SEMINÁRIO ADVENTISTA LATINO-AMERICANO DE TEOLOGIA

 

JOSÉ FERREIRA DA SILVA

MATHEUS MOREIRA DA PAIXÃO

 

EXEGESE COMPARATIVA DE MARCOS 10:46 - 52

CACHOEIRA – BA

2019

 

INTRODUÇÃO

Marcos, apesar de não ter sido um dos doze discípulos de Jesus, se trata de um personagem bastante peculiar no Novo Testamento. João Marcos, que é o seu nome, aparece pela primeira vez em Atos 12:12, quando Pedro entra na casa de Maria, mãe do evangelista. Ele foi companheiro tanto de Paulo (cf. At. 12:25; Cl. 4:10) quanto de Pedro (cf. I Pe. 5:13).

Ainda sobre a sua parceria com Paulo, Marcos foi o pivô da separação entre Paulo e Barnabé (Cf. At 15:36 – 41), justamente porque Marcos no meio de uma viagem missionária volta para casa, e Paulo já não queria mais contar com ele e segundo consta Barnabé e Marcos eram primos. No entanto, no fim da vida de Paulo, a presença de Marcos voltou a ser importante para Paulo (cf. II Tm. 4:11). Naquele momento da vida Marcos já havia provado o seu valor.

Agora, em relação a parceria entre Marcos e Pedro, até hoje o cristianismo colhe os frutos desta parceria, que é justamente os registros do evangelho de Marcos. Sobre o evangelho, provavelmente ele serviu como base para os evangelhos de Mateus Lucas. No entanto, este evangelho, diferente do de Mateus, não foi escrito para os judeus. De acordo com Nichol (2013, p. 612), “muitas declarações no evangelho de Marcos tornam evidente que ele foi escrito para leitores não judeus”. Talvez, seja possível que este tenha sido escrito especificamente para os Romanos, como será explicado mais a frente.

Por se tratar de um evangelho feito para gentios. Ele procura apresentar de uma forma bem peculiar, em relação aos demais evangelhos, como um homem de ação. De acordo com Nichol (2013, p. 738), “Marcos apresenta [a Jesus] como o Homem de ação e enfatiza Seus milagres como manifestação do poder divino atestando Sua Messianidade”.

O Evangelho de Marcos é prático e objetivo, de acordo com Coleman (2011, p. 1506) “Marcos não conta muito da biografia de Jesus. (...) Jesus entra em cena já adulto. Os três primeiros anos estão condensados nos capítulos 1 a 10, enquanto a semana final de Jesus está descrita nos capítulos 11 a 16”. Se o evangelho de Marcos foi baseado nos relatos de Pedro se confirma também uma aplicação utilizada pelos pregadores em seus púlpitos que os três anos em meio ao lado de Cristo não exerceram tamanha influência na vida dos discípulos quanto a semana final de sua vida.

Com respeito ao texto em análise, Marcos 10: 46 – 52, pode-se considerar de um dos clássicos do cristianismo. A comovente história da cura do cego Bartimeu, aliás, somente Marcos que o identifica, Mateus e Lucas apresenta-o como o cego apenas, no caso de Mateus, ele apresenta dois cegos ao invés de um.

CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO CULTURAL     

Contexto Histórico

Considerando que Marcos seja o evangelho mais antigo, o que foi escrito primeiro, a data de sua possível escrita varia, de acordo com Nichol (2013, p. 612) “a redação deste evangelho deve se situar entre os anos 55 e 70 d.C”. Já McGee (1991, p. vii) defende a teoria de que “o evangelho sinóptico de Marcos foi escrito por volta do ano 63 da era cristã”. E esta variação depende muito de um fator preponderante neste caso, que se trata do apóstolo Pedro.

O apóstolo Pedro, provavelmente, deve ter tido uma colaboração marcante na elaboração do argumento do texto de Marcos, já que ele é a testemunha ocular base para este evangelho. O relato de Marcos é segundo a visão de Pedro, como testemunha ocular dos fatos. Lopes (2006, p. 7) comenta que “embora esse fato não tenha um consenso unânime, a maioria dos estudiosos crê que Marcos foi escrito antes dos outros evangelhos”.  De acordo com Earle, Sanner & Childers (2006, p. 220), Papias, bispo de Hierápolis (aproximadamente em 140 d.C.), afirmou que “Marcos foi o intérprete de Pedro, e escreveu um relato preciso de todas as coisas de que ele se lembrava da pregação e dos ensinos de Simão”.

A data que trabalham para a escrita da carta, de acordo com Earle, Sanner & Childers (2006, p. 219), que “Marcos escreveu depois da morte de Pedro (que provavelmente ocorreu durante a perseguição de Nero em 64-65 d.C.), mas antes da destruição de Jerusalém em 70 d.C”. Este período da história foi marcado por perdas importantes para a pregação do evangelho que ainda estava iniciante, os apóstolos Pedro e Paulo. A esta altura dos doze discípulos que estavam com Jesus ao longo dos três anos e meio, poucos restavam, talvez, somente a João, irmão de Tiago, filho de Zebedeu, este com certeza.

