MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CURSO LICENCIATURA EM PEDAGOGIA A DISTÂNCIA 

 

 

EXPERIÊNCIA DOCENTE

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA

 

 

MAIARA NUNES

Itaqui, 28 de junho de 2014

Resumo

Este artigo tem a finalidade de apresentar a minha reflexão sobre a prática docente na educação básica. Realizei esta prática no ensino fundamental em uma turma de 2° ano da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Odila Villordo de Moraes, na cidade de Itaqui-RS.

Aqui irei apresentar as demandas encontradas na turma, como as diversas realidades, o que influenciou no ritmo e nas formas de aprendizagem, além da falta de afetividade nos relacionamentos entre os alunos. Indicarei algumas ações a fim de garantir a aprendizagem de todos após evidenciadas estas demandas. E a partir das situações de aprendizagem e de não aprendizagem expus minhas ações e meu papel como educadora diante da matriz curricular, do Projeto Político Pedagógico da Escola, da aprendizagem dos alunos, da relação com a realidade concreta, da organização e coordenação das propostas na sala. E também a fim de potencializar a aprendizagem e o relacionamento dos alunos irei relatar o envolvimento da rede de apoio da escola, a orientação e o reforço escolar.

 

 

 

 

Palavras chaves: Diversidade, Aprendizagem, Afetividade.

 

  

 

    

Demandas da turma

É evidente a heterogeneidade na turma onde realizei a prática, os alunos aprendem de forma distinta, vivem em realidades e culturas que se diferem. E estas se encontram e se confrontam em sala de aula, e o professor deve mediar os conhecimentos de diversas formas para dar significação ao processo de ensino.

Algumas demandas foram evidentes em minha turma, como: as diferentes realidades, o que influenciou no ritmo dos alunos, nas formas como eles aprendem, ou seja, a diversidade de fases de desenvolvimento e diversidade cultural e a forma como eles se tratam a falta de amizade, de companheirismo, de afeto, reflexos da realidade deles. Nas minhas observações da turma, as quais me deram muito embasamento para a prática docente, pude notar essa gama de realidades, que se evidencia em vários quesitos como: social, afetivo, cultural e cognitivo. E cada uma delas se apresentou com diálogos e observações da turma. A parte cognitiva foi a mais evidente nas observações, uns aprendem com mais facilidade pois vivem em ambientes que favorecem mais conhecimentos, outros possuem bloqueios em função de seus ambientes serem pouco motivadores. A forma de mediação e exemplificação foi diferindo conforme suas facilidades e dificuldades. A paciência foi uma virtude e que com certeza deve se fazer presente na ação docente, afinal, nós professores devemos atender a todos, independente de tempos diferentes. Exemplifiquei algumas construções de conhecimentos de várias formas buscando atingir uma gama de realidades.

Ações para garantir a aprendizagem de todos

Para garantir a aprendizagem de todos os alunos procurei acompanhar suas aprendizagens de forma diferente, por exemplo: as atividades eram iguais para todos, porém a maneira de avaliação, a exemplificação, as construções eram diferentes. Qualquer avanço mediante a construção já era considerada. Alguns não conseguiam terminar as atividades, mas o pouco que realizavam iam avançando e a cada dia aprendendo mais.

A falta de amizade, companheirismo e afeto entre eles foi o primeiro ponto a ser trabalhado. E como estava cada vez mais complicado o convívio, tive que modificar meus planejamentos e acrescentar algumas atividades, sei que em três semanas de estágio não mudei a vida deles, mas tentei amenizar tanta falta de compreensão entre as crianças. Eles não pediam o que precisam apenas pegavam, não agradeciam e ainda discutiam caso alguém discordasse, o tom de voz era muito alto. Procurei da melhor forma tentar amenizar contei história sobre crianças que perderam seus amigos por fazerem birras e serem explosivas, dramatizamos a música da Xuxa palavras mágicas, utilizando a língua de sinais. Usei sempre as palavras mágicas para incentivar que utilizem também, sem falar em uma reflexão que oportunizei, perguntando o que eles entendem por respeito, amor, e pra que serve as palavras mágicas e anexamos ao caldeirão da bruxinha.

E a cada início de aula realizei uma maneira diferenciada de dinâmica de socialização, por exemplo: No dia 28 de Maio de 2014, realizei a seguinte dinâmica: Dar a cada aluno uma bala e dizer as crianças: “vocês terão que chupar uma bala, só não poderão usar suas mãos para desembrulhar a bala e colocar em sua própria boca.” Dar um tempo para que as crianças entendam a solução para o problema. Esta dinâmica exemplificou a importância de pensar no problema e pedir ajuda para os colegas, sempre utilizando de palavras mágicas. Para que percebessem o quão é importante ter um amigo, um colega para poder contar evidenciando sempre o respeito.

