RESUMO

 

A pesquisa em questão cujo tema é Exercícios Físicos Durante o Período de Gestação. A prática de exercícios físicos durante a gestação, quando possível e autorizado pelo médico, é de suma importância para a saúde da gestante e para a saúde do feto, evita e retardad o desenvolvimento de patologias específicas da gestação que normalmente trazem prejuízos permanentes para a gestante e também para o feto. Esta monografia procurou responder qual a benesse da prática de exercícios físicos durante a gravidez? A temática se deu acerca da prática de exercícios físicos em gestantes, observando os benefícios para a mulher que se encontra nesta condição. Teve como objetivo geral demonstrar por meio de estudo científico a benesse da prática de exercícios físicos durante o período de gestação. Como objetivos específicos são verificar acerca de quais são os exercícios mais indicados para mulheres durante o período de gestação; averiguar os cuidados e as contra indicações na prática de exercícios físicos durante a gestação; e, evidenciar as alterações psicológicas e fisiológicas que ocorrem no período gestacional. A importância desta pesquisa se deu com a demonstração do posicionamento de pesquisadores do ramo através do método de pesquisa bibliográficas de artigos científicos, periódicos, revistas, livros e testes referente ao tema deixando evidente a importância da prática de exercício físico durante o período da gestação, demonstrando os exercícios indicados e contra indicados, benefícios e cuidados que se deve ter ao realizar determinada prática. Concluiu-se que é indiscutível o fato de que o exercício físico proporciona uma melhor qualidade de vida e manutenção da saúde a toda sociedade. Porém, ainda são poucos os estudos sobre exercício físico na gravidez, pois essa é uma área onde as pesquisas ainda estão se desenvolvendo, não se encontra na literatura nenhuma padronização de atividades para esse grupo em particular, na maioria dos estudos se encontram as precauções, contra-indicações e exercícios recomendadas para esse período.

 

Palavras Chave: Exercício Físico na Gravidez. Sedentarismo na Gravidez. Benefícios ao Feto por Exercícios.

 

1.- INTRODUÇÃO

 

Para Teles (2018) toda gestação, é para muitas mulheres uma grande transformação e a mais linda que ocorre no corpo delas, um momento único, uma mistura de sentimentos e emoções. É um período em que a mulher guarda por nove meses um ser que surgiu do encontro de células sexuais (espermatozoide e óvulo) no momento da cópula e a partir disso, através de uma gravidez a mulher sofre diversas alterações que envolvem os variados sistemas e aparelhos.

Teles (2018) ressalva que no período gestacional cuidar da alimentação e do bem estar físico de uma gestante e do bebê são tarefas essenciais, o objetivo nesta fase é sempre diminuir o estresse e prevenir comorbidades com um estilo de vida mais ativo e saudável. 

Atualmente os médicos orientam e estimulam a prática de atividades supervisionadas para grávidas ativas e até mesmo as sedentárias. De acordo com Medina (2016), durante uma gravidez, o exercício físico é indicado para melhorar a capacidade cardiorrespiratória e resistência física. Muitas atividades como caminhada, dança aeróbica, hidroginástica são as práticas mais comumente praticadas por este grupo.

Somente em 2002 a prática de exercício físico para gestantes foi estimulada e considerada como segura para esse grupo especial, em 1990 o ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists) já indicavam e orientavam a prática de exercícios na gestação, porém, só mais à frente houve o reconhecimento da importância do exercício físico (SURITA et al, 2014).

Surita et al. (2014) ressaltam que estudos mostram que no Brasil somente 4,7% das grávidas praticam exercícios durante toda a gravidez, o sedentarismo nesse período é preocupante. O exercício físico na gestação tem como intuito proporcionar qualidade de vida, diminuição de dores advindas de problemas posturais, redução do estresse e do risco no desenvolvimento de depressão no pós-parto.

Mann et al. (2010) relatam que é no período gestacional que ocorrem diversas alterações hormonais e físicas, tais mudanças são devidas ao crescimento do útero, alteração no centro de gravidade e aumento da hiperlordose.

Ainda assim, Mann et al. (2010) afirmam que é importante que grávidas pratiquem exercício físico, pois é onde ocorre a redução de chances no desenvolvimento da diabetes gestacional, além da diminuição da fadiga muscular, câimbras e edemas.

Estudos realizados evidenciaram que o exercício físico tem capacidade protetora contra o surgimento da diabetes na gestação e pré-eclampsia, quando comparadas a gestantes sedentárias o risco é de 40% a 50% menor (NASCIMENTO et al. 2014).

 

Apesar dos benefícios das atividades físicas, existem situações em que sua contra indicação ainda é absoluta, por se relacionar a riscos ou porque ainda não temos evidência de segurança: cardiopatias, incompetência istmo-cervical, gestação múltipla (após a 30ª semana), sangramento vaginal persistente, placenta prévia, trabalho de parto prematuro, ruptura de membranas, hipertensão arterial não controlada e pré-eclâmpsia (SURITA et al, 2014 p. 532).

 

Carmo (2018) enfatiza em caso de liberação médica, que o treinamento resistido influencia na diminuição das dores, melhora no retorno venoso, aumenta o fluxo de sangue na placenta e a recuperação pós-parto é mais rápida. Os exercícios que trabalhem a musculatura pélvica e a respiração são importantes devido às alterações ocasionadas na gravidez.

Soares et al. (2017) destacam que por meio de um programa de exercícios físicos no período gestacional, é possível controlar o índice de massa corporal para que o mesmo se mantenha em níveis considerados saudáveis, o retorno do peso no pós- parto de maneira mais rápida, o risco de diabetes gestacional é diminuído, níveis glicêmicos controlados, dores articulares e lombares minimizados, aumentando o bem-estar e melhorando a auto estima da gestante.

De acordo com Filho (2012), o aumento de gordura corpórea pode afetar negativamente a saúde da grávida e do feto, portanto, o exercício físico como a musculação, quando bem orientada é essencial nesse controle. O excesso de peso na gestação pode levar a diabetes gestacional, hipertensão durante a gravidez, parto prematuro e/ou prolongado, diminuição no crescimento intra-uterino, asfixia, entre outros efeitos negativos no aumento exacerbado de peso.

 

Azevedo et al. (2011 apud CARMO, 2018, p. 13) afirmam que o exercício físico regular ajuda na prevenção e fortalecimento da musculatura pélvica, redução de lombalgia, ajuda na diminuição das dores nas mãos e nos pés, diminuição do estresse cardiovascular e elevação da autoestima da gestante.

 

Filho (2012) certifica que o exercício físico no período gestacional melhora o volume de oxigênio máximo (VO2máx), o bem estar e o sistema cardiovascular, afirmando assim a importância do treino durante a gestação. O fortalecimento do assoalho pélvico propicia um parto natural mais facilitado e a recuperação no pós-parto é mais rápida, além de diminuir as chances de desenvolver incontinência urinária.

Diante do exposto anteriormente, a presente pesquisa abordará sobre os exercícios físicos durante o período de gestação. O exercício físico é uma movimentação corporal que depende de um gasto energético muito maior que no estado de repouso, ocasionado pelas mudanças na composição corporal, a melhoria da força física, a flexibilidade e a resistência proporcionadas pelo exercício podem ser de grande valia para mulheres no período gestacional.

Tendo em vista os dados apresentados anteriormente, a problemática que norteia essa pesquisa consiste em responder o seguinte questionamento: Qual a benesse da prática de exercícios físicos durante a gravidez?

O objetivo geral da presente pesquisa é demonstrar por meio de estudo científico a benesse da prática de exercícios físicos durante o período de gestação. O primeiro objetivo específico consiste em verificar acerca de quais são os exercícios mais indicados para mulheres durante o período de gestação; o segundo objetivo específico é averiguar os cuidados e as contra indicações na prática de exercícios físicos durante a gestação, por fim, como terceiro objetivo específico evidenciar as alterações psicológicas e fisiológicas que ocorrem no período gestacional.

Diante de todo este contexto, vem a presente pesquisa analisar a prática de exercício físico no período da gestação, considerando as especificidades deste período e a importância em se observar à necessidade e quais atividades são apropriadas e recomendadas às parturientes.

Como relevância social, esta pesquisa tem como finalidade demonstrar e esclarecer as dúvidas a respeito da prática de exercícios físicos durante uma gestação, quais são os benefícios que a prática de exercícios nesse período podem trazer para gestantes ativas e trazer uma alerta para a sociedade sobre as contra indicações de não se praticar o exercício, podendo assim incentivar e disseminar conhecimento a respeito da importância do exercício físico durante a gestação.

No que tange a relevância científica desta pesquisa, é contribuir para novos estudos e discussões acerca deste tema, uma vez que se trata de um assunto atual, visto que, quanto mais aprofundamento na área, mais informações e respaldo terão os profissionais da área da saúde, onde profissionais de educação física poderão supervisionar alunas gestantes e trabalhar embasados cientificamente, com segurança e eficácia.

