RESUMO 

A escola precisa valorizar a Educação Ambiental. Não basta ter legislação e empenho do Ministério do Meio Ambiente, caso professor e o aluno não sejam estimulados. Os dados apresentados neste artigo deixam claro o recuo das escolas brasileiras, elas nem do seu lixo estão conseguindo dar o destino correto. Entretanto, a mudança de postura metodológica é a esperança e avanço em relação ao meio ambiente, mediante o foco reflexivo, dialogal e critico. Desde a Rio 92, o Brasil colocou-se na busca de mudanças, mas os ditames do capitalismo consumista são mais fortes. Em que pese o protagonismo dado pela Constituição de 1988 em relação às questões ambientais, passadas pelo LDB, PCN e Programa Nacional de Educação Ambiental – PRONEA há que se preparar o professor para ter uma formação, na verdade deve haver como afirma Layrargues (2012), a profissionalização do educador em relação a Educação Ambiental para que ela seja solidificada e, assim se tenha, um verdadeiro agente de transformação.

INTRODUÇÃO

          Na Cúpula da Terra, uma Conferência que se realizou na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, quando Fernando Collor estava no poder, o Brasil sediou este importante encontro, onde também ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Vários chefes de estados debateram sobre as questões ambientais e firmaram compromissos importantes.  

          Não foi apenas para o Brasil que esta Conferência tornou-se um marco, mas para o mundo, pois ocorreu um avanço nas causas ambientais. Pode ser citada, como uma das consequências deste encontro, a intensificação da educação ambiental junto às escolas. Mas, especificamente no Brasil, anfitrião da Eco-92, o meio ambiente continua um desafio, pois existe a necessidade de não apenas intensificar as questões pedagógicas nas escolas para se  construir uma sociedade sustentável, mas sobretudo, como afirma  BRANDÃO (2005), fazer com que as pessoas se comprometam com o meio ambiente para mudar os rumos, tanto do Brasil como do mundo.   

          São inúmeras as cidades brasileiras que ainda possuem lixões a céu aberto, vivemos em um grau de pobreza elevado que levam esta população ocupar encostas, áreas de reserva obrigatória de rios e mananciais que demonstram que após tanto tempo da realização da Rio 92 o Brasil não avançou. Concomitante as questões da falta de conscientização, deve-se argumentar sobre a profissionalização do educador ambiental, também um grande problema apresentado pelo professor LAYRARGUES (2012) que argumenta que não há um currículo mínimo para formação de este profissional ser reconhecido como educador ambiental.  

          Pelas considerações do professor LAYRARGUES (2012), faz-se necessário que a profissionalização do educador ambiental brasileiro, seja algo de revisão dos órgãos competentes para que as escolas tenham uma educação de qualidade no aspecto ambiental, uma vez que os educandários podem contribuir para a conscientização de seus alunos nas questões ambientais.

          O avanço relacionado com a Educação Ambiental, tendo a escola como foco central, fundamenta-se na própria legislação nacional, pois desde a Constituição de 1988, no artigo 225, trata especificamente sobre o meio ambiente; quanto a educação, a Lei de Diretrizes e Base Nacional, Lei 9394, apresenta objetivos e princípios relacionados à Educação Ambiental. Também não se pode esquecer que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), de 1997, trouxeram importantes elementos focados na temática ambiental.

          A Educação Ambiental vem sendo enfatizada, tanto pelos organismos públicos, quanto os particulares, pois o interesse pelo equilíbrio entre ser humano e natureza é vital para a perpetuação de todas as espécies.  Ressalta-se que o Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA (2005) de iniciativa pública, trouxe importantes princípios, diretrizes para as ações no âmbito nacional em torno das questões ambientais para não ficar apenas na teoria, mas tornem-se ações práticas. Sair do mero discurso, muitas vezes de ‘palanque politico’ (neste sentido, no Brasil, há recuo), para o avanço da prática nas questões ambientais requer força e ganho do cenário político, mas com foco consciente e crítico. Quem sabe a Educação Ambiental não se torne uma disciplina de cunho obrigatório em nosso país!

          O fundamental é que não apenas as escolas sejam levadas a refletir a respeito dos avanços e dos recuos relacionados com a educação ambiental, mas os organismos constituídos e a sociedade como um todo. Afinal de contas estamos inseridos em uma sociedade que requer mudanças e a escola tem papel primordial neste contexto.

          O sociólogo Pedrinho Guareschi (2004), ao escrever sobre os aparelhos ideológicos, tratou a escola como um dos principais meios para a transformação social e, por consequência poderá mudar também a visão ambiental de seus cidadãos. Recentemente o MEC acenou para a questão da cultura de risco que vivemos, especialmente no campo da educação ambiental. O professor e todos os comprometidos com a mudança (avanço) devem ser motivados para a conscientização, preservação e criticidade em relação à educação ambiental que deve ser debatida e refletida nas salas de aula.

          Urge o empenho para se refletir até que ponto a imposição da cultura pautada na ganância de um capital que coroe o ser humano, e acaba destruindo seu habitat deve continuar fazendo parte do cotidiano. As pessoas não são levadas ter uma visão crítica, este é o grande elemento da escola, fazer com que seus alunos compreendam e vivenciem a cidadania em relação ao meio ambiente.

          Este é o grande desafio para as escolas, mas caso seja superado, trará grandes avanços. Obviamente que há fatores históricos contrários à mudança de postura ligada ao meio ambiente, principalmente quanto ao consumismo latente, mas com o esforço, dedicação, empenho e formação dos profissionais a Educação Ambiental será um suporte importantíssimo para a sustentabilidade e equilíbrio entre o ser humano e a natureza.