ESCOLA E FAMÍLIA UMA PARCERIA POSSÍVEL

                                                                                                                                                                                                                                                                                SILVA, Cecilia Coutinho.

                                                                                                  SANTOS, Maria Daiane Teles dos.                                                                                                

RESUMO: Este trabalho artigo busca conscientizar as famílias e a escola sobre a importância de uma parceria entre as duas instituições mais serias de toda a sociedade, pois é nelas que se formam todos os princípios e preceitos educacionais, uma vez que uma é responsável pela construção dos conhecimentos adquiridos ao longo da vida informal e a outra é a principal responsável pela construção de conhecimentos formais e científicos, qualificando os mesmos para o mercado de trabalho e acima de tudo, busca o entendimento de um termo que traga uma união entre a família e a sociedade. Busca compreender o porquê dos alunos estarem desistindo dos estudos, busca mostrar a interação entre escola e família para que possa dessa forma mostrar aos educadores que ainda não fazem este acompanhamento uma possível mudança com relação a seus pontos de vista em relação às politicas educacionais aplicadas em sala de aula e as suas praticas pedagógicas e suas avaliações que muitas vezes podem ser rígidas demais somente por que desconhecem a realidade dos alunos. E por fim, busca mostrar um ponto de vista mais amplo da cooperação entre a família e a escola para que juntos possam formar cidadãos pensantes e críticos, mostrando a todos que é possível transformar a sociedade em que vivemos através da educação.

Palavras-chave: Cooperação; Educação; Família; Parceria.

 

ABSTRACT: This monographic work seeks to raise awareness among families and the school about the importance of a partnership between the two most serious institutions of the whole society, since it is in them that all the educational principles and precepts are formed, since one is responsible for building the Knowledge acquired during the informal life and the other is the main responsible for the construction of formal and scientific knowledge, qualifying them for the labor market and, above all, seeks the understanding of a term that brings a union between the family and the society. It seeks to understand why the students are giving up their studies, seeks to show the interaction between school and family so that it can in this way show educators who do not follow this possible change in relation to their points of view regarding the applied educational policies In the classroom and their pedagogical practices and assessments that can often be too rigid only because they are unaware of the students' reality. And finally, it seeks to show a broader view of the cooperation between the family and the school so that together they can form thinking and critical citizens, showing everyone that it is possible to transform the society in which we live through education.

Keywords: Cooperation; Education; Family; Partnership.

1 INTRODUÇÃO

              Falar de cooperação entre família e escola é algo complicado e temos vários pontos de vista a levar em consideração. Primeiro por que família e escola são dois ambientes que deviam se completar, porém o que vemos nem sempre é isso, mas sim, um diferente do outro. É de conhecimento de qualquer pessoa que a “Educação é direito de todos, dever da Família, do estado e da sociedade” (LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996). É em casa que se constrói o conhecimento e o caráter de um ser humano, e na escola, apenas se molda conhecimentos.

              Quando frequentamos uma escola da rede Pública ou privada, temos a certeza de que esta parceria é cada dia mais necessária e muitas vezes, ela não acontece. Pode-se ver em algumas comunidades, que a cada dia que se passam, algumas famílias mandam seus filhos para a escola com o simples propósito de fazer com que eles sejam alguém na vida, mas o que vemos em outros casos, é que famílias estão enviando seus filhos pra escola apenas para não perder um Benefício da Bolsa Família ou até mesmo da Bolsa Jovem.

              Se fizermos um pequeno paralelo entre a educação familiar e as educações escolares verão que em algum momento houve uma disparidade de princípios, por que o que mais se vê hoje são famílias desestruturadas e incapazes de sustentar princípios educacionais eficazes para que seus filhos possam viver a plenitude de uma educação de maior qualidade e como dizia Souza (2000), “o amor incondicional que a criança recebe de seus pais é o que vai construir a base para uma autoestima positiva”.

            E é com este intuito que este trabalho está sendo lançado, para que pessoas futuramente possam dar uma olhada nele e fazer uma reflexão sobre como se deve agir em relação à educação de seus filhos e seu convívio com a escola. O principal objetivo deste trabalho é a busca por uma parceria entre a família e a escola, visando melhorar a qualidade da educação, que hoje temos e assim transformarmos na educação que tanto queremos.

            Entende-se que é necessário que a família possa dar testemunho da eficácia da escola na vida de jovens e adolescentes, a fim de fazer um paralelo entre o que se pode ter quando se tem uma educação de qualidade e o que não se tem quando a educação é precária.

            Porém infelizmente, enquanto os responsáveis pela família não unirem forças com a escola, continuaremos na mesma. As leis estão ai para serem cumpridas, e sabemos que a educação é dever não só da escola.

              Vygotsky, (1960) já afirmava que a criança aprende melhor quando se relaciona com outras pessoas ou quando o contato é direto com outras crianças. O mesmo acontece quando a família é presente na escola. A criança é capaz de se desenvolver em plenitude partindo dos exemplos de seus pais. E o que um pai pode cobrar de um filho que vá a escola, se ele mesmo não o faz, se ele mesmo nem se quer aparece nas reuniões de pais e mestres?

              Se o pai fosse presente, estas pequenas coisas jamais aconteceriam, pois próprio pai estaria a par da situação. E este seria o papel correto da família para com os membros da escola. Hoje vemos que a parceria escola – família, não é só mais uma parceria que deve ficar somente no papel, mas uma parceria possível e precisa, uma vez que diante deste mundo tão caótico, querendo ou não, os alunos serão nosso futuro, e nosso futuro estará nas mãos deles.

