Ó Negra Mulata dos seios ressecados,

Que fizeste para teu Senhor

Desonrá-la assim?

Teus filhos carecem de afeto e pão,

És símbolo da mais sublime miséria.

Povo amorfo, de pele escura,

Olhos grandes, estranha raça.

Tuas pernas já não têm força,

O orgulho se pôs em retirada.
Vejas o rosto de tuas crianças

Famintas, pele sobre osso...

Que mal fizeste ao mundo

Para tamanho castigo?

Tua beleza foi consumida,

És a mais horrenda das visões,

Teu leite é o pó da terra,

Tua carne o diabo temperou

Com as lágrimas do teu pranto.

A decadência te fez companheira

Neste bizarro destino,

Pobres filhos de mãe seca,

Castigo aos homens de má vontade.

Talvez as chagas do teu povo não passem

Sejam cicatrizes do teu passado tirano.