Vasculhei meus álbuns e minhas memórias

Busquei-te com o desespero de antes

Sem aviso fui tomado pela saudade

Absorto vi-me nu'm labirinto frio

Desejei a saída e me perdi.

 

Quando olhei para o relógio já era manhã

Vesti-me mas, o espelho a nudez refletia

Peguei lápis e papel para descrever-te

A alma desarranjada assentou-se.

Pensei colher flores e mandar-te

Mas, mandá-las pra onde..?

 

A rua se alongou por demais para meus passos

Não sabia onde ir..! Ir pra aonde sem você..?

Tua ausência torna-se fantasias moidas

Tenho medo! Medo de esquecer-me...

Seria, deveras, injusto comigo..!

 

Talvez, quem sabe, mais tarde eu me reencontre

Mas, se vieres, novamente, fecharei as portas

Esconder-me-ei naquele janelão aberto

Bobagem, como esconder-me de ti..?

Acaso, meu coração tem portas?

Veja que as janelas caíram.

 

Perdão querida, por tentar reviver o que é só meu

Véu sedoso e alongado é teu corpo esculpido 

sobre meu talhe sedento e estasiado

Teus afagos, ópio para mimh'alma

Teus olhos, luzeiros e encanto

Teus lábios, doces amoras

Tua voz, poemas..!

 

Em minha solitude valer-me-ei das saudades

Ainda que ao longe, tu haverás de saber

que não foi tolice amar-te, tanto assim

Embora, não saibas de mim e

de nada soubesses.

 

Por: Lourival Jose Costa 26/09/2017 às 10:05hs