstração contábil para basear suas tomadas de decisão quanto às políticas de preço, vendas, estoque, produção, financiamento e expansão a todos e quaisquer elementos ligados a sua gestão.

Portanto custo direto visa a maior flexibilidade a determinação de preço de venda e do lucro da empresa, separando sempre as despesas de fabricação de administração e de vendas.

Sabe-se que o custeio direto ou variável consiste em considerar como custo de produção do período apenas os custos variáveis incorridos. Já os fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção/serviços, não são consideradas como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do período. No entanto, o custo dos produtos vendidos e os produtos acabados só conterão custos variáveis. (ROSSETTI, 2002; CALLADO, 2005)

Os defensores do custeio variável afirmam que os custos fixos estão mais estreitamente relacionados com a capacidade de produzir do que com o volume de produção, e que qualquer rateio deste aos produtos (ou as atividades) é subjetivo e altamente questionável.  Logo, no custeio direto, só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o resultado, para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis. (VERGARA 2004; KRAEMER, 2000).

Em relação a custos fixos não existe um padrão de rateio por haver uma relação maior com a capacidade de produzir do que com o volume de produção. Os custos variáveis são alocados diretamente aos produtos e no resultado final.

O custeio variável está alicerçado na apropriação de todos os custos variáveis – diretos ou indiretos – aos portadores finais dos custos fundamentados na relação entre esses e o grau de ocupação da entidade. Todos os custos de fabricação fixos são excluídos dos custos inventariáveis: eles são custos do período em que ocorreram. (KOLIVER, 2000; SOUZA, 2010)                                                                                      

O método de custeio variável é um instrumento de grande utilidade para a gerência em sua função de planejamento das operações, consiste na apropriação somente dos custos variáveis dos produtos, tornando assim a empresa mais competitiva.

2.2 Custeio por Absorção

 

O custeio por absorção se caracteriza pela apropriação de todos os custos do ciclo operacional interno aos portadores finais dos custos. Em outras palavras, resulta na apropriação de todos os custos das funções de fabricação, administração e vendas dos bens e serviços produzidos, sejam eles diretos ou indiretos. Custeio por absorção é o método de custeio de estoque em que todos os custos, variáveis e fixos, são considerados custos inventariáveis. Isto é, o estoque “absorve” todos os custos de fabricação.

 O custeio por absorção é o método que consiste em atribuir aos produtos fabricados todos os custos de produção, quer de forma direta ou indireta. Assim todos os custos, sejam eles fixos ou variáveis, são absorvidos pelos produtos. (HORNGREN, et. al., 2000; MEGLIONE, 2000).

O sistema de custeio por absorção faz o levantamento de todos os custos da área de fabricação. Os custos diretos apoderar-se mediante apontamento de forma objetiva e os custos indiretos são apropriados através de rateio, entre os critérios mais utilizados temos o equilíbrio ao valor da matéria-prima, ao valor da mão-de-obra direta, número de horas-homem, horas-máquinas.

O custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade e é, no Brasil, adotado pela legislação comercial e pela legislação fiscal. Por conseguinte, para que se tenha um bom esclarecimento de sobre custeio por absorção, é diferenciar claramente custos e despesas. As despesas são incorporadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto apenas os custos ligados aos produtos vendidos obterão o mesmo tratamento.

As principais vantagens estão no fato de que os resultados pelo custeio por absorção sejam aceitos para a preparação de demonstrações contábeis de uso externo; e para obtenção de soluções de longo prazo, normalmente são recomendadas as informações do custeio por absorção. (CREPALDI, 2002; PILZ, 2010; SILVA, 2010)

A principal distinção existente no uso do custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto que apenas os custos relativos aos produtos vendidos terão o mesmo tratamento. 

 

 

2.3 Custeio por Atividade (ABC)

 

O ABC um mapa econômico das despesas e da lucratividade da organização baseado nas atividades organizacionais. Um sistema de custeio baseado em atividades oferece às empresas um mapa econômico de suas operações, revelando o custo existente e projetado de atividades e processos de negócios que, em contrapartida, esclarece o custo e a lucratividade de cada produto, serviço, cliente e unidade operacional. É uma abordagem que analisa o comportamento dos custos por atividades, estabelecendo relações entre as atividades e o consumo de recursos, independentemente de fronteiras departamentais, permitindo a identificação dos fatores que levam a instituição a incorrer em custos nos seus processos de oferta de produtos e de atendimento a mercados e clientes. (COOPER, 1998; KAPLAN, 2001).

