FORMAÇÃO DO EDUCANDO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO

Aparecida Santos Rocha Caetano
Luiz Foroni Carholine Hana da Costa Fernandes
Christiane da Costa Fernandes
Cristiane Acácio Rosa
Paula Keiko Iwamato Poloni
Sônia Margaret Scharan

Introdução 

O tema avaliação configura-se problemático na educação, à medida que se amplia a contradição entre o discurso e a prática dos educadores (HOFFMANN, p. 28). Por muito tempo a avaliação era um instrumento de poder na mão dos professores que utilizavam como parâmetro uma média aritmética classificatória, sendo que a nota do aluno demonstrava se seu desempenho estava de acordo com esta média. O sistema educacional brasileiro, têm procurado atender exigências externas e internas, portanto traçou metas e definiu objetivos para melhorar sua posição no ranking internacional de educação. A prática docente dedicada a educação inclusiva, necessita de um estudo específico sobre o tema e uma maior atenção quanto ao atendimento especial aos alunos com transtorno de desenvolvimento e outras necessidades, englobando também a noção de inserção de apoios, serviços e suportes nas escolas regulares, indicando que a inclusão bem-sucedida implica financiamento. A capacitação desse profissional é de fundamental importância para promover uma integração de forma eficiente. Justificativa O planejamento e a avaliação são de acordo com a organização do Estado, da sociedade e, portanto, das políticas sociais, dentre as quais destaca-se a política educacional. Nessa visão estão ligados aos contextos políticos, sociais e econômicos dos períodos históricos, explicando o tipo de pessoa e sociedade de que é “constituída”. O conceito da avaliação sob o ponto de vista da Pedagogia Histórico-Crítica, valoriza a interação entre os indivíduos e a realidade que os cercam no processo de aquisição de conhecimentos. Para Gasparin (2011), a “[...] avaliação diz respeito, em primeiro lugar, ao professor e, posteriormente, aos alunos. O trabalho docente-discente não se inicia pelo ensino, mas pela avaliação [...]”. Em Adorno, a teoria social é na realidade uma abordagem formativa, e a reflexão educacional constitui uma focalização político-social, portanto, uma educação política é o confronto com as formas sociais que se sobrepõem as soluções "racionais". Avaliar envolve vínculos com o modelo organizacional de instituições, sendo as mesmas burocráticas e centralizadoras, certamente o modelo de planejamento e avaliação será tradicional, se queremos a construção de um modelo alicerçado em concepções dialéticas emancipadoras precisamos, então, a implementação de políticas participativas e descentralizadas. A avaliação educacional tradicional é útil aos propósitos de uma educação domesticadora em que os alunos adquirem atitude passiva em relação aos conhecimentos prontos, que são transferidos, ou depositados, sem a possibilidade de lhes promover qualquer motivação para a busca no sentido de criação de novos conhecimentos, sendo esses significativos e que lhes sirvam à propósitos definidos, tendo uma leitura crítica da realidade e com a perspectiva de transformá-la. Portanto, como pensar em processos avaliativos não opressivos, considerando a opressão como um processo educacional que é executado e replicado em toda sociedade. Até mesmo na educação especial os alunos podem ser encorajados a acreditar que não podem entender sem uma explicação - o que os torna dependentes de um educador - tornando-se contraditório, pois antes da vida escolar o educando poderia falar, se relacionar e fazer ações sem explicações. Este é um processo que deve ser de permanente atenção da educação. De acordo com Hoffmann (2012, p.27): “O maior dentre os desafios é ampliar-se o universo dos educadores preocupados com o fenômeno avaliação, estender-se a discussão, no interior das escolas e toda a sociedade. Temos o compromisso de construir outra estória para as futuras gerações, descaracterizadas da função autoritária que a reveste, em busca de ação libertadora” A avaliação é um processo necessário, tanto para a verificação por parte do professor, se o aluno está conseguindo se desenvolver durante o processo planejado, como por parte do aluno, onde ele mesmo pode analisar seu rendimento. É, portanto, um modo de medida para o próprio aluno verificar e tomar consciência do quanto conseguiu alcançar de seu objetivo, verificar se o caminho traçado está sendo cumprido, ou se é necessário alterações, isto é, intervenções durante o processo de aprendizagem. A avaliação deve ser um processo fluído, contínuo e permanente, despertando o desenvolvimento, de maneira democrática, dinâmica e coletivamente, sempre mediados pelo diálogo entre os saberes individuais, considerando as diversidades cognitivas e diversidades culturais, não admitindo nenhum tipo de exclusão. Não há mais espaço para autoritarismo, pois a aprendizagem não é uma via de mão única. A avaliação deve ser mais um instrumento dentre todas as ações planejadas para que o aluno atinja os objetivos de aprendizagem. Objetivo Geral • Atender exigências externas e internas, portanto traçou metas e definiu objetivos para melhorar sua posição no ranking internacional de educação. Objetivos específicos • Promover o desenvolvimento integral do educando considerando as habilidades e competências socioemocionais; • Desenvolver