Tem-se como hipótese que com a prática de exercícios físicos, as mulheres gestantes têm uma melhor qualidade de vida em relação às outras mulheres gestantes não praticantes de exercícios físicos durante esse período, bem como uma melhoria na qualidade de seu sono, de sua postura, de sua pressão arterial, de controle de açúcar no sangue, de sua circulação, e, ainda da diástase do músculo reto-abdominal.

 

2.- REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1.- Gestação

 

Para Botelho e Miranda (2011), a gestação é dividida em três estágios, o primeiro conhecido como estágio germinal, se inicia através de um processo que o organismo da mulher passa ao receber o espermatozoide no óvulo, o segundo é o estágio embrionário, assim a formação dos órgãos e das estruturas anatômicas do embrião, o estágio fetal é o terceiro e último, pois, os órgãos e os tecidos do feto já estão formados e se preparando para viver fora do útero.

Souza e Col. (2002) ressaltam que a gestação é vista como um único fator existente de maior relevância e mudança na forma corporal e funcional da mulher em curto espaço de tempo.

Botelho e Miranda (2011), relatam que os dois primeiros meses de gravidez é uma fase delicada, sensível, pois o embrião ainda está em processo de formação e que logo após esse período espera-se uma fase mais calma. E é em torno de 15 a 20 semanas de gestação, que já se pode identificar o sexo do bebê e o desenvolvimento da cartilagem e das estruturas ósseas, a partir do último trimestre inicia a preparação do feto para o nascimento, que ocorre entre 36 a 42 semanas.

Os autores supracitados, ainda definem que o aumento do peso que uma gestante geralmente ganha é entre 10 a 15 kg e pode sobrecarregar especialmente as articulações dos joelhos e dos discos intervertebrais podendo assim acarretar problemas articulares. Um dos fatores do ganho de peso da gestante procede devido ao aumento da formação do útero e do peso do feto, já que ocorre um crescimento exponencial no decorrer dos nove meses da gestação.

De acordo com Costa (2004), o período gestacional passa por vários processos que modificam constantemente o organismo da mulher, onde parcialmente a gravidez é dividida em três períodos, as mudanças aparecem já nos três primeiros meses, onde acontece uma grande transformação hormonal, decorridas por sonolências, enjoos, mudança de humor, tonturas e entre outros sintomas, essa fase é considerada como o primeiro período. Pode-se ressaltar que essa etapa é de extrema importância para o crescimento do bebê já que é nessa fase que ocorre as estruturas básicas de todos os órgãos. O segundo e terceiro períodos ocorrem do terceiro ao nono mês, caracterizam por grandes mudanças significantes para o corpo da mulher, pois ocorre o aumento da massa corporal na região do abdômen e da pelve, alterando o centro de gravidade da gestante.

De acordo com Montenegro (2014), existem grandes mudanças em relação ao equilíbrio, coordenação e estabilidade de uma gestante, já que o aumento uterino desloca o centro de gravidade do corpo da mesma para frente, alterando o equilíbrio que pode causar uma curvatura lombar, cerca de 50% das gestantes sofrem com essas alterações.

 

2.2.- Principais Mudanças Fisiológicas Durante a Gestação

 

Toda as alterações fisiológicas da gravidez produzem manifestações sobre o organismo da mulher que, muitas vezes, são percebidas como doenças. Cabe ao profissional de saúde a correta interpretação e a devida orientação a mulher, sem a banalização de suas queixas (BRASIL, 2006).

De acordo com Foss & Keteiyam, (2000), durante o processo de gestação surgem modificações impactantes na fisiologia da mulher, com efeitos sistêmicos, que devem ser monitorados para identificar potenciais alterações indesejadas que podem apresentar risco de vida para a mãe e/ou para o feto. São mudanças adaptativas hormonais, cardiorrespiratórias e de termorregulação.

Para Ricci (2008) todas as gestantes podem apresentar um acentuado inchaço nas pernas e o surgimento de varizes. Em face da dificuldade do retorno venoso ao coração, pela devido à compressão da veia cava pelo útero gravídico, o sangue encontra resistência em retornar aos membros superiores levando ao extravasamento de líquidos nos interstícios celulares, principalmente nos membros inferiores.

Destacam-se também, modificações no sistema cardiorrespiratório da gestante, devido a maior demanda de oxigênio durante este período, tais como: aumento nos níveis de débito cardíaco de repouso de até 50%; aumento do volume hemodinâmico e na frequência cardíaca (FC), bem como no fluxo de sangue que é direcionado ao útero. Aumenta-se também o volume-minuto respiratório, o que acarreta numa queda de pressão de dióxido de carbono (CO2) alveolar. No último trimestre, ocorre considerável aumento de consumo de oxigênio (VO2), chegando a ser 30% maior em relação às mulheres não grávidas (PINTO et al. 2015).

Novaes et al. (2006) ressalvam que é na gestação, que acontecem uma sequência de mudanças no corpo da mulher, seu útero está em constante crescimento, formando um abdômen protruso. Há o deslocamento de seu centro de gravidade, além da liberação de hormônios, como estrógeno e relaxina, que ocasionam um crescente afrouxamento dos ligamentos. O objetivo dessas alterações consiste em aumentar o tamanho da cavidade pélvica e tornar o possível. Todas essas modificações causam uma lordose exagerada, fazendo com que ela sobrecarregue os músculos lombares e posteriores da coxa, gerando um processo doloroso, denominados de lombalgia.

 

2.3.- Sedentarismo na Gestação

 

Em qualquer fase ou condição da vida, seja na infância, adolescência, fase adulta, terceira idade, pessoas hipertensas, diabéticas, e outros grupos com condições especiais, as consequências trazidas pelo sedentarismo no período de gestação não são diferentes. Como já visto anteriormente o período gestacional é de transformação onde há modificações tanto orgânicas quanto corporal da gestante, alterando sua rotina, cotidiano e trazendo consigo inchaços causados pelo período gestacional, cansaço, sono excessivo, dentre outros fatores que podem causar o sedentarismo as gestantes, principalmente o fator da indisposição elevada que vai aumentando com o desenvolver da gestação.

 

Ser sedentário é uma condição que acompanha inúmeras pessoas, sabe-se que este traz muitos riscos para saúde. Atualmente, estima-se que 70% dos brasileiros são sedentários e estão sujeitos ao aparecimento de inúmeros riscos. Na gestação não é uma ocorrência que se faz diferente, o sedentarismo durante a gravidez pode ser ainda bem maior (SURITA et al., 2014).

 

Segundo Ferreira e Col. (2012), o sedentarismo recentemente é visto como uma doença, batizada por “Síndrome de Morte Sedentária”, sendo resultado através de análise como principal alvo comprometedor das anormalidades que o corpo humano vivencia no organismo, anormalidades prejudiciais que afetam as funções vitais gerando doenças crônicas e aumento de mortalidade.

Baciuk e Col. (2006) observaram que no decorrer dos anos, mulheres têm sido estimuladas a não ter um estilo de vida sedentária, que apesar de grandes avanços tecnológicos favorecerem o comodismo, a mulher em qualquer época de sua vida, principalmente no período gestacional deve substituir essa condição sedentária e realizar a prática de exercícios físicos regulares.

O sedentarismo durante o período gestacional pode trazer a gestante depressão, ganho elevado de peso, desenvolvimento de diabetes gestacional dentre outros problemas que apresentam significativo risco a saúde da mãe e do feto. (VELLOSO et al., 2015)

Desta maneira, é perceptível que a gestante não deve levar uma vida sedentária durante este período, devendo ser ativa se sua condição lhe permitir, apesar de todos os aspectos negativos que a leva ao sedentarismo, logo, deve a gestante procurar um profissional especializado em atividade física gestacional para que receite e proponha para a mesma determinado exercício baseado em sua condição e estágio de gravidez.

 

2.4.- Os Benefícios do Exercício Físico para a Gestante

 

Conforme Rodrigues e Col. (2008), toda mulher é favorecida quando se segue um programa de exercícios físicos adaptados em todo o ciclo de sua vida, sendo essencial na fase gestacional, ressaltando resultados vantajosos que ultrapassam a amostra de contrariedades quanto á pratica. O exercício além de auxiliar em uma melhor circulação sanguínea e de disposição de oxigênio, pressão arterial, também controla varizes e tromboses.

Para Batista e Col. (2003), o exercício físico pode ser grande contribuinte no controle ou da ausência de diabete gestacional, o aumento de massa corporal pode ser significante para o surgimento da doença, e como na progressão da gravidez a mulher passa a ter mais peso, o diabetes pode ocorrer nos meses finais da gestação.

Medina (2016) afirma que através de uma prática de exercícios físicos durante uma gestação, se obtém inúmeros benefícios, pois além de auxiliar no controle e na perda de peso, assim, gestantes praticantes físicas ficam menos expostas às manifestações de riscos e de doença.