No entanto, existe a hipótese de que o evangelho seja mais antigo que esta datação, no caso por volta da década de 50 como chegam a sugerir Earle, Sanner & Childers (2006, p. 219), o que reforçaria não só a ideia de que este evangelho tenha sido escrito anterior a morte de Paulo, mas também, como o Evangelho de Lucas, como o livro de Atos dos Apóstolos, como detalha os comentaristas:

No entanto, muitos acreditam que o Evangelho foi escrito antes, talvez nos anos 50 d.C. Esta determinação da data se baseia na crença de que o Evangelho de Lucas e o Livro de Atos foram escritos antes da morte de Paulo (aproximadamente no ano 64 d.C.), e consequentemente o Evangelho de Marcos (uma das fontes de Lucas) teria sido escrito antes.

Marcos pode ter escrito em Roma, com possibilidade de ter sido em Antioquia ou em Alexandria também. De acordo com Earle, Sanner & Childers (2006, p. 220) o “testemunho da tradição (o Prólogo Anti-Marcionita, Irineu, Clemente de Alexandria) aponta para Roma, como também o faz a presença de muitas palavras emprestadas do latim (como centurion, denarius, etc.)”.

Uma hipótese sólida considera Roma como o local onde Marcos escreveu o Evangelho, com mais probabilidade do que qualquer outra cidade antiga, embora Alexandria e Antioquia também tenham sido mencionadas. Como Marcos explica costumes judeus (por exemplo, 7.3-4) e traduz termos aramaicos (5.41, etpassim), fica claro que ele estava escrevendo para leitores não-judeus. (EARLE; SANNER; CHILDERS, 2006, p. 219-220)

O fato é que por volta desta época o cristianismo não estava em um momento agradável historicamente. As perseguições assolavam a igreja e o número de mártires crescia ao mesmo tempo em que também crescia o número de novos conversos. Os judeus haviam sido expulsos de Roma por Cláudio por conta das revoltas e confusões que provocavam dentro dos limites do império, e boa parte dos novos cristãos, eram judeus convertidos ao evangelho de Cristo.

Contexto Político-cultural

Como já se sabe o Evangelho sinótico de Marcos é uma obra da segunda metade do 1º século. Marcos, não era um dos doze discípulos, fazia parte de uma família abastada, que tinha posses, o que explicaria o fato de ele conhecer tanto a língua grega como a língua latina, pois, era provável, que como Paulo, ele também fosse cidadão romano. Ele era primo de Barnabé, isso explica o fato de ele querer levar Marcos com ele mesmo com a negativa de Paulo.

Marcos era primo de Barnabé (Cl 4.10). Esse fato revela que a família de Marcos era abastada. Sua mãe tinha uma casa que servia de lugar de encontro da Igreja primitiva e Barnabé era homem de posses (At 4.37). Isso também lança uma luz sobre o fato de que Barnabé, além de sua característica de consolador, não desamparou a Marcos, quando este foi barrado por Paulo no seu intento de participar da segunda viagem missionária. (LOPES, 2006, p. 8)

Mas vale destacar que a falha de Marcos (cf. At. 13:13) que levou a Paulo não querer mais contar com a presença de Marcos em sua equipe missionária (cf. At. 15: 36 – 39), a ponto de desentender-se com Barnabé, não determinou o caráter de Marcos. Marcos não era apenas, o primo de Barnabé, sua vida e dedicação ao evangelho foi tão intensa que levou a Paulo reconsiderar sua posição e querer sua companhia no momento mais difícil de sua vida.

Marcos foi chamado por Paulo para assisti-lo no final da sua vida (2Tm. 4.11). Marcos estava em Éfeso quando Paulo foi preso pela segunda vez. Agora, Paulo está num calabouço romano, aguardando o seu martírio. Paulo reconhece que o mesmo jovem que ele dispensara no passado agora lhe é útil e deseja tê-lo como seu cooperador no momento final da sua vida. Isso nos prova a mudança de conduta de Paulo bem como sua mudança de conceito acerca de Marcos. (LOPES, 2006, p. 8)

Marcos chegou a estar preso juntamente com Paulo em Roma, exatamente no mesmo período que este esteve preso, mas na primeira vez que o apóstolo esteve preso, como destaca Lopes (2006, p. 7). Marcos se tornou um grande líder cristão no 1º século, e Marcos que antes havia sido descartado, agora se tornara um importante colaborador de Paulo na obra.

