FALL PREVENTION NEURO-MOBILITY PROGRAM (FPNP): Uma Abordagem Integrativa para a Prevenção de Quedas em Idosos – Relato de Caso
Por TRICIA MARCELA CRUZ SILVA GUERRA | 29/04/2025 | SaúdeFALL PREVENTION NEURO-MOBILITY PROGRAM (FPNP):
Uma Abordagem Integrativa para a Prevenção de Quedas em Idosos – Relato de Caso
FALL PREVENTION NEURO-MOBILITY PROGRAM (FPNP):
An Integrative Approach to Fall Prevention in Older Adults - Case Report
Tricia Marcela Cruz Silva Guerra [1]
Resumo
O envelhecimento populacional é um fenômeno global que desafia os sistemas de saúde e exige abordagens inovadoras para a promoção da autonomia e da qualidade de vida dos idosos. Neste contexto, a fisioterapia geriátrica tem se destacado como área essencial para a prevenção de incapacidades e quedas, principais causas de morbidade e dependência funcional na terceira idade. Este artigo apresenta o relato de caso de um paciente geriátrico cujo objetivo principal foi avaliar a relevância, a aplicabilidade e o embasamento científico do Fall Prevention Neuro-Mobility Program (FPNP), identificando fundamentos teóricos e evidências clínicas que sustentam sua implementação. O FPNP é um protocolo integrativo que combina estimulação cognitiva, reabilitação funcional e treinamento motor, concebido para atuar de forma preventiva e restauradora, com ênfase na melhora do equilíbrio, na redução do medo de cair e na ampliação da funcionalidade em idosos. Os dados analisados sustentam a eficácia do FPNP como ferramenta de intervenção na prática clínica, com potencial para ser integrado às políticas públicas de saúde voltadas ao envelhecimento ativo. A adoção de estratégias como o FPNP contribui significativamente para a construção de um modelo de cuidado mais eficiente, humano e centrado nas reais necessidades da população idosa.
Palavras-chave: Fisioterapia Geriátrica. Prevenção de Quedas. Envelhecimento Ativo. Estimulação Cognitiva. Reabilitação Funcional.
Abstract
Population aging is a global phenomenon that challenges healthcare systems and demands innovative approaches to promote autonomy and quality of life among older adults. In this context, geriatric physical therapy has emerged as a key area for the prevention of disabilities and falls leading causes of morbidity and functional dependence in old age. This article presents a case report of a geriatric patient, with the primary objective of evaluating the relevance, applicability, and scientific foundation of the Fall Prevention Neuro-Mobility Program (FPNP), identifying theoretical principles and clinical evidence supporting its implementation. The FPNP is an integrative protocol that combines cognitive stimulation, functional rehabilitation, and motor training, designed to act in both preventive and restorative ways, with an emphasis on improving balance, reducing fear of falling, and enhancing functionality in older adults. The analyzed data support the effectiveness of the FPNP as a clinical intervention tool, with the potential to be integrated into public health policies aimed at active aging. The adoption of strategies such as the FPNP significantly contributes to building a more efficient, humane, and needs-centered model of care for the elderly population.
Keywords: Geriatric Physical Therapy. Fall Prevention. Active Aging. Cognitive Stimulation. Functional Rehabilitation.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento pode ser compreendido como um fenômeno natural e irreversível, caracterizado por uma sequência contínua e progressiva de transformações nos organismos. Essas mudanças envolvem aspectos funcionais, bioquímicos e morfológicos, impactando especialmente o sistema neuromusculoesquelético. Trata-se de um processo fisiológico de desenvolvimento, no qual ocorre um declínio gradual das estruturas corporais e das funções adaptativas, comprometendo a capacidade do indivíduo de responder de forma eficaz às exigências do ambiente devido à redução da funcionalidade (CONCEIÇÃO et al., 2022).
Como resultado do envelhecimento, muitos indivíduos podem enfrentar limitações nas habilidades relacionadas à memória, ao controle executivo e à rapidez no processamento de informações. Esse cenário reforça a necessidade de estratégias preventivas que promovam a saúde e a autonomia dos idosos, contribuindo também para a redução dos gastos com saúde pública (BENTO-TORRES et al., 2016).
