Daniela Burtet PEREIRA

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo fazer um levantamento sobre os principais problemas que os professores vêm enfrentando na atualidade: o estresse e a síndrome de Burnout. As fontes estressoras causadoras dessa problemática podem ser internas ou externas. O estresse pode ser dividido em quatro fases que são elas: fase de alerta, fase de resistência, fase quase-exaustão e por ultimo a fase de exaustão. A síndrome de Burnout é uma fase extrema de estresse ocupacional que afeta diretamente nas atividades profissional de cada individuo. Os professores estão sujeitos diariamente a fontes estressoras, pois estão constantemente preocupados com o desenvolvimento dos seus alunos, com os trabalhos pedagógicos, a falta de estrutura física das escolasficando assim expostos a essas problemáticas.

INTRODUÇÃO

O professor na sociedade atual além do seu papel de facilitador do conhecimento para seus educando está tendo que assumir papéis que anteriormente eram atribuídos as suas famílias. Essas exigências aliadas às funções tradicionais dos professores estão fazendo com que a docência se torne cada vez mais uma profissão de esgotamento físico e mental muito grande.

Segundo Cardoso, Araújo, Ramos & Gonçalves (2002), o stress dos professores é uma realidade que preocupa não só os docentes enquanto indivíduos ou classe, mas também a comunidade educativa, os investigadores, os responsáveis políticos e o público em geral.

A síndrome de burnout afeta a saúde dos professores tanto na sua vida pessoal como profissional poisinterfere na obtenção dos objetivos pedagógicos, ocasiona o desgaste edesinteresse dos professores causando assim a vontade de abandono da profissão. 

DESENVOLVIMENTO

A palavra estresse vem do latim e foi de forma popular, usada no século 17 para designar fadiga ou cansaço excessivo (Benevides-Pereira, 2002).

ParaHindle (1998),estresse é um conjunto de reações do organismo motivadas por qualquer agressão seja ela de ordem física, psíquica ou infecciosa, sendo também designada como a agressão em si.

O estresse tem origem em duas fontes estressoras, que podem ser internas ou externas. A primeira fonte está relacionada ao modo de ser das pessoas, suas crenças, valores e modo de agir, já as fontes externas possuem ligação com o que vem de fora do organismo, como a profissão, falta de dinheiro, perdas, brigas, assaltos, falecimentos, entre outros (Lipp, 1999).

Segundo Lipp (2003), o estresse pode ser dividido em quatro fases, com características próprias: alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão.

A fase de alerta pode ocorrer quando a pessoa entra em contato com o agente agressor e seu organismo reage imediatamente a esta situação aumentando assim o metabolismo do corpo. Esta fase pode ser considerada positiva, pois é quando o indivíduo se prepara para reagir. Nesta fase pode apresentar dificuldades para dormir, grande produtividade e criatividade no trabalho e grande irritabilidade devido à tensão física e mental.

A fase de resistência é quando o organismo já está exausto, começa a apresentar sintomas de cansaço. Nesta fase a resistência do organismo pode enfraquecer. A produtividade e criatividade sofrem queda e muitas vezes não consegue ter novas idéias. A memória pode ser afetada, o indivíduo passa a ter dores de cabeça frequentes, gripes e viroses constantes.

A fase de quase-exaustão é a que intermédia a fase de resistência e da exaustão, é quando percebemos que a tensão excedeu o limite do gerenciável. O indivíduo apresenta insônia, a produtividade e a criatividade caem dramaticamente e os sentimentos de cansaço e desgaste aparecem.

 Fase de exaustão é considerada a mais crítica, pois é a fase mais negativa do estresse. É o momento em que um desequilíbrio interior muito grande pode ocorrer, a pessoa não consegue mais trabalhar como normalmente, não produz, o trabalho perde o interesse e as doenças mais preocupantes como a hipertensão, a diabetes, a síndrome do pânico entre outros passam a se manifestar.

Entre as profissões consideradas com elevadas fontes geradoras de tensão temos as que o profissional atua diretamente com pessoas, a exemplo da profissão docente. Tais profissionais, além das exigências intrínsecas ao papel de professor, são também doadores de cuidado, uma vez que “desenvolvem um trabalho onde a atenção particularizada ao outro atua como diferencial entre fazer ou não fazer sua obrigação” (SANTOS; LIMA FILHO, 2005, p. 5).

                  Os principais indicadores do mal-estar docente, segundo Esteve (1999), são as dificuldades existentes nas condições de trabalho e nos recursos mate­riais disponibilizados para a sua execução, o aumento da violência nas institui­ções escolares e, por fim, o esgotamento docente e a acumulação de exigências sobre o professor.

 Além disto, os professores estão expostos a diversas outras fontes geradoras de tensão, como é o caso da elevada carga horária de trabalho; do elevado número de alunos por sala de aula; da estrutura física inadequada; dos poucos trabalhos pedagógicos em equipe; da baixa participação da família no que concerne ao acompanhamento do desenvolvimento escolar de seus filhos, dos baixos salários; da desvalorização da profissão, dentre outras (MELEIRO, 2002).