Estas e outras dinâmicas como contos de histórias, cantinhos de boas-vindas e cumprimentos aos colegas e a professora, utilizei para amenizar e equilibrar o convívio momentos para que pudessem expressar seus sentimentos e conversar sobre eles.

Em minha prática utilizei nas aulas músicas, histórias, conversas, dramatizações de canções, brincadeiras estas também para mobilizar o aluno, incentivar, motivar e ir apresentando-o ao que eu iria mediar. Segundo Vasconcellos (1992): “Para que o objeto de conhecimento que o professor propõe torne-se objeto de conhecimento para o aluno, é necessário que o aluno, enquanto ser ativo que é, esteja mobilizado para isto, ou seja, dirija sua atenção, seu pensar, seu sentir, seu fazer sobre o objeto de conhecimento.” (Celso Vasconcellos, 1992).

Procurei levar o que seria trabalhado na aula de forma lúdica que chamasse a atenção do aluno e o estimulasse para a mediação que viria a seguir, não que ela só ocorresse após está mobilização pelo contrário durante a mobilização ele já está conhecendo o assunto, o que iriamos tratar e trazendo sua realidade para os diálogos. E este foi um excelente gancho para a mediação significativa. Pois a partir dos diálogos após eu apresentar o que seria trabalhado pude exemplificar com as história que eles mesmos contaram durante a mobilização. O que auxiliou na concentração e assim agregando conhecimentos aos já adquiridos.

Todos aprendem de forma distinta e vivem realidades muitas vezes desconhecidas pelos seus professores. Alguns possuem facilidades pois já conhecem os assuntos propostos outros recém é o primeiro contato, e o mediador deve possuir uma sensibilidade e notar essas diferenças para não deixar lacunas em sua mediação.

Então primeiramente mobilizei-os ao aprender e usei essa mobilização a meu favor para verificar o quão eles conhecem sobre determinado assunto. Após ocorreu a mediação, onde procurei dar significação a todos os alunos buscando trazer exemplos de seus cotidianos, partindo de conhecimentos já adquiridos a fim de agregar novos. Na Construção do conhecimento foi onde as demandas ficaram mais evidentes as realidades distintas, o ritmo da turma, as formas diferentes de aprendizagem. Bom, em educação tudo se interliga, um ponto leva a outro, se as realidades são diferentes os ritmos também são as formas de aprender, ou seja, a sala de aula é uma grande diversidade.A realidade das salas de aula de hoje não são modelos em qualidade pois estão lotadas com apenas um professor para lidar com toda esta diversidade cognitiva, afetiva, social e cultural.

A construção do conhecimento, segundo Celso Vasconcellos: “Deve-se possibilitar o confronto de conhecimento entre o sujeito e o objeto, onde o educando possa penetrar no objeto, compreendê-lo em suas relações internas e externas, captar-lhe a essência.” (Celso Vasconcellos, 1992). E são nestes confrontos entre sujeito com o objeto, que o professor realiza a sua intervenção colaborando com o educando na construção da representação mental, trazendo a realidade do sujeito, conhecendo o objeto que está em estudo, conhecendo como cada indivíduo aprende, analisando o processo de ensino sabendo quais atividades irão contribuir para a construção do conhecimento do aluno.

Quando entramos em sala de aula, após as observações entramos mais seguras pois já conhecemos que possíveis realidades podemos encontrar. Este conhecimento me fez ir direto ao ponto na hora de planejar pois já conhecia toda a diversidade que poderia encontra em sala de aula.

Meu planejamento manteve-se como o que apresentei inicialmente, apenas foi adaptado conforme as necessidades que eu sabia que iria enfrentar. Não planejei uma aula especifica para quem é mais rápido ou específica para quem é mais lento. Não exclui ninguém do processo, apenas adaptei às reais necessidades dos alunos. Uma exemplificação disto foi quando trabalhei a dezena, mantive a minha preocupação inicial na utilização do concreto, no fazer para depois conhecer o conceito. Eles separaram grãos de feijão em grupinhos de 10. Esta atividade atingiu a todos, porém a forma de explicar não foi igual para todos. Uns entenderam a proposta na primeira explicação, outros tive que explicar de outra maneira. Por exemplo: Conte 10 grãos e separe. Conte comigo 1,2,3,4,5,6,7,8,9,10 e separe. Este conte comigo, vamos fazer juntos, você consegue são palavras que incentivam e os fazem criar confiança e assim perdem um pouco o medo de errar, o que os torna menos dependentes.