Marcos esteve preso com Paulo em Roma (Cl. 4.10). Marcos tornou-se um grande líder cristão do século 1. Jerônimo disse que ele foi ao Egito e ali plantou a igreja de Alexandria. (apud HARRISON, 1980, p. 177) Agora, ele está preso em Roma, com Paulo, durante a sua primeira prisão. Marcos tornou-se um cooperador de Paulo (Fm. 24). A Carta a Filemom foi escrita no interregno entre a primeira e a segunda prisão de Paulo em Roma. Paulo destaca que nesse tempo Marcos era seu cooperador. (LOPES, 2006, p. 8)

Por se tratar de um livro histórico, o Evangelho sinóptico de Marcos pode ser visto por duas perspectivas, o contexto do relato, que está entre vinte a trinta anos antes do registro, ou do autor, que data após o ano 50 d. C. Se for por ocasião do autor, naquele momento da história, tanto a Judeia  como a capital do Império estavam em um momento bastante turbulento.

A relação entre judeus e romanos não estava indo nada bem, mesmo com tantos privilégios dados por Cláudio, os judeus se revoltaram na Judeia a ponto de causar repulsa no imperador, que em 54 d.C. os expulsa de Roma. Estas tensões culminariam na destruição de Jerusalém no ano 70. Haviam grupos políticos na Judeia, entre eles os zelotes, que Nichol (2013, p. 42), destaca que, “Josefo não menciona os zelotes pelo nome, ao menos, até o tempo da guerra romana (66-70 d.C.), quando surgem como um partido violento, sob a liderança de João de Giscala (Guerra dos Judeus, v.3.1 [98-105])”, porém, era evidente que se tratava desta afiliação política.

PRESERVAÇÃO DO EVANGELHO DE MARCOS

Esse é a evangelho que contém poucas das declarações de Jesus, que não registra o Sermão da Montanha e nem a narrativa do nascimento de Jesus, o chamado »evangelho escola» Não obstante. foi preservado Sua própria preservação serve de forte indicação que o seu conteúdo histórico foi altamente valorizado e confiado por escritores sagrados posteriores. Foi considerada uma história digna de figurar lado a lado com evangelhos mais elaborados, parque tinha uma mui significativa contribuição a fazer- narrava essencialmente e de forma exata, a vida e as obras de Jesus. (CHAMPLIM, 2002, p. 177)

Ao mesmo tempo que a igreja vivia sobre ataques de hereges e judeus que queriam desvirtuar o evangelho. Marcos percebendo que a igreja, de acordo com Mulholland & Menga (1999, p.13), estava “sofrendo com as tensões internas e os ataques externos, a comunidade cristã em Roma necessitava de ajuda. É o pensamento deste escritor que Marcos escreveu este Evangelho tendo em mente aqueles cristãos”. Nesta ocasião, Nero já era o Imperador Romano, governava desde 54 d. C. Neste período, também foi marcado por uma recente expulsão dos judeus de Roma por parte do antecessor de Nero, e posteriormente à perseguição aos judeus por parte dos romanos.

Agora por ocasião do tempo onde ocorreu o relato de Marcos, Lopes (2006, p. 370), fala um pouco a respeito de Jericó, ele explica que, naquela época, “havia duas cidades de Jericó. No século 1 havia duas Jericós: a velha Jericó, quase toda em ruínas, e a nova Jericó, cidade bonita, construída por Herodes, logo ao sul da cidade velha”. O que explicaria o fato de Mateus colocar que Jesus e a multidão estava saindo de Jericó enquanto Marcos e Lucas apresentam a Jesus e a multidão como estivessem entrando na cidade. Sobre a cidade Lopes (2006, p. 370) ainda acrescenta “a cidade antiga estava em ruínas, mas Herodes, o grande, havia levantado essa nova Jericó, onde ficava seu palácio de inverno, uma bela cidade ornada de palmeiras, jardins floridos, teatro, anfiteatro, residências e piscinas para banhos”.

PERICOPE

A perícope do texto a ser selecionada se trata do texto em estudo Marcos 10: 46 – 52. Se trata da história bíblica da cura de um cego em um relato emocionante devido a postura do cego de ir ter com Jesus, enfrentando toda uma multidão que o rodeava e servia de obstáculo pelo caminho.

ESTRUTURA E CONTEXTO LITERÁRIO

O evangelho de Marcos tem algumas peculiaridades, a primeira delas é que ele não tem introdução e nem se aprofunda na biografia de Jesus Cristo, apenas em seu Ministério. O segundo aspecto é que ele foi feito para não judeus, de preferência romanos, pessoas que não conhecem os usos e costumes da Palestina, além de usar termos latinos, como a palavra “centurião” Abaixo você terá acesso a estrutura do evangelho sinótico de Marcos, de acordo com a visão de Nichol (2013, p. 913):

