RESUMO

Este singelo artigo tem como pretensão demonstrar conforme embasamento teórico o trabalho com gêneros textuais e sequências didáticas em sala de aula como ferramentas essenciais para o ensino da leitura e escrita. Para tanto, usarei como referencial teórico os estudos realizados por Marchuschi (2008); Geraldi (1996); Lerner (2002) entre outros.

Palavras-chaves: Gêneros textuais; Sequências didáticas, Gramática e Produção textual.

Considerações iniciais sobre a função da escrita

Antes de discorrer sobre os gêneros textuais e sequências didáticas , farei uma breve consideração sobre a função da escrita e importância da leitura e escrita em nossa sociedade.

De acordo com Passareli (2012) escrever faz parte da realidade do aluno, ela encontra-se presente em nosso cotidiano e extrapola os muros escolares sem percebermos. Esta autora ainda reforça a tese de que a escrita não é apenas um objeto escolar, mas também o ato de escrever é uma pratica social.

As funções da escrita de acordo com Passareli (2012) variam histórica e culturalmente, assim como variam conforme os contextos definidos por meio de comunidades específicos, a autora dá como exemplo disso a comunidade de usuários da Internet.

Percebemos que ultimamente podemos encontrar diversos textos escritos que apresentam funções distantes, por exemplo: livros de auto-ajuda (função estética) e jornais (função utilitária)

Na função estética os textos são produzidos sem nenhum tipo de interesse informativo ou comunicativo, são textos escritos com o proposito de entreter, elogiar ou sensibilizar seu leitor.

Na função utilitária os textos são produzidos com o propósito de informar, comunicar, explicar, formar opinião, documentar, instruir, divulgar dados e instruir seus leitores.

Gêneros textuais e sequências didáticas

Os gêneros textuais são considerados objetos de ensino e a necessidade de se explorar tal objeto surge a partir da publicação dos PCNs de Língua Portuguesa. ( VARGAS & MAGALHÃES, 2011).

Os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros que darão forma aos textos. É por isso que, quando um texto começa com “era uma vez”, ninguém duvida de que está diante de um conto, porque todos conhecem tal gênero. Diante da expressão “senhoras e senhores”, a expectativa é ouvir um pronunciamento público ou uma apresentação de espetáculo, pois sabe-se que nesses gêneros o texto, inequivocamente, tem essa fórmula inicial. Do mesmo modo, pode-se reconhecer outros gêneros como cartas, reportagens, anúncios, poemas, etc.( BRASIL, 1997, p. 23).

Desta forma, compreende-se que gêneros textuais se referem aos moldes de como um texto é produzido sendo semelhante na formatação, mas que apresentam propostas diferentes.

Exemplos de gêneros textuais: carta, bilhete, contos, fábulas, poesias, poemas, charges, receitas, bulas, jornais, etc.

É importante lembrar que os gêneros textuais podem sofrer variações ao longo do tempo, por exemplo, o e-mail que atualmente substitui as cartas também é considerado um tipo de gênero textual.

Conforme Vargas e Magalhães (2011, p. 120) “O trabalho com os gêneros textuais, na escola, tornou-se imperativo desde a compreensão de que é preciso proporcionar aos alunos o exercício efetivo e competente das habilidades de leitura e escrita”.

Deve-se considerar que os trabalhos com gêneros textuais em sala de aula são importantes para que o aluno tenha a oportunidade de reproduzir detalhadamente o seu aprendizado.

Conforme Marcuschi (2002) gêneros são instrumentos comunicativos para realizar atividades formais e informais de forma adequada.

O objetivo principal de trabalhar com consequências didáticas é oferecer ao aprendiz um método que lhe permite realizar todas as tarefas e etapas para a produção de um gênero. (MARCHUSI, 2002)

Trabalhar com sequências didáticas requer, do professor e do aluno um trabalho sistemático com atividades interligadas permitindo aos alunos uma aprendizagem significativa.

Quando dominamos os gêneros ampliamos as possibilidades de participação nas praticas sociais que engloba a leitura, a escrita, a produção textual e a escuta de textos. Desta forma, as diversidades de gêneros podem ser dos eixos organizadores do próprio currículo.

Os gêneros podem ser considerados objetos de ensino-aprendizagem, a prática de analise linguística. (BARBOSA, 2010).

Para se trabalhar com produções de textual em sala de aula o professor deve dar importância ao uso da linguagem mostrando aos alunos que “a linguagem se realiza em situações praticas, de convívio social, por textos orais e escritos, mediante as quatro habilidades linguísticos básicas: falar, escutar, ler e escrever” (PASSARELI, 2012, p. 116).

Barbosa (2010) chama atenção ao destacar que é essencial o aluno aprenda a ter domínio dos gêneros textuais ao adentrarem a escola e que para isso é necessário o professor promover essas aprendizagens. Para que ocorra a aprendizagem dos gêneros textuais é precisoconsiderar que o trabalho com diferentes gêneros possibilita a articulação com diferentes praticas de linguagem. (KLEIMAN, 2005; BARBOSA, 2010; MARCHUSCHI, 2008).