Segundo Godoy (2002), os efeitos da realização de exercícios físicos têm um estímulo fundamental e positivo na área emocional das pessoas, avaliações apontam que a prática pode auxiliar e controlar as tensões psíquicas e emotivas surgidas da correria cotidiana, melhorando os fatores de humor, autoestima e bem-estar, diminuindo a ansiedade e doenças depressivas.

Santos e Col. (2007) ressaltam que a falta de conhecimento e informação da sociedade sobre as vantagens benéficas da prática de atividade física, durante a gestação destaca a inatividade como grande responsável pelos altos casos de retenção de peso após o parto, a causa pode ser a indisposição, o receio e o medo de efeitos prejudiciais que o esforço físico possa aparentar para a gravidez, já que a prática apresenta pouca compreensão diante das pessoas.

 

Costa (2004) afirma que os benefícios proporcionados à gestante praticante de exercícios são classificados em dois modos, o biológico e o psicossocial. As mudanças que favorecem autonomia do corpo e do organismo devido à prática de exercícios são consideradas benefícios biológicos e as mudanças psicológicas que estabelecem o bem-estar emocional são vistas como benefícios psicossociais.

Nesse sentido Azevedo e Col. (2011) analisam que mulheres praticantes de exercícios físicos estão sujeitas a menos riscos de lombalgia, apesar de ser um fator normal no período gestacional, gestantes que realizam os exercícios posturais de forma estática, mesmo após o parto, apresentam redução ou cessação das dores lombares, além de atribuir melhor equilíbrio corporal e competência mais ágil na realização dos deveres cotidianos.

 

2.5.- Os Benefícios Físicos para a Gestante e o Feto

 

Assim como se trata de exercícios físicos durante o período gestacional, é importante estar atento aos riscos apresentados durante tal prática, devendo esta ser interrompida imediatamente caso eles apareçam. Alguns sinais claros para interrupção do exercício são: perda de líquido amniótico, dor no peito, sangramento anormal, dispneia, dor abdominal, contrações uterinas, redução dos movimentos fetais, náuseas, desconfortos (DUARTE et al., 2007).

De acordo com Silva (2007), a falta de prática de exercícios físicos contínuo, é um dos fatores associados a uma susceptibilidade maior a doenças durante e após a gestação. Os exercícios resistidos com pesos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, de complicações na gestação ou relacionados ao peso do feto ao nascer. Por conseguinte, a mulher passa a suportar melhor o aumento de peso e atenua as alterações posturais decorrentes desse período.

Surita (2014) relata que há informações que demonstram os benefícios da prática de exercício físico para gestantes, ainda é pouca a adesão, especialmente em virtude do receio quanto à sua segurança. Porém, são necessários esclarecimentos e incentivos constantes do profissional que a acompanha durante o pré-natal. No pós-parto, incluir a prática de exercícios físicos durante a rotina das mulheres é mais desafiador, referente ao tempo demandado aos cuidados com o bebê. Por isso, as mulheres ativas no período gestacional tendem a se manter ativas no pós-parto devido aos benefícios adquiridos durante toda a gestação.

Para Silva (2007), o exercício físico reduz e previne lombalgias, sendo que esta altera a coluna cervical e, assim, a postura ideal da gestante frente à hiperlordose, que frequentemente surge durante a gravidez e aumenta o útero na cavidade abdominal.

 

A lombalgia é uma queixa comum na gravidez e já é algo esperado pelos médicos, sendo considerada apenas mais um desconforto. Entretanto, ela pode causar incapacidade motora, insônia, depressão, que impedem a gestante de levar uma vida normal. [...] Alguns trabalhos têm demonstrado que mulheres com uma condição física melhor apresentam menos chances de desenvolver lombalgia durante gestação. A importância da aquisição de novos hábitos posturais, a realização de exercícios terapêuticos e técnicas de relaxamento proporcionam uma melhor preservação da musculatura. Dois estudos mostram claramente a melhora da dor na região lombar e mesmo a prevenção desta, antes e durante a gestação, na manutenção de uma atividade física regula (NOVAES, SHIMO e LOPES, 2006 p. 03).

 

O exercício físico é um grande aliado e de grande importância para se ter um estilo de vida ativo e saudável, a prescrição de exercícios para mulheres grávidas vem se tornando atraente para minimizar os riscos maternos e fetais. Isso permite que mulheres ativas mantenham sua rotina de exercícios buscando reduzir as taxas de pré-eclâmpsia e diabetes gestacional (WASINSKI et al., 2015).

Azevedo e Col. (2011) analisaram que mulheres praticantes de exercícios físicos estão sujeitas a menos riscos de lombalgia, apesar de ser um fator normal no período gestacional, gestantes que realizam os exercícios posturais de forma estática, mesmo após o parto, apresentam redução ou cessação das dores lombares, além de atribuir melhor equilíbrio corporal e competência mais ágil na realização dos deveres cotidianos.

 

A inatividade física está associada a vários fatores de doenças durante a gestação e após o parto. Apesar de estudos ainda serem insuficientes nesta área, mas pensando nas mudanças biomecânicas que acontecem no corpo da gestante certifica-se que exercícios resistidos com pesos de intensidade leve a moderada podem promover melhora na resistência e flexibilidade muscular, sem aumento no risco de lesões, de complicações na gestação ou relacionados ao peso do feto ao nascer (GOMES e COSTA, 2013, p. 4).

 

Lima e Oliveira (2005) apresentam ainda como benefícios, a melhora na resistência e flexibilidade muscular, o controle do peso, a manutenção do condicionamento, além de diminuir riscos de diabetes gestacionais.

Ainda para Lima e Oliveira (2005), o exercício físico auxilia de forma significativa no controle do peso e na manutenção do condicionamento, além de reduzir riscos de diabete gestacional, condição que afeta 5% das gestantes. A ativação dos grandes grupos musculares propicia uma melhor utilização da glicose e aumenta simultaneamente a sensibilidade à insulina. Além disso, existem dados sugestivos de que a prática de exercício físico durante a gravidez exerce proteção contra a depressão puerperal.

A prática de exercício físico durante o período gestacional traz benefícios ao feto, pois, o feto cresce saudável e nutrido, já que muitas vezes o acompanhamento da prática de exercício físico é combinado com um acompanhamento alimentar.

 

Kardel e Kase analisando o desenvolvimento e o crescimento fetal de bebês nascidos de 42 gestantes saudáveis, subdivididas em dois grupos (intensidade alta e intensidade moderada), não encontraram qualquer diferença entre os grupos quanto ao peso de nascimento e a escala de Apgar. Os autores concluíram, que o estado de saúde e o bom condicionamento das gestantes podem ter desempenhado papel fundamental para este resultado. (Kardel e Kase, apud Batista et al, 2003)

 

Conforme Hatch et al, 1993 apud Batista et al, 2003:

 

No estudo de Hatch et al., não foram encontrados bebês macrossômicos, porém observou-se que as gestantes que se exercitaram durante todos os três trimestres da gestação, tenderam a ter bebês com peso maior do que aquelas que eram sedentárias ou as que iniciaram atividade física já no segundo ou no terceiro trimestre.

 

Já as gestantes que não praticam exercício físico durante o período gestacional, têm como consequência algum tipo de prejuízo ao feto, tais como aumento excessivo do peso do feto, alto teor de gordura, dentre outros, pois, o feto se desenvolve nas condições em que o corpo da gestante lhe oferece.

 

Clapp et al., em estudo experimental randomizado com gestantes não praticantes de atividade física, subdivididas em um grupo experimental (24 mulheres) com prática de exercícios de intensidade moderada três a cinco vezes por semana, e um grupo de comparação (22 mulheres) desenvolvendo algum tipo de exercício recreacional, concluiram que, efetivamente, o exercício físico orientado durante toda a gestação, ou parte da mesma, pode contribuir tanto para o aumento do peso do feto, quanto para sua percentagem de gordura e circunferência craniana. (Clapp et al, 2000 apud BATISTA et al, 2003)

 

Segundo Sales e Col. (2014), a prática de exercício físico é essencial para o desempenho saudável da grávida e do bebê, desta forma, a mulher que der continuidade no programa de exercícios durante a gravidez tende a ganhar crianças mais saudáveis. A prática da caminhada pode auxiliar no bom posicionamento de encaixe do bebê. A eficácia da reabilitação após o parto pode ser resultado da realização de hidroginástica.

Por muito tempo, teve-se um conceito de que a atividade física poderia promover uma antecipação do trabalho de parto, pois a mesma estimularia a contração uterina, no entanto, existe um consenso de que, se monitorada, as atividades não contribuem para essa antecipação, pois a mesma só vem a beneficiar o trabalho de parto. Com a prática das atividades físicas vai ocorrer um aumento de estrogênio que vem a contribuir para o relaxamento muscular, o que facilita o parto, além de suavizar as cartilagens assim como elevar o fluido sinovial que vai alargar as articulações para facilitar a passagem do feto (BATISTA et al, 2003).

