Em pesquisa realizada pelo IBGE no ano passado, estimou-se que a população de gatos no país gira em torno de 22 milhões de felinos em domicílios.

Por serem criaturas mais fechadas que os cachorros, pode ser difícil para os donos perceberem quando seu animal de estimação está precisando de uma visita ao veterinário. O que muitos observam é que, a grande maioria dos pets só chegam ao consultório quando o tutor percebe algum comportamento que o incomoda. No entanto, o problema pode ter começado anos antes.

Gatos sofrem de muitas doenças similares a dos humanos, como transtornos emocionais, distúrbios do sono, entre outros. O que para muitos é um exagero ou “frescura”, para o veterinário que vai tratar o animal com ansiedade ou depressão, a percepção dos sintomas é uma questão que define a extensão e o tipo de tratamento necessário. Assim como pode ser difícil diagnosticar uma pessoa com depressão crônica, é complicado observar e entender o comportamento de um gato no mesmo estado. Infelizmente essa é uma das maiores causas de abandono de gatos no país, porque muitos tutores não sabem lidar com as doenças de seus pets.

No entanto, basta prestar atenção em alguns sinais para identificar que existe um problema. Como os felinos não conseguem expressar seus sintomas para nós, cabe aos tutores observar certos comportamentos e explicá-los para um veterinário de confiança.

Sintomas comportamentais

Se o gato normalmente é brincalhão, ativo, gosta de escalar e correr, e agora está mais quieto, dormindo demais ou vocalizando excessivamente, pode ser que a saúde dele esteja comprometida. Medo e agressividade também podem ser sinais de que o animal está com dor.

Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, os bichinhos também sofrem com transtornos emocionais, da mesma forma que humanos. Ansiedade, estresse e depressão se manifestam, principalmente, quando o gato percebe que o dono está de saída, ou é apresentado a pessoas novas e reage salivando ou arrepiando os pelos das costas. Entre as principais causas da depressão felina estão a perda do tutor com quem conviveram por muitos anos, a perda de um companheiro — pode ser outro gato ou até mesmo um cachorro que viva na mesma casa — e situações de estresse. A mudança de lar e a chegada de um bebê são alguns outros exemplos de circunstâncias que podem desencadear o problema, que tende a acontecer com maior freqüência em animais idosos. Esses transtornos são muito sérios e precisam ser diagnosticados e tratados o quanto antes, pois afetam a qualidade de vida do pet.

O tratamento para graus mais leves de depressão envolve incluir brincadeiras diferentes na rotina, e até passar mais tempo com o bichano. Caso a doença evolua para um quadro crônico, pode ser necessário entrar com antidepressivos.

Sinais físicos

Problemas físicos podem comprometer a capacidade do gato de se alimentar ou se locomover. Verifique sempre que possível se ele não está lambendo demais determinada área do corpo, ou alguma ferida escondida por baixo dos pelos, se não está com problemas na gengiva ou na dentição (dentes quebrados doem e podem comprometer a alimentação do bichano!), ou se não sofreu nenhuma fratura. Caso ele não esteja urinando regularmente, pode ser um alerta para infecções no trato urinário.

Outra situação de risco comum é a obesidade felina. Gatos podem ser tão “pedintes” quanto cachorros, e sempre estar à espreita na hora de uma refeição da família querendo experimentar o que o dono está comendo. Incentivando hábitos assim, é possível que os gatos ganhem mais peso do que o indicado. Quando eles não tem uma alimentação balanceada e rica em nutrientes, além de ficar obesos, podem apresentar problemas cardíacos e pulmonares. O sobrepeso também reduz a expectativa de vida, causa problemas no fígado e pode agravar um caso de osteoartrite, uma doença óssea degenerativa que, uma vez iniciada, não tem como ser revertida e diminui consideravelmente a capacidade de locomoção do gato.