E fiz assim não só nesta atividade mas em todas as atividades realizadas, expliquei uma, duas, três, quatro, quantas vezes fosse necessário. A paciência e a atenção com eles foi fundamental. Minha estratégia de trabalho foi explicar a tarefa, observar a realização e ir mesa a mesa, ou grupo a grupo verificar se estavam entendendo a proposta, neste ponto a turma foi muito compreensiva pois souberam esperar a sua vez, fui circulando pela aula inteira, procurando realizar uma intervenção construtiva sem constranger o aluno nem interromper as suas construções. Sempre que entregava a tarefa, procurava dar um tempo para que resolvessem sozinhos e após passar esse tempo, ia de classe em classe perguntando se querem auxilio e as vezes me deparava com alguns que ainda não haviam realizado nada da tarefa por medo de errar. Então me perguntavam: Professora é pra colocar “isso, isso e isso”. Bastava eu confirmar que eles terminam de realizar toda a tarefa. Cunha(2008) diz que: “Em qualquer circunstância, o primeiro caminho para a conquista da atenção do aprendiz é o afeto. Ele é um meio facilitador para a educação. Irrompe em lugares que, muitas vezes, estão fechados ás possibilidades acadêmicas. Considerando o nível de dispersão, conflitos familiares e pessoais e até comportamentos agressivos na escola hoje em dia, seria difícil entrar outro mecanismo de auxílio ao professor mais eficaz.” (Antônio Eugênio Cunha, 2008).

Ir de mesa em mesa, além de aprofundar os laços afetivos, o que facilita a aprendizagem, dá a eles um momento só com professora e ali eles podem ter a atenção só para eles. Isso me fez sanar algumas lacunas que tenham ficado da explicação e ainda auxiliou para poder avaliar o aluno. O que gerou muito mais confiança, pois eu acompanhei a construção dos alunos e sabia quais eram as necessidades de cada um. Essa confiança que fez agregar adaptações a meus planos, que me fizeram enxergar a minha atuação como professora, pois eles refletem aquilo que são estimulados a fazer conforme suas limitações e as superando a cada dia.

A observação e o diálogo tornaram-se meus termômetros para verificar se estavam realmente agregando conhecimentos com as minhas mediações. Com elas pude perceber também que algumas crianças ainda não escreviam algumas letras da forma correta, por exemplo a letra “P”, quando escrevemos ela minúscula a sua perninha vai em baixo da linha do caderno e alguns não a colocam. Sempre que realizávamos alguma cópia eu passava de classe em classe e olhava os cadernos para verificar se a escrita estava correta e já aproveitava para explicar como escrever certas letras que eles ainda não sabiam. Tudo isso de forma gentil, sem desmerecer a construção deles.

Realizamos diversas atividades inclusive em grupo com apresentações aos colegas, algo novo que eles até então não tinham visto. Nesta atividade as diversas realidades se uniram e aprenderam umas com as outras. Através de muitas pesquisas, pois eu como mediadora não poderia dar uma atividade sem ter conhecimento sobre o objeto. Na segunda semana de estágio onde trabalhamos a copa mundial, pesquisamos as características dos países que iriam enfrentar o Brasil na copa na primeira fase, eu estudei para poder construir com eles. Esse ponto eu considero fundamental o educador ter conhecimento sobre o objeto de estudo.

Como os alunos eram bem diferentes e apresentavam necessidades distintas, estas culturais e de aprendizagem, procurei realizar atividades em grupo como a citada acima e outras com toda a turma interagindo. Por exemplo: realizei um bingo dos cálculos, onde eles deveriam calcular sozinhos e depois no quadro juntamente comigo, assim aqueles que não conseguiam efetuar as continhas poderiam observar a realização e assim sanar as dúvidas de como efetuar cálculos.

 Enfrentei também dificuldade na parte de atenção com dois alunos, eram distraídos e assim sempre se atrasavam na realização das tarefas, então acrescentei a meu planejamento o jogo dos 7 erros para toda a turma, e ofereci recompensa para quem encontra- se os erros. Esta parte de recompensa e reconhecimento fez com que eles se dedicassem mais na realização das tarefas. Quando iniciei com esta proposta, no final da aula entreguei uma carinha feliz no caderno de cada um que realizou todas tarefas. Uns não acreditaram e no primeiro dia 3 alunos ficaram sem realizar a tarefa, se sentiram mal, insistiram para eu dar, mas eu resisti e argumentei não ganharam pois não terminaram e nem se esforçaram para que isso ocorresse.  Mas expliquei que no dia seguinte iriam poder ganhar se esforçassem-se para realizar a tarefa. No segundo dia a maioria estava determinada a terminar a tarefa para ganhar a carinha. Tomei o cuidado para não ser injusta com aqueles que se dedicaram para terminar e por alguma eventualidade acabaram ficando sem terminar, nesses casos eu entreguei a carinha de feliz mesmo assim.

