EXERCÍCIO FÍSICO: BENEFÍCIOS AO IDOSO

 

BERNADETE MARIA PELETTI DA SILVA

Esp. Didática e Metodologia do Ensino Superior – Anhanguera PR

Especialista Educação Física Escolar – IMPE Sorriso MT

RICARDO ROBERTO DE OLIVEIRA

Esp. em Metodologia do Ensino Superior pela UNOPAR – Londrina PR

Esp. em Educação Física Escolar pela UNOPAR – Londrina PR

Esp. em Educação Especial Inclusão e Libras pela Faculdade Dom Bosco PR

Docente Faculdade Centro Mato-grossense-FACEM Sorriso MT

 

RESUMO

 

 

Durante toda nossa vida adquirimos diversos hábitos saudáveis preparando- nos para um envelhecer sadio. Esses hábitos são os cuidados diários com o nosso organismo, levando-nos a procurar uma alimentação adequada, uma constante prática de exercícios físicos e a evitar os exageros com bebidas alcoólicas e tabagismo. Este trabalho tem como objetivo analisar a ação do exercício físico no idoso proporcionando-lhe uma melhoria eficaz na sua qualidade de vida, na prevenção e minimização de doenças degenerativas, bem como melhorando suas capacidades físicas, fornecendo condições e autonomia de movimentos na realização das atividades diárias.

 

Palavra chaves: exercício físico, benefícios, idoso.

 

ABSTRACT


Throughout our lives we have acquired a variety of healthy habits in preparation for a healthy aging. These habits are the daily care with our body, leading us to look for an adequate diet, a constant practice of physical exercises and to avoid the exaggerations with alcoholic drinks and smoking. This study aims to analyze the action of physical exercise on the elderly by providing an effective improvement in their quality of life, in the prevention and minimization of degenerative diseases, as well as improving their physical abilities, providing conditions and autonomy of movements in the performance of activities daily.

 

 

Keyword:
physical exercise, benefits, elderly.

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

Ao passar dos anos e depois de uma vida de muito trabalho, estresse, preocupações, alterações corporais ocasionadas pelo próprio envelhecimento, levaram os idosos a adquirir e procurar hábitos saudáveis e uma vida com mais qualidade.

Segundo Nobrega et al (1999, p. 01) “o envelhecimento é um processo continuo durante o qual ocorre um declínio progressivo de todos os processos fisiológicos”.

Com isso o idoso sofre muitas alterações corporais como: - diminuição da massa muscular, massa óssea, pele ressecada, pressão arterial oscilada ou aumentada. Para Junqueira e Carneiro (2004):

 

“O principal constituinte do esqueleto é o tecido ósseo que tem como suportar partes moles, proteger os órgãos vitais, proteger a medula óssea, servir de apoio aos músculos esquelético, formar sistema de alavancas e funcionar como depósito de cálcio, fosfatos e outros íons”.

 

Isso leva-o a repensar suas atitudes e a constatar que a atividade física constante traz benefícios, prolongando e elevando sua qualidade de vida, tendo como resultado positivo uma população de idoso mais saudável.

Sabemos que muitos idosos vivem uma vida sedentária acometidos de algumas doenças que poderiam ser evitadas com os exercícios físicos.

Com isso, vamos ressaltar a importância do exercício físico para os idosos, a melhora das habilidades motoras e a prevenção dos efeitos da idade.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Por muitos anos, acreditava-se que a genética era o principal determinante que influenciava a direção que o envelhecimento humano tomava. Entretanto, hoje em dia percebemos que às características do estilo de vida, como alimentação, tabagismo, consumo de álcool e a falta de atividade física, podem ter um impacto muito forte no processo de envelhecimento. Durante um certo tempo foi amplamente aceito que a idade avançada estava associada com um inevitável declínio fisiológico e psicológico. Contudo, foi reconhecido que o envelhecimento nem sempre precisa estar associado a declínio e deterioração.

Numerosas pesquisas têm demonstrado que o uso do corpo humano através  

 

 

do exercício e da atividade física, podem desacelerar, ou em alguns casos, reverter os aspectos da deterioração relacionadas à idade.

Através do esboço evidenciando a importância da atividade física na vida social do indivíduo, iremos expor os benefícios da atividade física no processo de envelhecimento, propiciando e prevenindo de malignidades tanto física e mental, isto é, melhorar o sentimento de independência, envelhecimento com vida social ativa, adquirindo autoconfiança, satisfação e bem-estar. Enfim, viver prazerosamente com saúde.

