GEOLOGIA AMBIENTAL E A QUALIDADE DE VIDA

 

Paulo Batista de Almeida

Aluno do Curso de História – EAD – Universidade Estácio de Sá RJ.

Rio de Janeiro, 10 de maio de 2015.

Resumo

A Geologia Ambiental tem por objetivo a investigação do solo e subsolo, para detectar o grau de degradação neste, e os possíveis trabalhos a serem realizados para sua restauração. Esta área de conhecimento está preparada para conduzir o relatório ambiental preliminar, incluindo a seleção e coordenação de equipe multidisciplinar especializada para cada tipo de empreendimento de modo a alcançar uma qualidade técnica diferenciada. O relatório ambiental preliminar proporciona uma aprovação mais rápida e um início de implantação mais breve do empreendimento, governamentais e privados que ao recuperar o solo possibilite seu uso produtivo em outras áreas de exploração menos agressiva e que venha a revitalizar o mesmo. Todos os esforços feitos para melhorar a qualidade do solo, e reparar as contaminações do subsolo que podem acabar com as reservas de água consumível pelo ser humano, melhora a qualidade de vida e de sobrevivência sócio econômica de uma população.

Palavra-Chave: Ambiental, Geologia, qualidade de vida.

Abstract

The Environmental Geology, is engaged in the investigation of the soil and subsoil, to detect the degree of degradation in this, and the possible work to be done for its restoration. This area of knowledge is prepared to conduct the preliminary environmental report, including the selection and coordination of specialized multidisciplinary team for each kind of enterprise to achieve a different technical quality. The preliminary environmental report provides faster approval and a start soon the project implementation, government and private that retrieving the soil enables its productive use in other areas of less aggressive exploration and will revitalize it. All efforts made to improve soil quality, and repair of underground contamination that can wipe out the reserves of usable water by humans, improves socio economic quality of life and survival of a population.

Keyword: Environmental Geology quality of life.

 

 

 

Introdução

A Geologia Ambiental trabalha junto com a Geoquímica com o objetivo de verificar o teor de zinco, chumbo, alumínio e metias pesados que podem atingir o leito de agua e a terra de plantio. Assim, impedindo a produção de poços de abastecimento público com água inadequada ao consumo humano e produtos alimentícios igualmente contaminados, aumentando a qualidade de vida e surgimento de doenças provocadas por metais pesados, em desacordo com estes estudos é a falta de legislação punitiva que poderia precaver o surgimento desta contaminação. Ainda como pratica deveria ser feito um mapeamento das regiões com objetivo de implantação de medidas para a correção dos problemas que afetam a saúde da população.

Historia primaria da geologia

Nos séculos XVIII e XIX, seus estudos e pesquisas eram fundamentalmente regionais e limitados aos continentes. O sucesso de descobertas de jazidas minerais importantes encobria a dificuldade de tratar a terra como um todo. Sérios problemas ambientais encontravam-se restritos aos países centrais. A geologia teria que esclarecer a origem dos problemas climáticos explicando como grandes bacias sedimentares se transformavam em cordilheiras continentais.

Na década de 80 com o aparecimento dos primeiros simpósios de geologia surgiram movimentos políticos e acadêmicos para incentivar o caráter científico do conhecimento geológico.

Hoje interpretamos a Geologia sob o enfoque da Ciência do Sistema Terra, aplicamos a teoria de sistemas para tratar fenômenos terrestres, operamos com a ideia de que os processos naturais são complexos, difíceis de prever e, ao mesmo tempo, aplicamos diversos modelos matemáticos para prever o futuro curso de desenvolvimento do planeta. O movimento das placas tectônicas e a possibilidade da terra voltar a ser composta de uma única área, ou seja, um único continente. Aumenta a urgência de mais estudos, devido que a transformação territorial atual do planeta se concretizada pode não só unir áreas, mais alterar a qualidade de vida e destruir populações pelas transformações climáticas, que o organismo animal pode não suportar.

Os principais fenômenos

Os principais fenômenos de formação da crosta terrestre continental, metamorfismo e formação de granitos e, de outro lado, erosão e formação de rochas sedimentares podiam ser explicados pelos estudos regionais apoiados na teoria geossinclinal. O ciclo das rochas e o conhecimento dos recursos minerais e energéticos gerados pelos processos geológicos garantiam o sucesso dessa teoria. Ao mesmo tempo, a descoberta de enormes jazidas minerais nas décadas de 1960 e 70, exemplificando Carajás, apoiados no conhecimento geológico tradicional, encobria inúmeras dificuldades instrumentais, quando visto pelas fundamentações teóricas e conceituais. Um exemplo paradoxal desses problemas era os limites da Prospecção Mineral (TEXEIRA e BEISIEGEL, 2006).

