Sabe-se, desde priscas eras que Deus: a Inteligência Suprema do Universo, proclama de Si mesmo:

“Eu Sou o que Sou”!

Na contrapartida, e, como filhos d’Ele, diríamos que:

“Somos o que Somos”:

Um Espírito imortal proveniente, até onde aqui abordado, da imensa fieira dos reinos mineral, vegetal, animal, reinos inferiores da criação, e, enfim, dos mais profundos “mistérios” que envolvem a criação em Deus (Vide, por exemplo, nosso 21º. e.Book: “Evolução: Jornadas do Espírito”.

E o fato é que pesquisadores da Metapsíquica, como, por exemplo, o sábio Gustave Geley, redefiniram tal Ser psicológico humano como um ‘dinamopsiquismo’ essencial; e a Parapsicologia de Joseph B. Rhine o substituíra por um componente ‘extra-físico’, reafirmando, portanto, que a Mente não pertence ao domínio das coisas físicas, mas sim, das não-físicas, e, portanto: Espirituais.

De tal forma que: o Espírito humano é, nada mais nada menos, que um Psiquismo dinâmico de natureza metafísica ou espirítico-imortal que, indubitavelmente, desconhecemo-lo em sua mais pura essência, sua natureza, de fato: Espiritual. Conquanto Ele mesmo, ou seja: o Espírito, em pessoa, esteja a nos expressar: intelectualmente e moralmente no Mundo a que pertencemos: como Homem e como Ser componente de uma sociedade universal.

Na verdade trata-se de um paradoxo!

E isto pelo fato de que:

-Nós não conhecemos o Espírito, mas, paradoxalmente, somos o Espírito, dele fazemos parte, fazemos uso, ou, noutros temos: o empregamos como meio de vida, de saber e de aquisições outras de nossas experiências mesmas, desde tempos remotíssimos de nossa presença no Mundo.

-É por meio do Espírito, pois, que eu conheço; mas, definitivamente, eu não me conheço;

-É com ele, pois, que Eu sei; mas, de mim mesmo, nada sei.

Essencialmente, pois, nada sabemos do Espírito; do que, intimamente, e, substancialmente, ele se constitui.

-Como e porque o Espírito fora gerado?

-De onde e do que Ele procedera e para onde está sendo levado?

Contudo, é Nele mesmo, e, com Ele mesmo, que aprendemos; que operamos; trabalhamos; diuturnamente experienciamos e, portanto, por um longo e dilatado período: nós lhe vivenciamos ou, por Ele, somos vivenciados ou vivificados. É n’Ele mesmo conquanto, é por meio d’Ele, portanto, e, é com Ele mesmo, entretanto, que laboramos, pensamos, evoluímos, tomamos atitudes aprováveis umas e condenáveis outras, boas ou más.

Ou seja:

Fazemos tudo quanto fazemos sem atinarmos para o fato de que não sabemos o que Ele é: de que tudo, ou quase tudo, desse tal de Espírito ignoramos, se mostrando, pois, como a maior das incógnitas do nosso saber que, em suma, não sabe, mas que, um dia, para a nossa esperança, saberá.

Com efeito, não se pode negar que o Homem tem toda uma gama de progressos por fazer, do universo de Si mesmo e do seu exterior, de tudo quanto lhe toca, pois, interiormente e exteriormente, nos mais diversos Mundos, Sistemas estelares do espaço cósmico sideral, ou melhor: multidimensional.

Assim, repiso que: quase nada sabemos do Espírito, de sua natureza mais íntima, essencial. Mas sabemos com ele trabalhar, experienciar, desfrutar.

Ora, não se tem como compreender o Espírito nos seus mais diversos graus de progresso, de expansibilidade evolutiva no imenso e complexo terreno quântico, mineral, da vida vegetal e animal. Não se tem como defini-lo em tudo que se nos patenteia na natureza, repleta de tantas incógnitas, de tantas belezas, de cores diversificadas em matizes e tons estonteantes, deixando-nos, pois, boquiabertos perante o espetáculo da criação, de algo que, no estado exterior, expressa seu estado interior, que se reflete na forma, ou seja, na entidade física da coisa notadamente metafísica.

E chego mesmo a frisar que: tal Princípio Anímico é, de fato, uma incógnita metafísica que não se tem como definir e entender, mas que, entretanto, e, paradoxalmente, se define e se expressa em nós mesmos, na natureza das coisas físicas, inorgânicas e biológicas, pois que: de tais coisas se veste, se desveste e se reveste; se compõe, se decompõe e se recompõe; se organiza, se desorganiza e se reorganiza, e, por tal constante palingenésica, já vivera outrora, revive ainda agora e se fará reviver noutro tempo, no acolá da imensa trajetória físico-espiritual.

De um ponto de vista filosófico-científico, pois, ficamos com a certeza de que somos ainda incompletos, de que muito ainda precisamos laborar e conhecer para podermos conhecer a nós próprios, nossa intimidade psíquica e espiritual.

Em resumo:

Somos Espíritos imortais, mas que, do mesmo, presentemente, e, paradoxalmente, pouco ou quase nada sabemos. A não ser, é claro, por intermédio de nós mesmos, nosso labor, nosso saber que tão pouco sabe, pois que nem mesmo se conhece, conquanto nele mesmo se reflita, se estabeleça, se ajusta e se reajusta como puder, ou, como pode e deve, segundo Normas da Lei, se ajustar.

Assim, esgotados todos os nossos recursos perquiridores, pode-se afirmar, numa sentença filosófica extremada, que:

“O Espírito é o Existir”!

Quando, então, em face dos paradoxos de nós mesmos, nada temos mais a fazer senão encerrar mais um modesto texto de nossa autoria.

Fernando Rosemberg Patrocínio

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