  Se Pararmos para ver todas as situações decorrentes da contribuição da família, para o crescimento da comunidade, veremos que cada dia está caminhando para uma decadência em termos de profissionais pouco qualificados que ocupam os mais diversos cargos na sociedade e que hoje, estão diretamente ligados ao nosso presente e estarão sendo atores atuantes na construção de nosso futuro.

  Na atualidade, de ante de tantos debates existentes em torno dessa temática, poderíamos utilizar como base para iniciarmos uma aproximação definitiva da família com a escola, uma mobilização geral de diversas maneiras, tais como: debates em sala de aula para conscientizar pais e alunos sobre a importância da família na escola; Encontros mensais com a família na escola, para o fortalecimento de parcerias fundamentais no desenvolvimento da comunidade; A participação da família no desenvolvimento de politicas educacionais e na construção de projetos sociais, a serem desenvolvidos pelos alunos. Estas seriam por assim dizer uma forma de envolver mais e mais a comunidade no processo de ensino-aprendizagem.

2A PARCERIA DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NO CONTEXTO SOCIAL E HISTÓRICO

2.1 O QUE DIZ A LEI SOBRE AS OBRIGAÇÕES DA FAMÍLIA E DA SOCIEDADE PARA CONTRIBUÍREM COM A EDUCAÇÃO

    Como sabemos, a família e a escola precisam estar em harmonia uma com a outra, e precisam acima de tudo compreender que ambas tem um só objetivo, o de Educar cada dia mais os seus filhos, tornando – os cidadãos pensantes nesta sociedade em que vivemos.

              E quando olhamos mais atentamente, vemos que a Educação é um dos direitos universais do ser humano, vemos que a escola, assim como a sociedade e a família tem o dever de educar o aluno para a vida, preparando os mesmos para o mercado de trabalho e para a vida.

 

“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. (LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, Art. 1).

 

              Esta parte da Lei deve ser levada um pouco mais a serio e ser estudada com muito afinco, pois quando nos referimos à família como a principal protagonista do desenvolvimento na aprendizagem das crianças, percebemos que cada aluno age de uma forma diferente, quando percebe o empenho da família para com a sua educação. 

  Visto isso, a escola também se sente mais a vontade quando percebe que a família é de vital importância quando se vê amparada diante de situações que necessitem do apoio da família e assim, consegue amenizar muitas situações adversas que surgem no dia-a-dia.

              Sendo assim, as decisões passam a ser tomadas não apenas pela escola, mas sim também pela família, e isso tem ajudado muito quando no desenvolvimento da educação e de suas habilidades.  E assim como está previsto na Lei, a educação é um processo gradativo que se modifica de acordo com a realidade educacional de cada membro da sociedade, que busque uma educação de qualidade para seus filhos. A Lei diz que:

 

“A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, Art. 2).

 

              Se levarmos em consideração ao que está na Lei, podemos ver que a família tem um papel principal na educação e na construção do conhecimento de seus filhos, no entanto, isto está se tornando cada dia mais complicado de manter, pois a família tende a favorecer o processo de aprendizagem.

  Porem nem sempre foi assim, pois anteriormente, a educação era tido como privilegio de bem poucas pessoas, pois nem todas as pessoas tinham esse direito, até mesmo pela condição social de algumas pessoas e mesmo tendo seus direitos garantidos em Lei, isto só foi possível, diante de muita luta e de muitos problemas enfrentados no decorrer da historia. Apenas as pessoas de classes baixas não tem esse direito e eram discriminados e barrados apenas por não ter condições de ter uma educação formal de qualidade.

              Podemos afirmar então que a família é o primeiro grupo social que possibilita o desenvolvimento de uma criança e seu pleno desenvolvimento, pois é no meio familiar que a criança encontra afeto, carinho, aprende sobre princípios e valores como: respeito, cultura, ética e cidadania.

  É de extrema importância, que os membros da família consigam preparar seus filhos para a educação formal, ou seja, para a escolar. É através dos pais que surgem as responsabilidades pela educação dos filhos, por isso é de extrema importante a integração da família no ambiente escolar.

  Só que este conceito de família, mudou muito nos últimos anos e não há mais um padrão familiar, mas sim uma variedade de padrão familiar, com identidade própria em constante desenvolvimento.

  Só que independente dessa mudança a família continua sendo o primeiro local de aprendizado, pois é através da família que acontece os primeiros contatos sociais e as primeiras experiências educacionais.

  É como afirmava Braghirolli quando dizia que as atitudes são aprendidas. Desde muito cedo na infância sob a influência da família, elas vão sendo formadas.

  Neste caso podemos dizer que a escola hoje tem um papel social maior e mais complexo que a família, principalmente com a implantação de projetos como o novo mais educação, ou até mesmo a escola de tempo integral, que tem por objetivo deixar o aluno dentro da escola por mais tempo e transformando a escola numa extensão de sua casa. Mas e ai? Será que a família fica isenta de alguma de suas obrigações?

2.2 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA

    Respondendo em primeira instancia sobre se a família está isenta de suas obrigações, podemos afirmar que não, pois sem o apoio da família, a escola não ira conseguir jamais desenvolver estes projetos, muito embora a escola proporcione o projeto novo mais educação, que tem como principal objetivo uma educação mais qualitativa, podemos afirmar que sem o empenho e o envolvimento da família, não há a mínima condição de conseguir desenvolver seu trabalho.