I. Preparo para o ministério, outono, 27 d.C., 1:1-13.

II. O ministério na Galileia, de Páscoa a Páscoa, 29-30 d.C., 1:14-7:23.

 A. O início do ministério na Galileia, 1:14-34.

B. A primeira viagem missionária, 1:35-45.

C. O ministério em Cafarnaum e cercanias, 2:l-3:9.

D. A segunda viagem missionária, 3:20-5:43.

E. A terceira viagem missionária, 6:1—7:23.

III. Retirada do ministério público, da primavera ao outono, 30 d.C., 7:24-9:50.

A. O ministério em regiões fronteiriças da Galileia, 7:24-8:10.

B. Vislumbres da cruz, 8:11-9:50.

IV. O ministério na Pereia, do outono à primavera, 30-31 d.C., 10:1-52.

V. Conclusão do ministério em Jerusalém, Páscoa, 31 d.C., 11:1-15:47.

A. Conflito com escribas e fariseus, 11:1—12:44.

B. A profecia de Jesus sobre a queda de Jerusalém e Sua segunda vinda, 13:1-37.

C. Prisão e julgamento de Jesus, 14:1-15:20.

D. Crucifixão e sepultamento de Jesus, 15:21-47.

VI. Ressurreição e manifestações de Jesus, 16:1-20.

A primeira é a identidade de Marcos descrita nas Escrituras. Gundry (1978, p. 85) afirma que Marcos foi o primeiro evangelho a ser escrito. O nome completo do autor desse evangelho é João Marcos, sendo que João é seu nome hebraico e Marcos seu nome romano. Temos várias informações importantes sobre esse personagem nas Escrituras: Em primeiro lugar, Marcos era filho de Maria, uma cristã que hospedava cristãos em sua casa (At 12.12). Isso significa que João Marcos procedia de uma família aquinhoada de bens materiais e tinha familiaridade com a igreja, desde sua juventude. (LOPES, 2006, p. 8)

Earle, Sanner & Childers (2006, p. 220) comentam que “a opinião que prevalece é a de que Pedro foi uma das principais fontes de Marcos. “Ele [Marcos] essencialmente registra o que ouviu Pedro contar, complementando essas informações com outros materiais que ele sabia que eram confiáveis”. O fato de Pedro ser coautor do evangelho explicam a maneira prática como Jesus é descrito por Marcos, pois, representa o que Pedro via e guardou na memória de seu Mestre.

Não existe um consenso unânime acerca da data da sua redação; entretanto, ele deve ter sido escrito entre 55 e 70 d. C, ou seja, antes da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C., uma vez que ele não faz qualquer menção desse fato predito por Jesus (13.1-23). Jerusalém foi destruída pelo exército romano sob a liderança de Tito, depois de 143 dias de cerco. Durante essa batalha, seiscentos mil judeus foram mortos e milhares levados cativos. (LOPES, 2006, p. 12)

Earle, Sanner & Childers (2006, p. 221) apontam que “uma das conclusões inequívocas dos estudos bíblicos é a de que os Evangelhos foram escritos com um objetivo religioso e teológico”. Embora Marcos não expresse o seu objetivo tão abertamente como João o faz, ele não seria essencialmente diferente.

Isto não significa que os evangelistas não tinham interesse nos fatos da história. Existem boas razões para acreditar que o trabalho deles seja historicamente confiável. No entanto, isto significa que eles escreveram com um objetivo religioso em mente, e não com a preocupação de estar de acordo com os cânones da pesquisa histórica moderna. (EARLE; SANNER; CHILDERS, 2006, p. 221)

Um fator que deve ser observado é que, de acordo com Nichol (2013, p. 612), “muitas declarações no evangelho de Marcos tornam evidente que ele foi escrito para leitores não judeus”. Porém, Marcos se utiliza de expressões latinas ao escrevê-lo, vale salientar que o Grego, foi utilizado como idioma oficial na escrita de materiais e documentos no império Romano até o terceiro século, como afirmam Geisler & Nix (1997, p. 218), que “embora o latim fosse a língua oficial, a língua comum do Ocidente, o grego manteve sua posição de língua literária de Roma e do Ocidente até o século III”.

Marcos poderia ter usado as palavras gregas comuns para esses oficiais, em vez do latim, mas ele parece ter escolhido repetidas vezes palavras latinas transliteradas em grego, provavelmente porque elas seriam mais familiares aos seus leitores. Ele explica as moedas palestinas (Mc 12:42), obviamente porque seus pretendidos leitores não estavam familiarizados com elas. (NICHOL, 2013, p. 612)

Marcos explica detalhes culturais da Judeia desde moedas que eram utilizadas na Palestina, hábitos dos fariseus, como descrever Nichol (2013, p. 612) “páscoa judaica (Mc 14:12); hábitos dos fariseus (Mc 7:3, 4); e traduz várias palavras e expressões aramaicas (Mc 5:41; 7:34; 15:34)”, detalhes que se fosse para um cristão-judeu não teria a menor necessidade.

