FORMADORES DE PERSONALIDADE E FORMADORES DE OPINIÃO PÚBLICA  

Qualquer um, enquanto indivíduo, é toleravelmente sensível e razoável. Como membro de uma multidão,

torna-se de imediato um bruto impensante.  

(Friedrich de Schiller, filósofo e historiador alemão).

 Nota importante: esse texto traz apenas informações básicas. Estude! Pesquise e se aprofunde mais no assunto! Não acredite cegamente em nada que está escrito neste artigo e ao memo tempo esteja aberto à investigaçao e experimentação pessoal. 

Confesso aos leitores/leitoras que ao iniciar a escrita deste artigo, não sabia por onde começar, tamanha é a importância do seu título. Mas, o objetivo que pretendia atingir não me saia da mente: fazer o leitor/leitora interrogar-se sobre a formação de sua personalidade e estimular os jovens da GERAÇÃO MUDA BRASIL a refletir sobre o poder de influência do meio ambiente em que vivemos. 

FORMADORES DE PERSONALIDADES

(Ou como elas são formadas...)

O indivíduo que não descobre a Luz para a sua própria luz

conserva-se na região da sombra, à margem da realidade.

(José de Paiva Neto, jornalista e escritor brasileiro).

O que a psicologia denomina de PERSONALIDADE — a organização constituída por todas as características cognitivas, afetivas, volitivas e físicas de um indivíduo, que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, sua individualidade pessoal e social — é, em verdade, algo transitório porque para cada existência terrena, desenvolvemos um tipo de PERSONALIDADE, muito dependente e influenciada pelo meio ambiente social em que vivemos. 

Portanto, não devemos confundir o verdadeiro Eu, a individualidade permanente, com a Personalidade Transitória (PT). O que nos leva à questão do “ser ou não ser”. Eu não sou Dan Herman, este corpo frágil, perecível, de carne e osso. Esse é apenas o meu nome. Eu estou Dan Herman. Sou uma consciência imortal, em continuo processo evolutivo e que já viveu inúmeras existências. Todos nós sofremos influências do nosso passado multimilenar, de nossas boas ou más ações. 

A PT de uma pessoa é uma força tremendamente ativa, cuja intensidade é nada mais nada menos do que o conjunto das suas CRENÇAS, influenciadas culturamente, que ajudam a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca. Essa personalidade  se expressa de diferentes maneiras, através de nossos comportamentos, pensamentos, sentimentos e emoções. Sua formação é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. 

Atenção: entenda de verdade como as crenças podem ser criadas pelo próprio crente e/ou inculcadas por agentes externos a ele, lendo AGORA o artigo Sua Vida Estará Sob o Comando de Suas Crenças em Tópicos Recentes no link www.salvesequemsouber.com.br

 Há um valor prático nisso. Primeiramente você aprenderá a não se tornar prisioneiro de crenças dogmáticas e/ou irracionais. Além disso, se você entender a si próprio (autoconhecimento), se você está ciente dos motivos e das crenças que moldam sua personalidade transitória, poderá superar toda a programação que lhe foi inculcada e descobrir não só seus verdadeiros sonhos e ambições, mas também como vivenciá-los claramente em sua vida.

 Nossa PT afeta a forma com a qual nos relacionamos com o mundo e os outros seres vivos da natureza, como trabalhamos, quem amamos, como os outros nos veem e afeta também de modo contundente nossas chances de sucesso ou fracasso profissional.

Postula-se que são três os fatores formadores da personalidade transitória: 1º) as predisposições multiexistenciais; 2º) as antigas experiências emocionais com os país ou responsáveis; 3º) as experiências traumáticas ou não da realidade da vida adulta.

 Aprender na Escola da Vida é um ato complexo e individual, pelo qual o discípulo procura adaptar-se ao meio, buscando respostas para as situações que esse meio lhe apresenta. Desenvolve-se, assim, em diferentes áreas de aprendizagem, integrando sua personalidade, ao mesmo tempo em que se ajusta socialmente. O processo educativo se constitui das aprendizagens sucessivas do indivíduo, sendo tanto mais completo quanto mais ricas e variadas as experiências por ele ou ela vividas.

