SOBRE O LIVRO

Geralmente, no início de uma jornada acadêmica, as abordagens buscam alcançar os objetivos propostos nas pesquisas sem preocupações em relação aos distintos métodos que norteiam as diferentes correntes do pensamento. Na verdade, até chegar ao mestrado, é comum a confusão entre método (os princípios de uma corrente do pensamento) e metodologia (o caminho percorrido para se alcançar os objetivos propostos em uma investigação) em uma  pesquisa científica.

No transcurso da graduação e da  especialização,  as  monografias (Latu-sensu) são desenvolvidas livremente, sem maiores preocupações em relação ao método. Esta liberdade acadêmica  permite uma abordagem híbrida onde é comum o  diálogo  entre  autores de distintos vieses.

Esta pretensa liberdade, no entanto, subitamente é tolhida  quando os estudantes passam a ser submetidos às amarras acadêmicas comuns a partir do mestrado (stricto-sensu) que – muitas vezes – dificultam interessantes diálogos.

O presente livro traz à luz questões relacionadas à rigidez em relação ao método que, em pleno período pós-moderno (pós- positivista), insiste em proibir diálogos profícuos entre diferentes correntes que, embora distintas, podem comungar para a  construção  de uma geografia mais vibrante e vigorosa.

Por meio de textos escritos entre 2008 e 2015, o livro busca demonstrar a possibilidade de coexistência de diferentes subcampos da geografia no decorrer da biografia de um  geógrafo  (geografia urbana e geografia humanística, por exemplo), bem como a possibilidade de diálogos entre duas ou mais vertentes.

Neste diapasão, o livro apresenta oito textos de minha autoria – expostos em ordem cronológica – no intuito de que minha busca por uma geografia memorável seja captada.

Seguindo nesta direção, as geografias memoráveis seriam aquelas forjadas por meio de um  pensamento autônomo desprovido   de pré-conceitos epistemológicos. Um pensar que focaliza o ser  humano em meio às suas memórias geográficas introjetadas em seu universo vivido.

Marcio Luis Fernandes