Segundo Diniz(1995, apud CORRÊA E CARMO, 2010) a descentralização, exploração das jazidas de Minas Gerais, mudando as áreas de  investimentos em mineração reforça a econômica regional, do Pará que absorveu 50% dos investimentos no setor mineral na década de 1980, graças às reservas na região de Carajás e demais regiões do estado. O estado de Goiás também se destacou em função das reservas de amianto, estanho, fosfato e nióbio, seguido pelo estado da Bahia, que possuía uma gama de mineral diversificada.

Expandindo a área de conhecimento no que tange ao estudos das terras submersas, e mais áreas propiciou  o levantamento sobre a topografia do fundo oceânico, e os avanços da Geofísica (sísmica e magnetometria), descrição de bacias sedimentares alongadas que não se transformariam em cordilheiras. A ampliação destes estudos são decorrentes de avanços militares ligados à Segunda Guerra Mundial que trouxeram desafios teóricos para os quais a teoria geossinclinal deixava de fornecer explicações satisfatórias.

Segundo Dias(2000), dentro de um contexto histórico científico, a teoria da tectônica de placas, foi formulada com base em dois  artigos publicados em 1912  pelo meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener, então com 32 anos de idade. Baseado em evidências geológicas, paleontológicas e geométricas, esta teoria adquiriu importância e foi apresentada como explicação integradora e global, capaz de dar conta da geologia dos continentes e do fundo oceânico, com potencial de inovar e influenciar todas as áreas específicas do conhecimento geológico. Ao longo do tempo, sobretudo a partir da década de 1980 quando tectônica de placas já possuía um aceite quase unânime, se interconectou ao conhecimento do manto, ou seja, a antiga Geologia continental e associada aos estudos da crosta terrestre perdeu lugar para a recuperação da Terra como entidade e unidade de estudo.

Outro ramo da geologia relevante a estudos e o da Geologia Física era visto como uma estrutura que explicava os processos terrestres e seus produtos segundo uma ordenação estrutural: agentes externos e internos. No entanto, nos primeiros da energia solar, torna-se decisiva, ao incluir todas as dinâmicas erosivas e deposicionais; no segundo momento, é utilizada para explicar o calor interno da Terra, englobando terremotos, vulcões, etc. Na literatura os Livros de Geologia Geral, abrange, todos os tópicos e a organização comuns da Geologia Física, todavia, acrescentam o tratamento da história da Terra, usualmente na forma de Geologia Histórica, na exemplificação materializada dos diferentes períodos do tempo geológico.

Banco de Dados e Diagnósticos Regional da Degradação do Subsolo do Brasil (PDASB)

Os dados geológicos recolhidos pelos levantamentos do solo e subsolo são disponibilizados no PDASB, com objetivo de serem consultados pelos governantes e privadas quando forem implantar algum tipo programa residencial ou de recuperação de uma área florestal. Os levantamentos sobre a degradação provocada por atividades de garimpos e minas iniciaram-se em 2004. No presente exercício, deu-se continuidade aos trabalhos sobre o tema mineração nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pará, tendo sido concluído o Mapa Preliminar das Áreas Impactadas pela Mineração para os seguintes estados: Bahia, Sergipe, Pernambuco e Alagoas. O levantamento da situação de conflitos de uso do solo e degradação ambiental provocados pela garimpagem e mineração possibilitará, dentre outros instrumentos de gestão, a elaboração de planos-diretores de mineração, para que este trabalho, de exploração,  atinjam o mínimo possível o ambiente, e as áreas utilizadas possam ser revitalizadas, numa política de sustentabilidade( CPRM- Companhia de pesquisa dos recursos minerais, 2005).

A qualidade de vida e o meio ambiente

Segundo, a Organização Mundial da Saúde-OMS (1996), a Qualidade de Vida , esta contida no contexto sócio cultural e como o individuo percebe o seu ideal de qualidade de vida. Sendo muito mais que um conceito a qualidade de vida se materializa na sustentabilidade e no respeito ao meio ambiente. É comprovado que o estado psicológico do individuo se altera dependendo do ambiente que o mesmo se encontra. Esta dimensão chega a tal ponto que varias disciplinas se dedicam a diminuir o impacto ambiental na vida das pessoas, a arquitetura estuda o meio de ser menos agressiva  nas construções de concreto armado, introduzindo em seus projetos o paisagismo inserindo os jardins suspensos. Supõe-se que o relacionamento social se torna mais tranqüilo se o ambiente for mais arborizado, pela diminuição do stress. Em suma, o homem é parte integrante da natureza e sem ela não se pode cogitar a sua  sobrevivência.