    Se fizermos uma comparação entre a escola e a família, veremos que assim como outras instituições, elas vêm passando por profundas transformações ao longo da história. Estas mudanças acabam por interferir na estrutura familiar e na dinâmica escolar dos alunos, de forma que a família, em vista das circunstâncias, entre elas o fato de as mães e pais ou responsáveis terem de trabalhar para ajudar no sustento da casa, tem transferido para a escola algumas tarefas educativas que deveriam ser suas e isso só acontece, pela falta de recursos dos pais ou responsáveis.

    Pode-se Perceber que mesmo em alguns casos em que a família é um pouco distante da escola, ela está diretamente ligada as atitudes comportamentais da criança. Na maioria das vezes, a criança influenciam as crianças para que sigam seus princípios e seus exemplos em relação a algumas questões e esta influência que os pais exercem sobre seus filhos é inconsciente, pois não tem consciência de que seus comportamentos, e sua maneira de ser e de falar, de tratar as pessoas, de enxergar o mundo,  tem  enorme influência sobre o desenvolvimento do seu filho.

    No entanto, podemos perceber com base nas palavras de Visca; “A aprendizagem do sujeito acontece todo o tempo e o tempo todo, segundo Visca (1999)”. As crianças conseguem dar um novo passo no esquema evolutivo da aprendizagem e começa a fazer aprendizagens ligadas às diferentes visões do mundo e aos valores éticos, sociais e culturais.

    Esta aprendizagem tem continuidade na instituição escola, onde o sujeito interliga toda sua bagagem cultural de aprendizagem adquirida, vivenciada e mediada do seu meio e é complementa quando é transformada em conhecimento.

    Qualquer projeto educacional depende da participação familiar; em alguns casos do incentivo, em outros de uma participação efetiva no aprendizado como pesquisar, debater, orientar e valorizar a preocupação que o filho traz da escola.

    Como sabemos, a escolar é o segundo lugar onde são oferecidos todos os conceitos educacionais, culturais e formativos para o cidadão que busca se preparar para o mercado de trabalho e que no ambiente escolar são transmitidos valores que são indispensáveis na vida das crianças, jovens ou adultos que buscam uma vida digna, preparando assim todos os estudantes para que no futuro possam se tornar cidadãos aptos para exercer seu papel na sociedade, seja ele qual for.

    Na escola, toda a equipe Pedagógica enfatiza e prioriza uma educação preparando todos os alunos para uma melhor qualificação do ensino e do aprendizado. Só que um ambiente escolar transformador é aquele em que o individuo está sujeito a oportunidades de aprendizagem o tempo todo e a todo o tempo.

      Um ambiente escolar deve ser planejado, organizado e preparado para que ocorram todas as práticas educativas e toda a família precisa estar engajada neste ambiente.

    Assim, é correto afirmar então que são de grande importância a participação e a colaboração da família no ambiente escolar, pois quando acontece essa integração o professor participa diretamente da vida do educando, conhecendo e percebendo melhor todas as qualidades e as dificuldades específicas do mesmo, facilitando assim que o educador elabore aulas mais atrativas, que avalie de forma ampla sua praticas pedagógica, possibilitando assim, a promoção e o desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem do aluno.

    Façamos então uma reflexão mais ampla sobre o quanto a educação e os costumes transmitidos pela família, influenciam, não apenas no aprendizado, mas também na conduta e no comportamento apresentado pelo indivíduo em qualquer local, independente da presença de familiares, Ou seja, quando o aluno acostuma-se com uma prática em casa, ele é capaz de realizar tarefas, fazer discursos, ler em voz alta ou até mesmo produzir belíssimos trabalhos seja na escrita ou em forma de desenho. E isso muitas vezes só é possível graças à confiança que a criança desenvolve com as pessoas da família, o que nos faz entender e fortalece o que se vem sendo falado, de que a presença da família, faz a diferença na vida escolar da maioria das pessoas.

    Na escola não é diferente também, é nela que o aluno apresenta ou não os costumes e hábitos aprendidos e vivenciados no ambiente familiar, pois sabemos que o acompanhamento e a relação desenvolvida em família são indispensáveis para que o aluno se insira no ambiente escolar sem maiores problemas.

    Tiba (1996, p.178) dizia que “É dentro de casa ou na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para, num futuro próximo, ter saúde social...”. Assim podemos dizer que embora a família não seja assim tão presente na vida escolar dos filhos, os resultados que se esperam alcançar desta parceria entre família e escola é a integração, é uma parceria de verdade, pois unindo a escola e a família onde todos os aspectos que envolvam a situação do aprender; como o amor, respeito ao próximo, a colaboração e a troca de sentimentos e afeto, possibilita verdadeiramente uma educação de qualidade, tornando-a viável de maneira extremamente positiva e o desenvolvimento do sujeito quanto ao processo de ensino aprendizagem, melhorando de maneira qualitativa e significativa sua situação escolar, quanto sua autoestima, integração social e familiar.

    No entanto vemos muitas famílias que não participam efetivamente do cotidiano escolar dos filhos e, consequentemente, influenciam negativamente no desenvolvimento do aluno em sala de aula. Neste caso, faz-se necessário um exame de consciência da família para com a educação de seus filhos, pois como é que a família irá cobrar dos filhos que se interessem pela escola, se eles mesmos são ausentes e não se fazem presentes na vida escolar?