 

2.6.- Os Exercícios Indicados para Mulheres Durante o Período De Gestação.

 

Para Santos e Col (2007) em uma gestação normal, o exercício é benéfico para a mãe, para o desenvolvimento fetal, e para o suprimento de leite na amamentação. Alguns médicos citam a ocorrência bem menor de complicações pós-parto nas mulheres que seguiram um programa regular de exercício durante a gestação. O trabalho de parto fica muito facilitado nas mulheres que sempre fizeram algum tipo regular de esporte ou exercício, principalmente da musculatura abdominal.

Mann et al. (2009) fazem uma ressalva a cerca do tipo de exercício que seria melhor indicado para as grávidas, independente de qual modalidade for escolhida a intensidade é o ponto mais importante a ser levado em consideração, e enfatiza que o exercício deve ser de leve a moderado, respeitando o limite de 140 batimentos por minuto , a pratica é recomendada em horários menos quentes e com roupas confortáveis e adequadas e a hidratação deve ser contínua. Os exercícios em base sólida são importantes, para segurança da mãe e do bebê. Os exercícios de alongamento, resistência aeróbica e de resistência muscular devem ser encorajados para as grávidas que não possuem nenhuma restrição médica. As cargas altas devem ser evitadas e apnéias e manobras de valsalva também, uma vez que, pode comprometer o feto, devido ao retorno venoso aumentado.

Ainda dentro deste raciocínio, Ribeiro (2011) ressalta que a caminhada é considerada um dos melhores exercícios aeróbicos para as grávidas que não praticavam nenhum exercício antes do início da gravidez. A hidroginástica é outra modalidade indicada a gestantes devido as suas possibilidades e enormes benefícios, pois, diminui o estresse articular e a temperatura da água favorece no relaxamento muscular com um ambiente descontraído e relaxante.

Benevides et al. (2012) de igual modo consideram atividades aquáticas, como, hidroginástica e natação mais indicadas no período gestacional, e ainda ressalta a bicicleta ergométrica, alongamentos, yoga e exercícios de resistência muscular modalidades que podem ser desenvolvidas nesta fase. Contudo o que se nota é a prevalência na indicação de atividades realizadas dentro d’água, visto que, os desconfortos relacionados à gravidez são minimizados dentro da piscina, como o inchaço, a fadiga e dores lombares.

 

A gestante deve escolher uma atividade que melhor se adapte às suas características e interesses para, com isso, aumentar a aderência ao exercício escolhido em longo prazo. Sempre devem ser evitados exercícios que coloquem a gestante ou o feto em risco, como atividades de alto impacto, com risco de queda ou trauma abdominal e esportes de contato (NASCIMENTO et al, 2014, p.4).

 

Nascimento et al. (2014) destacam outros exercícios que favorecem na manutenção ou promoção do fortalecimento muscular, como, Pilates, Yoga, treinamento funcional e musculação. Contudo, afirmam a importância de se adequar os exercícios a cada período da gestação, utilizando cargas leves, elásticos e sempre priorizando a segurança da gestante. O alongamento muscular e o treinamento do assoalho pélvico podem ser componentes importantes dentro da periodização de um treino em vista dos benefícios decorrentes do fortalecimento dos mesmos. É importante dizer que o primeiro trimestre da gestação é um período de diversas alterações hormonais resultando em indisposição, sonolência, enjoos, causando pouca aderência nesse período, mesmo em grávidas ativas anteriormente. Contudo, a prática de exercício físico só pode ser realizada após a liberação médica que acontece na primeira consulta pré-natal. No geral os exercícios aeróbicos de leve a moderada intensidade são os mais recomendados para gestantes sedentárias e ativas.

Carmo (2018) afirma que os benefícios do exercício físico para saúde da mãe e do feto são inúmeros desde que alguns critérios e cuidados sejam respeitados, como por exemplo, a frequência, a duração, o tipo de exercício, a contra indicação médica e as patologias que a gestante possui. A intensidade leve a moderada, frequência de três vezes na semana são um dos pontos importantes para segurança da mãe e do bebê e para que os benefícios superem os riscos.

A musculação, caminhada, hidroginástica, ginástica aeróbica, bike indoor, step, pilates de solo, alongamento, Yoga, como nos demais estudos, são os exercícios mais indicados, com algumas ressalvas a cerca da sua aplicabilidade, uma vez que, a intensidade é o fator principal a ser destacado em todos os achados, para garantir a segurança e a benesse do exercício na fase gestacional. Portanto, é importante que o profissional que trabalha com esse grupo especial esteja atento as recomendações de intensidade, frequência cardíaca máxima (FCmáx) e que respeite a individualidade de cada gestante, e a prescrição seja realizada de acordo com o condicionamento de cada grávida, respeitando seus limites e recomendações médicas (PEREIRA, 2015).

Gomes e Costa (2013) evidenciam todas as modificações ocorridas durante a gravidez e deixa claro a importância de se levar em conta a individualidade de cada mulher a cerca de suas limitações, do seu histórico de atividade ou inatividade física. O exercício antes e durante a gravidez propicia um melhor parto, melhora a auto estima, diminui o desconforto durante a gestação, ameniza os riscos de quedas e de rompimentos ligamentares devido à excreção do hormônio relaxina, que prepara o corpo da mulher para se adequar ao feto que estará em crescimento. Portanto a escolha do melhor exercício depende totalmente de cada grávida, da liberação médica e da disposição de cada uma. O exercício aeróbico aumenta o gasto calórico total e o anaeróbico estimula, mantém e fortalece a massa muscular, portanto o conhecimento sobre as fases gestacionais, as mudanças fisiológicas e psicológicas são essenciais para a escolha de determinado exercício.

 

2.7.- Contraindicações e Cuidados na Prática de Exercício Durante a Gestação

 

Segundo os estudiosos Reinehr e Siqueira (2009) as patologias que podem determinar a prática ou não da atividade física ou exercício físico podem ser:

  • Absolutas (alterações nas quais é terminantemente proibida a prática de atividade física): doença miocárdia, insuficiência cardíaca, doença reumática, e tromboflebite, embolia pulmonar, riscam de prematuridade, hemorragia interna, hipertensão, ou, ainda, nenhum atendimento pré-natal;
  •  Relativas (depende do grau patológico): anemia, doença cardíaca conhecida, doença da tireoide, diabetes melito, obesidade excessiva e sedentarismo.

Nessa mesma linha de pensamento segundo Lima e Oliveira (2005) a atividade física e o exercício físico não são recomendados para mulheres com as seguintes complicações:

  • Contraindicações absolutas: doença miocárdiaca descompensada, insuficiência cardíaca congênita, tromboflebite, embolia pulmonar recente, doença infecciosa aguda, risco de parto prematuro, sangramento uterino, isoimunização grave, doença hipertensiva descompensada, suspeita de estresse fetal e paciente sem acompanhamento pré-natal.
  • Contraindicações relativas: hipertensão essencial; anemia; doenças tireoideanas; diabetes mellitos descompensada; obesidade mórbita e histórico de sedentarismo extremo.

Medina (2016) aponta que muitos exercícios são contraindicados durante a gestação, alguns esportes de contato físico ou alto impacto no corpo também são proibidos durante a gravidez, como boxe, voleibol, futebol, basquetebol, hipismo, artes marciais, levantamento de peso, pelo esforço físico exacerbado causado, podendo gerar complicações ao estado da gestação, corrida, mergulho e ginástica de alto impacto. Os exercícios físicos podem estar contraindicados de acordo com a saúde da gestante, variando entre contraindicação absoluta, quando a mulher não pode praticar nenhuma atividade física, e contraindicação relativa, quando o médico vai avaliar o caso e autorizar exercícios mais leves.

Segundo Montenegro (2014), a prática de exercício físico no período gestacional apresenta certo receio de medo e preocupação e assim por muitos anos essa modalidade foi inibida. Atualmente podemos dizer que a prática é aconselhável, já que tem como resultado excelentes vantagens para a saúde da gestante e do feto, os exercícios devem agir de acordo com o benefício proporcionado, já que não existe nenhum tipo exclusivo de atividade nessa fase.

Para Filho (2012) existem alguns cuidados e informações que proporciona uma prática de exercício segura para gestantes e para o feto, como, evitar exercícios que coloque a grávida em desequilíbrio e que possam ocorrer traumas abdominais, cessarem o exercício mediante fadiga e evitar o uso do aparelho leg press onde o risco de lesão no quadril é aumentado, pela posição em que o exercício é realizado, são algumas recomendações para um exercício mais seguro. Outro ponto a ser destacado, é referente a uma ingestão calórica apropriada, para que possa fornecer os nutrientes necessários na gestação, devido a prática do exercício. Evitar ambientes quentes, roupas apropriadas e hidratação constante são outros cuidados que se faz indispensável.

