Falando em eleição... Votar porque é obrigação ou na ambição de interesses umbilicais, é a vitamina preferida dos mercadores de sonhos... Posturas ermitãs ou omissas não o credenciam a cobrar ou a reclamar depois... É a tal história do leite derramado... Sei que muitos dizem não gostar de períodos eleitorais, de propagandas políticas, tão nem aí para as propostas e compromissos assumidos pelos candidatos, afirmando que tanto faz como tanto fez... Na conturbada e falaciosa tese de que tudo é igual... Muitos dos que assim se portam, votam segundo os seus próprios interesses, e é aí que prosperam e se agigantam os maus... Em períodos eleitorais ruem todas as máscaras... Desgraçadamente, só se comprova depois que nem sempre os que professam Senhor, Senhor, são de fato amantes do exercício da sinceridade e da ética, cuja negação, é a raiz de todos os males... Nunca me deixei quedar pela crença na humanização entre Capital e Trabalho. Como bem dizem os mais antigos: “onça não anda com jaboti”... Mas sempre cri na possibilidade de uma convivência civilizada, ainda que seja entre os contrários. Por conta disso ainda tolero a aproximação dos que me insultam e me atacam, no face ou na calada de ambientes sombrios. Até porque o que posso eu fazer contra os que se habituaram a atuar à espreita?... A não ser perdoá-los, e, por eles, a Deus clamar? Rompendo em fé? Aprendi, ainda em idade tenra, que existe diferença abismal entre brincadeira e molecagem. Também sou adepto daqueles que entendem que não se deve perder uma amizade por causa de querelas políticas. Nunca perdi. No entanto, fanfarronice e galhofas não combinam com amizade. Os que assim procedem, se quiserem partir, a porta da frente é a serventia da casa... Aprendi, no esgar da dor, que algumas pessoas ou bens materiais que de nós se distanciam, não são perdas, são livramentos... Nem sempre vi triunfar as causas que eu defendo. No entanto, prefiro experimentar o amargor de derrotas, do que carregar, para o resto dos meus dias, o peso da vergonha de não ter lutado.