    Muito Embora os educadores busquem estratégias para que os pais se envolvam mais no processo de aprendizagem através de reuniões, que muitas vezes são utilizadas para relatar o que acontece na escola e com o aluno e promovam atividades de integração entre pais e filhos. E Ainda mesmo a pesar dos esforços, nem sempre os pais comparecem nestes eventos, frustrando as expectativas da escola, e com isso podemos concluir que isso só acontece nas escolas por que alguns pais não tem sequer compromisso com a educação dos filhos, embora isso seja para seu próprio bem no futuro, pois é só com a educação que a pessoa se desenvolve em sua totalmente.

    Fraga (2012) ressaltou o quanto é complicado quando os pais não participam da vida escolar de seus filhos quando inventam desculpas de que não podem faltar no trabalho ou por outra coisa fazendo com que a relação entre família e escola seja fracassada. Para Ribeiro e Lomônaco (2002) citado por Fraga (2012) uma das formas mais eficazes de ganhar a confiança dos pais, é abordar assuntos relacionados à vida escolar de seus filhos, escutar e debater propostas que visam esclarecer assuntos conflituosos para ambas às partes.

    Um dos meios educacionais mais validos atualmente é a Educação de Jovens e Adultos EJA, que facilita a entrada dos pais na escola, não apenas como espectadores, mas como personagem principal deste enredo. O principal testemunho que um pai pode dar a um filho é o de mostrar a ele que é possível conciliar a vida escolar com a vida pessoal.

    Assim como Tavares (2013) afirmava que os pais desempenham um papel fundamental na construção da autoestima dos filhos. Esse processo começa na infância. Mas, mesmo que a criança receba cuidados de boa qualidade e passe por experiências sociais positivas, na pré-adolescência e no início da adolescência certo desconforto em relação a si mesmo, é muito comum. Afirma ainda que “dar liberdade à criança para contar o que sente respeitar sua opinião e valorizar suas realizações são atitudes que ajudarão a formar um adulto confiante” (TAVARES, 2013, p. 17).

    Daí podemos saber que é de grande urgência, que se observe em meio a tanta dificuldade na aprendizagem, tanta violência nas escolas e tantos outros fatores sociais que dificultam a vida escolar dos alunos, que se faz mais que necessária uma parceria com a família, visando assim, uma educação qualitativa e não apenas quantitativa como é o caso de muitas das escolas das redes públicas de ensino.

    Não é de hoje que se sabe que a família desempenha um papel decisivo na educação formal e informal dos filhos, além disso, no seu interior são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade e afetividade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais e criados os valores morais.

    E na sociedade em que vivemos, onde tudo é influenciado pela economia capitalista e pela globalização, podemos dizer que em alguns casos, caracteriza-se pelo culto à superficialidade e ao consumo. Vasconcelos (1989, p. 29) dizia que a concentração de renda e a ânsia do consumo apontam consequências no meio familiar como: “O homem trabalha mais; a mulher vai para o mercado de trabalho; a preocupação com o desemprego; há menos tempo (sobretudo qualitativo) para a família. Mesmo com tantas dificuldades”.

    Para Chalita (2001, p. 20), a família tem a responsabilidade de: “formar o caráter, de educar para os desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais. A família é um espaço em que as máscaras devem dar lugar à face transparente, sem disfarces. O diálogo não tem preço”.

    O que o autor tentou passar com esta afirmação é que devemos conscientizar a família para que o dialogue seja a principal fonte de negociação entre a família e o que se espera alcançar do aluno. Uma vez em que na sociedade em que vivemos, onde o respeito a si e ao outro, os princípios éticos e de conduta no ambiente social são assimilados de forma correta. Desta forma, o diálogo é o principal instrumento para se conseguir fazer com que o educando aprenda. O dialogo vem possibilitar que os pais falem com seus filhos sobre o que conhecem da vida e de suas experiências cotidianas. De acordo com o pensamento de Vasconcelos (1989, p.123) “É o olho no olho, estar junto, inteiro; querer saber como o filho está indo, suas conquistas, temores, expectativas de vida, visão de mundo, preocupações, e muito mais.”.

    Pode-se dizer que é através da troca de experiências e conhecimentos, que pais e filhos podem construir juntos, uma educação repleta de valores necessários para a vivência no mundo atual.

Já no estabelecimento de limites e regras, Vasconcelos (1989, p. 125) menciona que: são percebidas duas realidades contraditórias nas famílias: ou a ausência de regras, ou a imposição autoritária de normas. Não da apenas para estabelecer regras, seja na escola ou na família, há que mostrar o porquê desta regra e o que fará com que os mesmos não tenham que sofrerem punições desnecessárias ou ate mesmo sem saber o motivo.

    Muitas vezes, por um medo interno de seus métodos não serem aceitos, alguns pais acabam não estabelecendo ou não fazendo cumprir os limites e isto esta levando a uma relação muito permissiva. Algumas vezes é preciso que o filho escute um não dos pais, não da pra permitir sempre as coisas.

    Outras vezes, sentindo necessidade de fazer alguma coisa, mas não tendo clareza, acabam impondo limites, sem explicar a razão. A superação desta situação pode se dar pelo diálogo, com afeto e segurança, chegando a limites razoáveis não só em casa mais sim na escola e na sociedade. Assim sendo, têm-se condições de não ceder diante da insistência infantil.