“A gestante deve interromper o treino se sentir sintomas como: tontura, fadiga muscular, sangramento na vagina, cólicas, dores abdominais e se perceber que não está se sentido bem deve parar o treino de imediato.” (FILHO, 2012 p. 40).

 

As contra indicações absolutas para exercício na gestação, de acordo com ACOG são: doença cardíaca significante, doença pulmonar restritiva, incompetência istmo-cervical, gestação múltipla de risco para trabalho de parto prematuro, sangramento persistente no 2º ou 3º trimestre de gestação, placenta prévia, trabalho de parto prematuro durante a gestação atual, ruptura prematura de membrana, pré-eclâmpsia e outras doenças com repercussão vascular já instalada (vasculopatia secundaria a diabetes, a lúpus, a hipertensão crônica, etc.) (RIBEIRO, 2011 p. 27).

 

De acordo com Costa (2004), depois dos três primeiros meses de gestação a mulher é contra indicada a realizar exercício na posição supinada e pronada, posições essas que podem causar a redução do retorno venoso através do útero que comprime a veia cava e resulta difícil circulação sanguínea, posições no leg press e crucifixo com os pés no chão não são recomendáveis pela possível complicação que pode causar no sistema circulatório e por prevenir acidentes, já que são posturas de maior proximidade da região abdominal.

Para Lima e Oliveira (2005), é estimável que toda mulher aprovada por uma avaliação médica faça exercícios físicos, contudo, exercícios que ofereçam traumas devem ser evitados, traumas que atingem diretamente ao feto são raros, porém, esta prevenção é importante. A prática de exercício deve ser urgentemente suspensa em casos de dores no abdômen, sangramento vaginal, cólicas, tonturas, náuseas, vômitos, palpitações e alterações visuais.

 

2.8.- Alterações Psicológicas no Período Gestacional

 

De acordo com Braga e Amazonas (2005), a maternidade é compreendida como um circuito temporário de sentimentos oscilantes, sendo uma fase em que a mulher pode se sentir heroicamente importante, virtuosa e realizada, no entanto, a pressão de saber que terá uma extrema responsabilidade por outro ser, faz com que a sensação de pânico e sensibilidade faça parte desse período tão único e especial na vida de uma mulher.

Vieira e Parizotto (2013) afirmam que o período gravídico é de grandes mudanças, e a saúde mental da gestante é um campo fragilizado em virtude das alterações fisiológicas, psicológicas e sociais, algumas grávidas passam por períodos de estresse e ansiedade durante essa fase, em vista de todas as alterações hormonais e morfológicas. Os hormônios estarão em maior concentração nesse período para preparar o corpo da mulher para o crescimento do bebê, ocasionando mudanças no comportamento da gestante, aumentando a insônia, a irritabilidade, baixa energia, estresse e em alguns casos quadros depressivos. De 25% a 35% manifestam a depressão durante a gestação, em alguns casos, temporariamente e em outros de forma mais severa, podendo trazer danos a saúde mental. Um dos fatores que podem influenciar na questão emocional da grávida é o não planejamento da gravidez. Em situações que a gravidez é indesejada os riscos no desenvolvimento de desordens emocionais são maiores.

A gestação é uma fase de muitas mudanças e transformações na vida da mulher. É nesse momento que se espera alterações tanto físicas, psíquicas, hormonais, quanto econômicas e sociais, provocando uma série de sentimentos divergentes e questões diversificadas que geralmente são de curto prazo e situacionais. Com a gravidez surgem sentimentos confusos que vão desde a felicidade de saber que será mãe à preocupação e perspectiva quanto ao futuro. A mulher vive um dilema entre estar disposta em ser gestante e ter um filho e realizar seus objetivos profissionais e planos pessoais, provocando assim, um atrito em poder ser uma mãe dedicada e ser também uma ótima profissional (LOPES e ZUGAIB, 2009).

As alterações emocionais podem afetar a interação social da gestante, devido aos fatores fisiológicos, como, modificações hormonais, essas oscilações de humor são relevantes e podem influenciar no período gestacional, portanto, um acompanhamento psicológico durante essa fase é essencial. Todas essas alterações de cunho psicológico e fisiológico podem variar em cada mulher, apesar de normais e indispensáveis, em alguns casos são mais sutis e em outros mais evidentes. Saber sobre as transformações que a gestante vive é importante para cuidar de maneira mais humana e tornar esse momento mais prazeroso (CAMACHO, et al; 2010).

 

A gravidez e o parto representam momentos marcantes para a mulher, sendo períodos de grandes transformações, tanto em seu organismo como também em seu psiquismo e em seu papel sócio-familiar. Portanto, a gestação e o puerpério podem ser considerados períodos na vida da mulher que precisam ser avaliados com especial atenção, pois envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e de inserção social, que podem refletir diretamente na saúde mental. (BERETTA et al, 2008, p. 967)

 

Gomes e Costa (2013), ressaltam que a todo o momento a mulher terá sentimentos mútuos e incontroláveis por consequências do aumento de peso e perda de habilidade corporal, fatores de baixo estima e auto realização ficam em transição já que no momento que tem a notícia da gestação acarretará sentimentos prazerosos e de satisfação por assumir uma nova personalidade na sociedade em que vive, a mudança de papel de mulher para mãe, um importante vínculo de administrar bem estar, saúde, educação a outro ser, essas mudanças são justamente causadas devido às alterações hormonais. A importância da sociedade e da família no processo.

 

2.9.- Alterações Fisiológicas o Período Gestacional

 

Segundo Baciuk e Col. (2006), existem várias mudanças fisiológicas que agem em geral no organismo da mulher no decorrer do período gestacional, essas mudanças são extremamente indispensáveis e ocorrem em diferentes processos de cada etapa da gravidez e se estendem conforme a necessidade que o corpo da gestante precisa para desenvolver a gestação e a adaptação do crescimento fetal. Ressalta-se principalmente a importância das alterações do sistema circulatório e do metabolismo nutricional no organismo da grávida.

Tortora e Gralowiski (2002) afirmam que com a gravidez ocorre uma pressão sobre a bexiga urinária, fato este que se dá devido ao aumento do útero, causando assim vários sintomas urinários, tais como o aumento da frequência e urgência da micção e incontinência de esforço; o aumento da capacidade de filtração renal, onde que permite a eliminação mais rápida dos resíduos produzidos pelo feto.

As alterações fisiológicas são os indícios que caracterizam a gravidez, como náuseas, vômitos, fadigas, dores nas mamas, alterações de humor, estresse, aumento na concentração de hormônios, como, progesterona e estrógeno para auxiliar no crescimento do útero. (QUEROZ, 2012).

Para Queroz (2012) à medida que o útero se expande o desconforto aumenta, pois, o diafragma é comprimido aumentando então a respiração diafragmática, o que causa uma dificuldade na respiração da gestante, além disso, o útero comprime a bexiga aumentando a necessidade de micção, algumas manchas aparecem devido ao aumento da concentração hormonal, estas são algumas das alterações fisiológicas no período gravídico.

Lombalgia, constipação, hemorróidas, edema, varizes, cãibras, náuseas, vômitos, dispnéia, polaciúria, cloasma gravídico, pirose, leucorréia, todas as alterações fisiológicas podem influenciar no surgimento de todas essas complicações citadas anteriormente, a intervenção do profissional da saúde ameniza todos esses sintomas que podem ser desenvolvidos por diversos fatores relacionados à gravidez (OLIVEIRA et al, 2010).

 

Tais alterações advindas desse período de transição para a maternidade necessitam de uma atenção qualificada por parte dos profissionais de saúde que devem identificar essas adaptações bem como suas consequências já que estas podem tornar-se fontes de limitação para a mulher (OLIVEIRA et al, 2010, p. 59).

 

Para AZEVEDO e Col. (2011), o organismo da grávida passa por várias adaptações fisiológicas desenvolvidas pelas alterações no sistema respiratório, cardíaco, ósseo e muscular, quando essas alterações são bem entendidas por profissionais da área, o mesmo pode servir de mediador e realizar excelentes melhorias na saúde da gestante.

 

2.10.- Aspectos Hormonais Durante a Gestação

 

De acordo com Fischer (2003), muitas mudanças no perfil endócrino ocorrem durante uma gestação, onde podemos destacar quatro hormônios que desempenham um papel fundamental para a mãe e para o feto que são: a progesterona, o estrogênio, a gonodotrofina coriônica e a somatomamotropina coriônica. Dois desses são os hormônios sexuais femininos: estrogênio e progesterona, os quais são secretados pelo ovário, durante o ciclo menstrual normal, passando a ser secretados em grandes quantidades pela placenta durante a gestação.