O sistema de custeio ABC permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os objetos de custos. Nele, os custos tornam-se visíveis e passam a ser alvos de programas para sua redução e de aperfeiçoamento de processos, auxiliando, assim, as organizações a tornarem-se mais lucrativas e eficientes.

A competitividade é passível de ser aplicada, em setores e nas empresas ou até mesmo ao produto nesse sentido, percebe-se que a competitividade está ligada ao mercado, levando-se em conta a posição atual da empresa e sua capacidade de competir não só em curto prazo, mas principalmente em longo prazo, o que irá ao encontro de cenários estratégicos. (VARIAN, 2000; TROSTER, 1999)

As organizações envolvidas no mercado altamente competitivo terão que precificar seus produtos e serviços minuciosamente para que não haja erros que possam comprometer a existência da empresa, o ABC contém ferramenta estratégica que auxilia com precisão a permanência no mercado desta empresa. Logo, o que se espera da exatidão dos números obtidos é a eficiência no processo de decisão; diferente de quando falamos de acurácia, que nos sugere a eficácia na comunicação desses mesmos processos. (VARIAN, 2000; TROSTER, 1999)

A metodologia ABC surgiu como uma solução para as novas necessidades da indústria moderna, através de seu método de identificação e custeamento das atividades de maior relevância para a empresa e do foco dado aos custos indiretos de produção. No entanto, a desconsideração às peculiaridades dos custos fixos e o volume de trabalho exigido para a implantação do método devem ser observados pelo gestor na hora da escolha do critério a ser utilizado.

 

3 GESTÃO DE CUSTO

Nas últimas décadas, fruto do crescimento da tecnologia da informação e dos países populosos a concorrência de um mercado globalizado, profundas mudanças têm ocorrido no “modus operandi”, nas estratégias e nas práticas gerenciais das organizações, com reflexos na gestão de custos do empreendimento (HOFER, 2006).

O Custo Gerencial, embora não objetive desrespeitar as leis, não está vinculado a elas. Compromete-se com a eficiência pela redução dos gastos, através de estudos e análises voltados para a mudança de processos, gestão financeira adequada e para o atendimento de questões especiais relacionadas com a logística do atendimento correto aos clientes.

A Gestão de Custos tem como finalidade a produção de informações para usuários internos, especificamente na coleta, mensuração, classificação e relatando informações que serão úteis aos gestores auxiliando no planejamento, controle e tomadas de decisões. Custos-padrão é parâmetro projetado para as unidades de produtos, correspondendo aos custos dos recursos das atividades produtivas planejadas para o período estabelecido. O custo-padrão é elaborado por um conjunto de setores que envolvem desde o planejamento até a fabricação propriamente dita e tem como base as informações de consumo de matérias-primas, mão-de-obra, materiais secundários e outros custos, para cada produto elaborado (ATKINSON, 2000; HANSEN, 2001).

Quando se trata de gestão de custo é necessário relembrar que a contabilidade de custo começou a surgir e ganha importância depois da revolução industrial, pois antes disso não se fazia necessário. Hoje mais do que nunca monitoramento e controle na busca por melhores resultados se faz continuamente para minimizar os custos e proporcionar melhores preços para seus consumidores com isso se tornando uma ferramenta competitiva com intuído de ganhar a maior fatia possível de mercado (ROCHA, 1999; BORGES, 2014).

Atualmente todas as empresas trabalham a gestão de custos até para controle de seus estoques em buscar de aperfeiçoar seus resultados. Quanto maior for a intensidade sobre a concorrência, melhor será para o desenvolvimento de novas estratégias em busca de um sistema de custos que lhe permita conhecer diretamente seus custos e a partir desse pressuposto encontrar soluções vantajosas diante de seus concorrentes. É preciso agir com segurança e rapidez para que o concorrente não venha sobre sair das estratégias adotadas pelas empresas.

