Ferramentas x Humanização: O atual posicionamento empresarial em relação ao empregado.
Publicado em 08 de novembro de 2017 por Raímme Mayra do Nascimento Sousa
Ao estudo do material bibliográfico disponível que explana sobre diferentes assuntos relacionados a nova forma de organização do trabalho e suas influências em diferentes aspectos, podemos perceber como a linha histórica do trabalho se modeificou ao longo dos séculos em relação ao modo com o trabalhador vê sua atividade e como a sociedade visualiza-a.
Nas sociedades tribais e pré-históricas, o exercicio da atividade era visto como uma forma de lazer. A ideia de lucro não existia e a produção era apenas para a manutenção das necessidades existenciais.
A partir do marco da civilização, a Revolução Industrial, onde a criação de novas forma de produzir em maiores quantidades com a menor utilização de recursos possiveis se estabeleceu na sociedade, pode-se colocar um marco divisório. Todas as antigas relações de produção e força de trabalho se desenvolveram a partir de uma nova forma cujos problemas básicos e complexos perduram até hoje.
Os empresários industriais passaram a visualizar a lucratividade e a buscar os meios na empresa para poder aumenta-los. Em uma sociedade regida pela moral (valores universais) e pela ética (interpretação relativa do individuo dos valores universais mediante a situação), as dificuldades relativas na relações trabalhistas tiveram segmentação e complexidades a medida que os tempo passou e as novas tecnologias foram integradas.
Hoje, as recomendações para qualificação para trabalhos são aperfeiçoamento constante , dominio das tecnologias, disponibilidade de horário, competitividade, deter conhecimentos variados e aprofundados, entre outros. Outra posição é que os empregados devem ter iniciativa e autonomia no exercício de suas atividades, virarem intra empreendedories nos negócios inseridos.
O grande problema dessas exigencias, esclarecido no material disponivel, é que as empresas não desenvolvem a estrutura para que o empregado possa tomar esses posicionamentos ou buscar cumprir as exigencias de qualificação.
Como descrito, as normas reguladoras, a hierarquia rigida, a diferença entre o trabalho normativo e o real, a utilização de punição em vista de erros, o crédito afanado pelos superiores, a presença da racionalização instrumental, entre outros são as caracteristicas estruturais do ambiente interno enquanto o desejado, teoricamente, é a racionalidade comunicativa, com a autonomia de poder desenvolver um sistema de produção que se equilibre com as normas gerais da empresa, que os erros sejam analisados como fonte de reflexão e que o mérito do trabalho caiba a quem o realizou.
Esses contrapontos entre o sistema real e o sistema aspirado são os fatores que transformam o atual exercicio de trabalho em uma influencia negativa que pode conduzir o empregado ao desenvolvimento de doenças, desanimo, apatismo e outras colocações que ocasionam a coisificação do empregado no valor de uma ferramenta.
Uma argumentação para embasar o referido anteriormente é o atual sistema de solicitar ao superior instruções para a realização das atividades ou resolução dos problemas decorrentes no período de trabalho. Como ferramentas, todas as diretrizes tem que serem dadas para a continuidade do trabalho e pensamentos autonomos são vistos com valor de indisciplina sendo punidos por tal.
Por conseguinte, não é mais possível separar a administração das coisas da administração dos homens, pois em todos os novos aspectos da sociedade economica, o trabalho humano regride as primeiras formas de administração (ameaça da substituição de mão de obra) apesar de estarmos tentando alcançar um nova ordem e termos todo o embasamento para tal. Tudo o que falta é a aplicabilidade de novos sistemas que progridam sucessivamente até o idealizado.