Para Guyton e Hall (2002), os principiais hormônios que se destacam no organismo em gestação são chamados de estrogênio e progesterona, dois grandes essenciais hormônios placentários para se ter uma gravidez normalizada e sucessivamente eficaz, o estrogênio, que é de relevante importância já que funciona como proliferação nos órgãos reprodutivos e associados ao sistema orgânico da mulher, o elevado excesso de estrogênio na gestação exerce as funções de expandir o crescimento uterino, o aumento e preparação das mamas para lactação, o aumento da parte genital externa e faz os ligamentos pélvicos ficarem flexíveis auxiliando o canal de passagem do feto no momento do parto, todavia, acredita-se que a presença desse hormônio faça parte do desenvolvimento celular embrionário nas primeiras semanas e no auxílio reprodutivo do feto durante a gestação.

Segundo Polden e Mantle (2002), o hormônio progesterona funciona no músculo liso das paredes dos vasos sanguíneos causando uma leve hipotonia, ou seja, diminuição da força e da tensão muscular que permite flacidez e moleza e causa pequeno aumento da temperatura corporal, e faz com que as gestantes não sintam frio por ter uma boa circulação periférica.

BURTI (2008) aponta os seguintes hormônios e suas características:

HCG: (gonadotropina coriônica) é bastante elevado no início da gestação, pois estimula o corpo lúteo, responsável pela produção de estrógeno e progesterona, hormônios importantes para a fixação e desenvolvimento do feto. Após a oitava semana, a quantidade de HCG diminui, já que a placenta passa a produzir por si só estrógeno e progesterona.

PROGESTERONA: Produzida pela placenta, a progesterona inibe a musculatura uterina, impedindo a não-fixação do feto e inibindo respostas de linfócitos T (que impedem a rejeição), além de promover depósito de nutrientes nas mamas para a formação do leite. “Como ela promove a diminuição da atividade dos músculos das vísceras, podem ocorrer náuseas, prisão de ventre, dilatação de veias, estase de urina e falta de ar.”

ESTRÓGENO: O estrógeno é responsável, principalmente, pelo aumento no tamanho das glândulas mamárias e dos níveis de prolactina (preparação para a lactação). I

INSULINA: O organismo produz uma maior quantidade de glicose durante a gestação, fazendo com que faz o pâncreas produza mais insulina e, assim, aumente de tamanho e número de células. Mesmo com esse aumento na produção de insulina, a glicose pode não ser bem absorvida, podendo causar o diabetes gestacional.

TIREÓIDE: Pode haver um hiperfuncionamento da tireóide, o que pode acarretar na elevação do metabolismo basal da gestante e do feto. Com essa aceleração do metabolismo basal, há maior produção de calor, o que faz com que a mãe precise aumentar, em média, 300 quilocalorias por dia para suprir essas necessidades metabólicas. Alguns sinais do hiperfunionamento da tireóide são: nervosismo, fadiga, perda de peso, transpiração noturna, intolerância ao calor e pele quente e úmida.

PROLACTINA: Sua quantidade aumenta até cinco vezes no primeiro trimestre, e vai dobrando nos próximos trimestres. Tem como função principal a lactação.

RELAXINA: A relaxina, juntamente com estrógeno e progesterona, é a principal responsável pelo aumento generalizado na mobilidade das articulações e, consequentemente, pela hiperextensão destas. Estes hormônios promovem 9 aumento da circulação sanguínea e relaxamento das articulações, o que pode facilitar a ocorrência de torções do tornozelo nas gestantes.

 

3.- METODOLOGIA

 

Neste capítulo será exposta a metodologia traçada e utilizada para a realização desta pesquisa, ou seja, a pesquisa bibliográfica, apontando o tipo de estudo utilizado, amostragem, o procedimento de coleta de dados e análise de dados utilizados.

Primeiramente, deve-se trazer a definição do que é pesquisa, nos trazendo Gil (2002, p. 17), que:

 

Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

 

Segundo Goldenberg (2000, p.13)

 

A pesquisa científica exige criatividade, disciplina, organização e modéstia, baseando-se no confronto permanente entre o possível e o impossível, entre o conhecimento e a ignorância. Nenhuma pesquisa é totalmente controlável, com início, meio e fim previsíveis. A pesquisa é um processo em que é impossível prever todas as etapas. O pesquisador está sempre em estado de tensão porque sabe que seu conhecimento é parcial e limitado – o "possível" para ele.

 

Para Silva (2015, p. 47 apud Demo 1995, p. 23)

 

Pesquisa é a atividade científica pela qual descobrimos a realidade, partindo do pressuposto de que ela não se desvenda na superfície. Não é o que aparenta à primeira vista. Ademais, nossos esquemas explicativos nunca esgotam a realidade, porque esta é mais exuberante do que aqueles.

 

Retrata Zanella (2013, p. 24 apud ANDER-EGG apud LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 154) que pesquisa trata-se de um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir fatos novos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.

 

3.1.- Tipo de Estudo

 

Este estudo foi realizado a partir de pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo sendo assim é um estudo de pesquisa teórica. As pesquisas bibliográficas ou de fontes secundárias utilizam, fundamentalmente contribuições já publicadas sobre o tema estudado.

 

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como aquelas que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (GIL, 2002, p. 27).

 

Para Mascarenhas (2012) a pesquisa bibliográfica é caracterizada pela revisão de obras que já abordaram o tema proposto, como livros, acervos digitais, revistas eletrônicas, teses, dissertações, enciclopédias, que são consideradas elementos científicos e confiáveis, dando respaldo para elaboração do tema proposto. É um tipo de pesquisa considerada mais fácil e simples por se tratar de obras já existentes, contudo, é caracterizada como limitada, visto que, existem alguns dados que são opiniões próprias do autor.

 

Não é raro que a pesquisa bibliográfica apareça caracterizada como revisão de literatura ou revisão bibliográfica. Isto acontece porque falta compreensão de que a revisão de literatura é apenas um pré-requisito para a realização de toda e qualquer pesquisa, ao passo que a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório (LIMA E MIOTO, 2007, p. 38).

 

Segundo Dionysio (2013, p. 52) “a pesquisa bibliográfica é aquela baseada na análise da literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsa, imprensa escrita e eletrônica, disponibilizada na internet”.

 

3.2.- Amostra

 

Na elaboração deste projeto foram utilizadas 31 revistas online, 14 livros, 2 monografias, 4 teses e 3 artigos, para que pudéssemos obter um respaldo científico no desenvolvimento desta pesquisa. A pesquisa foi realizada por meio de uma revisão bibliográfica, envolvendo o tema em questão.

 

3.3.- Procedimentos de Coleta de Dados

 

A coleta de dados se deu em forma de pesquisa de artigos científicos nas bases de dados online Scielo para verificação de artigos, Google Acadêmico para verificação de revistas online de confiabilidade alta e bibliotecas de universidades para localização de monografias e teses. Todo o material encontrado foi organizado para serem apresentados em forma de análise, interpretação e reflexão dos dados coletados.

 

3.4.- Procedimentos de Análise de Dados

 

A análise do material dos dados pesquisados se deu após a transcrição, leitura e comparação do conteúdo, com o objetivo geral e específicos descritos na introdução, onde examinou-se de forma qualitativa, a fim de buscar as ideais expostas na pesquisa, utilizando-se como critérios de inclusão e exclusão a confiabilidade dos dados expostos, bem como a coerência com o tema abordado, sempre verificando a veracidade dos estudos, dados e conteúdos pesquisados.

 

4.- RESULTADOS E DISCUSSÕES

 

Por meio dos dados obtidos através da revisão bibliográfica em diversas obras, serão efetuadas discussões acerca dos objetivos propostos com a finalidade de respondê-los, buscando verificar quais são os exercícios mais indicados para as mulheres durante o período de gestação, averiguar os cuidados e as contra indicações na prática dos exercícios físicos no período da gestação e evidenciar as alterações psicológicas e fisiológicas que ocorrem no período gestacional. 

Já para Ribeiro (2011) para as grávidas que não praticava qualquer exercício, a caminhada é um dos melhores exercícios aeróbicos, seguido pela hidroginástica que diminui o estresse articular e a temperatura da água favorece no relaxamento muscular com um ambiente descontraído e relaxante.

Assim como Ribeiro (2011), Benevides et al. (2012) ressalta a importância e validade dos exercícios aquáticos adicionando a natação, e ainda cita que a bicicleta ergométrica, alongamentos, yoga e exercícios de resistência muscular modalidades podem ser boas opções para essa fase.

Segundo Nascimento et al. (2014) lista pilates, yoga, treinamento funcional e musculação como mantenedoras do fortalecimento muscular, devendo adequar a frequência e intensidade de acordo com a evolução da gestação.

Nos traz Pereira (2015) que a musculação, caminhada, hidroginástica, ginástica aeróbica, bike indoor, step, pilates de solo, alongamento, Yoga, são os exercícios mais indicados, e assim como Nascimento et al. (2014) ressalva o dever de adequar a frequência e intensidade de acordo com a evolução da gestação.