3.1 Estratégia de Custos

A GEC (Gestão Estratégia de Custos) é um processo direcionado à melhoria contínua e à criação de valor para o cliente e que isso é possível por analisar não apenas os processos em que há agregação de valor por parte da empresa, mas na cadeia de produção como um todo. A finalidade principal é fornecer as informações de que as empresas necessitam para proporcionar valor, qualidade e oportunidade que os clientes desejam (QUESADO, 2007; PRADO, 2004).

Na GEC a análise é vista sob um contexto mais amplo do o tradicional processo de avaliação do impacto financeiro das decisões gerenciais, e que nela os elementos estratégicos se tornam mais conscientes, explícitos e formais. Numa exposição mais analítica, enfatiza que a GEC, numa visão mais abrangente implica em análises que incluem o ambiente externo da empresa, ou seja, em toda sua cadeia de valor, o que implica na análise dos custos dos fornecedores, clientes e consumidor final.  Portanto, considera todas as fases e oportunidades de redução de custos e de aumento da competitividade. Com as novas visões técnicas de gestão e a crescente competitividade do mercado globalizado, a contabilidade de custos também teve que focar-se na estratégia empresarial, dando surgimento à contabilidade estratégica de custos. (ROCHA, 1999; SHANK, 1995)

Gestão estratégica de custos trata de uma análise observada sob um contexto mais amplo, elementos estratégicos se tornam mais conscientes, explícitos e formais. A análise de custos é vista tradicionalmente como o processo de avaliação do impacto financeiro das decisões gerenciais.

As informações fornecidas pelo departamento contábil da empresa normalmente são usadas para estabelecer estratégias tendo como foco a obtenção da vantagem competitiva, ou seja, a criação de um valor melhor para o cliente por um custo igual ou mais baixo que aquele oferecido pelos competidores (GOVINDARAJAN, 1997; MOWEN, 2001; PAIVA, 2004).

Para uma empresa atingir os seus objetivos, precisa de uma estratégia consistente, pois apenas ter uma estratégia simplificada não consegue obter resultados positivos para a empresa. A formulação da estratégia deve ser baseada com maior número de informações possíveis do mercado alvo, para que com isto possibilite a empresa na formação do preço de venda que seja capaz de ser captado pelo seu publico alvo.

4 METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica, com caráter exploratório. Sua finalidade foi identificar as praticas de gestão de custos adotados por empresas do segmento alimentício.

Os dados por ocorrerem em seu habitat natural, precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu estudo propriamente dito. Com caráter exploratório, trabalha sobre dados ou fatos colhidos da própria realidade. (RAMPAZZO, 2005)

Quanto à natureza, a pesquisa atual é caracterizada como diagnóstico. De acordo com Roesch (2009), a pesquisa diagnóstica explora o ambiente organizacional, reportando-se a uma situação, em um momento definido, e pode ser utilizada em todas as áreas da empresa. A qual tem a finalidade de mostrar como estão caracterizadas as várias formas de pesquisa aplicadas neste tipo de trabalho. Assim, serão utilizados neste estudo os seguintes tipos de pesquisa: quanto ao objetivo, descritiva; quanto aos procedimentos, quanto à abordagem do problema, qualitativa.

Baseado ainda em pesquisa qualitativa compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tendo por objetivo traduzir e expressas o sentido dos fenômenos do mundo social, reduzindo a distância entre o indicador e o indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação. (NEVES, 1996)

A aplicação da entrevista foi realizada na empresa Saraiva Lanches e Confeitaria, localizado na Avenida Criança Dante Valério, Centro, Forquilha no Estado do Ceará, situada a 220 km de Fortaleza, com dois gestores da empresa.  Realizou-se um estudo dos dados obtidos por meio de entrevista com o Diretor Geral e o Gerente Administrativo e Financeiro da empresa, analisando esses dados para melhor interpretação.

Segundo Neves (1996), Pode-se entender por entrevista, em geral, aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa, e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativo fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do informante.

Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.

A entrevista foi aplicada no dia 18 de dezembro de 2014, com 16 perguntas abertas e fechadas, para obtenção dos objetivos a serem realizados. Os dados primários foram coletados por meio de aplicação de entrevista, com o objetivo de coletar dados junto aos gestores responsáveis pelo controle financeiro. Já os dados secundários foram obtidos através de pesquisa bibliográfica – livros, artigos e entre outras publicações sobre o assunto, assim como informações da própria instituição.  

