O presente texto trata da visão da autora sobre o feminismo contemporâneo, embasado nas teorias de Zygmunt Bauman, Marshal McLuhan, John Rawls e experiências vividas cotidianamente.


Nossa sociedade pós-moderna caracteriza-se pela fluidez dos relacionamentos denunciada por Bauman, também pela Aldeia Global de McLuhan. Desta forma pode-se entender que as relações abusivas têm tornado-se mais frequentes ou, ao menos, mais aparentes. Sem a posse de dados científicos, posiciono-me levando em conta as experiências vividas.


Considerando tais observações empíricas, ouso classificar o feminismo em duas vertentes, o FEMINISMO ABSOLUTO e o FEMINISMO RELATIVO, a saber:


Por feminismo absoluto entendo a visão política de que o gênero feminino é, ou pode vir a ser, mais forte do que o gênero masculino. Assim sendo, as pessoas adeptas desta posição política, bradam a total independência e superioridade do gênero feminino em quaisquer aspectos, se comparado ao gênero masculino. Em minha visão, pode ser entendido como um "machismo invertido". Se considerarmos que o machismo é um comportamento primitivo inadequado à nossa sociedade pós-moderna, logo o feminismo absoluto também mostrar-se-á inadequado.


Por feminismo relativo entendo a visão política que defende que nenhuma pessoa do gênero feminino deveria passar por experiências de descriminação, abusos ou violência, manifestadas de qualquer maneira, pelo fato de ser do gênero feminino. Entendo como a visão de quem um gênero não é superior em relação ao outro, e que os atributos físicos ou de personalidade têm o dever ético de serem levados em conta em quaisquer situações vivenciadas. Desta forma o sexismo pode ser entendido como uma prática antiética.


Concluo que as sociedades atuais apresentam as duas formas de feminismo acima descritos, bem como o machismo. Entretanto considero que em uma sociedade, para oferecer um envolvimento ético de todos os cidadãos, faz-se mister a orientação filosófica sobre as diferenças entre sexismo (machismo ou feminismo absoluto) e o feminismo relativo, aparentemente mais ético, podendo levar à igualdade de direitos e oportunidades (Rawls), podendo gerar a diminuição dos casos de violência contra o gênero feminino, considerando que mesmo sendo uma sociedade pós-moderna, guardamos parte da herança de uma sociedade patriarcal.