Barros et al. (2016) destaca que níveis reduzidos de capacidade funcional estão associados à maior dependência, aumento da morbimortalidade e maior vulnerabilidade em idosos. Avaliar tanto a funcionalidade quanto a aptidão física dessa população é essencial para nortear intervenções específicas e monitorar seus efeitos, contribuindo para a prevenção da dependência e para a melhora no desempenho das atividades da vida diária.
O envelhecimento populacional tem ganhado destaque em debates e pesquisas recentes, impulsionado pelo aumento significativo da população idosa na sociedade contemporânea (BACHA et al., 2016).
A população idosa representa atualmente aproximadamente 12% da população mundial, com projeções indicando a duplicação desse percentual até 2050 e a triplicar até 2100. Esse crescimento da longevidade é amplamente interpretado como um indicativo de progresso nas condições de vida e nos avanços da saúde pública em escala global (TAVARES et al., 2017).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que até 2050 a população global acima dos 60 anos ultrapasse 2 bilhões de pessoas, o que transforma o enfrentamento de doenças crônicas e a promoção da qualidade de vida entre os idosos em prioridades urgentes para a saúde pública mundial. Ainda de acordo com a entidade, pela primeira vez na história, em 2020, o número de idosos superou o de crianças com menos de cinco anos de idade, com cerca de 80% dessa população vivendo em países de renda baixa e média (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2021).
METODOLOGIA
Este estudo de caso clínico baseou-se em dados coletados por meio de uma avaliação fisioterapêutica presencial minuciosa, realizada na Clínica El Shaday, utilizando instrumentos padronizados e validados para a população geriátrica. A anamnese detalhada, a inspeção clínica, os testes funcionais e as escalas de mensuração de risco de quedas foram conduzidas por profissional especializada. O plano terapêutico foi desenvolvido com base nos achados clínicos do paciente e implementado integralmente nas instalações da clínica, respeitando os princípios da individualização e da progressão terapêutica.
JUSTIFICATIVA
Considerando o atual contexto de transição demográfica e epidemiológica, marcado pelo aumento expressivo da população idosa e pela prevalência de condições crônicas e degenerativas, torna-se imperativo investigar estratégias terapêuticas eficazes que promovam a saúde integral do idoso. A presente pesquisa se justifica pela necessidade de aprofundar a compreensão sobre o papel da fisioterapia geriátrica como intervenção baseada em evidências, capaz de reduzir limitações funcionais, otimizar a capacidade física, preservar a independência nas atividades de vida diária e contribuir significativamente para a qualidade de vida dessa população. Além disso, este estudo busca atender às crescentes demandas dos sistemas de saúde no enfrentamento das complexas necessidades clínicas associadas ao envelhecimento.
OBJETIVO
Descrever a aplicação clínica do protocolo inovador Fall Prevention Neuro-Mobility Program (FPNP) em um paciente idoso com risco de quedas, analisando seus efeitos sobre a funcionalidade, equilíbrio e autonomia. O presente relato de caso busca demonstrar o potencial terapêutico da intervenção proposta, fundamentada em evidências científicas, e discutir sua viabilidade de integração às práticas da fisioterapia geriátrica. Além disso, objetiva-se contextualizar o FPNP à luz da literatura internacional, validando sua aplicabilidade clínica e seu possível impacto na construção de políticas públicas voltadas à promoção do envelhecimento ativo e à prevenção de quedas.
DISCUSSÃO
Relato de Caso
Paciente J.A.S., sexo masculino, 82 anos de idade, residente na cidade de Várzea Grande - MT, foi admitido para avaliação fisioterapêutica na clínica El Shaday no dia 01 de Fevereiro de 2022, com queixa principal de desequilíbrio postural, insegurança ao caminhar e histórico de duas quedas em casa nos últimos quatro meses. Durante a anamnese, o paciente referiu dificuldade para levantar-se de cadeiras sem apoio, sensação de vertigem matinal, redução significativa das atividades diárias e receio constante de sofrer novas quedas. Relatou ainda diagnóstico prévio de hipertensão arterial sistêmica controlada com uso contínuo de losartana potássica 50mg duas vezes ao dia, negando uso de dispositivos auxiliares de marcha e presença de doenças neurológicas. Vive em uma residência com a esposa.