a educação inclusiva; • Atender aos índices anuais de melhoria da educação; • Realizar uma análise global e integral dos estudantes, de acordo com a BNCC. Metodologia De acordo com Larrosa, aprender a ler e escrever implica em uma relação de amizade e convivência com os outros e consigo mesmo, o ato de ensinar e aprender, e algo muito maior que o acúmulo de conhecimentos cognitivos, é emoção, é sentimento. Os processos e procedimentos avaliativos, de forma geral, devem se preocupar com a inclusão e a equidade da educação para com os educandos. Para que isso aconteça de modo efetivo é necessário um fomento de políticas públicas na educação, além de formação e capacitação contínua dos educadores, considerando ainda uma visão mais dinâmica e estratégica daqueles que atuam como gestores educacionais na escola. Temos uma imensa diversidade de realidade, devemos primeiramente conhecer nossos alunos através de aplicação de atividades diagnósticas para então, traçar estratégias de intervenção. Afirma Cipriano Luckesi (2011) que: para realizar uma boa avaliação três itens principais devem ser priorizados: Conhecer o nível atual de desempenho do aluno através de atividade diagnóstica; adequar o conteúdo ao processo educativo; e planejar as atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino e respectivos instrumentos avaliativos. Para que a avaliação tenha qualidade é importante definir os indicadores do resultado que se quer alcançar, problematizar estes indicadores de forma que seja possível perceber os resultados em diferentes situações. Escolher instrumentos de avaliação e situações de aprendizagem diversos, que possibilitem quantificar e qualificar a aprendizagem. Como instrumentos de avaliação podemos utilizar: observação, debate, portifólio, seminários, diário de bordo, estudo de caso, teste prático, teste escrito e gamificação. Há 4 principais tipos de avaliação: - a diagnóstica, tem a função de investigar. É realizada geralmente no início de um curso ou período letivo individual ou em conjunto; pode ser escrita ou por metodologias ativas, como roda de conversa, gamificação etc. - a formativa, tem a função de replanejar e recuperar. Permite ajustar o processo de ensino-aprendizagem, detectando os pontos frágeis de cada estudante e respondendo às características de cada um deles, podendo ser realizada periodicamente e diariamente, ao rever cadernos, o dever de casa e participação; e até mesmo ao rever o próprio planejamento o docente. - a somativa, tem a função de atestar e certificar. Geralmente soma um ou mais resultados e pode ser baseada numa prova final, podendo ser utilizados dados obtidos na avaliação formativa como forma de resultados. - e a comparativa que compara o desempenho do aluno em relação à uma período de tempo anterior, que pode ser dias, semanas, meses ou anos. Pode ser escrita ou metodologias ativas também. Estratégias As aulas devem ser dinâmicas, atrativas, conectadas com a realidade do educando para que ele possa se apropriar dos conhecimentos e perceber a utilização em sua vivência, sempre o estimulando, a ser atuante e participativo. Conclusão O papel do professor em uma educação emancipadora é acompanhar o aluno em seu processo de desenvolvimento pessoal, até o momento em que possa ter condições de fazer suas escolhas e, o mais importante, aprender buscar respostas sozinho sem a intermediação de outros; reconhecer seu papel na sociedade, identificar suas necessidades e agir de modo consciente nas tomadas de decisões contribuindo para o aprimoramento de uma sociedade justa e igualitária. A escola deve atender e acolher a todos os alunos, sejam eles com ou sem deficiência, e a avaliação escolar na questão da inclusão deve viabilizar a transformação das práticas pedagógicas corroborando para que todos os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade e tenham garantido o seu direito a permanência com um aprendizado mais significativo e socializador. Ainda se está engatinhando neste processo e há muito a ser feito e melhorado, incluindo formas de participação da comunidade escolar neste movimento. Referências ADORNO, T. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995. CANAL UNIVESP. Desafios da Educação - Jorge Larrosa Bondia/ Espanha. 2013. Youtube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=AzI2CVa7my4&t=29s, acesso em 07 julho 2022. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 2ª impressão da 43. ed. São Paulo, Paz e Terra, 2011. FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. GASPARIN, J. L. Avaliação na perspectiva histórico-crítica. In: X Congresso nacional de educação – EDUCERE. Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR. Curitiba (PR), 2011. HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover. 10ª edição. Porto Alegre: Mediação, 2008. HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio. In: ______. Avaliação: mito e desafio uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1991. LARROSA, Jorge. Sobre a lição: ou do ensinar e do aprender na amizade e liberdade. In: _______. Pedagogia Profana: danças, piruetas e mascaradas. Trad. Alfredo Veiga-Neto. Belo Horizonte: Autêntica, 2004. p. 139-146". LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011. RANCIÈRE, Jacques. Uma aventura intelectual. In: _______. O mestre ignorante: cinco lições sobre