Porém ao escrever o evangelho Marcos tinha um grande objetivo, que era apresentar um Cristo sofredor. Como o evangelho de Marcos foi escrito sob a descrição de Pedro, as imagens do Gólgota, daquele final de semana estavam vivas na cabeça do apóstolo. Tinham se passado mais de 20 anos e aquele final de semana Pedro jamais esqueceu.

Marcos queria que toda a humanidade visse o Servo Sofredor, e que o seguisse até o Gólgota, passando pelo sepulcro vazio, e chegando até à glória que há de vir. Ele queria encorajar e proteger os crentes que se preparavam para enfrentar o ostracismo, a ridicularização e o brutal martírio sob os imperadores romanos hostis. (EARLE; SANNER; CHILDERS, 2006, p. 222)

Esta visão de Marcos acerca de Cristo permite que sua apresentação dEle, apesar de ter sido copiada dos demais, seja de forma peculiar. Aliás, cada evangelista apresentou a Cristo à sua maneira, e contribuíram muito para a teologia cristã. Cada evangelista escreveu para um público, e provavelmente Marcos tenha escrito diretamente para os Romanos mesmo, por causa dos termos latinos utilizados.

ANÁLISE TEXTUAL

A análise textual será feita de acordo do ponto de vista gramatical e sintático. No entanto, cada análise será comentada devido a extensão do trabalho, por se tratar de uma análise comparativa de uma perícope de seis versículos. Partindo do ponto de vista que terá por base o texto de Marcos.

Análise Sintática

A análise sintática de Marcos 10:46-52 deve ser feita a partir do estudo de cada versículo. Porém, para determinar o sujeito de cada oração desta perícope deve ser levado em conta quem normalmente realiza ou recebe a ação. No caso, sempre é um substantivo, em caso do grego, estes substantivos, estão divididos em casos de acordo com as suas respectivas funções. Mas, mesmo assim continua a desempenhar o seu papel de sujeito da frase. Neste relato são quatro ao todo: o(s) cego(s), a multidão, os discípulos e Jesus.

Nesta ocasião tivemos, para a voz ativa, um total de 21 verbos em toda a pericope, estes são:   προσαιτῶν·, ακουσας , κραζειν , λεγειν , ελεησον , επετιμων , σιωπηση, στας, ειπεν , ωνησατε , φωνουσιν , λεγοντες, θαρσει , εγειρε , αποβαλων , αναπηδησας , ηλθεν   , θέλεις ποιήσω  , ἀναβλέψω. , Ὕπαγε·. Para a voz passiva, apenas um verbo, ἀποκριθεὶς, que significa responder. Na voz médio-passiva, dois verbos  ἔρχονται, ἐκπορευομένου, justamente os dois verbos iniciais que são traduzidos  como chegar e sair. E, por fim, a voz média com os verbos ηρξατο, φωνει , que são traduzidos, respectivamente por, começar e chamar.

Esta perícope está marcada por uma grande quantidades de verbos  que estão na voz ativa, o que representa uma intensidade maior dos personagens que compõem a história, como donos da ação, Exatamente como é a proposta inicial de Marcos ao escrever o evangelho, trazer um Cristo mais intenso, mais participativo, mais ativo, através de seus milagres.

Análise Gramatical

A Análise gramatical do trecho de Marcos 10: 46-52, por se tratar de um relato histórico, Marcos não se utiliza dos recursos linguísticos utilizados por Paulo em suas epístolas. Paulo geralmente se utiliza de hipérboles, já Marcos, ele trabalha um linguajar simples e objetivo. No entanto, com recursos de referências latinas, justamente, para beneficiar ao seu público alvo, cidadãos tipicamente romanos. Outro aspecto importante os versículos sempre são iniciados pela conjunção Καὶ, como no texto em hebraico, um indicativo de continuidade do relato.

Neste relato, por exemplo, Jesus e seus discípulos ἔρχονται a Ἱεριχώ, não precisa dizer que este último termo é um nome próprio, que é o da cidade de Jericó. E saindo da cidade Jesus, seus discípulos e Marcos faz questão de destacar de que com eles estavam uma ὄχλου ἱκανοῦ, ou seja, uma grande multidão. Um detalhe que diferencia Marcos, dos demais evangelhos, neste relato, ele é o único que identificou o cego, υἱὸς Τιμαίου Βαρτίμαιος ὁ τυφλὸς, filho de Timeu, Bartimeu, o cego.

A palavra cego τυφλὸς, merece destaque, também o verbo προσαιτῶν, que significa mendigar, ou mendigando, este estava na voz ativa. Já o verbo ἐκάθητο, estava na voz passiva, onde o nosso personagem se encontra assentado à beira do caminho mendigando, como faz sempre. Lopes (2006, p.374) destaca que” Bartimeu buscou a pessoa certa (10.47). Com sua cegueira, Bartimeu enxergou mais do que os sacerdotes, escribas e fariseus. Estes tinham olhos, mas não discernimento. Bartimeu era cego, mas enxergava com os olhos da alma”.