 Você sabia caro leitor/leitora que as 2 facetas mais importantes da nossa personalidade transitória são nossa AUTOIMAGEM e a AUTOESTIMA? Vejamos por que:

 ►►1º A AUTOIMAGEM: é a concepção que tem o indivíduo de si mesmo (autopercepção), ou a noção de seu próprio valor.  É como a pessoa se vê quando se olha no espelho. Essa concepção pode ser mais ou menos coerente com sua realidade íntima. Para facilitar o entendimento, pode ser subdividida de um modo simplista em 2 autoimagens:

 A - A autoimagem distorcida. Quando a autopercepção não corresponde à realidade íntima de quem a constrói, ela pode ser chamada também de autoimagem falsa, incoerente, empobrecida, ou ilusória. Ocorre quando a pessoa formula ficções sobre sua própria manifestação. Nesse caso, a pessoa pensa ser algo que não é, sendo potencialmente, algo que não sabe.

 A autoimagem distorcida é mantida a partir de referenciais externos, ou seja, a pessoa depende da aprovação de outras pessoas, ou daquilo que é estabelecido socialmente como sendo correto, independentemente de suas convicções íntimas. Como consequência, em maior ou menor grau, exige gasto de energia com castrações e repressões íntimas diversas. A autoimagem distorcida é causadora de baixa autoestima. 

Muitas vezes construímos essa autoimagem distorcida ou ilusória a partir daquilo que gostaríamos de ser ou que gostaríamos de apresentar aos outros, e não a partir de nossa realidade íntima (a do nosso microuniverso). Isso nos leva a uma preocupação constante com a aparência e a opinião dos outros, sinais típicos de baixa autoestima. 

Nosso pensamento dominante, que se sobrepõe a qualquer outro, é a preservação da autoimagem: procuramos evitar qualquer tipo de exposição pública ou decisões mais impactantes do ponto de vista social. Assim, evitamos críticas e frustrações. O preço a pagar é abrir mão da autorrenovação. 

B - Autoimagem sadia. Quando a autopercepção corresponde mais ou menos à realidade pessoal, ela pode ser chamada também de autoimagem coerente ou fidedigna. Uma autoimagem sadia é caracterizada pela autoaceitação. Nesse caso, a consciência não se esconde nem tem vergonha de si mesma, mas encara sua realidade consciencial e a aceita, podendo modificá-la para melhor, se achar que isso seja necessário para seu equilíbrio e bem estar. A autoimagem sadia é componente da autoestima positiva. 

Eis um pormenor importante que facilita o autoconhecimento (o mais importante de todos os conhecimentos!): de fato, quase todas as pessoas possuem 3 tipos de autoimagem:

 Tipo 1: a autoimagem real. Consiste na verdadeira essência da pessoa (o microcosmo individual), o agora, onde tudo acontece na sua vida;

 Tipo 2: a autoimagem que a pessoa acha que tem. É seu autoconceito (quem sou eu para mim).  Esse “eu” é fruto das experiências e reminiscências do passado somadas às influências da educação, da religião e do meio familiar e social (fonte de nossas crenças). Perceber-se é exercício de autocrítica e autoconhecimento. Você concorda leitor/leitora, que esse “eu” é deveras influenciado por nossas lavagens cerebrais?

 Quando o resultado dessa combinação de influências é positivo, temos autoestima e confiança em elevado grau. Quando é negativo, a pessoa não gosta de si mesma, gostaria de ser diferente e vive em função de coisas que não são reais, tentando se encaixar em medidas, opiniões e esquemas de outrem. O seu estado é, portanto, de constante sofrimento e infelicidade (insegurança, aflição, preocupação, ansiedade etc.).

 Tipo 3: a autoimagem que todos pensam que ela tem (ou a autoimagem que ela quer que todos pensem que ela tem). É a imagem que queremos criar de nós para que o mundo veja e acredite. Essa autoimagem é uma máscara social que vestimos. Ela depende fundamentalmente da imagem que temos de nós mesmos.

 ►►2º — A AUTOESTIMA: é o sentimento da pessoa relacionado a ela mesma, ao qual se atribui valor. Qualidade de quem se valoriza, se contenta com seu modo de ser e demonstra, consequentemente, confiança em seus atos e julgamentos. Acreditar em si próprio é sinônimo de autoestima positiva.