No primeiro dia de atendimento, o paciente foi esclarecido sobre os objetivos, métodos, riscos e benefícios da proposta terapêutica e da pesquisa associada. Concordando voluntariamente com sua participação, assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), conforme a Resolução nº 466/2012 do CNS, autorizando o uso dos dados para fins científicos, com garantia de sigilo e confidencialidade.
Foram considerados como critérios de inclusão: idade igual ou superior a 60 anos; capacidade de deambulação independente, com ou sem o uso de dispositivos auxiliares (como bengala, muleta ou andador); preservação das funções cognitivas necessárias à compreensão dos procedimentos propostos; e presença ou não de histórico prévio de quedas.
Foram estabelecidos como critérios de exclusão: não atendimento a qualquer um dos critérios de inclusão supracitados e a presença de comprometimentos físicos, sensitivos ou cognitivos de intensidade significativa que inviabilizassem a participação no protocolo de intervenção fisioterapêutica proposto.
Foi aplicado um questionário estruturado, com o objetivo de coletar informações pessoais e clínicas do participante, incluindo nome, idade, sexo, necessidade de dispositivo auxiliar para marcha (bengala, muleta ou andador) e histórico de quedas no último ano.
Na sequência, procedeu-se à aferição da pressão arterial sistêmica (PAS). Conforme protocolo de segurança, em caso de alteração significativa nos valores pressóricos (queda abrupta ou elevação acentuada da PAS), a realização do teste funcional seria adiada, com o participante sendo orientado a buscar atendimento médico e retornando apenas após estabilização dos parâmetros. No entanto, o paciente em questão não apresentou alterações relevantes.
O paciente realizou tratamento fisioterapêutico baseado no protocolo Fall Prevention Neuro-Mobility Program (FPNP) durante quatro meses, com início no mês de fevereiro de 2022. As sessões ocorreram duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, totalizando 30 atendimentos no período, com registro de duas faltas. Os três instrumentos padronizados do protocolo FPNP – o teste Timed Up and Go (TUG), a Escala de Equilíbrio de Berg (BBS) e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foram aplicados em todas as sessões, para monitoramento da evolução clínica.
Ao exame físico funcional inicial, observou-se marcha de base alargada, postura cifótica, redução de velocidade de deslocamento, diminuição do equilíbrio durante giros e sinais de hipotrofia muscular em membros inferiores, sobretudo nos quadríceps. Reflexos miotáticos estavam presentes e simétricos. Na aplicação inicial do teste TUG, o paciente levou 32 segundos para completar o percurso, o que indica mobilidade funcional comprometida e risco elevado de quedas. A Escala de Berg resultou em 30 pontos, caracterizando risco moderado com comprometimento significativo do equilíbrio, em tarefas como ficar sobre um pé, girar 360 e alternar passos em um degrau. No MEEM, a pontuação foi de 23 pontos, indicando comprometimento cognitivo, com maior dificuldade observada nos domínios de memória recente e cálculo.
As dez primeiras sessões corresponderam à Rodada 1, com foco em atividades motoras básicas, fortalecimento inicial e treino de memória operacional por meio de cards visuais com movimentos simples. Durante essas primeiras sessões, os exercícios de equilíbrio foram compostos por atividades como sentar e levantar da cadeira com controle postural, permanência em pé com os pés juntos, e transições estáticas. Os estímulos de memória foram aplicados por meio da observação e execução de sequências visuais de três cards representando elevação de braços acima da cabeça, elevação alternada de pernas e sentar/levantar com ritmo controlado. As atividades de fortalecimento incluíram elevações de membros superiores e inferiores com resistência leve e ênfase em amplitude e coordenação.
