Fundamentos e Metodologia do Ensino de Geografia - Resenha Crítica

Por Edineia Pereira Costa | 25/02/2021 | Educação

Universidade Estadual do Maranhão

Programa Ensinar

Polo Gov. Nunes Freire

Alunas: Edineia Pereira Costa e Rassielly Rodrigues da Silva

Professor: Vilmar Martins da Silva

Disciplina: Metodologia e Fundamentos do Ensino da Geografia

Atividade Orientada 2 

Resenha Crítica

      Avaliar para promover: As setas do caminho. Hoffmann, Jussara. Editora Mediação. 10 edição. 2001.140p.

 

Iniciamos esta analise discutindo o primeiro capítulo “rumos da avaliação neste século”, faremos uma análise em torno dos estudos, pesquisas e autores que a muito vêm levantando questões sobre a avaliação no âmbito da educação brasileira. Para isso a autora ressalta o nome de estudiosos contemporâneos como (Arroyo, Demo, Estrela, Zabala, Hadji, Luckesi, Macedo, Perrenoud, Vasconcelos), entre outros que tem demostrado interesse e preocupação e superar o viés positivista e classificatório das práticas educativas escolares, retomando – as em seu sentido ético, de juízo consciente, de valor, de respeito às diferenças, de compromisso com a aprendizagem para todos e a formação da cidadania. O que se percebe é uma tocante inquietação sobre a avaliação, segundo o olhar da autora, retratando dúvidas e questionado as práticas avaliativas materializada no cotidiano escolar. Quando Hoffmann, fala em retomada de sentido ético, ela abre caminho para se refletir o sentido da avaliação como uma prática ética, com bases técnicas, mas com comprometimento com a vida humana e com uma sociedade democrática, e sobre tudo com o diálogo entre os envolvidos. Também trata- se da avaliação em serviço da ação, contemplando uma aprendizagem para assim proceder a uma ação educativa que possa então elevar os percursos individuais, a construção de pensamento. Para tanto é necessário um esforço coletivo no intuito de delinear as setas do caminho da avaliação educacional, na direção do seu significado ético de construção e evolução da sociedade. No decorrer deste processo o professor assume o papel de investigador, de esclarecedor, de organizador de experiências significativas de aprendizagem; pós sem o que estes propõem não é possível transformar ou melhorar quaisquer pratica pedagógica. Falando em pratica podemos perceber o quanto a autora critica as provas de recuperação, ela as vê como um retrocesso para o aluno e ainda fala sobre os possíveis paralelos a recuperação, nos quais são direcionados ao futuro, como ela explica, estes não se tratam de repetir explicações ou trabalho, mas de organizar experiências educativas alternativas, prosseguindo na diversidade. No final deste capítulo a autora deixa claro que é favorável a todos os procedimentos avaliativos que possam auxiliar os estudantes, ela ainda dá visibilidade aos concelhos se classe, fazendo uma breve crítica dirigida ao significado desses momentos, faz menção mais uma vez à importância ética do ato de avaliar, trata também das reformas educacionais, da participação da família dentro dos processos de ensino aprendizagem quanto do momento de avaliar, e não esquece de colaborar também com o ato de avaliar dentro da educação inclusiva. No segundo capítulo: outra concepção de tempo em avaliação, a autora vem abordando uma temática sobre os caminhos que educadores e educandos trilham, as vezes inconclusivos, caminhos que seguem rumos distintos, sem se conhecer, sem dialogar, ou dar-se o tempo de parar e refletir sobrea experiência educativa que ambos estão compartilhando. A avaliação traz um significado de encontro, de diálogo e interação, aqui são pensados e refletidos momentos significativos de organização, de experiências educativas para se melhor estruturar o processo ensino aprendizagem do aluno e que este não deve seguir percursos programados a priori pelo professor como cita a autora. O processo avaliativo não deve estar centrando no entendimento imediato das noções em estudo pelo aluno, deve haver aqui uma possível abertura para construção de conhecimento interpessoal. Sobre autoavaliação a autora faz uma crítica ao campo atitudinal, pois este processo só tem significado enquanto reflexão do educando, quando ele se supera em termos intelectuais. As múltiplas dimensões do olhar avaliativo é o que compõe o terceiro capítulo, este inicia com questionamentos para reflexão sobre a temática da avaliação; por que avaliamos? Quais os rumos da avaliação neste século? Estes serão debatidos e respondido ao longo do capítulo onde a autora também traz a discussão o caráter burocrático da avaliação. Hoffmann trata também acerca dos alicerces da avaliação como valores construídos por uma escola, o tipo de educação ali oferecido, a preocupação com os sujeitos que ali serão formados, ela ainda faz ressalvas ao olhar qualitativo e o que ele abrange, as dimensões de intensidade no ato de aprender. A visão do educador/ mediador ultrapassa a concepção de alguém que simplesmente “ observa" se o aluno acompanhou o processo e alcançou resultados esperados, neste trecho encontramos no capítulo quatro: Avaliação e mediação, onde se faz análise sobre o comprometimento do avaliador, pois é clara a visão deste como mobilizador, o