 A autoestima é o agente imunizador de nossa personalidade, protegendo-nos contra lavagens cerebrais. Quando ela é positiva, enchemos-nos de coragem, o que aumenta nossa resistência para enfrentar as adversidades e superar os obstáculos que a vida nos impõe. Quando ela é negativa, acovardamos-nos e desistimos facilmente de perseguir nossos objetivos.

 Outras características importantes de nossa personalidade transitória são as seguintes: afetividade, agressividade, altruísmo, autoritarismos, avareza, ceticismo, cinismo, chauvinismo, comportamento antissocial, covardia, dependência, egocentrismo, egoísmo, empatia, fingimento, hostilidade, humildade, impulsividade, inflexibilidade, intolerância, manipulação, narcisismo, negligência, neofilia, neofobia, otimismo, paciência, pessimismo, otimismo, rebeldia, sensibilidade, timidez excessiva (complexo de inferioridade) etc.

 Nota importante: entre essas características, as positivas são nossos pontos fortes (virtudes) e as negativas são nossas imaturidades ou pontos fracos — defeitos de personalidade evidenciados por meio de fissuras, carências, inabilidades, limitações, medos, temores, traumas, vícios, maus hábitos, condicionamentos e recalques que ainda não conseguimos superar e que freiam, limitam e impedem nossa evolução consciencial.

 Como você leitor/leitora avalia os responsáveis pelas suas crenças, ou seja, seus genitores, progenitores, familiares, professores, orientadores religiosos, líderes políticos, intelectuais, autoridades, etc.? Reflita cuidadosamente sobre as 7 seguintes questões:

 1)    Quais foram os principais responsáveis pela formação de sua personalidade? 

2)    Quais são as características mais marcantes que apresentam? 

3)    Você julga que eles assumiram, de fato, sua função de formadores de bons princípios e valores? 

4)    Em que aspectos a formação que lhe proporcionaram foi satisfatória ou insatisfatória? 

5)    Quais as crenças que lhe incutiram, que você não pretende transmitir a seus descendentes? Tente também identificar os valores que são importantes para eles, mas não para você, opinando sobre esses valores. 

6)    São eles, em si mesmos, pessoas íntegras e felizes, e, assim, se constituem bons modelos de vida? 

7)    Ou alguns deles são hipócritas, fingidos, desonestos, preocupados e ansiosos por manter o status social à custa da própria infelicidade, uns verdadeiros caga-regras fracassados?

 FORMADORES DE OPINIÃO PÚBLICA

 Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar. (Nelson Mandela, estadista africano).

Formadores de Opinião (FOs) são pessoas e/ou grupos com a capacidade de influenciar e/ou modificar a opinião e a conduta de outras pessoas nos campos político, social, moral, cultural, religioso, econômico, esportivo, alimentar etc. Exemplos de FOs são jornalistas, professores, escritores, pais, líderes religiosos, políticos, apresentadores de programas de Rádio e TV, celebridades do mundo artístico e dos esportes etc.

 Um competente FO é capaz de influenciar um grande número de indivíduos pertencente à massa humana impensante a concordar com uma dada opinião ou a consumir determinado produto, assistir determinado espetáculo, se unir a uma seita religiosa, ler determinada revista ou jornal. Eis a razão por que determinadas celebridades cobram uma fortuna para associar seu nome, sua voz, seu rosto a uma determinada instituição, a uma causa, a uma fábrica de automóveis ou a uma marca de roupa.

 Neste artigo estamos interessados em analisar um tema importante da Ciência Política — a Opinião Pública (OP), e como ela é “PREPARADA” e, se for o caso, “FORMADA” pela propaganda como um produto qualquer, para dar respaldo de legitimidade à pretensão de grupos mal intencionados, que espera ver facilitada sua tarefa e por essa via indireta (apoio da opinião pública) lograr o deferimento de favores impetrados junto dos poderes oficiais estabelecidos.

 A Propaganda não deve ser confundida com a “publicidade”, que é uma comunicação de cunho comercial. A Propaganda que estamos nos referindo é a comunicação ideológica que utiliza técnicas para formatar a opinião pública de modo a cerrar a mente impensante a todos os caminhos, exceto àquele que ela indica como o único possível. Encarcera a vontade humana individual ou coletiva numa ideia ou opinião, que proclama a melhor, sem conceder alternativas, privando o corpo social do livre exercício das faculdades críticas.