Todos precisam de mais atenção, pois cada um possui o seu limite e tentei dividir-me entre eles para poder auxiliar na superação.

E não é somente a parte cognitiva que afeta a aprendizagem, a afetividade, a socialização são muito importantes, crianças se sentem acolhidas na escola aprendem mais. Segundo Vasconcellos (1992): “A aprendizagem significativa depende, além do nível de representação, da carga afetiva envolvida. Pela nossa prática de educadores, sabemos que conseguir a motivação do aluno é conseguir uma ampla possibilidade de interação.” (Vasconcellos,1992).

Creio que ser professor exige muita paciência e observação. Às vezes é necessário que se explique umas 10 vezes de 10 formas diferentes, pois cada aluno tem uma realidade diferente, e graças ao curso de licenciatura em a Pedagogia eu consigo perceber isso, entender essa diferença de realidade que faz com que o professor seja mais paciente e observador.

Meu papel como educadora diante as situações

Diante as situações de aprendizagem e não aprendizagem, enfrentadas em sala de aula, eu como mediadora percebi a matriz curricular e o Projeto Político Pedagógico como um norte para o professor, percebi que muitas vezes eles trazem intenções motivadoras, porém nem sempre colocadas em prática por quem está em sala de aula. Cabe ao professor mediador ir adequando e encontrando ganchos para cumprir as demandas da matriz curricular e do P.P.P. às reais necessidades da turma.

Realizei minha prática desta forma, embasada na matriz curricular e no P.P.P, porém me permiti ir além quando senti a necessidade, não fiquei totalmente limitada à matriz curricular, mas também não a descumpri. Por exemplo, a matriz curricular apresentava dois períodos por semana de educação física, não foi por este motivo que somente nestes dois períodos realizamos atividades que exigisse movimento, coordenação, atenção e saímos da sala. E nas disciplinas de português e a matemática que são “endeusadas” pelas professoras, não fiquei focada só nelas, pois a matriz curricular apresenta outras disciplinas que podem e devem ser trabalhadas interdisciplinarmente. Se pensarmos em relação ao P.P.P. ele é riquíssimo tem os objetivos que a escola deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. Mas a realidade as vezes não é considerado e colocado em prática tudo que está escrito nele, mas em minha atuação e nas situações encontradas de aprendizagem e não aprendizagem procurei lidar conforme indicava no P.P.P. da instituição. Ele reúne propostas de ação e considera a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir e é pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.

Durante a prática procurei realizar o acompanhamento da turma de uma maneira que me propiciasse a percepção da aprendizagem e a não-aprendizagem dos alunos com as minhas mediações, sempre após a explicação da tarefa, circulava pela sala mesa a mesa tentando um contato direto com cada criança, procurando sanar qualquer eventual falta de entendimento. Neste momento pude perceber a aprendizagem o que me demostrava que o caminho percorrido estava dando resultados positivos e também a não aprendizagem de alguns, o que me fez repensar os meus processos de ensino, a forma como eu os mediava, o planejamento, o encaminhamento, e muitas vezes era o encaminhamento a forma como eu expunha e propunha a construção que não o atingia por não estarem adequados à realidade, às vivências e às necessidades dos alunos. Então procurava modificar tentando esta adequação aproximando ainda mais as mediações com as suas vivências.

Como diz Celso Vasconcellos (1992): “A significação é função da realidade do sujeito de conhecimento. Portanto, se queremos efetivamente buscar a significação, precisamos resgatar a realidade concreta desse sujeito.” (Celso Vasconcelos, 1992).

Conhecer a realidade do aluno, como ele se relaciona com o concreto facilita para que ocorra uma mediação com significação e ocorra aprendizagem. Saber o que se vai mediar é fundamental para que ocorra a mediação, pois, a partir deste saber, é que o professor precisa planejar o processo de ensino, levando em conta inúmeros fatores como a realidade do aluno, o seu ritmo.  Como refere-se Vasconcellos(1992): “O educador deve ter clareza dos objetivos que pretende atingir com seu trabalho. Não estamos nos referindo aqui à formulação mecânica de objetivos, aqueles famosos objetivos operacionais da prática tecnicista; trata-se da dimensão teleológica da educação, da sua intencionalidade.” (Celso Vasconcellos,1992).