A respeito dos procedimentos, o presente trabalho caracteriza-se como uma analise de vários setores da organização, haja vista a realização de um estudo enraizado num único escopo. O propósito, com esse tipo de pesquisa, é de relacionar a teoria com a prática.

Com a metodologia aplicada nesta pesquisa pode-se levantar algumas questões sobre a implantação do método de custeio na empresa, dentre elas está à possibilidade de criação de um sistema de controle da quantidade de serviço realizada pelos funcionários da empresa de forma individual. Esse controle auxiliaria na melhoria da alocação dos custos indiretos.

 Essa metodologia também possibilitou compreender quais os geradores da demanda dos recursos e a sua estrutura de custos. Sendo assim, a gestão baseada em atividades permitirá melhorar a viabilização de investimentos, tornando possível o desenvolvimento de diferenciais para suprir a demanda do mercado e as necessidades dos clientes, aperfeiçoando assim, a gestão dos recursos, para que empresa possa obter os retornos esperados.

 

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

                   Para melhor compreensão do objetivo da pesquisa que é de identificar as práticas de gestão de custos adotadas pela empresa pesquisada, no contexto de sua aceitação como necessárias ao atual ambiente de mercado.

                   Partindo deste princípio de estudo a pesquisa seguiu duas frentes de pesquisa, que são elas: conhecer o nível de conhecimento gestores sobre gestão de custo e acompanhamento e controle de custos.

A Gestão de Custos tem como finalidade a produção de informações para usuários internos, especificamente na coleta, mensuração, classificação e relatando informações que serão úteis aos gestores auxiliando no planejamento, controle e tomadas de decisões. (HANSEN, 2001)

A pesquisa mostrou que os gestores desta organização, não possuem um conhecimento aprofundado sobre gestão de custo. E que por sua vez isso atrapalha no controle de despesas que impossibilita pensar em investimentos. 

 Neste sentido é preciso ressaltar que uma das habilidades de um administrador de sucesso é saber identificar e controlar seus custos/ despesa, muitas empresas sejam elas porte: pequenos, médios e grandes conseguem alcançar seus objetivos por um planejamento estratégico, incluindo neste planejamento todos os custos e sua rentabilidade. O conhecimento e o domínio das técnicas de apuração de custos são fundamentais para um gerenciamento eficiente e eficaz visando a perenização de uma empresa.

Sobre a definição de decisão, LEONE (2000, p.277) destaca o seguinte: “Decisão é o processo de análise e escolha entre as alternativas disponíveis de cursos de ação que a pessoa deverá estabelecer parâmetros para tais análises”.

O controle de custos da empresa geralmente é feito pelo diretor proprietário calculando todas as despesas que se tem para se fabricar um produto de uma maneira superficial e precifica de acordo com o preço do concorrente.

O controle de custos tem por finalidade o fornecimento de informações que contribuem para auxiliar no setor administrativo auxilia na lucratividade da empresa de acordo com o seu planejamento adequado. Para que uma empresa tenha um bom desempenho com o controle de custos, é preciso de uma analise muito rigorosa em todos os setores da empresa, já que o controle de custos não está somente ligado com a produção. (OLIVEIRA, 1996)

O Planejamento Estratégico de Custos age dentro da empresa de forma a rastrear pontos de falhas de desempenho e/ou eficiência nas operações realizadas por cada departamento e por fim na produção geral da empresa. (OLIVEIRA, 1996)

Quem define a estratégia da empresa é a alta administração que tem como objetivo elaborar cursos de ações a serem seguindo levando em consideração o ambiente em que atua, bem como todas as variáveis ambientais.

Neste ponto referente a planejamento estratégico de custo a empresa não possui e os gestores não tem o mínimo de conhecimento do que seja essa ferramenta da gestão de custo.

Toda organização toma decisões rotineiras cabendo ao administrador o dever de fazer as escolhas que serão necessárias para a continuidade da organização no mercado, competindo e dando o retorno esperados para empresa. Ao tomar como base de decisões dados gerados dentro da empresa, o tomador de decisões tende a reduzir o risco por considerar que suas políticas denominam o caminho a ser seguido pela organização. (SHANK; GOVINDARAJN, 1995)

    Acompanhamento de custos trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada no âmbito interno de uma organização nos níveis: estratégico, tático e operacional. No nível operacional ocorre a coleta dos dados, no tático a diferenciação e classificação destes dados, transformando-os em informações que provavelmente serão utilizadas pelo nível estratégico para a tomada de decisões estratégicas. (KAPLAN; COOPER, 2000).