 Muitos Formadores de Opinião Pública (FOPs) que trabalham na Grande Mídia são “testas de ferro” que emitem “o pensamento feito que vem lá de cima” (os donos da mídia) e o impõem às massas dóceis, alienadas e despolitizadas, cuja função subsequente será apenas a de reproduzi-lo. Portanto, é importante não confundir opinião livre, independente e dinâmica com opinião publicada!

A OPINIÃO baseada em mitos, falácias e sofismas é a “matéria prima” que utilizam os FOPs visando orientar o comportamento humano das multidões num determinado sentido.

 A OP que estamos nos referindo não é a opinião de uma classe ou da minoria dominante ou ainda das classes instruídas ou educadas. Ela pode ser definida como a “resposta que a parte mais passiva da sociedade brasileira — a massa humana impensante — dá ao modo de ação da parte mais ativa”: os “lordes” do poder econômico e financeiro, a cujo controle se acham sujeitos via de regra a Grande Mídia e os CLEPTOCRATAS que se apoderaram do Estado e que não raro tomam decisões de suprema irreflexão.

 Atenção: para mais detalhes sobre o rebanho impensante leia o artigo “Massa Humana Impensante” em Tópicos Recentes no link http://salvesequemsouber.com.br

 No BRASIL, QUEM SÃO ESSAS PESSOAS? QUEM SÃO ESSES CLEPTOCRATAS? Eles fazem parte de mais da metade do grupo que governa nosso país e dirige nossos destinos: são cerca de 61.100 políticos ladrões do dinheiro público, espalhados por todos os setores da administração pública.

 Atenção leitor/leitora: para mais detalhes sobre esta desgraça nacional, leia minha análise “Brasil: Democracia ou Cleptocracia?” em Tópicos Recentes de https://www.salvesequemsouber.com.br

 Formar ou dobrar a OP e em casos mais agudos dar no público uma lavagem cerebral se consegue mediante o emprego dos instrumentos de comunicação de massas, a Grande Mídia, o quarto poder de uma nação, os principais e mais influentes meios de comunicação do país.

 A Grande Mídia é assim considerada pela força de influenciar (positivamente ou não) o comportamento de toda sociedade e de interferir na vida da nação. As pressões populares dificilmente aconteceriam sem a influência da Grande Mídia, que exerce plenamente o seu papel de “quarto poder”, mostrando os passos de uma dada discussão, as pessoas públicas e suas opiniões sobre o objeto de discussão, e desta forma molda novas ideias para formar ou dobrar o que se denomina de OPINIÃO PÚBLICA.

 A opinião da grande maioria da população brasileira (a generalização aqui deve ser enfatizada) — denominada de OPINIÃO PÚBLICA — é a opinião da turba que não pensa pertencente à massa humana impensante (MHI), número considerável de pessoas mentalmente preguiçosas, que priorizam o gersismo, alimentam o conformismo e a mediocridade, reagem de maneira semelhante, mais ou menos impulsiva, aos mesmos estímulos, em vez do raciocínio lógico.

 No caso dos grupos de pressão (os chamados lobbies) que representam os interesses de uma minoria, o grupo mobiliza rádio e TV e por meio declarados ou sutis exterioriza a divulgação de seus objetivos, quer pela publicidade remunerada, quer pela obtenção de favores ou “doações” dos que dominam aqueles meios de comunicação.

 Os testemunhos de pessoas falando “ao vivo” na televisão, os depoimentos de “especialistas”, o APELO À AUTORIDADE, as estatísticas, as referências às “pesquisas de universidades americanas” e as “pesquisas de OPINIÃO PÚBLICA” são seletiva e comumente apresentados ao público-alvo como evidência da validade de ideias que se quer inculcar e formar a opinião do povão.

 APELO À AUTORIDADE ou ARGUMENTO DE AUTORIDADE, é o argumento que se impõe ao público leitor ou telespectador por invocar o peso da OPINIÃO de uma autoridade (indivíduo de competência indiscutível em determinado assunto) socialmente reconhecida, ou que é apresentada como tal.

 A “autoridade” pode ser uma pessoa (muitas vezes sem qualificação) ou uma respeitada instituição (no Brasil frequentemente se mencionam como fonte de convencimento as “pesquisasfajutas” de universidades americanas). Essa estratégia fortalece o ponto de vista adotado pelo autor de um texto ou apresentador de programa.