É fundamental saber o que se quer atingir nos alunos para poder encontrar estratégias para a mediação. A organização do processo de ensino e o encaminhamento devem ser focados na potencialização da aprendizagem, ter objetivos claros na organização do planejamento facilita os processos de ensino, pois todas as atividades trabalhadas eram focadas em alguma aquisição de saber, e o mediador deve saber escolher estas atividades de acordo com a sua necessidade. A falta de informação de um professor pode acarretar no uso incorreto de alguma atividade, depende do que se quer atingir para poder escolher a melhor atividade, o melhor processo de ensino para mediar. Influenciando diretamente na aprendizagem e não aprendizagem dos alunos.

Além de conhecer os objetivos o professor precisa conhecer os objetos de conhecimento, em minha pratica estudei muito, não que os conteúdos de um 2° ano não fossem dominados por mim, pelo contrário, por serem dominados talvez eu pudesse deixar de trazer a essência deste para a construção do aluno. Pesquisei e me embasei antes de cada aula, não apenas conceitos de conteúdos e sim processos de ensino, maneira como ele já havia sido aplicado tentando verificar se adaptava-se com a minha realidade até então já conhecida, ou melhor, sendo conhecida pois nunca conhecemos tudo. “É claro que há a necessidade do educador dominar o conteúdo e dominar muito bem, para saber onde é importante dar ênfase, relacionar, criar, selecionar e organizar (caso contrário ele seria um simples "animador").”  Vasconcellos(1992).

A rede de apoio na escola existe para garantir uma eficácia no processo de aprendizagem, a escola conta com a orientadora, e uma professora de reforço. Me relacionei bastante com elas a fim de compreender e sanar algumas dúvidas de ação em sala de aula afim da melhoria da qualidade da aula. Com a orientadora conversei muito sobre a falta afetividade entre eles, onde ela me orientou realizar mais dinâmicas relacionadas a melhora desta convivência. A profissional do reforço trocávamos ideias diárias pois alguns alunos participavam com ela, este que ainda não estavam lendo com fluência. Realmente se o professor procurar auxílio ele vai encontrar, mas primeiramente tem que partir dele quer e aceitar críticas construtivas, e ainda conseguir refletir sobre sua prática e estar disposto a modificar seu planejamento para poder atingir a aprendizagem da totalidade dos alunos.

“Educador, portanto, é aquele que tem a capacidade de provocar no outro a abertura para a aprendizagem e de colocar meios que possibilitem e direcionem esta aprendizagem.” (Vasconcellos, 1992).

 

Considerações finais:

A partir desta reflexão, fica evidente a diversidade encontrada na escola pelo educador, a necessidade dele como mediador de conhecer esta diversidade e planejar embasada nela, para garantir a aprendizagem significativa de todos.

O educador deve conhecer a realidade, ter seus objetivos claros, para pensar nos processos de ensino nas atividades que irão propiciar a construção do conhecimento, ter plena clareza das informações que está passando as crianças. Cuidar sempre os meios de encaminhamento as formas de apresentar a tarefa se está adequada à necessidade e a forma de aprender do aluno, a seu ritmo, respeitando seu tempo. Saber intervir e motivar este aluno, que seja uma intervenção que vá agregar saber, que vá sanar dúvidas, esta onde o professor possa avaliar, não só o aluno mas a sua atuação como professor. E que o educador esteja aberto a reflexões e consiga refletir sobre seus métodos e suas estratégias a fim de melhorar a qualidade de seu ensino.

Não basta conhecer a realidade do aluno, planejar, encaminhar, intervir. Se não conseguimos a atenção do aluno, não os motivamos e os mobilizamos para poder aprender. A afetividade o bom convívio, são ferramentas essenciais para melhorar a qualidade do ensino.

Ser professor é ser observador, paciente e tem que possuir uma grande flexibilidade referente ao planejamento, saber quando o que planejamos não vai garantir a aprendizagem do aluno e estar aberto a modificações.

A diversidade na escola é uma constante e o educador precisa saber lidar com ela, a fim de incluir a todos no processo de ensino e aprendizagem este é um grande desafio imposto para melhorar a qualidade da educação.

Referências:

CUNHA, Antônio Eugênio. Afeto e aprendizagem, relação de amorosidade e saber na prática pedagógica.  Rio de janeiro: Wak 2008

VASCONCELLOS, Celso dos S. Metodologia Dialética em Sala de Aula. In: Revista de Educação AEC . Brasília: abril de 1992 (n. 83).