Percebe-se nos últimos anos que as pessoas têm falado muito em espiritualidade, mas percebe-se, também, que muitas não tem claro o que é espiritualidade e apesar de se dizerem espiritualizadas, vê-se que estão longe de serem um ser espiritualizado. Na realidade, falam do desejo de um ego idealizado, pois aquele que é espiritualizado, não precisa anunciar que é, pois as pessoas veem.

Falar de espiritualidade pode parecer simples, mas é algo complexo e por isso, ao resolver falar sobre este assunto, busquei o conhecimento de pessoas que respeito e dominam esse tema.

No entendimento de Leonardo Boff, o ser humano é brindado de profundidade, sendo esta a sua dimensão espiritual. O espírito é o ser humano por inteiro e, por meio dele, o humano tem a capacidade de ir além das aparências do que vemos, ouvimos, pensamos e amamos, permitindo que vejamos o lado mais profundo das coisas, em que o espírito capta os símbolos e as metáforas de uma outra realidade existente nelas, convidando-nos a conhecer sua profundidade, remetendo-nos a outras dimensões.

Para este autor, “a espiritualidade é o cultivo daquilo que é próprio do espírito, que é a sua capacidade de projetar visões unificadoras de relacionar tudo com tudo, de ligar e re-ligar todas as coisas entre si e com a fonte originária de todo ser. É toda atitude e atividade que favorece a expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a novos conhecimentos”.

Dalai-Lama definiu espiritualidade como tudo aquilo que produz no ser humano uma mudança interior.

Para o Padre Fábio de Mello, espiritualidade é a expressão da fé através do comportamento.

Esses três autores mostram-nos que a espiritualidade nos leva a contatar com o nosso “eu” mais profundo, com o divino que existe dentro de nós. A partir dessa experiência é que encontraremos a paz, a serenidade, a tranquilidade que nos ajudará a ter um olhar diferenciado para as pessoas e situações, fazendo com que nos tornemos mais tolerantes, complacentes, pacienciosos, ajudando-nos a aceitar e lidar com as diferenças.

A espiritualidade é algo a ser trabalhado até nossa finitude, pois enquanto humanos, temos dificuldade de abrir mão das coisas, dos valores e dos conceitos da vida mundana. Daí as interrogações que surgem quando alguém nos diz que é um ser espiritualizado, pois ao verbalizar isso, mostra não ter clareza sobre o que é espiritualidade.

Espiritualidade não pode ser vinculada à religiosidade. A espiritualidade é transcender, é aprofundar, compreender o significado das coisas em nossa vida e ver que não se tratam apenas de coisas, mas que são mensagens, são símbolos, são resgates de um arquétipo profundo que nos permite, não só compreender a realidade, mas senti-la, que nos leva a pensar não apenas com a cabeça, mas com o corpo, que nos ensina a enxergar e a escutar com os olhos e ouvidos da mente, contribuindo, assim, para o nosso crescimento enquanto ser.  Ao passo, que a religiosidade está vinculada aos ritos, celebrações, símbolos e doutrinas de uma determinada religião. Para Jung, o que caracteriza a religiosidade é a atitude particular de uma consciência transformada pela experiência do numinoso.

Referências:

https://leonardoboff.wordpress.com/.../a-dimensao-do-profundo-o-espirito-e-a-espirit. Consultado em 1.05.2018 às 13h.

http://www.jb.com.br › Notícias. Consultado em 1.05.2018 às 13h15m,

http://espiritualidadenosnegocios.com.br/.../nao-confunda-espiritualidade-com-religiao- Consultado em 1.05.2018 às 13h30m.

http://www.revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/%20revistapsico/%20article/.../1433/1126. Consultado em 1.05.2018 às 14h05m.