Os sintomas do estresse estão relacionados aos fenômenos ou mudanças nos organismo de cada individuo onde um ou mais sintomas poderão ocorrer sem necessariamente a presença do estresse. Lipp (2002) classifica o stress em nível físico e psicológico:

O nível  físico é caracterizado por: mãos e pés frios, boca seca, nó no estômago, tensão muscular, diarréia, insônia, hipertensão arterial, mudança de apetite, problemas com a memória, formigamento das extremidades, sensação de desgaste físico, aparecimento de problemas dermatológicos, cansaço constante,aparecimento de úlcera, dificuldades sexuais, náuseas, tiques, enfarte, mal-estar generalizado sem causa específica.

O nível   psicológico é caracterizado por: aumento súbito de motivação, entusiasmo súbito, vontade súbita de iniciar novos projetos, sensibilidade emotiva excessiva, pensar/falar constantemente um só assunto, irritabilidade excessiva impossibilidade de trabalhar, pesadelos, sensação de incompetência em todas as áreas, vontade de fugir de tudo, apatia, depressão ou raiva prolongada, irritabilidade sem causa aparente, angustia, ansiedade diária, perda de senso de humor.

Os sintomas do stress aparecerão de forma diferenciada em cada individuo, tanto em nível físico como em nível psicológico.

 A síndrome de burnout se caracteriza pelo estresse crônico vivenciado por profissionais que lidam de forma intensa e constantecom as dificuldades e problemas alheios, nas diversas situações de atendimento. A síndrome se efetiva e se estabelece noestágiomais avançado do Estresse( SINPRO-RIO).

Cooper (2001) descreveu a Síndrome de Burnout como um estado de esgotamento físico, emocional e mental causado por envolvimento ao longo prazo em situações que são emocionalmente exigentes. Nas fases avançadas da Síndrome a pessoa desenvolve um senso de desamparo, desesperança e depressão.

        O Burnout em professores afeta o ambiente educacional e interfere na obtenção dos objetivos pedagógicos, levando estes profissionais a um processo de alienação, desumanização e apatia e ocasionando problemas de saúde e absenteísmo e intenção de abandonar a profissão (Guglielmi&Tatrow, 1998). 

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

As exigências atribuídas aos professores atualmente são cada vez mais elevada, pois alem de ensinar os conteúdos pedagógicos eles estão tendo que educar e orientar seus alunos sobre seus deveres e obrigações que devem cumprir na sociedade.

A docência é uma das profissões mais desgastante pois os professores passam horas nas escolas o que faz com que eles deixem de cuidar da sua saúde e do seu bem-estar pessoal.

Partindo desse pressuposto, é de suma importância que os professores tomem conhecimento sobre as causas estressoras para que assim possam prevenir ou minimizar essas causas impedindo que o stress chegue a seu grau mais elevado ou se torne a síndrome de burnout. 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BENEVIDES; PEREIRA (2002). Professores no Limite. Disponível em: http://www.feteesul.org.br/pdf/Professores_no_limite.pdf. Acesso em 17 de abril de 2014.

CARDOSO; ARAÚJO; RAMOS & GONÇALVES (2002). Stress E Bem-Estar Na Profissão Docente.Disponível em:http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/808/1/16568_Tese_Stress_e_Bem-Estar.pdf. Acesso em 01 de maio de 2014.

COOPER (2001). Sindrome de Burnout o Esgotamento Profissional Ameaçando o Bem-Estar dos Professores. Disponível em: http://tede.unoeste.br/tede/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=195. Acesso em 28 de abril de 2014.

GUGLIELMI & TATROW(1998).A síndrome de Burnout e o trabalho docente.Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-73722002000100005&script=sci_arttext. Acesso em 01 de maio de 2014. 

HINDLE (1998); LIPP (2003).Dimensões Do Estresse Na Carreira Docente De Professores Do Ensino Fundamental. Disponível em: http://www.fazu.br/ojs/index.php/fazuemrevista/article/viewFile/30/24. Acesso em 25 de abril de 2014.

LIPP (1999).Professores no Limite. Disponível em: http://www.feteesul.org.br/pdf/Professores_no_limite.pdf. Acesso em 17 de abril de 2014. 

LIPP (2002).Stress: Fator Influente na Qualidade de Vida dos Professores do Ensino Fundamental.Disponível em :http://www.ismabrasil.com.br/trabalho/17. acesso em 25 de abril de 2014.

SANTOS; LIMA FILHO (2005); MELEIRO(2002). Estresse E Burnout Em Professores. Disponível em: http://200.17.141.110/periodicos/revista_forum_identidades/revistas/ARQ_FORUM_IND_3/SESSAO_L_FORUM_Pg_75_83.pdf. Acesso em 25 de abril de 2014. 

SINPRO-RIO. Burnout em Professores. Disponível em: http://www.saudedoprofessor.com.br/Burnout/Arquivos/cartilha.pdf. Acesso em 30 de abril de 2014.