As sessões 11 a 20 integraram a Rodada 2 do protocolo, marcando a transição para exercícios de maior complexidade motora e cognitiva. As atividades de equilíbrio foram intensificadas, incluindo marcha estacionária com ritmo controlado, rotação de tronco bilateral e permanência em pé com olhos fechados. Os estímulos de memória envolveram a recordação sequencial de novos cards que apresentavam isometria com braços elevados por 20 segundos, rotação ativa do tronco e marcha no lugar com cadência. As atividades de fortalecimento passaram a exigir maior controle e resistência, com exercícios como subida alternada em degraus, extensão sustentada dos membros superiores e treinos de estabilização pélvica.
As sessões 21 a 30 compuseram a Rodada 3 do protocolo FPNP, caracterizada por desafios motores e cognitivos avançados, com foco na integração funcional e na simulação de situações cotidianas. As atividades de equilíbrio passaram a incluir deslocamentos laterais com mudança de direção, transições rápidas entre posturas (sentado, ajoelhado e em pé) e treino de estabilidade dinâmica sobre superfícies instáveis. Os estímulos cognitivos foram intensificados com sequências visuais e auditivas associadas, exigindo do paciente a execução de comandos com variação de tempo e direção, além de exercícios de memória sequencial com aumento progressivo de estímulos. As tarefas de fortalecimento incorporaram movimentos multissegmentares com resistência elástica, além de exercícios combinados de força e coordenação, como agachamentos com manipulação de objetos e elevação de peso leve em padrões cruzados. O objetivo principal desta rodada foi ampliar a capacidade de resposta adaptativa do paciente, promovendo transferências mais seguras, mobilidade funcional autônoma e a prevenção de recaídas no padrão de desequilíbrio.
Durante todas as sessões, a fisioterapeuta responsável monitorou de forma direta a execução dos movimentos, ajustando a sequência e a intensidade conforme o desempenho clínico do paciente. Os dados observacionais e de desempenho foram registrados em prontuário, permitindo ajustes dinâmicos na progressão dos exercícios e facilitando a análise do progresso funcional.
Ao final da trigésima sessão registrada em prontuário (considerando duas faltas no total), foi realizada nova avaliação com os mesmos instrumentos utilizados na admissão. O tempo de execução no teste TUG foi reduzido para 18,5 segundos, representando melhora funcional importante e reclassificação do paciente para risco leve. A Escala de Berg apresentou evolução para 43,8 pontos, demonstrando recuperação do controle postural e baixo risco de quedas. O MEEM foi reaplicado, com pontuação de 27,2 pontos, indicando melhora nos aspectos atencionais e de memória recente.
Para análise da eficácia do protocolo fisioterapêutico aplicado, foram utilizados três instrumentos de avaliação padronizados: o Timed Up and Go (TUG), a Escala de Equilíbrio de Berg (BBS) e o Mini Exame do Estado Mental (MEEM). A Tabela 1 apresenta a evolução dos resultados do paciente J.A.S. ao longo de 30 sessões realizadas entre os meses de fevereiro e maio de 2022, evidenciando a progressão funcional e cognitiva obtida com a intervenção.
Tabela 1 - Resultados Funcionais do Paciente J.A.S. ao Longo do Protocolo de Intervenção Fisioterapêutica.
Data da Sessão | TUG (segundos) | BBS (pontos) | MEEM (pontos) |
01/02/2022 | 32 | 30 | 23 |
03/02/2022 | 31 | 30 | 23 |
08/02/2022 | 31 | 30 | 23 |
10/02/2022 | 30 | 31 | 23 |
15/02/2022 | 29 | 31 | 23 |
17/02/2022 | 29 | 32 | 23 |
22/02/2022 | 29 | 32 | 23 |
24/02/2022 | 28 | 33 | 23 |
01/03/2022 | 28 | 33 | 24 |
03/03/2022 | 27 | 33 | 24 |
08/03/2022 | 27 | 34 | 24 |
10/03/2022 | 26 | 34 | 24 |
15/03/2022 | Faltou | Faltou | Faltou |
17/03/2022 | 26 | 35 | 24 |
22/03/2022 | 25 | 35 | 24 |
24/03/2022 | 25 | 36 | 24 |
29/03/2022 | 25 | 36 | 24 |
31/03/2022 | 25 | 36 | 25 |
05/04/2022 | 25 | 37 | 25 |
07/03/2022 | 25 | 37 | 25 |
12/04/2022 | 24 | 38 | 25 |
14/04/2022 | 23 | 38 | 25 |
21/04/2022 | Faltou | Faltou | Faltou |
26/04/2022 | 23 | 39 | 25 |
28/04/2022 | 21 | 39 | 26 |
03/05/2022 | 21 | 40 | 26 |
05/05/2022 | 20 | 40 | 26 |
10/05/2022 | 20 | 41 | 26 |
12/05/2022 | 20 | 41 | 26 |
17/05/2022 | 19 | 42 | 26 |
19/05/2022 | 19 | 42 | 26 |
24/05/2022 | 19 | 42 | 26 |
Fonte: Dados do estudo.