    O que mais vemos hoje são famílias desestruturadas ou carentes em vários aspectos, e vemos que é muito complicado quando se escuta um pai ou uma mãe dizer que “não sabe mais o que fazer com o filho”, ou quando os pais lavam as mãos para com os filhos. De tal modo, vemos que algumas pessoas falham na constituição de regras e limites no ambiente familiar, e isso está cada dia mais inevitável, só podemos ajudar quando há um diálogo, e que os pais expliquem as causas de suas imposições para que a criança possa entender os motivos dessas regras terem sido criadas e o porquê de estarem sendo implantadas naquela determinada situações.

    É necessário ainda que exista um entendimento por parte da família, e dos alunos para que entendam melhor algumas regras escolares também, para que assim, possam apoiar a escola nas decisões e nas possíveis punições diante de algumas situações que acontecem dentro da escola.

    É importante que a família entenda que, quando se é muito autoritária, geram um grupo social cheio de regras incompreensíveis e isto tente a permanecer na mente de seus membros os ideais de obediência e submissão, de cópia sem questionamentos dos padrões estabelecidos. No entanto, querer o melhor para os filhos e consequentemente para os alunos, não significa jamais facilitar demais as coisas e evitar desapontamentos e, não podemos impedir que assumissem as responsabilidades pelo que fazem.

    Mas há uma diferença muito grande em fingir que algo feito de modo errado não aconteceu, acobertando a falha e estimulando a irresponsabilidade. O amparo emocional é essencial e o elogio precisa sempre acompanhar o crescimento, mas existe diferença entre “proteger” e “superproteger”.

 

    Cury (2008, p. 130) destaca o seguinte:

 

“A liberdade que o jovem preciso está intimamente relacionado com sua autonomia e independência, e essas precisam ser conquistadas. A clara demonstração de padrões seguros de responsabilidade, ou seja, de comportamentos responsáveis ao longo do seu desenvolvimento, deveria capacitar o jovem a maiores níveis de liberdade.” (Cury 2008, p. 130).

 

  Vendo o que Cury destaca sobre a preparação para a vida, vemos a formação da pessoa que a construção do ser é de responsabilidades da família quando a criança está em seu interior e esta deve preparar o jovem para atuar com liberdade, e responsabilidade sobre seus atos e assim como os demais autores que defendem a teoria de que é da responsabilidade da família contribuir para uma boa formação de caráter dos seus filhos, repassando os valores éticos e morais, sem tirar da sua responsabilidade o papel de educadora.

    Não podemos isentar a família de suas obrigações quanto à educação de seus filhos, visto que só podemos ajudar as crianças e nada mais. A construção de valores é somente de responsabilidade maior da família, a escola só os aprimora em relação ao convívio familiar e social, no entanto não podemos tomar esta responsabilidade para a família sem o apoio da escola, pois ambas precisam trabalhar unidas por um bem maior. É como frisava Antunes (2005, p. 53).

 

“Ajudar a criança a construir um bom caráter é a mesma coisa que ajudá-la a desenvolver sua consciência do erro e do acerto. Caráter e consciência expressam a visão que ela possui de si mesma e aproxima-se muito do sentimento de autoestima. É por essa razão que a educação do caráter é importante.” (Antunes, 2005).

 

              Uma das mais complicadas situações em que as crianças passam é a de não demonstrar qualquer principio éticos e moral que na maioria das vezes, são cobrados pela escola, e acreditamos que a família deixou de trabalhar esses pressupostos para se apresentar um bom comportamento, diante disto, é o de que é preciso que a escola possa suprir esta carência.

 

              Daí faz-se necessário que os valores sejam transmitidos de pai para filho através do próprio exemplo, pois este é um fator primordial na aprendizagem da criança como destaca os estudos de Feijó (2008, p.108):

 

Quando preservamos valores morais e sociais, quando demonstramos interesse ao próximo, quando somos justos, honestos, equilibrados, assertivos em nossas atitudes, por modelação tenderemos a formar filhos também justos, honestos, equilibrados e interessados em valores sociais. (FEIJÓ, 2008).

 

              Todo mundo sabe que a escola detém o papel social da família que é cuidar para que a vida escolar de seus filhos esteja totalmente em atividade e que esta atividade esteja diretamente ligada a uma boa educação, e como sabemos a família se modificou através da história, mas continua até hoje, sendo um sistema de vínculos afetivos e é aí que se dá todo o processo de humanização do indivíduo.

  Famílias desestruturadas acabam levando a alunos desestruturados e acima de tudo trazem consigo, muitos problemas educacionais que só serão sanados quando na conscientização da família de que uma parceria bem formada e fundamentada nos princípios de igualdade e fidelidade para assim formarmos cidadãos capazes de desenvolver ações voltadas para a cidadania e para a construção de um futuro mais prospero. E isso nos mostra que quando se tem um ambiente familiar estável e afetivo os alunos desenvolvem uma corrente amigável e participativa de forma a contribuir de com ótimos desempenhos escolares das crianças.

  É notado quando algo na família não vai bem, da pra perceber pelo comportamento diferenciado dos alunos no que se refere à aprendizagem, que alguma coisa na família está errada, e cabe à escola, a tarefa de conhecer a realidade dos alunos e tentar modificar essa situação para que os problemas familiares, além de serem resolvidos, não venham a atrapalhar o desempenho dos alunos.