No verso seguinte ele se inicia novamente com a mesma conjunção, Καὶ. Mais um sinal de continuação do relato, é quando ocorre uma mudança significativa no relato. Esta mudança ocorre em função da palavra ακουσας, que significa ouvir. É quando o cego, percebe que Cristo estava passando por ali. Neste verso três verbos merecem destaque, eles são:  ακουσας, κραζειν e o verbo λεγειν. São as atitudes de Bartimeu, de um homem que viu a chance de sua vida passar e ele decide agarrá-la com todas as forças. Gritando em alta voz: Υιε Δαυιδ  Ιησου ελεησον με .No versículo 48, a insistência de Bartimeu mercê destaque enquanto a multidão o  επετιμων. Quanto mais tentavam calá-lo, Marcos destaca desta maneira a insistência dele: πολλω μαλλον εκραζεν, ou seja, muito mais ele gritava: Υιε Δαυιδ ελεησον με.

Como todos os versículos anteriores, o versículo 49, também se inicia um a conjunção, και. Neste momento observa-se uma atitude de Cristo neste relato, a primeira é quando Jesus στας, para. Ele decide ouvir o clamor de Bartimeu. Vale destacar os seguintes verbos; στας ,  ειπεν ,  φωνησατεα ,  φωνουσιν , λεγοντες  ,  θαρσει , γειρε φωνει . No versículo 49 são oito verbos em destaque dos quais sete deles estão na voz ativa e o mais importante para Bartimeu está na voz média, quando as pessoas que tentaram de todas as formas o impedir trazem a notícia de que Jesus o chamava. O mesmo Jesus que o chamou, agora era ele quem o chamava. De acordo com Champlim (2002, p. 754) “Podemos negligenciar algumas necessidades humanas, considerando-as apenas uma gota no balde - em comparação com nosso serviço frenético entre a multidão. Mas Jesus achava grande valor em todas as «gotas no balde»”.

Dos versos 50 – 52 merecem bastante destaque alguns fatos que devem ser destacados. A alegria e o desprendimento de Bartimeu através dos verbos αποβαλων e αναπηδησας. De acordo com Lopes (2006, p. 374) “Bartimeu buscou a Jesus com desprendimento (10.50). Logo que Jesus mandou chamá-lo, ele lançou de si a capa e num salto foi ter com Jesus”, quando Bartimeu αποβαλων το ιματιον, ele se desfaz não só de um objeto, mas de sua vida passada.

Bartimeu desfez-se da única coisa preciosa que possuía. Sua capa era sua roupa, sua proteção, sua cama. Era tudo o que ele possuía para protegê-lo da poeira do deserto durante o dia e do frio gélido à noite. Contudo, ele desfez-se de imediato de tudo o que poderia se constituir obstáculo. Para Bartimeu o encontro com Cristo era a coisa mais importante da sua vida. Estava pronto a abrir mão de tudo para encontrar-se com o Messias. (LOPES, 2006, p.374)

Quando Jesus pergunta sobre o que Bartimeu queria receber, é óbvio que ele sabia, e não precisava ser um Deus para ver o problema daquele cego era a falta de visão. O que merece destaque neste versículo é a ἡ πίστις de Bartimeu, que Jesus constatou. De acordo com Nichol (2013, p. 663), essa “afirmação de Jesus de que fora a fé que levara a cura evitaria os rumores de que o milagre podia ser conseguido por meio de mágica, ainda assim era uma fé genuína, proporcional a seus limitados conhecimento e compreensão da vontade e dos caminhos de Deus”. E esta atitude de fé, cativou a Cristo, Καὶ εὐθέως ἀνέβλεψε·, e o cego imediatamente voltou a ver, como ele tanto queria.

Palavras Chaves

Algumas palavras merecem destaque neste texto, mas, a que destacaria é uma qualidade muito abordada, mas, pouco destacada pelos teólogos, do cego, que são ἡ πίστις e a θαρσει, ou seja, a fé e a coragem. A coragem deste homem que não tinha mais nada a perder, é verdade, porém, ele era um cego que estava no meio de uma multidão e que corria o risco de ser até pisoteado por esta multidão, porque ele não via absolutamente nada. Não tem como não destacar estas duas palavras gregas, ele teve fé e coragem para enfrentar todas as adversidades para poder alcançar algo que sonhou por toda uma vida. Sua visão reestabelecida.

