INTRODUÇÃO 

Podemos observar que os seres humanos, ao longo de muitos períodos de sua sobrevivência ano planeta Terra, vêm descobrindo algumas substâncias com efeitos psicotrópicos com diferentes utilidades. Elas estão presentes nas vivencias religiosas para a aproximação com o mundo espiritual, estão presentes na descoberta de medicamentos, ou ainda, como formas de criar estímulos mentais que desencadeiam percepções anormais ou uma nova realidade, com propósitos de desligamento do momento real. Independentemente da forma de utilização, as drogas surgem e evoluem concomitantes ao desenvolvimento do homem (PEREIRA & GORSKI, 2011).

De acordo com Duncan (1996, apud GRISSOLIA & SOBRINHO, 2000), qualquer substancia que altera alguma função orgânica ou biológica ao ser absorvida no organismo pode ser considerada uma droga. Dentre as existentes há as drogas ilícitas como maconha, cocaína e do outro lado, as drogas licitas, como medicamentos, aditivos, álcool e etc. Para os autores dependência químico é um estado fisiológico, causado pela adaptação do organismo ao uso frequente de alguma droga psicoativa específica. De forma que altere o equilíbrio do corpo de que para adaptar-se a droga acaba por sofrer alterações orgânicas. Outras reações surgem quando lhe é retirado o entorpecente, esse conjunto de alterações é conhecido como de Síndrome de Abstinência.

Droga pode ser entendida como uma substancia química capaz de alterar a percepção, consciência e emoções de um ser vivo.Porém, como o autor sugere esta definição insuficiente. Portanto acrescentamos que também são substancias que quando consumidas produzem dependência, estimulação ou depressão do sistema nervoso central, ou que podem causar transtorno da capacidade intelectual, do comportamento ou da vontade.  Há ainda um conceito social, no qual poderíamos afirmar que as drogas são substâncias proibidas, nocivas para a saúde, que são objeto de abuso, e que de alguma forma trazem um prejuízo individual e social. (MENDES, 2006).

Atividade física é todo movimento que gera algum gasto energético, ou seja, no trabalho, em casa e até dormindo você pode estar praticando atividade. Já o exercício físico é toda atividade na qual se tem uma programação, tempo, volume e intensidade, ou seja, a prática regular que varia de 30 minutos à 1 hora no mínimo 3 vezes na semana. Esportes e atividades específicas, como natação, corrida, musculação, Pilates, entre outras, geram no indivíduo uma modificação na sua estrutura. (FORTES, 2015)  

Para esclarecer mais a respeito do exercício como terapia: 

A utilização da terapia esportiva não se restringe ao grupo dos atletas ou dos praticantes que buscam a profissionalização. “Mais importante ainda é a atividade física para a população como um todo, prevenindo problemas de saúde como obesidade, diabetes e doenças cardiorrespiratórias”, garante o fisiatra Arnaldo Hernandez, chefe do grupo de terapia esportiva do Hospital das Clínicas, e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. (HERNADEZ, 2007, pág. 2)  

A droga tem a capacidade de alterar a fisiologia do organismo, provocando distúrbio da homeostase. O exercício tem o poder de reduzir a ansiedade, aumento do prazer, podendo, a atividade física substituir as drogas, pois eram onde esses essa ansiedade e prazer eram encontrados. (MELO et al., 2005). Surgindo então o interesse em identificar qual a influência da atividade física no tratamento de dependentes químicos. A atividade física tem o propósito de trazer um momento de lazer na vida das pessoas, gerar benefícios a saúde, diminuir o estresse, aumentar a autoestima e melhoramento físico.

Sabendo que o exercício físico atualmente é praticado para inúmeros fins e faz parte de um estilo de vida saudável, surgiu o interesse de saber qual o seu papel como alternativa terapêutica para melhorar a qualidade de vida de dependentes químicos, assim como trazer benefícios para a saúde física e mental destes indivíduos.

Dentro desta ótica levantamos o seguinte problema: De que forma o exercício físico pode contribuir para o tratamento de dependência química?

O objetivo geral desta pesquisa é identificar como o exercício pode ser um aliado no tratamento dos dependentes químicos.

Indo de encontro ao que se propõe esta pesquisa, destacamos os objetivos específicos que orientam o desenvolvimento da mesma:

- Identificar quais as drogas que mais causam dependência química;

-Identificar quais os exercícios físicos são mais eficientes no tratamento de dependentes químicos;

- Elaborar um programa de exercícios físicos para dependentes químicos.

Este trabalho contribuirá em nível cientifico orientar novas pesquisas relacionadas ao referido tema, identificando áreas que ainda carecem de maiores informações, podendo levar o exercício físico a uma área de maior importância dentro das atividades terapêuticas para a recuperação de dependentes químicos.

No âmbito social, esta pesquisa se justifica por contribuir qualitativamente com o trabalho realizado pelos profissionais que lidam diretamente com indivíduos dependentes químicos e seus familiares, podendo por meio do acesso às informações aqui encontradas, enriquecer a forma como aborda os exercícios perante a recuperação destas pessoas.

Desta forma, por se tratar de uma questão ligada a saúde, torna-se especialmente importante abranger cada vez mais o que se sabe acerca da relação entre exercícios físicos e os benefícios que auxiliam na recuperação de dependentes químicos.

Este trabalho tem como hipótese de que uma serie bem trabalhada de exercícios físicos é capaz de exercer benefícios significativos que modificação a capacidade cognitiva, alterando a vontade de usar drogas por dependentes químicos em tratamento, o profissional de educação física auxilia na prática de exercício físico, esta é fundamental para o tratamento dos dependentes químicos, pois neste período ocorre diversas mudanças com o corpo devido a crise de abstinência, mudanças emocionais e no comportamento do indivíduo. (Zschucke et al., 2012). [...]