Caindo a chuva lá fora.
Fluindo a brisa inspiro.
O que está fazendo agora?
Pergunto.
E só escuto o som do meu pensamento.

Numa esquina tranco a melodia
desse caminho tão sujo e fulgaz.
Nessas sargetas de vida vadia
Num beco escuro encontro a minha paz.

Sem você.
Sem você.
A sua pele mais rosada é fria
tocando a pele de um velho rapaz.
Rompendo a noite vai caindo o dia
No travesseiro encontro a minha paz.

Só eu sei...
Eu sei.

Olhando o espelho vou vertendo em lágrimas
dessas passagens de tantos se for...
Dos versos nulos me caem as lembranças
Dessas memórias um primeiro amor.

Eu sei...
Eu sei...

Dessa agonia enrustida e fálica.
Dessa papoula fantasia em flor
retiro o ópio desse ódio amargo
Morfina certa para minha dor.

Sem você.
Eu sei.
Sem você.
Só eu sei...