COMPARAÇÃO SINÓTICA

Como já foi mencionado anteriormente, o Evangelho Sinótico de Marcos serviu como base referencial para os evangelhos de Lucas e Mateus. De acordo com Coleman (2011, p. 1454), “os três primeiro evangelhos cobrem muitos dos mesmos acontecimentos da vida de Jesus”.  Para se ter uma ideia, segundo Lopes (2006, p. 7), “dos 661 versículos de Marcos, Mateus reproduz 606. Há apenas 55 versículos de Marcos que não se encontram em Mateus, mas Lucas utiliza 31 destes” versículos. Coleman (2011, p. 1454) destaca que “Mateus e Lucas usaram Marcos como sua primeira fonte na compilação de seus escritos. Aproximadamente, noventa por cento do material de Marcos é reproduzido em Mateus”. Por esta razão, de acordo com Bock (2006, p. 28), “o Evangelho de Marcos é geralmente considerado o primeiro evangelho que foi escrito”.

Marcos é considerado um dos evangelhos sinóticos. O termo sinótico vem de duas palavras gregas, cujo significado, de acordo com Barclay (1974, p. 11), é “ver conjuntamente”. Dessa maneira, Mateus, Marcos e Lucas tratam basicamente dos mesmos aspectos da vida e ministério de Cristo.  Dos evangelhos sinóticos, Marcos é o mais breve. (LOPES, 2006, p. 7)

               O texto de Marcos é mais direto e objetivo, ele busca apresentar um Cristo de ações. Indo por esta linha, Meyer (1883, p. 187) destaca que “the presentation in Mark is simpler and more fresh, not related to that of Matthew in the way of heightened and artificial effect”. O autor quis dizer que “[..] a apresentação em Marcos é mais simples e mais fresca, não relacionada com a de Mateus no caminho do efeito artificial elevado[...].” Enquanto Mateus é construído,  de acordo com Coleman (2011, p. 1454), “sobre cinco ensinos de Cristo que ilustram o que é a vida no Reino dos céus”. Porém, Lucas apresenta, de acordo com Coleman (2011, p. 1541), “o prometido Messias Judeus de fato é o Salvador do mundo todo”.

 

 

 

TEOLOGIA BÍBLICA

Alguns aspectos da teologia bíblica devem ser ressaltados. Este relato, da cura do cego, aparece em pelo menos três dos quatro evangelhos e somente no de João este relato não aparece. Porém alguns aspectos são importantes a serem ressaltados. No relato de Lucas, de acordo com Veloso (2006, p. 261) o evangelista “disse que quando estava para entrar na cidade, Bartimeu, o cego, clamou por ajuda e Jesus lhe devolveu a vista (cf. Lc. 18: 35 – 43)”. Porém em Mateus 20: 29, fala que eles estavam “saindo” de Jericó. A explicação seria a existência de duas Jericós, a Antiga e a Nova, como foi explicado anteriormente. Aparentemente, de acordo com Richards (2003, p. 270) “o milagre aconteceu na divisa entre a cidade nova e a velha, enquanto Jesus saía de uma e entrava na outra”.

Porém, no relato de Marcos, é dito que eles estavam saindo da cidade, ele utiliza o verbo grego ἐκπορευομένου, que é traduzido como sair. Outro destaque do evangelho de Marcos, pois, ele é o único que traz o nome do cego. Um detalhe que Mateus, sendo um dos doze deveria saber e ele não traz, aliás, Mateus apresenta dois cegos ao invés de um apenas. A pergunta é que será que Marcos e Lucas estão falando da mesma pessoa, ou cada um preferiu destacar um dos personagens? Ou será que Mateus se equivocou e colocou dois cegos onde na realidade era apenas um? Lopes (2006, p. 370) destaca que “nem Marcos nem Lucas afirmam que havia apenas um cego”.

O interessante é que Marcos sabia o nome do cego diferentemente de Mateus e Lucas, nem o próprio Cristo aparece mencionando o nome de υἱὸς Τιμαίου Βαρτίμαιος ὁ τυφλὸς. Pela demonstração de Marcos ele deveria ser um personagem conhecido por sua comunidade, ou pelo menos Marcos ou Pedro conheciam o seu nome. Mas, é comum as pessoas conhecer uma pessoa nessas condições.

O nome vem do aramaico Bar-Timai, que Marcos traduz para seus leitores. Mateus fala de dois cegos (ver Mt 20:30). A razão pela qual Marcos menciona apenas um deles pode ser que algum fato relativo a um dos cegos o impressionou, sendo de interesse especial para seus leitores (ver com. de Mc 5:2). Possivelmente, mais tarde, Bartimeu tenha se convertido em um dos mais conhecidos seguidores de Jesus (ver Nota Adicional 2 a Mateus 3). (NICHOL, 2013, p. 701)

No entanto o que merece destaque é a insistência do cego, ou dois cegos, com preferirem, que no primeiro momento, são apenas ignorados pela ὄχλου ἱκανοῦ, grande multidão, depois, os seus gritos era tão altos que passaram a incomodar a ponto de serem επετιμων (repreendidos) pelas pessoas, e mesmo assim, passaram a πολλω μαλλον εκραζεν, a gritar mais alto: Υιε Δαυιδ ελεησον με. Nichol (2013, p. 701) comenta que “Bartimeu compreendeu que aquela poderia ser sua única oportunidade de ser curado por Jesus. Sua persistência era um testemunho de sua fé no poder de Jesus”.

