Filhinho do papai e da mamãe
Por ANTONIO PADILHA DE CARVALHO | 02/12/2011 | CrescimentoFilhinho do Papai e da Mamãe
Antônio Padilha de Carvalho
Não dividia os seus brinquedos, os pais orgulhavam do seu egoísmo;Era filhinho da mamãe.
Batia em todos os seus amiguinhos, ocasionando risos daqueles que o achavam muito forte e destemido; Era filhinho do Papai.
Pulou o portão de sua casa para roubar a bicicleta do vizinho, o pai era rico, podia comprar a fábrica de bicicletas; Na delegacia os próprios policiais falaram: O menino é gente boa, não fez por maldade... Era filhinho da Mamãe.
Nos primeiros dias da juventude foi apanhado com maconha e os seus olhos estavam vermelhos, seu caminhar lento, largadão... A polícia foi entregar o garoto em casa... não existia celas para todos jovens. Era filhinho do Papai.
Casou-se na adolescência, euforia total. Divorciou-se em tempo recorde com apoio da família. Era o filhinho da Mamãe.
Entrou no mundo das drogas, bebia em demasia, fumava destabelado, vivia a sexolatria, cheirava em escala industrial, brigava, quebrava tudo, era o tal.
Clínicas e mais clínicas de nada adiantou, psicólogos, psiquiatras, drogas medicamentosas... No manicômio ouvem-se gritos animalescos diuturnos: - Eu sou filhinho do Papai... eu sou filhinho da mamãe, tirem-me daqui!
Ele não sabe que foram eles que o colocaram ali.