Ela sempre funciona, devido à tendência de muitos brasileiros a julgar os gringos racistas (europeus e estadunidenses) superiores a nós em tudo. Esse Complexo de cachorro vira-latas (CCV) é um símbolo de brasilidade. É uma representação do Brasil subdesenvolvido.

 Levar em consideração nomes de peso em determinado campo do saber, antes de estabelecer qualquer afirmação naquele campo, é como dizer ao leitor ou telespectador: estou muito bem acompanhado no que digo, não tirei minhas ideias e opiniões da cartola.

 Esse recurso também aumenta a impressão no ouvinte de estar diante de “respeitável especialista”, cujo conhecimento ultrapassa em muito o nível do cidadão comum. O efeito resultante é a maior reverência dos ouvintes ao “sábio” apresentador. Refutar bases tão bem erguidas pelo autor ou apresentador em seu ARGUMENTO DE AUTORIDADE seria bastante difícil para qualquer avaliador.

 O perigo desse argumento consiste em aceitar como verdadeiros, uma OPINIÃO ou conceito, porque uma autoridade, instituição ou especialista renomado os defende. A evidência usada pelo proponente da ideia são as credenciais acadêmicas, a fama, o prestígio ou a reputação do informante.

 Entretanto, quando o indivíduo só se satisfaz apenas por soluções racionais e verificáveis, pelas verdades relativas de ponta, esses argumentos de autoridades não são eficazes. Para a grande maioria, porém, quando as ideias partilhadas são apoiadas pelo consenso, pela maioria dos membros de sua cultura ou proclamadas por autoridades renomadas, a mente da pessoa é apaziguada, malgrado ela própria não fique completamente tranquila.

 Você sabe leitor/leitora por que a difusão de informações de cunho ideológico e os comerciais usam a OPINIÃO de uma autoridade ou especialista como estratégia de convencimento e lavagem cerebral?

 É comumente aceito que autoridades e especialistas tipicamente sabem mais que nós, os leigos, na área em questão; por isso damos corretamente mais peso ou importância às ideias das autoridades. Entretanto, mesmo em tais circunstâncias, precisamos ficar atentos e reconhecer os limites de seus conhecimentos profissionais.

 A opinião de um advogado famoso sobre questões políticas; ou de um médico renomado sobre a situação econômica do país; ou de um cientista político sobre a saúde pública; ou ainda de um padre sobre o relacionamento conjugal pode ser interessante, mas, nesse contexto, não constituem opiniões de especialistas, e sim de leigos.

 O bom senso sugere que a aceitação ou não de algo concreto ou abstrato apresentado (projeto, plano, invenção, criação, maneira particular de ver as coisas, opinião, conceito, juízo etc.) não deve ser decidida em termos do prestígio, das credenciais acadêmicas ou da fama do informante.

 Como podemos evitar a submissão ao proselitismo ideológico de supostas “autoridades” que querem tirar proveito de nossa ignorância e nos doutrinar com IDEIAS E OPINIÕES sem nos conceder alternativa? Esse é um problema de raciocínio crítico.

O Princípio Crítico da Descrença (PCD) é a melhor técnica para se proteger contra qualquer tentativa de lavagem cerebral que usa o ARGUMENTO DE AUTORIDADE.

 Atenção: para mais detalhes sobre o perigo das lavagens cerebrais e como se proteger delas leia o artigo “Lavagens Cerebrais” em Tópicos Recentes no link www.salvesequemsouber.com.br

 Os Formadores de Opinião Pública utilizam inúmeras outras estratégias maliciosas que distorcem os fatos e acontecimentos com o propósito de ganho financeiro, acúmulo de patrimônio, de fazer prosélitos ou lavagem cerebral, tais como as 5 seguintes:

 ►Apelo a Mitos: mitos são um conjunto de ideias falsas, sem correspondente na realidade, mas que, devido ao constante bombardeamento através da mídia, são aceitos pela grande maioria como se fossem verdades incontestáveis.

Estamos cercados por um grande número de mitos econômicos, mitos que distorcem a noção do público a respeito de problemas importantes e nos levam a aceitar políticas governamentais totalmente equivocadas.

 O apelo a mitos é um argumento usado principalmente pelos lideres religiosos para manter os fieis algemados à crença da salvação pela fé religiosa. Nas suas mentes, a crença nos mitos pueris ensinados pelos falsos profetas, rabinos, clérigos e pastores arrivistas sobrepõe-se à concretude dos conhecimentos científicos. Entretanto, a Ciência continua derrubando esses mitos infantis.