Embora a multidão exerceu uma influência negativa em um dado momento do episódio, Bartimeu demonstrou convicção do início ao fim do episódio, arriscando-se e expondo-se sem medo das represálias e das consequências.  Os muitos que o repreendiam, de acordo com Earle, Sanner e Childers (2006, p. 290), “para que se calasse podem ter considerado seus gritos como uma amolação (cf. 10.13), ou podem ter ficado receosos de que o grupo de peregrinos pudesse ser caracterizado como revolucionário”. Mesmo com a multidão tentando pará-lo, como destaca os autores, “qualquer que tenha sido a razão, Bartimeu via um raio de esperança e clamava cada vez mais alto”.

Embora em seu íntimo houvesse uma incerteza de que seria ouvido, era uma questão de tempo até Jesus ouvir o seu clamor. Jesus tanto ouviu que ele passou a chamar pelo corajoso cego

TEOLOGIA APLICADA

Tema: O Cego de Jericó

Tese: A Coragem e a Fé de Bartimeu moveu a Cristo

Introdução

  1. A Judeia nos tempos de Cristo
  2. Os Evangelhos Sinóticos, as diferenças entre Mateus, Marcos Lucas e João.
  3. O livro de Marcos: autor, data e local da escrita.

1 O trajeto de Cristo

  1. A divisão do livro de Marcos 1 – 10 e 11 – 16.
  2. Jericó nos tempos de Cristo
  3. Jesus Chegou ou saiu de Jericó? (cf Mc. 10: 46; Mt. 20:29)

2 O principal interessado

  1. Um ou dois cegos? (cf Mc. 10: 46; Mt. 20:30)
  2. Bartimeu estava no caminho entre a cidade velha e a cidade nova
  3. Ele tinha uma vida completamente infeliz.

3 A decisão da sua vida

  1. A grande chance: ele percebe a presença de Jesus (cf. Mc. 10:47)
  2. O grande mico, necessário: Ele começa a gritar. (cf. Mc. 10:47)
  3. O grande obstáculo: Quanto mais recriminado, mais alto ele gritava. (cf. Mc. 10:48)

4 Jesus percebe a presença de um sujeito que a vinda inteira foi invisível para as pessoas

  1. Uma triste verdade: o deficiente era um indivíduo invisível naquela época
  2. A grande vitória: Se, no início, Bartimeu clamava pela atenção de Cristo, no fim foi Cristo que chamava a ele movido pela fé daquele homem (cf. Mc. 10: 49)
  3. A grande verdade: Jesus sente a quilômetros a flagrância das gotas de fé das pessoas (cf. Mc. 5:30; 10:52)

Conclusão

  1. Não importa se foram um ou dois cegos, o que importa é que Cristo se importou com eles tanto quanto Ele se importa com você.
  2. Deus, apesar de ser Onisciente, Onipresente e Onipotente, deixou claro que a pessoa tome as suas decisões, e deu ao ser humano o direito de fazer suas próprias escolhas. Porém, as decisões ao lado de Cristo são as mais acertadas.
  3. Cristo está sempre disposto a ouvir o clamor de Seus filhos, tanto no passado, quanto no presente e no futuro, não importa o tempo, sem se esquecer de quem quer que seja.

CONCLUSÃO

Este trabalho constatou que muitas das características da escrita de Marcos estão bastante evidentes neste relato. A as diferenças nos relatos de Mateus, Marcos e Lucas não levaram ao descrédito o relato, pelo contrário, deram uma dimensão real do cenário descrito onde ocorreu de fato o milagre.

O primeiro destaque a ser observado foi justamente onde ocorreu o milagre, o fato de Marcos destacar que Jesus e a multidão estavam chegando enquanto Mateus afirma que estavam saindo, na realidade era que havia duas Jericós, ao invés de uma apenas. E que o milagre poderia ter ocorrido entre as duas cidades, no caminho entre a cidade velha e a cidade nova.

Outro aspecto a ser observado é que em Mateus apresentam dois cegos, enquanto os outros apenas um deles. Porém em momento nenhum os outros dois relatos destacam que havia apenas um ou se tinha, de fato, dois cegos que foram curados por Jesus. O detalhe é que apenas Marcos se detêm em identificar o cego ou um dos cegos em questão.

O mais importante que é a atitude de Bartimeu ao enfrentar todas as adversidades que encontrou pelo caminho. Se ele não tivesse tido a atitude que teve, teria perdido a única oportunidade da sua vida de voltar a ver, pois, dali Jesus partiria para Jerusalém e não iria mais voltar. A força com que ele se dedica neste propósito, a ponto de abrir mão de tudo o que possui e para viver uma nova vida com Cristo.  

 

 

REFERÊNCIAS

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