 

 “Por falta de um contato mais próximo e afetuoso, surgem às condutas caóticas e desordenadas, que se reflete em casa e quase sempre, também na escola em termos de indisciplina e de baixo rendimento escolar”. (MALDONADO, 1997, p.11).

 

        O que percebemos nas palavras do autor Maldonado, é que às vezes, a escola também não trabalha em parceria com a família. O que se pode afirmar com base em tudo isso é que não e apenas a família que precisa frequentar a escola, é preciso também que a escola busque caminhos para firmar esta parceria, pois ambas necessitam uma da outra. Por possuir um papel decisivo na vida escolar e na educação de todos os jovens, a escola, também precisa viabilizar meios para que a família se sinta convidada a participar dos momentos sociais promovidos pela escola.

              Tem que levarem em consideração alguns pontos essenciais como: Realidade Cultural da família, Religiosidade da família, distancia entre a escola e a residência dos alunos, e o principal, a interação e a aceitação social da família para com o resto da sociedade.

            Não há pretensão em tirar a culpa de um e por em outro, pelo contrario, o que se busca é uma forma de fazer com que a escola possa chegar a um caminho que leve a família para perto da realidade escolar e leve a escola para bem próximo das limitações que a família tem em relação a determinados assuntos do cotidiano. É indispensável à participação da família na vida escolar dos filhos, pois crianças que percebem que seus pais ou responsáveis estão acompanhando de perto tudo o que está acontecendo, que estão verificando o rendimento escolar perguntando como foram as aulas, questionando as tarefas, tendem a sentir-se mais segura e, em consequência dessas atitudes por parte da família, apresentam melhor desempenho nas atividades escolares.

  Sem falar que quando os pais participam diretamente da vida escolar dos filhos, frequentam a escola regularmente e trazem bons testemunhos em relação à importância da escola para a construção de uma sociedade mais nítida e trabalhadora, podemos perceber que isso impulsiona o que costumamos ver como o estimulo e a resposta, onde a criança é estimulada e dá sua resposta mostrando que vale a pena uma parceria entre família e escola pelo bem comum de uma educação qualitativa. ESTEVES (1999) assegura que a família renunciou às suas responsabilidades no âmbito educativo, passando a exigir que a escola ocupe o vazio que eles não podem preencher. Com isso o que se vê hoje são crianças chegando à escola e desenvolvendo suas atividades escolares sem qualquer apoio familiar e isso tem acarretado em grandes problemas de aprendizagem. Afinal, como cobrar que seu filho seja um bom aluno, que dê bons exemplos em sala de aula, se os mesmos não recebem este estimulo vindo por parte da família? Esta é a pergunta que não quer calar. E a resposta a esta pergunta é bem simples.

  Partindo do principio de que no universo, nada é criado e sim apenas transformado, é papel da escola cada dia mais, buscar meios de apoiar alunos que passam por problemas familiares e que estes problemas os estão atrapalhando e tentar buscar meios que facilitem aos alunos uma releitura de seus problemas e assim possam entender que a melhor saída ainda está na educação, e que possam no futuro, espelhar-se no que aconteceu com a família e assim não venha a cometer os mesmos erros que os pais cometeram.

 

 

“As crianças chegam à escola com um núcleo básico de desenvolvimento da personalidade caracterizado seja pela debilidade dos quadros de referência, seja por quadros de referência que diferem dos que a escola supõe e para os quais se preparou.” (TEDESCO, 2002, p. 36).

 

            Tedesco, ao citar que as crianças estavam chegando à escola com um déficit muito grande de aprendizagem e que ao mesmo tempo estão cada dia mais enfrentando problemas com relação ao desenvolvimento psicomotor e social, entendemos que a família deve, portanto, esforçar-se para estar mais presente em todos os momentos da vida de seus filhos, inclusive da vida escolar.

 

  Daí pode-se afirmar que a participação dos pais ou responsáveis em sua vida e na construção de seus valores podem trazer bons rendimentos para a vida dos alunos que de certa forma estão cada dia menos apoiado pelos pais e o que nos leva a crer que uma presença constante da família poderia favorecer muito o ambiente escolar. No entanto, esta presença implica envolvimento, comprometimento e colaboração por parte de todo o membro da família ou pelo menos de grande parte dela.

  Todos sabem que o papel social da família é dar continuidade ao trabalho que é desenvolvido na escola, criando condições para que seus filhos tenham sucesso tanto na sala de aula como na vida e consequentemente no mercado de trabalho.

  Por outro lado a escola precisa conhecer a realidade dos alunos para que possam desenvolver ações que englobem toda a educação dos alunos, e faça um acompanhamento detalhado não da vida pessoal da família, mas procurar entender as causas não só da desistência, mas sim, possa desenvolver suas funções educacionais de forma a trazer a família e os alunos que não estão inseridos na escola, para assim, desenvolver uma boa educação.

  A Lei estabelece que a família deva desempenhar-se no papel educacional e não incumbir apenas à escola a função de educar, art. 205 da Constituição Federal. E neste pequeno trecho podemos nos apoiar na ideia de que esta é uma parceria que vem sendo sonhada desde muitos anos atrás, a escola estava mais sobrecarregada de situações tidas como adversas.

