Feliz ano dois mil e treze.

Feliz 2013.

Feliz ano dez mil.

Feliz cem mil anos.

Feliz um trilhão de anos.

Feliz o tempo.

Porque o tempo não existe.

O que é o mesmo.

Apenas uma convenção.

Feliz todos nós.

Porque somos tão velhos.

E novos.

Quanto ao infinito.

Tão existentes.

Quantos aqueles.

Que nunca existiram.

Feliz  a abstração.

 Porque o que vemos.

 É o que não vemos.

Feliz a distância do tempo.

Porque a lonjura é a inexistência.

 Feliz o momento porque ele.

É a existência.

 Feliz o futuro.

Porque ele é o presente.

Feliz ao passado.

Porque nunca existiu.

Feliz aquele que partiu.

Porque está aqui presente.

 Feliz quem existe.

 Porque nunca deixará de existir.

Feliz a ilusão do tempo.

Porque ela é a realidade.

 Feliz a ausência.

Porque é a presença do vácuo.

O infinito a sua incompreensão.

Por ser absolutamente a mesma coisa.

Feliz então a etimologia incompreensiva.

O mundo é apenas simbólico.

O vazio preenche a realidade.

Feliz o mundo porque ele é.

A imaginação.

Feliz a todos.

Que não compreendem.

 Que o tempo só existe.

 Porque no infinito.

A terra fica o tempo todo voando.

Do mesmo modo o sol.

Nesse voar sem direção.

Com a mesma velocidade.

 A terra vai cambaleando.

De todos os lados.

Esse mesmo giro faz também o sol.

Quando muda um dos lados.

A luz do sol.

Não atinge o lado oposto.

A sombra do próprio giramento.

Produz a escuridão.

Do lado oposto.

Ao contrário.

O clareamento.

Surgem então.

O fenômeno.

Dia e noite.

A soma deles.

Semanas.

Meses.

Anos.

E a imaginação confunde então.

Com o tempo.

 Que não é nada mais.

Que a terra tombando.

Constantemente.

Isso por que.

Nada se prende no infinito.

Então feliz o ano dois mil e treze.

Porque esse ano nunca existiu.

Como não poderá existir.

O ano dez mil.

Qualquer ano.

O tempo é uma ficção.

 Não existe o dia.

 Vinte cinco de dezembro.

Ninguém poderá ter cinquenta anos.

Ou oitenta.

Uma criança.

Quando nasce.

Não poderá ter um tempo zero.

Da sua breve existência.

Isso porque a existência.

Não é breve.

Muito menos longa.

A existência é contínua.

Seja qual for sua forma.

Ela apenas muda de estado.

Por isso tem aparência.

De nova ou velha.

Então feliz a concepção da ilusão.

O mundo é essa acepção.

 Feliz tudo o que não tem sentido.

Feliz o significado da não razão.

De tudo que não é lógico.

Feliz a imaginação.  

Edjar Dias de Vasconcelos.