Formação dos Estados Nacionais.

Durante toda Idade Média, o poder dos reis era sempre confrontados com outros poderes, particularmente com a Igreja e com a nobreza, isso no interior do Estado Feudal.

No entanto, no final do século XIV Portugal e já no outro século, XV, França, Inglaterra e Espanha, começam a movimentar em direção a um novo tipo de poder e Estado, o que passou a ser denominado das Monarquias Nacionais.

O que acontece nessa nova formulação de Estado, o fortalecimento do poder do rei, com efeito, também o poder era essencialmente centralizado.

 Dessa maneira o que se pode dizer nasceu à configuração do que chamamos de Estado Moderno, naturalmente que para essa forma de Estado foi necessário à colaboração da burguesia, isso num primeiro momento, pois numa segunda fase ela mesma toma o poder.

Com os fundamentos próprios da política da época, com o monopólio de fazer leis e aplicar as mesmas, recolher impostos cunhar moedas, ter um exército, o que era da natureza política do Estado em referência.

O Estado era a única força que poderia ter o monopólio legítimo das forças armadas, o aparato das forças administrativas, do mesmo modo o direito a prestação dos serviços públicos, então dessa forma nascia o Estado Moderno.

Nesse mesmo período algumas nações no mundo europeu continuavam fragmentadas, particularmente a Itália e a Alemanha, compostos de muitos Estados expostos a disputas internas e do mesmo modo a conflitos externos.

 A Itália em particular em especial sofreu muito com o desejo de outros países a sua extensão, França e Espanha, reivindicavam Estados para serem incorporados as suas nações.

Foi exatamente em uma Itália dividida em que viveu o grande Nicolau Maquiavel, 1469-1527, na república de Florença, ele entendia e analisava a Itália, dividida em principados e repúblicas.

 Quando cada uma possuía a sua própria milícia, formada naturalmente por aventureiros, denominados de condottieri. Até mesmo o Vaticano tinha seu exercito. Objetivo defender de ataques internos e externos.

Maquiavel foi um teórico que procurou entender a sua realidade prática, a funcionalidade real das cidades Estado, e suas relações internas, do mesmo  modo com outras nações já unificadas.

Florença sua idade natal sob o domínio da família medici, encontrava na ocasião sendo governada por alguns anos por um republicano Soderini.

 Ao ocupar o posto na segunda Chancelaria do governo, função que lhe obrigava desempenhar várias funções de governo e missões diplomáticas na França e Alemanha, também por diversos Estados na Itália.

Maquiavel entra em contato direito com reis, papas e nobres. Foi exatamente por essa ocasião que conheceu o famoso condottiere Cezar Bórgia que estava empenhado na luta para aumentar os Estados do Vaticano.

Maquiavel considerava o modelo dos principados superado, era, com efeito, necessário a unificação da Itália. Quando Soderini caiu do governo, os medici voltam à cena política, Maquiavel cai então em desgraça, quando ele é afastado do mundo da política escreve a sua grande obra. O Príncipe entre outros livros.

Em 1513 o livro é dedicado a Lourenço de Medici, o príncipe provoca inúmeras controversas, uma delas a aparência da defesa do poder absolutista.

 A ideia do mais completo imoralismo no mundo da política. Que aprenda a poder ser mau e que faça uso dessa técnica para manter se no governo.

Desenvolveu toda uma análise simplista do livro de Maquiavel, o que não corresponde na realidade com seu desejo. O livro é muito complexo cheio de metáforas e foi produto de uma realidade diversificada.  

Na perspectiva de contrapor esse caminho Rousseau no século XVII, defende o político, esclarecendo que quando ele falava a respeito dos tiranos, o seu verdadeiro objetivo era desmascarar os príncipes de suas práticas despóticas e ensinar ao povo lutar contra o poder absolutista.

Essa hipótese foi levantada a partir de outro livro escrito por Maquiavel. Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio, quando ele desenvolveu ideias em defesas de Estados republicanos.

Posteriormente as ideias de Rousseau foram rebatidas, devido não apenas a outra obra, mas, sobretudo, porque também no capitulo IX quando escreveu o Príncipe ele recore a necessidade do mesmo fazer a defesa do povo.

Para fundamentar ação do príncipe Maquiavel usa expressão virtude cujo significado atende acepção de força, aquele que tem capacidade de perceber o jogo político, numa estratégia de agir com energia, conquistar e manter o poder.

Já outro significado a respeito da ocasião o termo fortuna, para agir bem, o príncipe não deve deixar escapar o momento oportuno. Para Maquiavel de nada adianta o príncipe ser virtuoso, se não souber ser ousado na ocasião propícia.

Deve ser atenta ao curso da história, para não transformar o poder em mero oportunismo, e, para Maquiavel naquele momento a única grande possibilidade seria de fato o uso do poder ousado superar a política das cidades Estado.

 Tomar imediatamente a luta para unificação da Itália, o que fará na defesa do Estado, a criação de um Estado nacional também, para tal tarefa era de fundamental importância à consciência de algum príncipe.

 A Itália não poderia ficar eternamente exposta aos perigos dos chamados Estados Nações que surgiram no lugar das Cidades Estado.    

Edjar Dias de Vasconcelos.