  Podemos destacar a família como um instrumento fundamental na formação de qualquer indivíduo, tanto culturalmente, socialmente, como cidadão e como ser humano, uma vez que, todo mundo faz parte da mais velha das instituições sociais que é a família. No entanto, ao tratarmos da família relacionando-a com a escola, vemos que se faz necessário um estudo sobre o panorama familiar atual, não esquecendo que a família através dos tempos vem passando por um profundo processo de transformação.

 

“A família é o primeiro e principal contexto de socialização dos seres humanos, é um entorno constante na vida das pessoas; mesmo que ao longo do ciclo vital se cruze com outros contextos como a escola e o trabalho”. (EVANGELISTA; GOMES, 2003, p.203).

 

              Podemos entender que a família compreende um ambiente mais voltado para a formação de valores sociais e de construção de crenças e tradições. É como nos diz Prado quando afirma que a família não é apenas um fenômeno natural, mas sim uma instituição que apresenta diferenciação na vida das pessoas:

 

“A família não é um simples fenômeno natural, mas pelo contrário, é uma instituição social que varia no tempo e apresenta formas e finalidades diferentes dependendo do grupo social em que esteja”. (PRADO 1981).

 

  Se pararmos para observar a história brasileira, percebemos que as Famílias se constituíram através das circunstâncias econômicas, culturais, políticas e sociais. E, hoje as circunstâncias são outras e, claro as famílias são outras, em função dessas novas circunstâncias. Mas que tais mudanças que aconteceram na família, não as abstiveram das obrigações de educar seus filhos, e isso só se pode verificar quando nos aproximamos dos alunos e conhecemos sua família e a realidade dos alunos, é aí que vemos suas lutas e podemos traçar metodologias que possibilitem melhor aproveitamento dos alunos na escola.

  A escola que se sonha para os pais, diferentemente do que possam achar os pensadores antigos, é uma escola onde a diversidade seja respeitada, partindo novamente de princípios que nos arremetam a uma reflexão sobre as mudanças pelas quais a sociedade vem passando atualmente em decorrência de aceleradas informações, os grandes avanços tecnológicos e tantos outros fatores, tem repercutido na estrutura da família e consequentemente da escola.

  A escola, atualmente tem encontrado dificuldades em assimilar as mudanças sociais e familiares e incorporar as novas tarefas que a ela têm sido delegadas, sejam pela necessidade social, ou por ver que a realidade dos alunos se interpõe à necessidade dos alunos em aprender algo cientifico, muito embora isso não seja um processo recente.

  O que se precisa hoje é que a escola seja pensada como um caminho entre a família e a sociedade, pois tanto a família como a sociedade voltam seus olhares críticos sobre ela. A escola é para a sociedade uma extensão da família, porque é através dela que a sociedade consegue influência para desenvolver e formar cidadãos críticos e conscientes de seus deveres e principalmente dos seus direitos, deixando-os preparados para o mercado de trabalho.

  É bem comum ouvir alguém falando assim “estudou pra que? Pra ser burro?” e isso soa muito duramente quando vemos que o papel da educação também parte de casa e que na maioria das vezes em que se ouve essa frase, são os próprios familiares que com essas palavras tentam tirar de seus ombros a responsabilidade de educar seus filhos para um convívio social aceitável.

  Na verdade encontrar formas de interagir com as famílias e comunidade de modo a favorecer um trabalho conveniente e propício a todos, se constitui num grande desafio para a escola e para seus profissionais.

              As obrigações diárias com as tarefas da sala. Disse ainda que somente assim, seu filho jamais poderia dizer que o mesmo nunca o incentivou para que participasse das aulas. 

    Piaget, afirma que deve existir uma ligação entre a família e os professores para que as formas de trabalho e o que se é ensinado em sala de aula estejam em constante sincronia com os conceitos familiares.

 

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...] PIAGET (2007, p.50).

 

              Outra situação que vemos é quando a escola para e escuta o que a família tem a acrescentar nos projetos políticos e pedagógicos da escola. Quando a escola busca meios de conhecer a realidade do aluno e desenvolve ações de motivação entre a família e acompanhamento pedagógico dos alunos, percebemos que os professores podem trabalhar de forma mais ampla quando conhece a realidade do aluno.

 

 [...] se toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem, senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET, 2007, p. 50).

 

  É preciso que a família esteja engajada no processo ensino-aprendizagem. Isto tende a favorecer o desempenho escolar, visto que o convívio da criança com a família é muito maior do que o convívio com a escola e dar bons exemplos aos filhos é uma saída.

2.3 VYGOTSKY E A ZONA DO DESENVOLVIMENTO PROXIMAL

              Para Vygotsky, a criança se desenvolve de acordo com o meio em que vive e com o ambiente de contato, com as pessoas e com o ambiente. Isto implica dizer que com o apoio da família, o aluno pode se desenvolver muito mais rapidamente e melhor com a presença dos pais ou responsáveis na sua vida escolar.

    As possibilidades de aprendizagem de crianças e jovens dependem da qualidade de mediações e exemplos dos adultos a que ela seja exposta em seus vários momentos da vida. A participação na vida escolar dos filhos é de suma importância para o desempenho do aluno, pois quando os pais acompanham a criança em todo o seu processo de desenvolvimento educacional, esta se sente valorizada e importante na vida de seus pais.

    Estes sentimentos somente contribuem para o seu aprendizado. Existem muitas maneiras dos pais participarem do processo de aprendizagem dos alunos, sendo que algumas contribuições tornam-se muito relevantes como o auxílio nas tarefas escolares, o incentivo a leitura e o seu envolvimento nos eventos pedagógicos ocorridos na escola, ou na comunidade.