O desempenho em cada rodada do protocolo reforça a aplicabilidade clínica e a eficácia da estrutura progressiva do FPNP, baseada em evidências, inovação tecnológica e abordagem centrada no idoso.
Conforme demonstrado no Gráfico 1, os resultados dos testes funcionais indicam uma evolução clínica expressiva do paciente ao longo do tratamento, com destaque para a redução do tempo no Teste TUG (de 32 para 18 segundos), aumento na Escala de Berg (de 30 para 43 pontos) e melhora no MEEM (de 23 para 27 pontos).
Gráfico 1 – Comparativo dos resultados obtidos nos testes funcionais aplicados ao paciente J.A.S. (TUG, BBS e MEEM), antes e após o protocolo de intervenção.
Nota: Observa-se melhora significativa nos parâmetros de mobilidade (redução do tempo no Teste TUG), equilíbrio (aumento na Escala de Berg) e cognição (aumento no MEEM), evidenciando a eficácia do protocolo fisioterapêutico.
Fonte: Dados do estudo.
Conforme apresentado na Tabela 2, observou-se uma evolução significativa nos testes TUG, BBS e MEEM após o protocolo de intervenção.
Tabela 2 – Evolução dos resultados nos testes TUG, BBS e MEEM entre o início e o final do tratamento.
Indicador | Início (01/02/2022) | Final (24/05/2022) | Evolução |
TUG (Tempo de execução) | 32 segundos | 19 segundos | Melhora de 13 segundos |
BBS (Equilíbrio) | 30 pontos | 42 pontos | Aumento de 12 pontos |
MEEM (Cognição) | 23 pontos | 26 pontos | Aumento de 3 pontos |
Fonte: Dados do estudo.
O paciente relatou melhora expressiva na confiança ao caminhar e maior autonomia em atividades domésticas e sociais. Passou a realizar trajetos curtos dentro e fora de casa e retomou atividades como jardinagem leve e caminhadas supervisionadas em áreas externas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aplicação do protocolo FPNP mostrou-se eficaz na promoção da funcionalidade, segurança e independência do paciente, com ganhos mensuráveis e clinicamente relevantes. Este relato de caso evidencia o potencial terapêutico do protocolo FPNP no manejo clínico de idosos com alto risco de quedas, especialmente quando aplicado de forma sistemática e adaptada às necessidades cognitivas e motoras de cada paciente.
Destaca-se, ainda, a importância das etapas de avaliação, transição e progressão, que orientam a tomada de decisões terapêuticas individualizadas ao longo do processo. No Fall Prevention Neuro-Mobility Program (FPNP), a sequência temporal entre a visualização e a execução dos movimentos foi cuidadosamente desenvolvida para otimizar a aprendizagem motora e cognitiva dos pacientes idosos. Esta abordagem é fundamentada em evidências científicas que comprovam os benefícios da prática mental e da observação de movimentos na reabilitação motora, permitindo ao paciente integrar comandos motores com maior precisão e retenção funcional.
A integração entre estímulo físico, cognição e repetição funcional promove ganhos sustentáveis na autonomia e qualidade de vida do público geriátrico, tornando o FPNP uma ferramenta indispensável na prática fisioterapêutica atual.
REFERÊNCIAS
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