Nascimento et. al. (2014) grifa que as gestantes que eram ativas podem manter a rotina de exercícios físicos entre 4 e 5 dias por semana adaptando o tempo de duração entre 30 minutos ou mais, já as sedentárias podem iniciar com exercícios semanais por 3 vezes, com duração inicial de 15 minutos e aumentar ao modo que for se adaptando com a frequência dos exercícios, recomendando-se que tenha um tempo de 150 minutos de exercícios semanais.

Segundo Davies et. al. (2003 apud Balto et. al., 2020) para a diretriz canadense a intensidade do exercício físico deve ser monitorada conforme a idade da praticante por meio das zonas de frequência cardíaca, representando de 60% até 80% do pico de capacidade aeróbica, estimando que mulheres com menos de 20 anos devem ter de 140 a 155 batimentos por minuto; já as mulheres de 20 a 29 anos devem ter de 135 a 150 batimentos por minuto; e, finalmente mulheres de 30 a 39 anos devem ter de 130 a 145 batimentos por minuto.

Filho (2012) afirma que a gestante deve interromper o treino ao sentir tontura, fadiga muscular, sangramento na vagina, cólicas, dores abdominais e se perceber que não está se sentido bem deve parar o treino de imediato.

Lima e Oliveira (2005) é estimável que toda mulher aprovada por uma avaliação médica faça exercícios físicos, devendo prevenir-se de exercícios que causem trauma que atinjam tanto a gestante quanto ao feto, suspendendo assim em casos de dores no abdômen, sangramento vaginal, cólicas, tonturas, náuseas, vômitos, palpitações e alterações visuais.

Conforme Mann et al. (2009) os exercícios devem ser praticados respeitando o limite de 140 batimentos por minuto em horários menos quentes de uma maneira em que a gestante sinta-se confortável e hidratando-se frequentemente, ressalvando ainda, que os exercícios devem ser desenvolvidos em base sólida para a segurança do bebê, encorajando alongamento, resistência aeróbica e de resistência muscular a grávidas que não possuem restrição médica.

Para Braga e Amazonas (2005) durante o período da gravidez, a mulher pode se sentir heroicamente importante, virtuosa e realizada, mas, há uma certa pressão sob ela pelo fato de que haverá uma vida para se cuidar, e, Vieira e Parizotto (2013) trazem que com as alterações fisiológicas e psicossociais, há um certo transtorno quanto a saúde mental da mulher que lhe trará estresse e ansiedade, pois, está em constante alteração hormonal e morfológica, acarretando aumento de insônia, irritabilidade, baixa energia, estresse e depressão em alguns casos, mudando completamente seu comportamento.

CAMACHO et al (2010) assim como Vieira e Parizotto (2013), ressalta sobre oscilações de humor, e traz à tona que é essencial um acompanhamento psicológico durante a gestação.

Para Gomes e Costa (2013), a mulher terá sentimentos mútuos e incontroláveis por consequências do aumento de peso e perda de habilidade corporal, já fatores de baixo estima e auto realização ficam em transição pelo fato de saber que a gestação lhe causará um importante vínculo de administrar bem estar, saúde, educação a outro ser.

Segundo Baciuk e Col. (2006), afirmam que as mudanças são extremamente indispensáveis e ocorrem em diferentes processos de cada etapa da gravidez para a adaptação e crescimento do feto, ressaltando principalmente alterações do sistema circulatório e do metabolismo nutricional no organismo da grávida.

Tortora e Gralowiski (2002) trazem que ocorre uma pressão sobre a bexiga urinária, fato este que se dá devido ao aumento do útero, causando assim vários sintomas urinários.

Para Queroz (2012) as caracterizam a gravidez, sintomas como náuseas, vômitos, fadigas, dores nas mamas, alterações de humor, estresse, aumento na concentração de hormônios, como, progesterona e estrógeno para auxiliar no crescimento do útero

Queroz (2012) ainda destaca que de acordo com a expansão do últero o sentimento de desconforto aumenta, pelo fato de o diafragma ser comprimido e a respiração diafragmática aumentada, e, assim como Tortora e Gralowiski (2002) destaca que a bexiga é comprimida aumentando a necessidade de micção.

OLIVEIRA et al (2010) destaca lombalgia, constipação, hemorróidas, edema, varizes, cãibras, náuseas, vômitos, dispnéia, polaciúria, cloasma gravídico, pirose, leucorréia, são consequências da gravidez.

Para AZEVEDO e Col. (2011), durante o período gestacional o organismo é completamente adaptado fisiologicamente alterando o sistema respiratório, cardíaco, ósseo e muscular

 

5.- CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Concluímos que é indiscutível o fato de que o exercício físico proporciona uma melhor qualidade de vida e manutenção da saúde a toda sociedade. Porém, ainda são poucos os estudos sobre exercício físico na gravidez, pois essa é uma área onde as pesquisas ainda estão se desenvolvendo, não se encontra na literatura nenhuma padronização de atividades para esse grupo em particular, na maioria dos estudos se encontram as precauções, contraindicações e exercícios recomendadas para esse período.

Atualmente a prática de exercícios físicos está cada vez mais presente no cotidiano feminino, a gravidez pode ser um estímulo para muitas mulheres procurarem essas atividades, por isso é de suma importância um trabalho junto ao médico da gestante.

É de grande importância a troca de informações entre o profissional de Educação Física e o médico promove um trabalho seguro que leva em conta a individualidade e o nível de aptidão de cada cliente, permitindo assim, um trabalho personalizado e efetivo, com exercícios adequados ao período gestacional, sem qualquer risco à saúde da mãe ou do bebê.

Contudo, exercícios físicos prescritos de forma adequada por um profissional capacitado e responsável trarão benefícios para a gestante e o feto. O convívio com as mudanças fisiológicas citadas no trabalho pode ser mais agradável se a gestante participar de exercícios leves e confortáveis que promovem prazer e mantém o bem estar físico como uma boa postura evitando dores, flexibilidade para realizar ações cotidianas, tônus muscular, entre outras. Além disso, o ambiente descontraído e o convívio com outras mulheres podem trazer um benefício psicológico para a gestante que desde já começa a cuidar de sua saúde e da saúde de seu filho.

Mesmo sem uma prescrição específica para este grupo em especial, cabe ao profissional de Educação Física inovar, montando aulas direcionadas sempre de forma simples e segura, respeitando todas as recomendações e suspendendo os exercícios sempre que achar necessário, preservando principalmente a saúde física e psicológica da gestante.

 

6.- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

AZEVEDO, R.A.; MOTA, M.R.; SILVA, A.O.; DANTAS, R.A.E. Exercício físico durante a gestação: uma prática saudável e necessária. Universitas: Ciências da Saúde. v. 9, n. 2, p. 53-70, 2011.

BACIUK, E. P.; PEREIRA, R.I.C.; CECATTI, J.G.; CAVALCANTE, S.R.; SILVEIRA, C.; VALLIM, A.L.A. Avaliação da capacidade física e a sua importância na prescrição de exercícios durante a gestação. Femina. v.34, n.06, p.409-416 junho,2006.

BALDO, Letícia de Oliveira, et al. Gestação e exercício físico: recomendações, cuidados, e prescrição. Itinerarius Reflectionis – Revista Eletrônica de Graduação e Pós-Graduação em Educação. V. 16, n. 03, 2020.

BATISTA, D.C.; CHIARA, V.L.; GUGELMIN, S.A.; MARTINS, P.D. Atividade física e gestação: saúde da gestante não atleta e crescimento fetal. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil. Recife, v. 3, n. 2, abril/junho, 2003.

BENEVIDES, Charles et al. Hidroginástica na gravidez e os cuidados necessários para a prática pela gestante. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de 2012. Acesso em 07 de Junho de 2019. Disponível em http://www.efdeportes.com/

BOTELHO, P.R.; MIRANDA, E.F. Principais recomendações sobre a prática de exercícios físicos durante a gestação. Revista Cereus. v.3, n.2, p. 1-10,2011.

BURTI, Juliana Schulze. Alterações endócrinas na gestação. Disponível em www.mulhersaudavel.com.br Acesso em agosto de 2008.

BRAGA, M.G.R.; AMAZONAS, M.C.L.A. Família: maternidade e procriação assistida. Psicologia em estudo. Maringá, v.10, n.1, p.11-18, janeiro/ abril, 2005.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual técnico pré-natal e puerpério. Brasília, DF, 2006.

CAMACHO, Karla Gonçalves; VARGENS, Octavio Muniz da Costa; PROGIANTI, Jane Márcia; SPÍNDOLA, TELMA. Vivenciando repercussões e transformações de uma gestação: perspectivas de gestantes. Ciencia y enfermeria xvi (2), 2010, Universidad de Concepción Concepción, Chile.

CARMO, Alexsandra Pereira. Atividade Física na Gestação e Lactação. Vitória de Santo Antão, 2018. Acesso em 09 de Junho de 2019. Disponível em < https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/28965/1/Carmo%2c%20Alexsandra%20Pereira%20do.pdf>

COSTA, A.J.S. Musculação na gravidez. Revista Virtual Educação Física Artigos, Natal, v.2, n.7, agosto, 2004.

