ESTÁ FALTANDO A PONTE

Quando e porque não andam juntos - mas mantém a conexão que será um dos inevitáveis alvos de pautas extensas e desgastantes na busca incansável do ser. Não descarta - se a possibilidade de confrontos desnecessários entre o eu e os interventores, por vezes usados como desculpas pelas equivocadas decisões diárias de um cardápio indigesto. Inevitável  depressão aos desavisados que deixam de lado a armadura que reveste. O escudo que afasta.  O elmo que esconde! Perfil que grita por socorro! O que até então era alegria e vida, permite espaço para tristeza e dor. O ser desafiador, envolto pelo breu da insegurança. O intenso brilho da liderança ofuscado pela dúvida. O respingar de consequências com as quais aprendemos a lidar, porém deixamos de aplicar quando mais necessitamos deste aprendizado inerente. Não estamos deixando  de lado as boas obras. Tampouco nos afastando dos ensinamentos. Por vezes, passamos por um vale de letargia. Nos deixamos envolver, inconscientemente pelo engodo sútil e ardiloso no  que, de repente, ganha espaço em uma luta desigual! A sentença de provações independe da nossa vontade. Os sentidos tornam reais os fatores que absorvem o produto mantido nas profundezas do âmago. As semelhanças próximas passam a serem uma constância provando ao qual que esse quadro não é exclusividade. O olhar de águia encontra pares de uma situação de difícil compreensão. A falta de atividades que envolva tempo com qualidade enfraquece o intento. O braço forte enfraquecido permanece caído, sem fomento capaz de levantá-lo. O olhar baixo, sem brilho, sem vida, é reflexo da resposta dura que cala profundamente. Estereótipos daquele que parece já não ter mais saída. A infame dor que se aloja. O algoz momento que é nosso. Somente nosso. Não que a ajuda não seja necessária. Não que estejamos bem a ponto de desprezar apoio. O ombro amigo é sempre bem vindo. O aperto de mãos, o olho no olho, o abraço apertado… precisamos sim! Necessitamos com urgência de uma palavra de orientação, de um mimo. Mas, onde? Onde encontrar, se não tudo, pelo menos parte disso? O mundo, de repente parece ter se tornado sem graça. As pessoas distanciadas pela mesma razão, creio que, por orgulho. Sentimento gerador de verdadeiras metamorfoses em nossa efêmera existência. Eis que é chegado o momento único e intransferível. Será a colheita? Independente das razões pelas quais nos encontramos neste quadro de uma luta solo, onde família conta com Deus, e somente com Deus. Parece inexistente um nome de rua, um número onde poderíamos encontrar a possibilidade de renovo. A existência de uma casa de apoio onde haja entendimento, e sabedoria para se colocar no lugar do outro. Está faltando a ponte… famílias sofrendo com a ausência de suporte que nos devolva a energia, que restaure nossa saúde mental, e que permita nos reencontrarmos com a alegria. Estar doente e ter do seu médico um tempo para recuperação é fato em se tratando de patologias do corpo. Um órgão doente, um osso fraturado uma unha encravada, um pós cirúrgico geralmente são acompanhados por um tempo necessário para a recuperação. Agora, estar com os sentimentos emaranhados no seu interior é colocar-se diante do inimigo oculto. Tratar de assuntos relacionados ao mais profundo do ser é, sem dúvida ir de encontro ao desconhecido sabendo que para esse inimigo, o tempo não nos pertence. Caberá sabedoria e serenidade. É comum ouvirmos de quem tem discernimento pérolas únicas como: “quero minha vida de volta!” Nestas horas o sentimento mais nobre titubeia e chora. Impotente diante da inércia, calamos por pura ausência de conhecimento.  Bom seria se de repente você venha perceber que, “Está faltando a Ponte”.

José R. Berton 

    Jornalista