“Vós sois o sal da terra, e se o sal for insípido, com que se há de salgar?

Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens”.

Mateus 5, 13

 

Esta é uma das passagens do Sermão da Montanha. Como todo o Sermão da Montanha esta afirmativa é de uma profundidade muito grande para o entendimento da mensagem de Cristo.

 

O sal em si não tem qualquer valor, não é alimento , não tem outra serventia que não a de ressaltar o sabor dos alimentos. O sal é indispensável à vida e, no entanto, em excesso é danoso.

 

Colocado na terra, a esteriliza. Em contato prolongado com a pele, a destrói. Não tem cor. Não tem cheiro. Não tem forma. Desaparece nos líquidos.

 

Por si mesmo, não vale nada! Misturado, vem a ser a alma do mundo!

 

A vida não existiria sem o sal. A vida não teria forma, os alimentos não teriam sabor. A própria terra necessita certa quantidade de sal para produzir.

 

O sal é basicamente um tempero!

 

O sal é o meio mais importante para temperar e conservar alimentos. É picante, áspero e impede a corrupção e a putrefação. Por isso, o sal é uma ilustração adequada do poder santificador de Deus, que deve se manifestar nos filhos de Deus.

 

Quando ele se torna insípido e perde suas propriedades? O sal que se conhecia na antiguidade não tinha a pureza do sal de hoje, pois continha uma considerável quantidade de outros minerais.

 

Se a armazenagem não era feita corretamente, o sal ficava úmido, derretia, tornando-se imprestável.

 

O sal, pois, é uma imagem do que as pessoas têm de ver no modo de vida, nas atitudes e comportamentos dos filhos de Deus. A maior causa da fragilidade desse testemunho é a conformidade com o mundo dos cristãos de hoje. O sal perdeu seu sabor!

 

Ló, o sobrinho de Abraão, era um justo que se estabeleceu na ímpia cidade de Sodoma e até formava parte do governo dela. Quando quis advertir seus genros do juízo divino  iminente, estes pensaram que Ló estava brincando. Suas palavras careciam de autoridade.

 

Somente quando rompemos com toda espécie de mal é que podemos ser um testemunho efetivo da santidade de Deus e cumprir nosso chamado para sermos o “sal da terra”.

 

Se um tempero não tiver sabor, não fará diferença. Se os cristãos não fizerem um esforço para influenciar o mundo a seu redor, serão de pouco valor para Deus.

 

Se formos semelhantes ao mundo, não teremos importância. Os valores cristãos não devem ser misturados com os mundanos, a fim de que influenciemos as outras pessoas positivamente, da mesma maneira que o tempero na comida ressalta o melhor sabor.

 

Um homem é como o sal: precisa misturar-se, interagir com os outros e com o mundo.

 

Toda sua potencialidade só tem valor se for para temperar a vida. Concentrada em si mesmo, é destrutiva.

 

O homem que vive dentro de si mesmo, com e para os seus pensamentos e o seu raciocínio, vivendo para o seu egoísmo, torna-se um ser que destrói a terra onde pisa.

 

Misturado, interagindo com os outros seres, mesmo em pequenas quantidades, torna-se capaz de executar as grandes obras

 

Devemos viver a vida na terra, nos relacionarmos uns com os outros. Este relacionamento é que faz o sal da terra. De nada adianta sermos o sal se não dermos o tempero à vida? De que serviria a vida se não fosse vivida, de que serviria o sal insosso?

 

O homem por si só não vale nada, seu valor está no seu relacionamento com os outros seres e com o mundo! O homem existe para dar finalidade e beleza ao que existe, para ser o tempero do mundo.

 

Se não se misturar com os outros e com o mundo, torna-se insosso, deixa de ter valor, deixa de ter sentido, torna-se destrutivo. Da mesma forma que o é uma montanha de sal.

 

Do pouco que sejamos, se este pouco for misturado às coisas do mundo, faremos com que tudo seja grande, belo e tenha sentido. Da mesma forma que uma pitada de sal torna o alimento saboroso, o pouco que o homem seja é capaz de transformar as coisas do mundo.

 

Neste mundo em que vivemos, somos o sal da terra. Cada um de nós em si nada vale, não temos outra serventia que não a de adicionarmos sabor à vida. E se adicionamos em excesso, seremos danosos.

 

Vivamos agradecendo a Deus a oportunidade de viver, de nos relacionarmos, de fazermos qualquer coisa que se relacione como todos e com tudo.

 

O pior de todas os males é a inércia. É o não fazer nada. É dispor dos dons de Deus sem usá-los. É não usar os talentos de que dispomos.

 

Portanto, saia do seu mundinho, arregace as mangas e seja um perfeito e saboroso tempero nas mãos de Deus!

 

Fontes:

Devocional Boa Semente

www.4c.com.br /cristianismo