Os idosos sofrem alterações fisiológicas comprometendo a sua qualidade de vida, sua saúde. Um dos grandes fatores que contribui para isso é a falta de exercício físico. Sua ausência tende a comprometer ainda mais esse quadro de malignidades. Algumas anomalias são constatadas durante esse processo tais como:

- antropométricas: diminuição da massa óssea e como consequência aumenta o risco de osteoporose, deixando-os suscetíveis a fraturas, aumento do tecido adiposo visceral, aumentando o risco de surgimento de doenças;

- neuromuscular: declínio da força muscular alteração da capacidade do músculo em produzir tensão, dificuldade em hipertrofia e fica comprometida a mobilidade suas funções motoras e funcionais;

- cardiovascular: o mais comum é a pressão arterial aumentada;

- pulmonar: diminui a capacidade vital dificultando a tolerância ao esforço. A ventilação pulmonartende a reduzir com a idade. Segundo Sagiv (1994) “As modificações estruturais, vias aéreas e da caixa torácica são algumas das causas das limitações da ventilação pulmonar no exercício”;

- neural: diminuição na quantidade e tamanho dos neurônios, na lentidão, na condução nervosa, no fluxo sanguíneo, são alguns dos fatores que proporcionam o menor tempo de reação e velocidade do movimento. Além desses, outros contribuem para comprometimentos fisiológicos do idoso como a diminuição da agilidade, da flexibilidade, da coordenação, do equilíbrio, da flexibilidade, as cartilagens ficam mais fibrosas e também rigidez em tendões e ligamentos. Segundo Matsudo, (2001) citado por Casagrande (2006, p.16):

 

“A diminuição ou perda da capacidade funcional leva a incapacidade funcional, que em muitos casos é consequência das perdas associadas ao envelhecimento, mas principalmente à falta ou diminuição da atividade física  

 

 

associada ao aumento da idade cronológica, que leva à perdas importantes na condição cardiovascular, força muscular e equilíbrio, que são responsáveis em grande parte pelo declínio na capacidade funcional”.

 

De acordo com Leitão e Leitão, (2006, p.194) as principais doenças relacionadas ao envelhecimento são:

 

“Artrite: é uma doença sistêmica de causa desconhecida, severa e progressiva cuja maior incidência ocorre entre mulheres. Causa incapacidade, morbidade e mortalidade eresponde pela redução da duração de vida de 4 anos nos homem e de 10 anos nas mulheres. Acomete principalmente articulações, podendo causar-lhes sérias deformidades e afetandotambém outros órgãos: coração, pulmões, pele, nervos, olhos e tecidos subcutâneos.

Artrose: É uma doença das articulações sinoviais e caracteriza-se pela perda focal dacartilagem e da resposta óssea reparadora. Dentre as afecções reumáticas constitui a causa isolada de mais importante de incapacidade locomotora.

Osteoporose: É uma doença osteometabólica localizada ou generalizada que se caracteriza por redução progressiva da massa/densidade óssea e modificações da arquiteturado tecido ósseo traecular, resultando num estado de fragilidade óssea e aumentando assim os riscos de fraturas”.

 

Um dos fatores de maior risco para o idoso são as doenças cardíacas. Levando a ser uma das as principais causas de milhares de morte em todo o mundo. Conforme Leitão e Leitão, (2006, p.194):

 

“As principais doenças cardiovasculares que acometem os idosos são: insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana, doenças das válvulas do coração (estenose aórtica e insuficiência mitral), arritmias cardíacas ventriculares e supraventriculares e mio cardiopatia hipertrófica”.

 

O autor destaca ainda que as consequências de quedas do idoso estão ligadas as desordens da marcha, do equilíbrio e pela diminuição da audição e da visão, ocasionando graves lesões ou fraturas levando a imobilidade e a dependência de outras pessoas. Outros perigos ainda estão ligados a questões ambientais, arquitetônicos e mobiliários:

 

“Os riscos domésticos que aumentam as chances de envolvimento numa queda estão relacionados com: tapetes soltos, degraus, lugares com pouca iluminação, falta de corrimãos, pisos escorregadios, baixa iluminação, calçados inapropriados, entre outros, podem contribuem para aumentar o índice de quedas”.

 

As atividades direcionadas ao idoso devem ser organizadas considerando as suas particularidades e realizadas de forma gradual. Elas também devem promover a aproximação social, ter caráter lúdico, com intensidade moderada e de baixo impacto, ser diversificadas, considerar a memória e o conhecimento acumulado pelo idoso para que o mesmo possa partilhar e reviver situações que lhe dão prazer. 

 

 

No entanto, antes de iniciar qualquer tipo de exercício é importante que o idoso seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, a fim de que seja feita a prescrição de um programa de atividades físicas levando em conta suas possibilidades e limitações que ocorrem durante o processo de envelhecimento, proporcionando benefícios em relação às capacidades motoras que apoiam a realização das atividades do cotidiano e favorece a capacidade de trabalho e de lazer. Com isso, alterar a taxa de declínio do estado funcional, visando à melhoria da qualidade de vida do idoso.

