RESUMO

O projeto de pesquisa tem como objetivo maior enfocar o ensino de história, literatura e geografia sob a perspectiva dos fatos locais, seja por meio das pesquisas oriundas da oralidade (dos mais antigos) ou por meio de pesquisas documentais (escrita). Guaiúba é uma cidade que desde os primórdios vem se desacatando na economia, cultura e no desenvolvimento como um todo. É importante lembrar sobre a presença dos índios tamoios antes mesmo da chegada dos primeiros “brancos” à região. Foi dimensionada e definida pelo escritor cearense José de Alencar na obra Iracema (1865), como as águas que descem do vale, se referindo ao rio guaiúba que tem sua nascente no sopé da serra da Aratanha. Os relatos mais antigos tendo como fator escrito foi à doação de terras pelo termo das sesmarias aos donatários do alto governo do Estado do Ceará. As terras para serem adquiridas precisavam ser cultivadas sob a forma de agricultura (produtos agrícolas). A base da economia se procedeu através da plantação de café, algodão, palmeira com a estratificação do óleo do babaçu e dos bananais os quais eram cultivados principalmente no cume da serra onde o clima e a vegetação da mata atlântica eram propícios ao o desenvolvimento das atividades agrícolas. O povoado foi elevado à categoria de vila em 1873 época em que a região passou a ser visitada por importantes funcionários do governo e empresários. No ano de 1879 com o projeto das linhas férreas em andamento, que ligava Fortaleza-Ce a cidade de Baturite, foi inaugurada a estação de Guaiúba, um marco histórico local, pois as pessoas começaram a ter maior contato com outras localidades e o comércio fortaleceu e se desenvolveu com o translado de pessoas, visitantes e trabalhadores que a partir do transporte ferroviário tiveram maior facilidade na locomoção de um lugar para outro. A religiosidade também foi preponderante para a questão econômica, social e do desenvolvimento em geral. De uma ermida capelinha de taipa nasceu à religiosidade de um povo. A igreja matriz tem data de inauguração do ano de 1885. A madeira da cruz do cruzeiro da igreja foi retirada pelos próprios moradores que a trouxeram do sopé da aratanha até a frente do templo e fincaram-na como forma de devoção ao divino. A religião contribuiu sob várias frentes, pois formavam cidadãos e fazia a parte social o qual o poder público como conhecemos ainda não existia no já então distrito pelo provincial 15.01.1883 (ANDRADE, 2016). A gleba foi classificada como povoado, vila e distrito, mas as pessoas perceberam que os tempos mudavam e que a região era dotada de grandes avanços tanto nas áreas econômicas como na cultural, religiosa e nas questões sociais. Organizaram-se e realizaram o plebiscito (1986) para a livre escolha de um representante político local, o qual mediante ao voto popular, objetivar a emancipação política, econômica e social em que o distrito ganharia nome e voz frente as suas próprias escolhas e gerencia do lugar. Foi aprovado o ato constitucional e transformado na Lei 11.301/1987 pelo então Governador do Estado do Ceará Luiz de Gonzaga Fonseca Motta. Pensar na formação histórica da cidade é oportunizar as pessoas a conhecerem melhor a sua própria história. O projeto tem como objetivo central demonstrar que o ensino das disciplinas de história, Literatura e Geografia local é de suma importância para a formação de pessoas mais conscientes do seu passado e da sua própria formação como indivíduos que através de seus ancestrais puderam fazer história e que as relações diversas da atualidade em contextos políticos, socioeconômicos e vivenciais estão diretamente ligadas ao que houve outrora nos primórdios dos acontecimentos.

Casa de taipa ou de pau-a-pique feita de barro e madeira. O barro é molhado, mas não muito para dar maior consistência as paredes. São construções arcaicas geralmente em maior abundância no Nordeste do Brasil. (Diário do Nordeste 02.04.2010).

Aratanha é bico de ave, de ará , jandaia, e tânha. Bico, dente, bico de ará ou jandaia, consoante afirmam Alencar e Girão. Este, aliás, acrescenta: ou ara-ti-anâ, semelhante a bico de ave. Nome também de um camarão pequeno e branco. (ALBANO 1972).