Frases de Efeito
Publicado em 26 de outubro de 2010 por Bruno Azevedo
"Autoritárias, paralisadoras, circulares, às vezes elípticas, as frases de efeito, também jocosamente denominadas pedacinhos de ouro, são uma praga maligna, das piores que têm assolado o mundo. Dizemos aos confusos, Conhece-te a ti mesmo, como se conhecer-se a si mesmo não fosse a quinta e mais dificultosa operação das aritméticas humanas, dizemos aos abúlicos, Querer é poder, como se as realidades bestiais dos mundo não se divertissem a inverter todos os dias a posição relativa dos verbos, dizemos aos indecisos, Começar pelo princípio, como sesse princípio fosse a ponta sempre visível de um fio mal enrolado que bastasse puxar e ir puxando até chegarmos à outra ponta, a do fim, e como se, entre a primeira e a segunda, tivéssemos tido nas mãos uma linha lisa e contínua em que não havia sido preciso desfazer nós nem desenredar estrangulamentos, coisa impossível de acontecer na vida dos novelos e, se uma outra frase de efeito é permitida, nos novelos da vida." (SARAMAGO, 2000: 71)
As frases de efeito causam consequências muitas vezes diversificadas das que a priori concebemos, o que remete a uma questão de análise textual, que para os historiadores se torna fundamental na lida com as teorias.
As palavras em si não possuem valor, mas nós atribuimos a elas o significado, criando uma construção inteligível que nos possibilite perscrutar o texto e tornar possível o conhecimento.
Sob esta perspectiva deparamo-nos com uma infinidade de possibilidades e uma finitude cognitiva. Daí a necessidade de exclusões e delimitações.
O fato é que, quando nos deparamos com a seleção que determinamos é corriqueira a criação de máximas, com caráter "facilitador" para esboçar de forma objetiva e contumaz aquilo que está exposto.
A máxima torna-se o elo entre o fim a que pretende sua discussão e a contextualização ao qual está inserida, servindo de mote facilitador à ativação da memória.
Entretanto, a máxima sendo exposta fora do contexto ao qual foi criada, pode seguir caminhos extremamente opostos àquele proposto pelo criador da mesma, levando inclusive a uma deturpação da argumentação e a um determinismo.
Ao profissional da área cabe servir-se de uma metodologia e estabelcer critérios para que possa minimizar os danos causados pelos pré-juízos acerca de determinada máxima, além da condição sine qua non de leitura contextualizada para tratar amiúde da questão exposta.
Referência Bibliográfica:
SARAMAGO, José. A Caverna: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
As frases de efeito causam consequências muitas vezes diversificadas das que a priori concebemos, o que remete a uma questão de análise textual, que para os historiadores se torna fundamental na lida com as teorias.
As palavras em si não possuem valor, mas nós atribuimos a elas o significado, criando uma construção inteligível que nos possibilite perscrutar o texto e tornar possível o conhecimento.
Sob esta perspectiva deparamo-nos com uma infinidade de possibilidades e uma finitude cognitiva. Daí a necessidade de exclusões e delimitações.
O fato é que, quando nos deparamos com a seleção que determinamos é corriqueira a criação de máximas, com caráter "facilitador" para esboçar de forma objetiva e contumaz aquilo que está exposto.
A máxima torna-se o elo entre o fim a que pretende sua discussão e a contextualização ao qual está inserida, servindo de mote facilitador à ativação da memória.
Entretanto, a máxima sendo exposta fora do contexto ao qual foi criada, pode seguir caminhos extremamente opostos àquele proposto pelo criador da mesma, levando inclusive a uma deturpação da argumentação e a um determinismo.
Ao profissional da área cabe servir-se de uma metodologia e estabelcer critérios para que possa minimizar os danos causados pelos pré-juízos acerca de determinada máxima, além da condição sine qua non de leitura contextualizada para tratar amiúde da questão exposta.
Referência Bibliográfica:
SARAMAGO, José. A Caverna: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.