Várias pesquisas publicadas mostram que a atividade física realizada de maneira correta traz muitos benefícios para o idoso e que bem estruturada e planejada resulta na melhora ou faz manutenção nas aptidões físicas. Segundo Casagrande (2006, p.09) “O trabalho de atividade física deve ser adaptado ao idoso visando atingir seus anseios, necessidades e suas condições físicas. O corpo do idoso em movimento é sinal de saúde e alegria”.

Os exercícios físicos sendo bem executados favorecem diversas áreas físicas fortalecendo os músculos, queimando as calorias, diminuição do peso e contribui também para o aumento da massa óssea.

As doenças de aspectos emocionais como ansiedade, fobias, depressão e outras angustias, podem ser reguladas com a realização de exercícios físicos leves de musculação e com respiração adequada, propiciando assim um bem estar resultando em uma redução de sintomas maléficos.

A prática regular do exercício físico também pode controlar a pressão arterial e auxiliar no controle da manifestação de várias doenças cardiovascular, neural e músculo esquelético, podendo também haver uma redução no consumo de medicamentos. Segundo Casagrande (2006, p.10) “O envelhecimento humano é definido como um processo natural, irreversível, atinge todo ser humano e provoca uma perda estrutural e funcional progressiva no organismo”.

A diminuição da capacidade funcional está presente na vida do idoso e para retardar esse processo de envelhecimento deve-se usar da prevenção afastando os riscos comuns da “terceira idade”. Para se alcançar a manutenção ou recuperação da vitalidade seria reintegrá-los nas atividades físicas e recreativas.

Vale ressaltar que, além das vantagens obtidas na melhora física, equilíbrio e flexibilidade, a atividade física contribui para a melhora da memória, uma vez que

 

 

ao contar o número de repetições que deverá realizar, lembrar da maneira correta de execução do exercício e outros itens, trabalha-se a concentração, a atenção, o raciocínio. Melhorando suas capacidades cognitivas e seu aprendizado motor.

Outro aspecto relevante, é que com o envelhecimento, há um déficit no sistema imunológico facilitando o surgimento de algumas infecções, sendo em menor frequência e apresentando uma recuperação mais rápida em idosos que praticam regularmente exercícios físicos.

Conforme publicação Uninove (2009):

 

“Além de todos esses benefícios ocorre um efeito interessante na economia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada dólar empregado em programas de atividades físicas para idosos, há uma economia de 4,5 dólares em serviços de saúde. Com tudo isso, cabe aos profissionais da área incrementar os núcleos de prática de exercício físico para os idosos e divulgar todos os benefícios relacionados a essa atividade. Dessa forma, a população idosa será mais ativa e saudável.” (Professora Mestra Fernanda VarkalaL anuez).

 

No entanto, o exercício físico é um método mais eficiente para a promoção da saúde funcional, além de ser de um custo relativamente baixo. Para o idoso, tem ações altamente benéficas, com a diminuição de efeitos nocivos, reflete o bem-estar, melhora a imagem e conduz a um estilo de vida mais saudável.

Uma alimentação variada e equilibrada proporciona uma melhora no bem-estar e na qualidade de vida do idoso mantendo o corpo e a mente em equilíbrio.

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

É extremamente importante propiciar situações em que o idoso aprenda a lidar com as transformações que ocorrem no seu corpo, tirando proveito da sua condição, conquistando sua autonomia, sentindo-se sujeito da sua própria história, buscando garantir o direito à qualidade de vida almejada e merecida. Para isso, além de vencer os preconceitos, é necessário criar condições para que o idoso possa usufruir o tempo que tem disponível com qualidade, beneficiando-se por meio de: atividades físicas apropriadas para sua condição, alimentação saudável, espaço para lazer, bom relacionamento social e liberdade de expressão e reação.

Um estilo de vida ativo traz efeitos benéficos para a manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. Além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, a atividade física bem orientada contribui para: melhorar o equilíbrio, o andar, aumentar o nível de atividade física espontânea, melhorar a eficiência, a manutenção e/ou aumento da densidade óssea, controlar o diabetes, a artrite e doenças cardíacas, melhorar a ingestão de alimentos, diminuir a depressão, fortalecer os músculos das pernas e costas, melhorar os reflexos, melhorar a sinergia motora das reações posturais, flexibilidade, melhorar a mobilidade, manutenção do peso corporal, aumentar o fluxo sanguíneo para os músculos, diminuir lesões musculares, melhorar a autoestima.

 

REFERENCIAS

 

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