  Neste ponto a empresa realiza sim algum tipo de acompanhamento dos custos realiza o acompanhamento das despesas fixas.

Ficou claro e com todas as evidências que a empresa tenta fazer um controle e acompanhamento sobre seus custos, para diminuir os índices de perdas dentro da organização no qual eleva seus custos fixos.

Existe somente um sistema de controle de custos, que é o controle de sistema de caixa. O controle de custos é feito manualmente pelo diretor proprietário e apenas dos custos fixos. 

O feedback apresenta por finalidade verificar se as estratégias, ou seja, se  realmente correspondem às  expectativas existentes no momento em que foram fixadas.

Pode-se através do feedback saber em que ponto se está em relação ao que se quer chegar. O sistema de feedback estratégico é uma ferramenta útil, pois incorpora o conhecimento que todas as pessoas da empresa têm sobre as mudanças no ambiente competitivo. Segundo a pesquisa não existe um feedback continuo entre os gestores. (OLIVEIRA, 1996)

A empresa objeto de estudo aqui não realiza treinamento de pessoas para lidar com controle de custos, o que pode futuramente comprometer a evolução da mesma.

Por outro lado os gestores precisam ser qualificados e buscar entender mais sobre gestão de custos. As definições dos gastos incorridos nas organizações podem sofrer alterações em um determinado período, esses podem ser: investimentos, custos, despesas, perdas. Com as classificações desses gastos o gestor consegue ir direto à causa, no caso de algum problema sendo assim não desperdiça os recursos tentando resolver algo por um caminho que não é causador e sim consequência. (HANSEN,2001).

Deste modo os custos são causadores de impactos sobre o processo decisório exigindo dos administradores uma postura estratégica com base nos dados levantados e analisados corretamente. Daí a necessidade de se ter uma gestão dos custos para poder conhecer, separar e minimizar os gastos ocorridos na organização com objetivo de maximizar os lucros. (GOVINDARAJAN, 1997)

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Em um mundo onde a globalização e a competitividade são importantes dados para empresas, é preciso ter cautela quando as decisões sofrem influências internas e externas, tendo na gestão de custos uma ferramenta que pode identificar ou apontar os cenários das decisões a serem tomadas, apresentando as alternativas bem como suas vantagens e desvantagens levando em consideração os limites da organização sejam de estrutura física, recursos humanos, recursos naturais entre outros recursos que podem influenciar nos objetivos da empresa.

Observa-se, que a Contabilidade como um todo destacando a de Custos é uma importante ferramenta de apoio para uma das tarefas mais difíceis dentro de uma empresa que são as tomadas de decisões. Não basta apenas ter o poder decisório nas mãos, é importante também que exista uma metodologia que ajude nas possíveis alternativas de ação que podem ser tomadas.

A empresa precisa capacitar seus gestores constantemente para que os mesmos possam adotar a gestão de custo dentro da empresa e venham saber tomar decisões que tragam lucratividade para estas organizações. Principalmente em se tratando em alcançar os objetivos mensurados no planejamento da empresa, onde o principal alvo é maximizar os lucros e minimizar os custos. 

Portanto quanto maior conhecimento os gestores tiverem sobre gestão de custo, maior será a probabilidade de a empresa diminuir seus custo e buscar formas de investimento que venha contribuir para o crescimento desta empresa. A concorrência acirrada em mercado cada vez mais truculento se faz necessário a busca constante de capacitação, inovação e novas estratégias para se mantar no mercado.  A alta competitividade do mercado exige que as empresas se adaptem as mudanças com bastante rapidez e eficiência, para tanto é necessária que elas sejam organizadas nessas áreas que forneçam informações precisas e de qualidade, para que sejam tomadas as decisões corretas.

 

REFERÊNCIAS

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[1] Acadêmico do Curso de Administração da Faculdade Luciano Feijão.

[2] Acadêmica do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará.

[3] Professora da FLF. Mestre em Gestão em Políticas Públicas e Educação Superior pela Universidade Federal do Ceará. E-mail: [email protected]