ESTAMOS COLHENDO OS FRUTOS DO MUNDO VIRTUAL!

Professor Me. Ciro José Toaldo

 

            Vivemos no ápice do ‘ciberespaço’, ou seja, dos espaços das comunicações por redes de sofisticados computadores, não importa o tamanho, minúsculos celulares são mais potentes que enormes computadores de mesa! Toda essa sofisticação trouxe inovações, especialmente na forma de nos comunicar com as pessoas. Lembro-me de trinta anos atrás, quando chegava ao Mato Grosso do Sul, para falar com meus familiares em Santa Catarina, era complicado, como não dispunha de telefone fixo em casa, liga a cobrar para meus pais de um orelhão, disponível próximo a via pública.

Quanta mudança em apenas três décadas. Quanto avanço na tecnologia também me leva a recordar do final da graduação em História, em 1990, na FUOC (de Joaçaba, SC), hoje UNOESC, onde a monografia foi datilografada. Essa evolução e seu arsenal tecnológico trouxeram surpreendentes inovações, seja no campo da educação, como da produção industrial, além de um revigoramento nas telecomunicações. Todo esse aperfeiçoamento, nunca antes verificado na história da humanidade (digamos, mais de cinco mil anos), deveria ser refletido.

Um dos primeiros quesitos é sempre se lembrar da importância da vida real, pois ela oportuniza encantos e desfrute, não possíveis no mundo virtual. A agitação humana, advinda de um turbilhão de informações, lançadas por segundo vindas da chamada vida hodierna, infelizmente tem atrapalhado as pessoas para ver, sentir e deleitar-se junto das maravilhavas da existência real.

Calma lá! Não se trata em ser retrógado, nem ter posição contraria ao avanço tecnológico. Não há como conter o progresso do mundo virtual. Mas, colhemos os frutos, sejam positivos ou negativos, deste mundo, aonde muitas vezes perdemos a dimensão do ‘real’ e se transformamos numa espécie de robô. A grande questão é: quando acima do ser humano se coloca o celular, por exemplo, caímos numa aberração. Algum tempo, recebi um pequeno vídeo onde um restaurante, propôs quem colocasse seu celular numa espécie de cofre, não fazendo seu uso, ganharia desconto.  Fantástica atitude, pois estimula o diálogo, dentro do mundo real.

            A tecnologia virtual não deve ser desconectada do mundo real. Talvez seja na escola e na família, onde se percebe quanto crianças e jovens estão esquecendo-se do mundo real. Tenho a impressão que muitos frutos ‘negativos’ advindos desta obcecação de se estar ‘conectado’, leva muitos a se transpor para um mundo que é mera ilusão.

Confesso que atualmente, na profissão que exerço, não é mais a ‘bagunça’ ou outras peraltices de alunos em sala de aula que tiram minha tranquilidade, mas, o uso equivocado de celulares em sala, utilizados de forma aleatória, sem o fim pedagógico. Obviamente que tal confissão, daria muita discussão, mas o diálogo, boa convivência e a dimensão que fazemos parte de um mundo real, jamais deveriam ser deixados de lado.  

Caros amigos leitores – o mundo colhe o que planta! Não se trata de menosprezar o ‘ciberespaço’, apenas lembrar: desde o mundo antigo, busca-se o equilíbrio, na atualmente ele se encontra entre o mundo real e mundo virtual. O extremismo e radicalismo sempre serão prejudiciais!

 Pense nisso e até o próximo!