que busca novos conhecimentos, que ajusta experiências educativas às necessidades e interesses percebidos ao longo do processo pelo aluno, este tem de provocar uma reflexão acerca das ideias em construção para que seja cada vez mais autônomo em suas buscas. O quinto e último capítulo basicamente faz um resumo de toda atividade envolvida no processo de avaliação, quando a autora discorre sobre os registos em avaliação mediadora ele deixa claro que tais registros são dados de uma história vivida por educadores e educandos, que podem ser instrumentos a serviço das metodologias, como as tarefas e testes aplicados pelos professores que, analisados servem de dados de acompanhamento de aprendizado do aluno. A autora no final deste capítulo, chama a atenção para o cuidado na elaboração de tarefas avaliativas, ela acredita que há contradição entre o discurso e a prática de alguns educadores e sua ação classificatória e autoritária exercida, encontra explicação na concepção de avaliação do educador, que basicamente é reflexo de sua história como aluno. Sabe -se que a maneira de ensinar e avaliar utilizada pelo processor reflete na aprendizagem do aluno, por isso este profissional deve ter cuidado especial nas e com suas práticas educativas. O livro de Hoffmann, Avaliação Mito e Desafio uma perspectiva construtivista, que já se encontra na sua 41° edição, pela editora mediação, traz várias inquietações a respeito do contexto da avaliação. Iremos abordar sobre avaliação classificatória e sentenciva, mas também trataremos de uma proposta mediadora no decorrer do texto. Em uma produção dividida em seis capítulos, o texto discuti possíveis contradições no que trata o discurso e a pratica dos professores, como já citado perceberemos que ocorre mais uma vez o reflexo da vida do professor como aluno. A autora apresenta uma dicotomia entre avaliação e educação quanto a perspectiva do professor que veem a ação do educar e avaliar como dois momentos distintos e não relacionados. O texto é repleto de momentos de experiências e referências para sustentar a argumentação, tal como o modelo de Ralph Tyler, que trata sobre o modelo de avaliar por objetivo. É importante salientar que Hoffmann fala da necessidade de reconstruir o significado de avaliação. Este livro se torna um aparato de crítica no que diz respeito as formas de uso da avaliação, as vezes equivocada como os testes e com eles a injustiça da precisão, pois avaliação é movimento, é ação e reflexão em continuidade, a autora diz que em nome da precisão o professor nunca foi tão injusto. Se avaliação é movimento ela também deve ser mediadora, na proporção em que de fato os alunos estejam tento real compreensão, ou quando eles não conseguem compreender certas noções então eles devem ser assistidos adequadamente. A compreensão segundo Piaget, inclui o movimento que se estabelece de tomadas de consciência elementares em direção a construções superiores, a ação avaliativa deve partir do fazer da criança, do jovem, essa ação intenciona, principalmente a compreensão cada vez maior dos fenômenos e dos objetos. Quando se trata da avaliação na Educação Infantil Hoffmann sinaliza para o quanti devemos prestar atenção nas manifestações das crianças, principalmente no início da vida escolar e no desenvolvimento que a mesmo alcance, também devemos ter atenção para as práticas pedagógicas, as posturas pedagógicas que são como elos de uma corrente que está a ligada a observação e a reflexão, também de ruptura graves, que podem acontecer em nome da prática. Ela chama a atenção para o cuidado em parar e observar, dialogar e refletir assim como ela esclarece e chama de sequência encadeada. Finalizamos a analise deste livro discutindo o último capítulo que traz como enfoque o tema; Por uma avaliação libertadora, onde é possível perceber uma reflexão da autora sobre insatisfação de professores em só repetir os métodos tradicionais da avaliação e com isso contestam esse modelo e o seu significado social e político. Hoffmann reafirma o sentido fundamental da ação avaliativa que é o movimento, a transformação, assim também o professor tende a ser um real problematizador do cotidiano, este deve refletir passo a passo sobre suas ações e também sobre as manifestações dos alunos. Uma prática libertadora da avaliação, segundo a autora não exige obrigatoriamente uma revolução de métodos e técnicas, mas uma compreensão diferenciada do seu significado, uma consciência critica de nossas ações. Contudo, uma avaliação bem estruturada da aprendizagem, passa a servir de mecanismo para que o professor possa estabelecer condições de conhecer seus alunos, quais suas reais dificuldades, determinar se os objetivos propostos pelo educador foram alcançados para promover o desempenho e progresso dos estudantes. Assim, professor e alunos se tornam seres ativos, dinâmicos e transformam a sala de aula em um espaço de discussão que favorece o processo de construção de suas próprias atitudes, habilidades e do autoconhecimento. Tornando-se também uma ferramenta de interação e orientação aos avanços e dificuldades dos alunos e norteia caminhos ao professor para replanejar sua ação pedagógica.

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