 Ao admitir a veracidade desses apelos mitológicos e a crença na existência de um ser humano superior e onipotente, detentor do destino da Humanidade (Jesus, de Nazaré), o crente abre mão do livre-arbítrio, eximindo-se da responsabilidade evolutiva e justificando possíveis fracassos e negligências.

 Não é novidade alguma que os EUA são especialistas em se utilizar de sua poderosa e eficiente rede de telecomunicação para espalhar mitos sobre sua economia, sua política externa, seu estilo de vida e suas pesquisas científicas. A ciência médica estadunidense, principalmente na área da psicologia e psiquiatria, é uma instituição obcecada com sua própria mitologia e proclamadora de “verdades” muito além de sua capacidade atual.

 Espalhar a “democracia, liberdade e justiça” pelo mundo continua servindo como desculpa para lançar ações militares contra alvos indefesos em muitas regiões. Qualquer que seja a retórica usada, desde 1947, (ano em que foi estabelecida sua política neocolonialista) os EUA têm sido um grande perpetrador de “terror do Estado” e outras ações ilegais, causando danos imensos, sempre em nome da “democracia, liberdade e justiça

 O indivíduo FOP que ajuda na propagação de mitos frequentemente usa como tática de convencimento as seguintes características em suas estratégias: 

  • Usam a forma narrativa (geralmente uma pequena história, porém bem estruturada); 
  • Procura sempre se autenticar por meio de testemunhas fajutas e provas supostamente existentes; 
  • As pessoas que foram convencidas ou doutrinadas quando repassam a história mitológica costumam confirmá-la como se tivesse sido vivida por ela mesma.

 ►Slogans: são frases ou citações de fácil memorização, usadas para inspirar a massa humana impensante em contexto político, religioso ou comercial como uma expressão repetitiva de uma ideia ou propósito.

Exemplos: Seja responsável. Beba com moderação. Impossível comer um só. Amo muito tudo isso. Brasil, um País de Todos.  Salvador, Terra de Todos Nós. O povo em primeiro lugar. A Bíblia é a palavra de Deus. Deus é fiel. Jesus está voltando. Jesus te ama.

 ►Falácias: são quaisquer enunciados ou raciocínios falsos que, entretanto, simulam a veracidade ou têm aparência de verdadeiro; são erros de raciocínio que contaminam a argumentação, geram ambiguidades, mal entendidos e erros de interpretação. Podem ser intencional ou não. A capacidade persuasiva desses argumentos está frequentemente no impacto psicológico sobre o público. Existem vários tipos de falácias. Sugiro ao leitor/leitora consultar o Guia das Falácias.

 Deve-se observar, portanto, que um raciocínio pode incorrer em mais de um tipo de falácia, assim como que muitas delas são semelhantes. Precisamos estar alerta para esses tipos de abusos e distorções dos fatos, muito comuns em pregações religiosas, como a falácia de oarrependimento poder resolver, de uma vez, todos os equívocos cometidos pelo crente.

Exemplos: eu estou certo porque estou citando a Bíblia, e a Bíblia está sempre certa. É um perigo entregar um carro a uma mulher, porque as mulheres não sabem dirigir.

 ►Apelo à Ignorância ou Argumento da Ignorância: este é um argumento falacioso que conclui que algo é verdadeiro só porque não pode ser provado como falso, ou vice-versa. Ou seja, a falta de evidência para uma proposição é erroneamente argumentada como prova para a exatidão de outra proposição.

Exemplo: como a promotoria não conseguiu provar que o réu é culpado, então ele é inocente.

 ►Sofismas: argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não conclusivo, e que supõe má-fé por parte de quem o apresenta. Ou seja, sofisma é argumento falso formulado de propósito para induzir outrem a erro, muito usado por indivíduos letrados de pouca integridade de caráter, porém hábeis na arte de sofismar. Muito popular entre ospolíticos de nossa Cleptocracia!

 Exemplo nº. 1: o mercado financeiro e parte da imprensa costumam classificar a auditoria da dívida pública brasileira de calote. Por que a auditoria da dívida não é calote? Os FOPs tentam desqualificar a auditoria da dívida porque eles sabem que uma investigação da nossa monstruosa dívida pública certamente resultará na descoberta dos esquemas fraudulentos que fazem a dívida aumentar cerca de 40% ao ano.