    Um aspecto que atualmente tem sido alvo de muitas controvérsias, principalmente entre pais e educadores é o auxílio às tarefas que a escola envia para casa.  Apesar dos problemas encontrados, algumas alternativas são evidenciadas por alguns autores. Nos estudos de Vasconcelos (1989, p. 127) é possível se constatar que: Quando é solicitada à ajuda no estudo, procurar chamar atenção ao que é fundamental, ao que é mais significativo; não fazer “questionário” para o filho decorar perguntas e respostas. Orientar para que a criança se preocupe em compreender o que estuda e não em decorar uma sequência lógica.

    Já nas pesquisas de Tiba (1996, p. 272) Vê-se que algumas propostas para os pais auxiliarem nas tarefas dos filhos: A criança deve estudar em voz alta e evitar decoreba. Num quarto, com TV, internet, telefone ou qualquer outro atrativo, pois se torna um sonífero ler somente com os olhos.

    Como também não é justo com a mãe ou com qualquer outro adulto ler para a criança. O importante mesmo é que a própria criança descubra ou lembre o que deve ser feito. Afinal, ela é responsável pela lição de casa, os pais apenas servem como apoio pedagógico informal para que estas mesmas atividades sejam desenvolvidas, pois fazer lições pelo filho, enfreando a própria letra, é prejudicial tanto para o desenvolvimento cognitivo da criança como para a própria autoestima dela.

    Quando a família tem um convívio aberto com os professores e quando a escola conhece a família, é fácil saber o que a criança consegue ou não fazer a lição de casa para poder avaliar os motivos desta dificuldade. A lição de casa não deve servir como um problema no ambiente familiar, mas com o objetivo de fazer com que o aluno possa pensar e resolver seus problemas, refletir, colher dados, pesquisar, a fim de reforçar o que foi ensinado em sala de aula.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

        Através da realização dessa pesquisa objetivou-se analisar a importância da família na escola, o apoio, manter a aproximação dos pais que podemos concluir com tudo isso é que mesmo com base em tudo o que já foi visto, e de tudo o que foi falado quanto à relação da família para com a escola e vice-versa, vemos que em alguns momentos, a escola tem muitas dificuldades em relação a desenvolver um trabalho que favoreça o convívio com a família e assim possa conhecer a realidade a qual a família enfrenta no dia-a-dia. Isso só acontece principalmente quando a família mora longe da escola, e isso implicam em um deslocamento da família. É mais difícil ainda quando esta família tem que trabalhar para poder custear as despesas mensais. Muitos pais usam essa dificuldade como pretexto para não irem às reuniões da escola. Conclui-se ainda que, além disso, ainda tenha também o desencorajamento da família em relação aos estudos, uma vez que os alunos precisam ajudar a família a trabalhar e garantir as despesas mensais. Isso tem sido um sério adversário da escola, que luta por uma parceria mais focada não apenas no presente dos alunos mais sim no futuro de toda a sociedade.

        Temos ainda a concluir que é sim possível uma parceria entre a escola e a família, principalmente na construção de uma proposta pedagógica que busque a opinião das famílias, busque ainda conhecer a realidade social dos alunos no que se refere à questão do acompanhamento pedagógico e assim da preparação para uma educação mais qualitativa e mais responsável em relação ao que é ensinado em sala de aula.

REFERÊNCIAS

ANTUNES, Celso. A linguagem do afeto: como ensinar virtudes e transmitir valores. Campinas, São Paulo. Papirus, 2005. 

BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. 

______.  Lei nº 10.172. Plano Nacional de Educação (PNE).  Brasília: Senado Federal, 2001. 

______. Lei nº 9.394.  Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). Brasília: Senado Federal, 1996. 

BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB.  Lei Darcy Ribeiro nº 9.394/96. Brasília-1998

CHALITA, Gabriel. Educação: A solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2001.  

CURY, A. Filhos brilhantes, alunos fascinantes. São Paulo: Planeta do Brasil, Terra 1996 POLATO, A. Sem culpar o outro: escola e família. Revista Nova  Escola. São  Paulo, p 103, 104, set. 2009.

EVANGELESTA, F; GOMES, P. de T. (orgs) Educação para o pensar. Campinas: Alínes, 2003

FEIJÓ Caio. Preparando os alunos para a vida. São Paulo: Novo século: 2008. 

MALDONADO, Maria Tereza Pereira. Comunicação entre pais e filhos: A linguagem do sentir. 20. Ed. São Paulo: Saraiva. (1996).

PIAGET, Jean. Para onde vai à educação? Rio de Janeiro: José Olímpio, 2007.  

PIAGET, J. Seis estudos de Psicologia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1984.

PRADO, Danda. O que é família?. São Paulo, SP (Brasil): Editora Brasiliense, 1981.  

TAVARES, Adriana. A construção da autoestima. Educar para crescer. São Paulo, p.47, Set. 2013.

TEDESCO, J.C. O novo pacto educativo: educação, competitividade e cidadania na sociedade moderna. São Paulo: Ática, 2002.

TIBA, Içami. Disciplina: limite na medida certa. 8. ed. São Paulo: Editora Gente, 1996.  

______. Quem ama educa. São Paulo: Gente, 2002.

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. 7. ed. São Paulo: Libertad, 1989. 

______. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.

VYGOTSKY, Lev Seminovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.