DIONYSIO, R. C. C. Desvendando Os Segredos Do TCC. Joinville-SC: Clube de Autores, 2013.

DUARTE, Geraldo et al. Prescrição de exercício para gestantes com diabetes mellitos gestacional: revisão de literatura. Fisioterapia e Pesquisa, v.4, n.3, p.76- 81, 2007.

FERREIRA, M.S.; CASTIEL, L.D.; CARDOSO, M.H.C.A. A patologização do sedentarismo. Saúde e Sociedade. São Paulo, v.21, n.4, p.836-847, outubro/dezembro, 2012.

FILHO, Paulo Gonçalves da Silva. Prescrição de exercícios de musculação para gestantes de baixo risco fisicamente ativas. Jacobina/BA, 2012. Acesso em 09 de Junho de 2019. Disponível em < http://www.saberaberto.uneb.br/bitstream/20.500.11896/297/1/TCC%20FINAL>

FISCHER, B. Alterações fisiológicas durante a gestação. 2003. Disponível em: Acesso em: 10 abr. 2020.

FOSS, Merle L., KETEYIAN, Steven J. Bases fisiológicas do exercício e do esporte. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 Ed.. São Paulo: Editora Atlas, 2002.

GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar. 4 Ed. São Paulo: Editora Record, 2000

GOMES, D.O.; COSTA, G.M.T. Exercício Físico na Gravidez. Revista de educação do IDEAU. v.8, n. 18, julho/Dezembro,2013.

GOMES, Damiélli de Oliveira; COSTA, Gisele Maria Tonin da. Exercício Físico na Gravidez. Vol. 8 – Nº 18 - Julho - Dezembro 2013. Acesso em 09 de Junho de 2019. Disponível em < https://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/18_1.pdf>

GODOY, R.F. Benefícios do exercício físico sobre a área emocional. Movimento (ESEF/UFRGS). Porto Alegre, v. 8, n. 2, p. 7-16,maio/agosto,2002.

GOMES, D.O.; COSTA, G.M.T. Exercício Físico na Gravidez. Revista de educação do IDEAU. v.8, n. 18, julho/Dezembro,2013.

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado De Fisiologia Médica 10. Ed. Rj. Guanabara Koogan, 2002.

LIMA, Telma Cristiane Sasso de; MIOTO, Regina Célia Tamaso. Procedimento metodológicos na construção do conhecimento científico: a pesquisa bibliográfica. Rev. Katál. Florianópolis v. 10 n. esp. p. 37-45 2007.

LIMA, Fernanda R; OLIVEIRA, Natália. Gravidez e exercícios. Revista Brasileira Reumatol, v. 45, n. 3, p. 188-190, mai. /jun. 2005.

LOPES, B. A. M.; ZUGAIB, M., Atividade física na gravidez e pós-parto, 1ª Ed., São Paulo: Roca, 2009.

MANN, Luana et al. Gravidez e exercício físico: uma revisão. Revista Digital – Buenos Aires – Ãno 14 – Nº 133 – Junio de 2009. Acesso em 07 de Junho de 2019. Disponível em < https://www.efdeportes.com/efd133/gravidez-e-exercicio-fisico.htm>

MANN, Luana et al. Dor lombo-pélvica e exercício físico durante a gestação. Fisioter. Mov. 2008 abr/jun;21(2):99-105. Disponível em

MANN, Luana; KLEINPAUL, Julio Francisco ; MOTA ,Carlos Bolli; SANTOS, Sara Giovana dos. Alterações biomecânicas durante o período gestacional: uma revisão. Motriz, Rio Claro, v.16, n.3, p.730-741, jul./set. 2010 .

MASCARENHAS, Sidnei Augusto. Metodologia Cientifica. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

MEDINA, Vilma. Esportes recomendados na gravidez. 2016. Disponível em : https://br.guiainfantil.com/materias/gravidezesportes-recomendados-na-gravidez/ Acesso em :25 de abril de 2020.

MONTENEGRO, L.P. Musculação: Abordagem teórica para a prescrição e recomendações para gestantes. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo, v . 8, n. 47, p. 494-498, 2014.

NOVAES, Flavia S. SHIMO, Antonieta K. K. LOPES, Maria H. B. M. Revista Latino Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.14 n.4, Jul./Ago. 2006, p. 03.

NASCIMENTO, Simone Lira do et al. Recomendações para a prática de exercício físico na gravidez: uma revisão crítica da literatura. Campinas: SP, 2014. Acesso em 07 de Junho de 2019. Disponível em

OLIVEIRA, Géssica Kelly da Silva et al. Intervenções de enfermagem nas adaptações fisiológicas da gestação. Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010.

PEREIRA, Gilmar Eduardo. Exercícios Físicos para gestantes: uma revisão de literatura. Santa Catarina: Palhoça, 2015. Acesso em 07 de Juno de 2019. Disponível em < https://riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/1390/112014_Eduardo.pdf?sequence=1&isAllowed=y>

PINTO, A.V.A.; SCHLEDER, J.C.; PENTEADO, C.; GALLO, R.B.S. Avaliação da mecânica respiratória em gestantes. Fisioter Pesq. v.22, n.4, 2015. Disponível em: Acesso em: 02 abr. 2020

POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. São Paulo: Liv. Santos, 2002.

QUEROZ, Andréia Alcântara. Conhecendo as alterações da gestação para um melhor cuidar do pré-natal. Brumadinho/MG, 2012.

REZENDE, J. Obstetrícia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.

RIBEIRO, Carmen Silva Porto. Conhecimento, atitude e prática de exercícios físicos na gravidez. Sistema de Bibliotecas da Unicamp. Campinas, 2011. Acesso em 07 de Junho de 2019. Disponível em< http://repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/308148>

RICCI, S. S. Enfermagem materno-neonatal e saúde da mulher. 1ª edição, Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2008.

RODRIGUES, V.D.; SILVA, A.G.; CÂMARA, C.S.; LAGES, R.J.; ÁVILA, W.R.M. Prática de exercício físico na gestação. Revista Digital. Buenos Aires, ano 13, n.126, novembro, 2008.

SANTOS, M.C.C; FERREIRA, A.M.V.; NAVARRO, F. A variação do IMC e do percentual de gordura em mulheres na fase puerperal e suas correlações com o ganho de peso e a prática de exercício físico durante a gestação. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. São Paulo, v. 1, n. 2, p.35- 45, Março/Abril, 2007.

SANTOS, Newton Bittencourt. A importância da atividade física na gestação. Publicado em jun/1999. Disponível em www.saudenainternet.com.br Acesso em março, 2020.

SANTOS, Tânia Maurício dos. Padrão de Atividade Física e Saúde na Gravidez e Pós-Parto Implementação de um Programa de Atividade Física na Gravidez. Rio Maior, 4 de fevereiro de 2015 Mestrado em Atividade Física em Populações Especiais.

SILVA, Airton Marques. Metodologia da Pesquisa. 2 ed. Fortaleza, Editora: UECE, 2015.

SILVA, Francisco Trindade. Avaliação do Nível de Atividade Física Durante a Gestação. 2007. 110f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2007.

SOARES, Denise dos Santos Costa; SOARES JJ; GRAUP Susane; STREB, Anne Ribeiro. Atividade física na gestação: uma revisão integrativa. R. Perspect. Ci. e Saúde 2017;2(2): 71-84.

SOUZA, A. I. MALAQUIAS, B.F.; FERREIRA, L.O.C. Alterações hematológicas e gravidez. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. v. 24, n. 1, p. 29- 36, 2002.

SURITA, Fernanda Garanhani; NASCIMENTO, Simony Lira; SILVA, Jõao Luiz Pinto. Exercício físico na gestação. Rev Bras Ginecol Obstet. 2014; 36(12):531-4. Disponível em Acesso em 17 de Novembro de 2019.

VIEIRA, Bárbara Daniel; PARIZOTTO, Ana Patrícia Alves Vieira. Alterações psicológicas decorrentes do período gravídico. Unoesc & Ciência - ACBS, Joaçaba, v. 4, n. 1, p. 79-90, jan. /jun. 2013. Disponível em < https://portalperiodicos.unoesc.edu.br/acbs/article/view/2559/pdf> Acesso em 17 de Novembro de 2019.

TELES, Luzia. Quatro dúvidas sobre a gestação que toda mulher deveria saber SEGS. Brasil. Disponível em: <https://www.segs.com.br/saude/110918-quatro-duvidas-sobre-a-gestacao-que-toda-mulher-precisa-saber ?> Acesso em 17 de abril de 2020.

TORTORA, Gerard J; GRABOWSKI. et al. Princípios de anatomia e fisiologia. ed.9.Rio de Janeiro, RJ: Guanabara, 2002.

WASINSKI F, et al. Exercise during pregnancy protects adult mouse offspring from diet-induced obesity. Nutrition & Metabolism, p.1-11, 2015.