UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE LINGUAGENS

DEPARTAMENTO DE LETRAS

CURSO DE LETRAS/ESPANHOL

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PAULO MARCOS FERREIRA ANDRADE

 

 

 

 

 

TEORIA LITERÁRIA III

 

ATIVIDADE III - 3ª SEMANA

  

 

 

ANÁLISE LITERÁRIA

 

FIGURAS DE LINGUAGEM NO POEMA TECENDO

A MANHÃ DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO.

 

 

 

 

 

 

 

 

Cuiabá, MT

2014

 

 

 

 

               

FIGURAS DE LINGUAGEM NO POEMA TECENDO

A MANHÃ DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO.

Mediante os estudos realizados na terceira semana da disciplina Teoria literária III, cujo foco são as Figuras De Linguagem, tomamos aqui a poesia de   João Cabral  de Melo Neto, “Tecendo a Manhã”, onde identificaremos as figuras presentes.  

O que percebo neste poema é o que autor com muita propriedade discorre o texto em metáforas, numa teia de ideias que estão atribuídas ao galo. Desta forma nos apresenta de maneira bem descontraída questões de ordem social, ao mesmo que exemplifica as relações interpessoais da pessoa humana, neste caso o homem é metaforizado como um galo. Isso fica cada vez evidente se ao longo texto se substituirmos o vocábulo “galo” pelo vocábulo “homem”.  Através de seu jogo metafórico o autor nos mostra que sempre dependeremos de outras pessoas até mesmo para realizar atividades que julgamos individuais. O canto do galo pode nos remeter a nossa voz, que juntamente com outras vozes, podem modificar uma realidade. isso fica muito claro pois o poema começa com uma paráfrase do provérbio “uma andorinha sozinha não faz verão”

Há uma metáfora também na forma com que autor compara  os cantos do galo á construção de uma teia que é a  amanhã. O título do poema é retomando várias vezes no texto verso 9 e 10  “para que a manhã, desde uma tela tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.  No verso 11 incorporado em tela, verso 12 se erguendo em tenda, verso 13 se entretendendo para todos, verso 14 e 15 no toldo (a manhã).

Na 1ª estrofe a presença de “galo/galos” está presente em todos os versos, exceto nos versos 3, 6, 9 , produzindo as rimas finais colaborando  o movimento  que vai sendo construído na personificação do grito que vai passando de um galo para o outro.

No que se refere à figura de linguagem podemos notar uma predominância da consoante “T” formando ALITERAÇÃO nas linhas 9,10,11,12,13.  A ALITERAÇÃO também é percebida na repetição da conjunção e  nos versos 4,6,11. Observa no verso 13 um  caso de NEOLOGISMO: com o vocábulo “entretendendo”, que pode ser uma fusão dos verbos entreter, entender e da palavra tenda.

No verso 01 temos uma PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÂO onde ao invés de o "canto" do galo, usa-se "grito" do galo, uma característica humana. Ainda neste mesmo verso temos a omissão da palavra galo entre o artigo definido um e a conjunção que, formando uma ELIPSE que aparece também no verso 5.

No verso 08 está localizado um caso de EUFEMISMO, pois uma vez que o galo é uma metáfora do próprio homem, o autor suaviza a árdua labuta deste homem que inicia muito cedo tal qual o canto do galo. PROLEPSE E SILEPSE ficam a mostra nos versos 9 e 10.

Referencial bibliográfico

Aprender com poesia. Poemas escolhidos para vivências de aprendizagem na escola e na empresa Tecendo a manhã. João Cabral de Melo Neto http://natrodrigo.wordpress.com/2009/02/02/tecendo-a-manha-joao-cabral-de-melo-neto/ acessado em 14 de julho 2014.

Almeida, Tereza Virgínia de Teoria da literatura III / Tereza Virgínia de Almeida. — Florianópolis :  LLV/CCE/UFSC, 2009.

Tecendo a manhã. João Cabral de Melo Neto http://ogostodoquando.blogspot.com.br/2010/07/tecendo-manha-o-amanha.html acessado em 14 de julho 2014.