Falando Sério
Publicado em 30 de junho de 2011 por Marília Barbosa
Falando Sério.
Definitivamente, andar de ônibus no Brasil tem sido uma tarefa que requer muita paciência, além de ter em mãos: um livro, as apostilas da faculdade,as lições de inglês, um caça-palavras, um fone de ouvido daqueles que se usa em cybes, um abafador de ruídos, para agüentar o som das mini-aparelhagens que se transformaram os aparelhos de celulares. Ah,não podemos esquecer a ventarola, é aquela que distribuem com propagandas de inaugurações de lojas, supermercados... além de uma garrafinha de água e um lenço para enxugar o suor que inevitavelmente escorre pelo rosto, ou pelas costas, mas acredite esse não é o pior dos problemas.
Difícil mesmo é ter que fazer uma viagem de 2h, sabendo que em condições normais de fluxo de trânsito não levaria mais que 30 minutos. Mas absurdo maior é fazer essa viagem de pé em um ônibus superlotado. Visualize a seguinte sena:Parada lotada, com uma chuva quase torrencial, e para o seu azar você esqueceu a sombrinha e parece que todos estão esperando pelo mesmo ônibus que você.
De repente lá vem ele, finalmente depois de 1hora esperando, surge a tão esperada condução. Queimando a parada, fazendo você correr um 5m, e disputar as cotoveladas na entrada do "buzão" um lugar "de pé", no final do corredor. Sim, em pé, pois os quarenta e dois lugares sentados já estão ocupados.
Se você ainda não sentiu o drama, a imagem é parecida com aquela quando abrimos uma lata de sardinha. Não há cabelo que fique arrumado, maquiagem que dure, nem desodorante que agüente com o calor. Mesmo aqueles que prometem 24horas de proteção. Esqueça não tem jeito. Essa é a rotina que quem depende deste tipo de serviço.
Sem falar na raiva, revolta e inveja que da, quando olhamos para o lado de fora e vemos vários indivíduos dirigindo sozinho um carro com ar condicionado, som ambiente e com capacidade para cinco pessoas. É o cumulo! Pensamos. Isto é culpa do capitalismo. Da concentração de renda, da corrupção, da falta de investimento em políticas públicas, que vise
trazer dignidade e cidadania ao povo... Às vezes chegamos a pensar e acreditar naquele ditado que diz: que "todo castigo para pobre é pouco".
É inevitável o questionamento: por que eu não nasci num berço de ouro, ou de prata, ou mesmo folheado de ouro e prata. Será que pensar assim é futilidade? Será que o pobre não pode se dar ao luxo de sonhar um pouquinho nem que seja dentro do ônibus, em um momento
de devaneio, transe seja lá o que for?
Este sacrifício diário para muitos com certeza é antecipar o sofrimento do julgamento para o inferno. Exagero, talvez! Mas este é apenas um dos inúmeros problemas que temos que encarar na árdua tarefa
de labutar. Para não mencionar a falta de educação, saúde, saneamento, lazer... É melhor para por aqui já estou ficando deprimida.
Conviver com a precariedade, sucateamento e com a baixa quantidade de linhas de ônibus no Brasil é sofre, morrer e ressuscitar todos os dias.
Por: Marília Barbosa - Estudante de Comunicação Social/ Belém-Pa 2011
Definitivamente, andar de ônibus no Brasil tem sido uma tarefa que requer muita paciência, além de ter em mãos: um livro, as apostilas da faculdade,as lições de inglês, um caça-palavras, um fone de ouvido daqueles que se usa em cybes, um abafador de ruídos, para agüentar o som das mini-aparelhagens que se transformaram os aparelhos de celulares. Ah,não podemos esquecer a ventarola, é aquela que distribuem com propagandas de inaugurações de lojas, supermercados... além de uma garrafinha de água e um lenço para enxugar o suor que inevitavelmente escorre pelo rosto, ou pelas costas, mas acredite esse não é o pior dos problemas.
Difícil mesmo é ter que fazer uma viagem de 2h, sabendo que em condições normais de fluxo de trânsito não levaria mais que 30 minutos. Mas absurdo maior é fazer essa viagem de pé em um ônibus superlotado. Visualize a seguinte sena:Parada lotada, com uma chuva quase torrencial, e para o seu azar você esqueceu a sombrinha e parece que todos estão esperando pelo mesmo ônibus que você.
De repente lá vem ele, finalmente depois de 1hora esperando, surge a tão esperada condução. Queimando a parada, fazendo você correr um 5m, e disputar as cotoveladas na entrada do "buzão" um lugar "de pé", no final do corredor. Sim, em pé, pois os quarenta e dois lugares sentados já estão ocupados.
Se você ainda não sentiu o drama, a imagem é parecida com aquela quando abrimos uma lata de sardinha. Não há cabelo que fique arrumado, maquiagem que dure, nem desodorante que agüente com o calor. Mesmo aqueles que prometem 24horas de proteção. Esqueça não tem jeito. Essa é a rotina que quem depende deste tipo de serviço.
Sem falar na raiva, revolta e inveja que da, quando olhamos para o lado de fora e vemos vários indivíduos dirigindo sozinho um carro com ar condicionado, som ambiente e com capacidade para cinco pessoas. É o cumulo! Pensamos. Isto é culpa do capitalismo. Da concentração de renda, da corrupção, da falta de investimento em políticas públicas, que vise
trazer dignidade e cidadania ao povo... Às vezes chegamos a pensar e acreditar naquele ditado que diz: que "todo castigo para pobre é pouco".
É inevitável o questionamento: por que eu não nasci num berço de ouro, ou de prata, ou mesmo folheado de ouro e prata. Será que pensar assim é futilidade? Será que o pobre não pode se dar ao luxo de sonhar um pouquinho nem que seja dentro do ônibus, em um momento
de devaneio, transe seja lá o que for?
Este sacrifício diário para muitos com certeza é antecipar o sofrimento do julgamento para o inferno. Exagero, talvez! Mas este é apenas um dos inúmeros problemas que temos que encarar na árdua tarefa
de labutar. Para não mencionar a falta de educação, saúde, saneamento, lazer... É melhor para por aqui já estou ficando deprimida.
Conviver com a precariedade, sucateamento e com a baixa quantidade de linhas de ônibus no Brasil é sofre, morrer e ressuscitar todos os dias.
Por: Marília Barbosa - Estudante de Comunicação Social/ Belém-Pa 2011