Você já quis falar alguma coisa que você não fazia ideia do que era? Já quis falar coisas sem sentido, só mesmo dizer por dizer? Já pensou no quanto você escuta todos ao seu redor e tenta realmente compreender e aceitá-los e o mesmo quase nunca acontece de volta? Já acreditou ser sempre melhor calar-se para não ter de sustentar o discurso que poderia deixar de fazer sentido no mesmo instante que você acabasse de revelar? Esses são alguns questionamentos que me levaram a crer que a razão é tão instável quanto a emoção. Ela também oscila, muda de acordo com o lugar, pessoa e o momento. Tudo parece ser fruto de uma inconstante. Nada pode ser visto de forma unilateral. Repetir conceitos de famosos teóricos não te faz conhecedor de fato. Até mesmo experimentar razão ou sentimentos não o faz conhecedor destes. Cada um é seu próprio cientista e cada um pode ter seus próprios conceitos sobre tudo. Mas como dizer da experiência do outro? Como conceituar uma " bagagem" que não é sua? Só consigo formular esta resposta: Não podemos conceituar porque o que temos como razão é só nosso, individual por mais que tenha partido de um "eu coletivo", o mesmo eu digo dos sentimentos. A mania da sociedade de uniformizar a razão ou a expressão dos sentimentos faz com que não enxerguemos o valor da diversidade. Parece que se todos pensarmos o mundo e sentirmos da mesma forma fica mais fácil de manter o controle de tudo. Por isso resolvi falar coisas que podem lhe soar sem sentido, ou não. Mas são palavras livres, sem amarraduras, ou medo de não ter razão, ou de não tocar os seus sentimentos.