As mudanças do equilíbrio da natureza, a destruição das matas e animais, prejudicam a qualidade de vida do ser humano não só pela perda do oxigênio, mas também do equilíbrio da cadeia alimentar, que pode fazer surgirem varias pragas para a agricultura e pecuária alem de doenças que podem atingir o homem, pela extinção dos predadores naturais e a proliferação de insetos agressivos, como o gafanhoto.

Para Roeder (2003), a qualidade de vida está influenciada pelo ambiente, e este engloba relações sociais, culturais, biológicas, ecológicas etc., formando, assim, um contexto com o ser humano, o qual há a possibilidade de tanto o homem quanto o ambiente serem modificados ou transformados.

Zabalza (1991),conceitua a qualidade de vida como sendo um conjunto de elementos biofísicos, socioeconômicos e culturais que integram criando um espaço específico no qual os homens constroem a dinâmica de sua vida.

A Qualidade de Vida é um tema atual multidisciplinar, sendo relevante em várias áreas do conhecimento dentre elas: Medicina,Psicologia, Geologia Ambiental, Sociologia, Administração e Economia, entre outras.

Os encontros internacionais pelo meio ambientes vêm sendo organizados com o objetivo de salvar a natureza e garantir a sobrevivência humana, a sustentabilidade é visto como a ferramenta certa que não impede o desenvolvimento e mantém a vida do planeta. Os problemas ambientais atingem a qualidade de vida, por isso é necessário investir em medidas preventivas e até mesmo curativas para preservação da natureza e de um bem maior, a vida na terra como nós a conhecemos, assim a Geologia Ambiental tem um papel primordial ao identificar o solo e como recupera- lo da agressão humana ou não, preservando nossos lençóis freáticos sem contaminação.

Conclusão

A geologia é ainda uma área da ciência nova, que tenta explicar não só os fenômenos da terra mais também como o homem pode nela se ambientar de evitando que o mau uso do solo e seus recursos sejam prejudiciais a natureza e ao próprio individuo. O ser humano com o passar dos séculos tem se preocupado com a manutenção da sua qualidade de vida e esta diretamente ligada a natureza. A política de sustentabilidade tem se mostrado um recurso humano para viabilizar o desenvolvimento sem destruição do natural e revitalizando as áreas degradadas no período de extração extrema do solo. Ainda, se trata de conceitos que estão sendo absorvidos pela população, brasileira e mundial, onde o poderio econômico não pode ultrapassar o bem estar social. 

Sendo de matéria multidisciplinar ampliar os conhecimentos sobre, o meio ambiente, as transformações físicas do solo e sua possível recuperação podem se mostrar como guia de novas práticas, que valorizem a energia pura e a preservação da estrutura natural da terra, esta mentalidade crescente, também se demonstra como uma melhora na qualidade de vida da pessoa, por estar lutando pela sobrevivência de um corpo maior o da humanidade.

Referencia

CORRÊA, Vinícius Moreno de Sousa , CARMO, Roberto Luiz do. Impactos socioambientais e demográficos do processo de ocupação da atividade mineradora na região sudeste do Pará nos Censos Demográficos de 1970 a 2000,p.1-19, 2010.

CPRM- Companhia de pesquisa dos recursos minerais - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - Geologia Ambiental, Relatório  Administrativo de 2005.

DIAS, J.A.(2000). Geologia Ambiental. Tectónica de Placas: perepectiva histórica.

ESCP (Earth Science Curriculum Project).Investigando a Terra. v.1. São Paulo: McGraw Hill, 1973.

FERREIRA, M. C. (2012). Qualidade de vida no trabalho. Uma abordagem centrada no olhar dos trabalhadores. Brasília: Paralelo 1.

ROEDER, M. A.(2003). Atividade física, saúde mental & qualidade de vida. São Paulo: Shape.

TEIXEIRA, J B G; BEISIEL, V R. Carajás: Geologia e ocupação humana. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi. 2006.

ZABALZA, Miguel. El ambiente desde uma perspectiva curricular. In: CARIDE, J. A. (org.). Educación ambiental: realidade y perspectivas. Santiago de Compostela: Torculo, 1991. p. 243-297.