Exemplo nº. 2: Só creio no que vejo. Não vejo Deus. Logo, não creio em Deus. 

 Quem se utiliza de sofismas na argumentação não está interessado em absoluto em difundir a verdade, mas deseja unicamente conseguir que todos os ouvintes estejam de acordo com ele ou ela. O que importa é a adesão, não o ensinamento do justo ou injusto.

 Reconhecer o uso e abuso de mitos, falácias e sofismas nos processos de convencimento e formação de opiniões (lavagem cerebral) é uma das características de um pensador crítico.

 CONCLUSÕES FINAIS

 Eu sempre digo que, se a maioria dos brasileiros concorda com algo, significa que esse algo só pode estar muito errado.

(Diego Mainardi, escritor e colunista brasileiro).

 Aumentar nossa vigilância e preocupação com as verdades relativas de ponta para não sermos enganados, saber diferenciar informações equivocadas, mentiras mesmo, separando o joio do trigo, é necessidade cada vez mais premente nessa época atual, que deveria ser chamada de Era da Desinformação.

 Aqui entra a tal vigilância epistêmica — capacidade de ficar atento e perceber se uma afirmação tem ou não algum valor (prático e/ou científico) — que deveria ser martelado na cabeça das pessoas nas escolas, no trabalho e dentro de casa. É a preocupação que todos deveríamos ter com relação a tudo que lemos, ouvimos e aprendemos, independentemente da procedência, para não sermos enganados ou manipulados, para não acreditarmos em tudo que é escrito e dito por aí afora.

 Principalmente na Internet, toda pessoa em busca de sabedoria e de correta informação precisa estar muito atenta aos 2 aspectos seguintes da mensagem transmitida:

 1º.  Se quem fala ou escreve conhece a fundo o assunto, se é um especialista comprovado, se realmente sabe o que está falando.

 2º.  Se quem nos fala ou escreve, na verdade, é um idiota que ouviu falar algo e simplesmente repassa, aos outros, o que leu e ouviu, sem acrescentar absolutamente nada de útil.

 A persuasão, quando legítima, apoia-se na coerência e consistência das ideias; não depende do apelo às emoções descontroladas; não desconsidera as regras da lógica e do bom senso; não tira conclusões a partir de mitos, dogmas (quer sejam religioso, filosófico ou científico), crenças infundadas, medos e artimanhas psicológicas — como acontece com os discursos políticos enganadores e religiosos lavadores de cérebro.

 Teste sua compreensão: após a explicação desse artigo, a resposta honesta para os 7 seguintes grupos de questões sobre sua personalidade transitória pode ser a prova de fogo para a sua condição de livre-pensador e de bom-entendedor. Responda com a máxima autocrítica, pois somente assim você poderá decidir: eu me aceito ou não? 

1)    Quais os sentimentos que você costuma ter em relação a si mesmo? No que baseia sua visão e opinião acerca de si mesmo? 

2)    O seu amor-próprio atua ou não a favor da sua missão ou propósito de vida? 

3)    Você tem desinibição suficiente para enfrentar constrangimentos (autoconfiança)? Abala-se diante da opinião alheia? 

4)    Você tem o mau hábito de se comparar com os outros? Concorda ou não com esta afirmação: viver se comparando às outras pessoas é a principal causa do complexo de inferioridade. 

5)    Já sabe distinguir com discernimento os fatos das opiniões? 

6)    Cultiva o mau hábito da autoculpa, da passividade e do complexo de inferioridade ou superioridade? 

7)    Que proveitos evolutivos vem você obtendo com o emprego autoconsciente de uma sólida autoestima?

 MENSAGEM FINAL: Esse texto faz parte da contribuição de Dan Herman em prol do esclarecimento da Geração Muda Brasil. Aprovamos e publicamos comentários em que o leitor expressa suas opiniões de modo construtivo. Se você gostou desse artigo indique-o para outros de sua estima. 

Dan Herman, o inconfundível e autor do revolucionário “De Paraíso Tropical a Inferno Latino americano” é estudante e praticante da seguinte sabedoria:

 Domina-se com mais facilidade um povo excitando e explorando suas paixões do que se preocupando com seus interesses e bem estar.